VI JORNADA DE ENSINO DE GEOGRAFIA: ENSINO DE GEOGRAFIA E AS
DIVERSIDADES ÉTINICAS / II MOSTRA DO PIBID GEOGRAFIA UENP. 25 e
26 de Novembro de 2014. Cornélio Procópio – Pr. UENP
A EXPERIÊNCIA DA REGÊNCIA NO ESTAGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA I EM UMA TURMA DE 7º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Breno da Conceição Neto1
Jully Gabriela Retzlaf de Oliveira²
1. INTRODUÇÃO
O estagio curricular supervisionado em geografia I foi realizado no
período de março à novembro no Colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva,
localizado na cidade de Cornélio Procópio – Pr. Durante todo o estágio as atividades
desenvolvidas foram de observação de aulas de Geografia no Ensino Fundamental I
no 1º semestre de 2014 e de preparação de aulas, material didático e execução da
regência no 7º ano no 2º semestre de 2014. A regência foi realizada entre os dias de
09/09 ao 07/10 de 2014, na turma do 7º ano C.
Este artigo tem por objetivo relatar as atividades desenvolvidas, bem
como a experiência vivenciada durante a realização do estágio de regência. Para
tanto foram realizadas leituras de bibliografias relacionadas ao assunto, preparação
de aulas e de material didático de Geografia e execução de aulas de regência no 7º
ano do Ensino Fundamental I.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRIA
O Estágio Supervisionado ocorre de forma significativa nos cursos
de licenciatura, por meio dele o estagiário poderá ter um contato próximo com o
campo de trabalho que atuará futuramente, no qual se faz necessária a
comprometimento com as atividades e a união entre formação profissional e
1
Discente do curso de Licenciatura Plena em Geografia –UENP
² Professora do Colegiado de Geografia, Orientadora de Estágio UENP
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pessoal, sendo esta atividade de grande valia no processo de formação docente
(SAIKI;GODOI, 2007).
As práticas ligadas ao estágio supervisionado requer do estagiário
um período de observação, isso se dá em sala de aula, analisando o perfil dos
alunos, do professor regente, da equipe pedagógica e todos aqueles que compõem
o espaço escolar, e uma total preparação com base teórica para ser posta em
prática, e através das observações práticas poderá ser identificados fundamentos
utilizados para a tal (SAIKI;GODOI, 2007) .
Conforme afirma Saiki;Godoi(2007,p.29 ):
O estágio supervisionado tem um papel fundamental na formação do futuro
professor. É o estágio tanto de observação e participação, como de
regência, que possibilita ao aluno a vivencia das relações no cotidiano
escolar, adquirindo informações e habilidades para formar o novo
profissional [...]
Diante da referida afirmação, entende-se que o estágio é um dos
basilares da formação da profissão docente, fazendo com que o estagiário adquira
competências e técnicas para se tornar um professor já sabendo onde e como atuar,
apesar de que a cada dia é construído o perfil de um docente. Para Saiki e Godoi:
“[...] O conhecimento metodológico das ações em sala de aula será construído pela
vivência em sala de aula, ao longo da carreira como professor [...]” (p.29, 2007).
No que tange às experiências em campo (sala de aula), é
necessário observar vários detalhes, entre eles a relação entre professor e aluno,
aluno e professor, aluno e aluno, mediante a isso poderá ser visto como o regente
lida com seus discentes, às vezes diante de várias situações. É importante analisar
o comportamento dos alunos no pátio da escola, na aula, nos intervalos, ou seja, as
mais diversas relações sociais que ocorrem no meio e no entorno do ambiente
escolar (SAIKI,GODOI, 2009).
O Estágio supervisionado em suas atividades devem envolver com
as outras disciplinas do curso de licenciatura e incentivando o aluno pela busca de
maneiras diversificadas para a execução do trabalho .
Diante disso serão apresentados as experiências desenvolvidas no
estágio I.
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3. RELATO DA ATIVIDADE DE REGÊNCIA
Durante o período de observação e regência foi observado a turma
do 7º ano C, o tema norteador da regência foi “O espaço rural brasileiro”, um tema
muito abrangente, mas que ao mesmo tempo tinha ligação com a realidade vivida
pelos alunos, permitindo desta forma, fazer ligação da teoria com os fatos cotidianos
doa alunos.
Foram usados diversos recursos didáticos em momentos distintos
para o desenvolvimento das aulas, entre eles destacam-se a música, experimento,
mapa, imagens, charges, gráficos e tabelas. Cada um dos recursos tiveram grande
aproveitamento e valia nas aulas, porém os que mais surtiram efeito foram a música,
o experimento e o jogo.
Para exploração inicial do conteúdo foi utilizada a música “Que vida
boa” de Victor e Léo, ela retrata a vida no campo, uma forma de aguçar a
curiosidade dos alunos em saber qual conteúdo a seria explicado. Ao perguntar aos
alunos qual tema a música abordava houve uma grande participação dos alunos,
que responderam corretamente o que a letra estava representando, por meio disso
pode-se introduzir o conteúdo de forma em que os discentes já estivessem uma
certa noção do que seria trabalhado no decorrer daquelas aulas.
Vida Boa
Victor e Leo
Moro num lugar
Numa casinha inocente do sertão
De fogo baixo aceso no fogão
Fogão à lenha ai ai
Tenho tudo aqui
Umas vaquinha leiteira
Um burro bão
Uma baixada ribeira
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E um violão e umas galinha ai ai
Tenho no quintal uns pé de fruta e de flor
E no meu peito por amor
Plantei alguém (plantei alguém)
Que vida boa ô ô ô
Que vida boa
Sapo caiu na lagoa
Sou eu no caminho do meu sertão
Que vida boa ô ô ô
Que vida boa
Sapo caiu na lagoa
Sou eu no caminho do meu sertão
Vez e outra vou
Na venda do vilarejo pra comprar
Sal grosso, cravo e outras coisa que fartá
Marvada pinga ai ai
Pego o meu burrão
Faço na estrada a poeira levantar
Qualquer tristeza que for não vai passar
Do mata-burro ai ai
Galopando vou
Depois da curva tem alguém
Que chamo sempre de meu bem
A me esperar (a me esperar)
Que vida boa ô ô ô
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Que vida boa
Sapo caiu na lagoa
Sou eu no caminho do meu sertão
Que vida boa ô ô ô
Que vida boa
Sapo caiu na lagoa
Sou eu no caminho do meu sertão
Disponível em: http://letras.mus.br/victor-leo/797049/. Acesso:22.nov.2014
A música serve para o aluno assimilar os conteúdos, despertar e
desenvolver algumas habilidades nos alunos, tais como: análise, observação e
favorecimento à interação intelectual do aluno com o espaço geográfico (PEREIRA,
2012).
Para explicação do conteúdo “Problemas da modernização no
campo” foi realizado dois experimentos em sala de aula: um sobre infiltração e
retenção de água no solo e outro sobre erosão (Figura 01 e 02).
O experimento de infiltração e retenção de água no solo teve por
objetivo analisar a capacidade de infiltração e retenção de água de solos de texturas
diferentes (arenoso e argiloso) e níveis de compactação (com e sem compactação).
Nele foram utilizados quatro garrafas pet transparentes de dois litros, duas
destinadas ao solo argiloso compactado e sem compactação e as outras ao arenoso
também nas mesmas condições.
O segundo experimento é o referente ao processo de erosão hídrica
acelerada, cujo objetivo foi demostrar a erosão causada pelo impacto das gostas de
chuva na área rural em solos com diferentes coberturas vegetais. Os materiais
utilizados foram três galões de água de cinco litros, um contendo solo sem cobertura
vegetal, outro com palhada de cultura, e o último com plantação em crescimento.
Durante
o
desenvolvimento
dos
experimentos
verificou-se
diminuição da indisciplina e mais interesse e entusiasmo dos alunos em relação ao
tema, o que consequentemente melhorou a compreensão do conteúdo estudado.
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Depois que os experimentos foram apresentados eles tiveram que responder uma
sequência de questionamentos em relação aos processos observados.
Figura 1: Experimento de infiltração e retenção de água no solo. Fonte: RETZLAF,
J.G., 2014.
F
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Figura 2: Experimento simulador de erosão no solo. Fonte: RETZLAF, J.G., 2014.
A demonstração didática feita por meio de experimentos foi de
grande
valia,
uma
vez
que
os
alunos
se
mostraram
interessados,
e
consequentemente a indisciplina foi reduzida, por este caminho é possível
desenvolver os conteúdos de maneira que os alunos visualizem mais de perto os
fenômenos que ocorrem no espaço geográfico ligando o conteúdo teórico à prática.
A demonstração didática quando bem aplicada, traz resultados
satisfatórios como a assimilação da teoria e prática, a ocorrência de um determinado
fenômeno, permitindo a confirmação das explicações orais e escritas, tornando mais
próximas da realidade dos alunos (VEIGA, 1991).
As atividades de demonstração “[...] deve estar planejada nos
mínimos detalhes, por parte do professor. É interessante que seja elaborado um
roteiro da mesma, indicando os prontos crítico e as particularidades a serem
lembrados” (NÉRICI, 1988, p.113).
Para revisar os conteúdos trabalhados foi aplicado o jogo “bingo
geográfico do espaço rural brasileiro”. Para esta atividade foram elaboradas 22
questões referentes ao tema e as cartelas do bingo feitas pelo professor (figura 03).
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FIGURA 03: CARTELA DO BINGO GEOGRÁFICO. FONTE: CONCEIÇÃO, B.N.,
2014
Questões do jogo.
1) Qual área é ocupada pela produção agrícola?
R: Espaço rural
2) É a atividade agrícola onde se destaca apenas um único tipo de produto agrícola.
R: monocultura
3) É a atividade onde predomina vários tipos de produtos agrícolas.
Policultura
3) Qual o tipo de agricultura é desenvolvida em pequenas propriedades rurais, e sua
produção é destinada ao autoconsumo?
R: Agricultura tradicional.
4) Agricultura onde não usam agrotóxicos nas plantações.
R:Agricultura natural.
5) Qual é a agricultura que é desenvolvida em grandes propriedades rurais usando
grandes maquinários?
R: Agricultura comercial.
6) Qual a paisagem onde se destacam os elementos naturais, como rios, morros,
matas e algumas propriedades rurais?
R:Paisagem do campo.
7) Qual a paisagem onde os elementos humanos ou culturais se destacam, como
ruas, praças, avenidas, etc.?
R: Paisagem da cidade.
8) Prática caracterizados pelo uso de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas.
R: Uso de insumos agrícolas.
9) É o tipo de mecanização onde utilizam tratores, colheitadeiras, ceifadeiras e
outros equipamentos.
R: Mecanização da produção.
10) É conhecida por pesquisas desenvolvidas e novas técnicas e tecnologias.
R: Aplicação de novos conhecimentos.
11) A modernização do meio rural brasileiro tem se relacionado com qual processo?
R: Industrialização.
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12) É ocasionado pelo peso e tráfego das máquinas sobre o solo.
R: Compactação.
13) Ocorre em função da retirada da vegetação e da aração do solo.
R: Erosão.
14) É o tipo de trabalhador que aluga a terra para produção durante um determinado
período.
R: Arrendatário.
15) É o proprietário que cede a terra e o agricultor entra com o trabalho.
R: Parceiro.
16) É a pessoa que não é proprietária da terra e não consegue acesso legal à terra.
R: Posseiro ou ocupante.
17) É o trabalhador contratado o ano todo, recebe dinheiro e, normalmente, trabalha
em grandes propriedades rurais.
R:Empregado permanente.
18) É o empregado contratado em período específicos, como na colheita.
R: Empregado permanente.
19) Qual a lei que garante ao cidadão direito a adquirir à propriedade legal de um
bem móvel ou imóvel em decorrência do tempo de uso?
R:Usucapião;
20) São pequenas propriedades rurais, geralmente usadas pelas família, possuindo
área inferior a 100 hectares.
R: Minifúndio.
21) É o imóvel de exploração racional, que apresenta um mínimo de 50% de sua
área agricultável utilizada.
R: Empresa rural.
22) São grandes propriedades rurais, onde a terra é mantida inexplorada ou
subaproveitada.
R: Latifúndio.
Na aplicação do bingo os alunos sentiram-se entusiasmados e
motivados, sempre querendo responder às perguntas e se inteiraram com os demais
colegas e classe e com o estagiário, reduzindo a indisciplina. Observou-se também
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uma melhor atenção durante a aplicação, alunos dispersos ficaram atentos no intuito
de participar do jogo. E em seguida na aplicação da atividade avaliativa, analisou-se
que os alunos tiveram grande rendimento, pois puderam associar os conteúdos das
aulas com o jogo e realizar a atividade.
Segundo Santos (2010, p.113) o jogo é um “[...] potencializador na
construção do conhecimento, sistematizando conceitos de forma lúdica. Nos jogos
são necessários que sejam estimuladas a racionalidade e a tomada de decisão dos
alunos.
Os jogos constituem um recurso pouco aplicado na sala de aula,
contudo tem elevado valor no ensino, por criar certa expectativa, ansiedade e
entusiasmo nos alunos. Este recurso ajuda as pessoas a desenvolverem uma
melhor coordenação motora, ativa o raciocínio lógico e melhora a habilidade nas
tomadas de decisões (VIEIRA; SÁ, 2007).
Em conformidade com Castelar (2010, p.44) os jogos auxiliam:
“[...] na superação do egocentrismo infantil, ao mesmo tempo em que
ajudam na formação de conceitos[...] assim eles também [...] atuam no
campo cognitivo, afetivo, psicomotor e atitudinal[..] e [...] auxiliam a aprender
a pensar e a pensar sobre o espaço em que se vive.
Em meio há alguns contratempos, tais como a indisciplina, a falta de atenção,
interesse pelas aulas e desrespeito com o estagiário foram amenizadas quando foi
apresentado aos alunos os experimentos, observou-se uma diminuição desses
problemas já citados, os alunos se sentiram atraídos pelo o que estavam vendo,
sendo ainda a eles uma novidade, e com isso houve grande melhora
comportamental durante a aula.
3.CONCLUSÃO
Sendo o Estágio Supervisionado um componente da grade
curricular, acredita-se que o mesmo contribui muito para a formação docente, pois
através do mesmo pode-se compreender as mais diversas manifestações que
ocorrem no campo escolar.
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Para uma formação sólida, a atividade do estágio não pode faltar
pois com ele podemos observar onde iremos atuar não só em sala de aula mas, em
todo o espaço físico e administrativo da escola, e a função de cada funcionário ali
presente respectivamente com a sua importância para o bom funcionamento escolar
As
atividades
exercidas
trouxe-me
experiência
de
como
compreender as diversas ações escolares, podendo entender o cotidiano docente,
como se inicia e se desenvolver uma aula, como articular certos temas, e maneiras
de como utilizar alguns recursos metodológicos em sala de aula.
Os maiores desafios da regência foi a indisciplina e o desinteresse
por parte de alguns alunos, faltando a mim preparo para conduzir algumas
situações. Também a ausência do professor regente em alguns momentos,
comprometeu minha autoridade, o que resultou em má comportamento dos alunos.
Em certa parte, a experiência vivida no estágio I foi insatisfatória em
certas aulas, quando houveram a ausência ado professor regente, porém houveram
momentos de grande valia onde os alunos demostraram interesse e participação nas
aulas, estas quando feitas com algum recurso diferente além do quadro de giz.
4. REFERENCIAS
SOUZA, Rosane Rudnick Sandra dos. O ensino de Geografia e suas linguagens.
– Curitiba:Ibpex, 2010.
CASTELLAR, S.; VILHENA, J. Ensino de Geografia . São Paulo: Cengage, 2010.
NÉRICI, I. G. Didática uma introdução. São Paulo : Editora Atlas S.A, 1988.
PEREIRA, Suellen Silva. A música no ensino de Geografia: abordagem lúdica do
seminário nordestino-uma proposta didático-pedagógico. In: Geografia
Ensino&Pesquisa,v.16,n.3,2012,
SAIKI, Feitosa; GODOI, Francisco Bueno de. A PRÁTICA DE ENSINO E O
ESTÁGIO SUPERVISIONADO. In.PASSINI, Elza Kazuko; PASSINI, Romão;
MALYSZ,Sandra T.(Orgs). Prática do Ensino de Geografia e Estágio
Supervisionado. São Paulo: Contexto,2007.
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VEIGA, I. P. A.. Técnicas de ensino: Novos Tempos, Novas Configurações.
Campinas: Papirus, 2006.
VIEIRA, C. E.; SÁ, M. G. de Recursos Didáticos: do quadro-negro ao projetor, o que
muda? In. PASSINI, E. Y. Prática de Ensino de Geografia e Estágio
Supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007, p.101-116.