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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
O EFEITO DO TREINAMENTO MENTAL NA APRENDIZAGEM
DO MORTAL GRUPADO PARA TRÁS NO TRAMPOLIM ACROBÁTICO
RAONE BIANCHETTI FERNANDES
Ijuí – RS
2014
1
RAONE BIANCHETTI FERNANDES
O EFEITO DO TREINAMENTO MENTAL NA APRENDIZAGEM
DO MORTAL GRUPADO PARA TRÁS NO TRAMPOLIM ACROBÁTICO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul, como avaliação parcial para obtenção
do grau em Licenciatura e Bacharelado
em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Leopoldo Schonardie Filho
Ijuí – RS
2014
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas que me
incentivaram a continuar com meus estudos, de
modo especial minha mãe Maria Claudia Bianchetti,
minha avó Maria Nair Cardoso Bianchetti, meu Avó
Arlindo Bianchetti, meu pai Ari Mosack e minha irmã
Luana Bianchetti Mosack, que sempre estiveram ao
meu lado me apoiando.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade
vivida.
A minha família pelo total apoio concedido.
Meus colegas, amigos e professores, que de alguma
forma contribuíram para meu empenho e
crescimento, como estudante na busca pelo
conhecimento adquirido.
E em especial a minha namorada Raquel Cichowicz,
por me apoiar incondicionalmente durante minha
graduação.
4
O EFEITO DO TREINAMENTO MENTAL NA APRENDIZAGEM
DO MORTAL GRUPADO PARA TRÁS NO TRAMPOLIM ACROBÁTICO 1
Raone Bianchetti Fernandes2
RESUMO
O mortal grupado para trás é uma habilidade motora que vai exigir do ginasta uma
boa preparação física, técnica e cognitiva. Jovens iniciantes na ginástica terão de
enfrentar diversos desafios corporais, pois ginástica requer domínio das habilidades
motoras. O trabalho procura investigar o efeito do treinamento mental para a
aprendizagem do mortal grupado para trás, realizado no trampolim acrobático. A
pesquisa experimental tem a característica de analisar aprendizagem do mortal
grupado para trás em uma amostra de crianças voluntárias com idade de 9 a 11
anos. A amostra é divida em dois grupos, o de Controle e o Experimental, o de
Controle apenas recebeu as informações da prática da habilidade e o Experimental,
que recebeu além da prática da habilidade a técnica do treinamento mental. A coleta
dos dados foi realizada em três momentos denominados de pré-teste, teste e pósteste. Esses momentos foram registrados em ficha individual de desempenho da
habilidade e por filmagem. Os resultados foram transformados em pontos para cada
criança e somados entre os grupos. Embora não houve uma análise estatística para
verificar o nível de significância percebeu um melhor desempenho por parte do
grupo Experimental em relação ao grupo de Controle. Esta pesquisa visa incentivar
os profissionais da ginástica para buscarem técnicas alternativas que facilitem uma
melhor e mais rápida aprendizagem dos movimentos.
Palavras-chave: Ginastas. Crianças. Habilidade.
1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Bacharelado e Licenciatura em
Educação Física da UNIJUÍ. Ijuí/RS – 2014.
2
Acadêmico do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da UNIJUÍ.
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Gabarito do mortal grupado para trás no trampolim acrobático ................ 28
Quadro 2: Somatório das três aulas analisadas do grupo experimental extraído da
ficha de avaliação individual e do gabarito do mortal grupado para trás no
trampolim acrobático, dezembro de 2013 .................................................................. 34
Quadro 3: Somatório de três aulas analisadas do grupo de controle extraído da
ficha de avaliação individual e do gabarito do mortal grupado para trás no
trampolim acrobático, dezembro de 2013 .................................................................. 35
Quadro 4: Dados comparativos do somatório das aulas analisadas entre o grupo
experimental e o grupo de controle, em cada fase analisada, dezembro 2013 ......... 37
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 9
1.2 PROBLEMA ......................................................................................................... 10
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 10
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 10
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 12
2.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR ........................................................................... 12
2.1.1 Fase Motora Reflexiva..................................................................................... 14
2.1.2 Fase de Movimentos Rudimentares .............................................................. 14
2.1.3 Fase de Movimentos Fundamentais .............................................................. 15
2.1.4 Fase de Movimentos Especializados............................................................. 15
2.2 HABILIDADES MOTORAS................................................................................... 16
2.2.1 Classificação das Habilidades Motoras ........................................................ 18
2.3 APRENDIZAGEM DE HABILIDADE MOTORA .................................................... 21
2.3.1 Nível de Ansiedade.......................................................................................... 22
2.3.2 Habilidade Motora “Mortal Grupado para Trás” ........................................... 23
2.4 TREINAMENTO MENTAL (TM) ........................................................................... 24
2.4.1 Técnicas para o Treinamento Mental............................................................. 25
2.5 TRAMPOLIM ACROBÁTICO ............................................................................... 26
2.5.1 Gabarito do Trampolim Acrobático ............................................................... 27
2.5.2 Fases do Movimento no Trampolim Acrobático ........................................... 28
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 30
3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 30
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................. 31
3.3 INSTRUMENTOS E MATERIAIS ......................................................................... 31
3.4 PROCEDIMENTOS .............................................................................................. 31
3.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................... 32
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................... 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 38
7
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 40
7 ANEXO.................................................................................................................... 42
8
1 INTRODUÇÃO
O interesse de pesquisar tal habilidade está relacionado com o
ensino/aprendizagem motora de um elemento acrobático, este por sua vez, é uma
habilidade conhecida como “mortal grupado para trás” da ginástica, que gera
dificuldades e limitações em aprender a executar. Trata-se de um movimento que vai
exigir bastante das capacidades físicas, como coordenação, força, equilíbrio,
flexibilidade entre outras, também, necessita de um domínio motor e concentração
do executante.
Para ensinar os elementos da ginástica, na perspectiva do professor é
fundamental que ele domine técnicas de informação, segurança, movimentação
corporal, espacial, temporal e as diferentes formas de exercícios educativos que
auxiliam na progressão da aprendizagem. Além de muita técnica, segurança e
pedagogia de ensino. Atribui-se ao professor a importância relevada em identificar e
reconhecer os fundamentos3 da ginástica.
Assim o fator investigativo desse trabalho é voltado para a aprendizagem do
mortal grupado para trás no trampolim acrobático, com auxilio das técnicas mentais
no grupo experimental, e também toda a aparelhagem de ginástica utilizada durante
as aulas. No trampolim acrobático o ginasta salta no sentido vertical com o corpo em
extensão, seu objetivo é realizar uma rotação no sentido transversal sobre seu
próprio eixo para trás. Apresentação do gabarito e fases de movimento no trampolim
acrobático é esclarecida no capítulo 2.5.
Portanto essa pesquisa tem como objetivo testar um instrumento, voltado à
resolução de problemas concretos, tendo em vista, alcançar um objetivo ou realizar
uma possível transformação dentro do tema definido (GAYA et al., 2008, p. 114). A
apresentação, análise e discussão dos dados é feita de forma descritiva através da
comparação dos quadros de somatório (quadro 2; quadro 3; quadro 4).
3
Os fundamentos da Ginástica é base da aprendizagem das habilidades avançadas da Ginástica
Artística. Os fundamentos da ginástica são relatados de maneira diferente por cada autor: “Padrões
Básicos de Movimento da Ginástica”, Russell e Kinsman (1986); “Padrões de Movimento”, Schembri
(1983); “Ações Musculares Carrasco” (1982v); “Ações Motoras”, Leguet (1987); Habilidades
Temáticas”, Werner (1994); Categorias de Movimento”, Malmberg (2003); entre outros (NUNOMURA;
NISTA-PICCOLO, 2005, p. 38).
9
Para atingirmos o propósito, a pesquisa apresenta-se em cinco capítulos que
seguem como: sustentabilidade teórica; os elementos metodológicos que conduzem
o interesse do pesquisador; análise dos dados com a comparação e a discussão
apoiados pelos referenciais teóricos; e as considerações finais que confronta a
intenção da pesquisa com os resultados obtidos. A intenção da pesquisa é de
colaborar com as pesquisas científicas já existentes, traçando novas informações
aos profissionais e aos aspirantes à atleta da ginástica.
1.1 JUSTIFICATIVA
É com enorme satisfação que apresentamos a produção desse trabalho de
cunho investigativo no Curso de Educação Física da UNIJUI, especialmente na área
da ginástica. No entanto a ginástica da Universidade incentiva à participação da
comunidade local e regional, conquistando assim mais espaço.
A nossa trajetória na ginástica acrobática iniciou-se no ano de 1998, junto ao
Curso de Educação Física da UNIJUI. Onde, enquanto ginasta realizava os
primeiros treinamentos na modalidade. Esta participação nos incentivou a tomar
posições
e
buscar
novas
informações
de
aperfeiçoamento
que
teve
o
reconhecimento e o incentivo dos professores do Curso e também da comunidade
um modo geral.
Através de treinamentos, houve aprimoramentos da qualidade técnica na
execução de movimentos, ganhando assim força, flexibilidade, resistência e maior
controle das capacidades motoras e dos movimentos corporais, entendemos que a
ginástica proporciona o desenvolvimento e domínio das habilidades motoras
qualificadas, para os movimentos acrobáticos. Projeta no ginasta o reconhecimento
de ser importante assim Abrahão (2007, p. 150) ao falar do comportamento humana
observa:
O ser humano além de suas necessidades biológicas possui também
estados de necessidades psicológicas e sociais, os esportes ginásticos
desenvolvem os aspectos de personalidade, motivação para seus afazeres,
inteligência geral, especifica e psicomotora, criatividade, raciocínio espacial
e abstrato, influencia verbal, memória auditiva e visual, atenção e
concentração, inteligência social. Visando a educar e a desenvolver o
controle de suas emoções, cognições, comportamentos psicomotores e
sociais, proporcionando-lhe as melhores condições psicológicas para a
obtenção na sua qualidade de vida.
10
A busca por novos métodos de desenvolvimentos pedagógicos foi
incansável, participando em cursos entre os melhores centros de treinamento e
desenvolvimento da ginástica no Estado como: Clube Grêmio Náutico União (GNU);
Sociedade Ginástica Porto Alegre (SOGIPA); e Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS).
Portanto, o esporte denominado ginástica, compreendido com suas
diferentes ramificações regulamentadas pela Federação Internacional de Ginástica
(FIG), Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e a Federação Riograndense de
Ginástica (FRG) é área de interesse nos estudos acadêmico/científico.
Despertando a vontade de investigar mais a fundo o processo de
aprendizagem motora, através do método de ensino denominado prática mental4.
Abrindo espaço para futuras discussões sobre o assunto, com propósito em
acrescentar algo a mais no processo de ensino aprendizagem de crianças e
adolescentes na iniciação esportiva da ginástica.
1.2 PROBLEMA
Para Pelegrin (2009) a psicologia do esporte, apesar de ser uma área
recente tem por objetivo de estudo as particularidades psicológicas da atividade
esportiva e do esportista. Sendo assim é levantado o seguinte problema:
É possível o treinamento mental ser uma técnica adequada e
consistente para auxiliar no aprendizado da habilidade motora do mortal
grupado para trás no trampolim acrobático, em crianças aspirantes em se
tornar ginastas e praticar a modalidade esportiva de trampolim acrobático?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Verificar se o treinamento mental é relevante para a aprendizagem do mortal
grupado para trás no trampolim acrobático em crianças.
4
Repetição cognitiva de uma habilidade física na ausência de movimentos físicos manifestos. Implica
em imaginar o desempenho real do movimento (MAGILL, 1984, p. 231).
11
1.3.2 Objetivos Específicos
- Comparar o desempenho da habilidade motora na aprendizagem do
mortal grupado para trás para ambos os grupos, Experimental e de
Controle.
- Identificar se as dez aulas de ginástica de 30 minutos, dividida em três
seções por semana, são suficientes para a aprendizagem do mortal
grupado para trás.
- Evidenciar a eficiência do treinamento mental, aplicada ao grupo
experimental.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DESENVOLVIMENTO MOTOR
O mundo se transformou, e as acelerações no acesso as informações
fizeram com que o homem se adaptasse a essa nova rotina de mundo globalizado,
desencadeando o processo de conhecimento sobre questões atuais. Cada geração
acompanha o seu tempo de existência, hoje em dia as crianças tem tendência a
serem adultos sedentários em razão do computador, vídeo game, televisão entre
outros.
Uma criança quando nasce tem seu inicio de existência aqui na terra. Todo
processo de desenvolvimento motor e biológico, educação e convivência devem ser
monitoradas de perto pela família. Tani et al. (1998, p. 50) argumentam que a
“progressão do organismo, desde sua concepção até a maturidade plena
compreende dois aspectos que são o crescimento e o desenvolvimento”.
O mesmo autor acrescenta que o crescimento se refere ao aumento no
número de hiperplasia que é o aumento de número de células nos órgãos e tecidos,
ou hipertrofia das células que compões os diversos tecidos do organismo. O
desenvolvimento é considerado como transformações funcionais que ocorrem nas
células e, consequentemente, nos diferentes sistemas do organismo.
O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações
no comportamento motor (GALLAHUE; OZMUN, 2001). Essas alterações ocorrem
durante todo o período da infância até a vida adulta, onde o corpo humano
permanece sempre em constante desenvolvimento, sendo assim “o processo de
desenvolvimento motor é um estudo das alterações ou áreas do nosso organismo
sendo dividida em cognitivo afetivo, motor e social” (GALLARDO, 1997, p. 55).
Para entender melhor sobre a importância do funcionamento de um
organismo do ser humano, utilizamos uma comparação, não de forma equivocada,
porém para melhor entendimento do nosso corpo. Pode ele ser comparado a uma
maquina, digamos o motor de um carro, no qual possuímos todas as peças
essenciais, engrenagens, fios transmissores, fluídos, proteção e pontos de partida.
Toda a estrutura deve realizar sua função perfeitamente, se em algum caso uma
dessas ferramentas não estiver funcionando bem, nosso corpo não responderá da
mesma forma.
13
É preciso prestar atenção no crescimento e desenvolvimento das crianças,
certificando-se que tudo esta funcionando bem. Nosso corpo “máquina” é fragilizado,
os órgãos são tão vitais, que necessitam de constante reabastecimento de energia,
para continuar se desenvolvendo e crescendo. Quando um problema é
diagnosticado é procurado ajuda de um profissional ou médico experiente na área.
As mudanças no comportamento motor, afetivo e social ocorrem
individualmente, através de processos mentais como a motivação, processos físicos
como o peso e altura, e de inclusão social, que são resultantes do processo de
maturação de cada um. O indivíduo é visto como um ser único, não existe igual, seu
processo de desenvolvimento motor e aprendizagem dependem individualmente de
si mesmo.
É através dessas individualidades que modelos são propostos para explicar
a sequência de desenvolvimento motor e também aprendizagem de habilidade
motora, que Gallardo (1997, p. 57) propõe uma divisão em três períodos:
1. Movimentos reflexos.
2. Habilidades específicas do ser humano:
a) habilidades de manipulação simples (empurrar puxar e carregar ou
transportar);
b) habilidades de locomoção, de acordo com a posição em que é realizada
(rastejamento ventral, dorsal e lateral, gatinhando, sentado; quadrupeda
ventral e dorsal; e bipedia);
c) habilidades de manipulação combinada (lançar e recebe; saltar e cair; e
subir e descer).
3. Habilidades culturalmente determinadas.
A influência do ambiente cultural está presente nos três períodos.
Ao propor uma tarefa para uma criança estamos associando o fator
ambiente que de certa maneira influenciara no desenvolvimento da aprendizagem. O
ambiente é uma característica externa as quais se apresentam como sendo físicas,
de natureza própria (superfície, temperatura, iluminação e outras) e ainda
socioculturais, dependendo da influência do ambiente social e cultural ao qual o
indivíduo está inserido (MAZZONETTO, 2012, p. 14 apud HAYWOOD; GETCHELL,
2004; GALLAHUE; OZMUN, 2005).
Outro fator relacionado ao desenvolvimento motor da criança é a influência
dos pais, “a interação entre os pais e a criança cria um relacionamento mutuamente
recompensador e satisfatório, cuja importância não pode ser minimizada”
(GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 69). É preciso dosar a intensidade de estímulos, não
14
sobrecarregar a criança com muitas atividades, deixar que ela tenha sua própria
opinião sobre o que quer aprender.
Para quem está estudando sobre o desenvolvimento motor, Gallardo (1997,
p. 56) contribui argumentando que um dos principais interesses é compreender o
processo pelo qual os indivíduos desenvolvem as habilidades motoras através da
vida. A importância de saber cada passo, cada caminho por onde o desenvolvimento
percorre é fundamental, para compreender o desenvolvimento motor e a
aprendizagem de habilidade motora.
No entanto o desenvolvimento motor se da através de fases e estágios. Nos
próximos capítulos é buscado o entendimento do modelo teórico citado por Gallahue
e Ozmun (2001).
2.1.1 Fase Motora Reflexiva
É caracterizada pelos primeiros movimentos do bebê, que de forma
involuntária os realiza, através do contato, da luz, do som, entre outros. Inicia-se na
idade fetal e persiste até um ano de idade. Nessa fase inicial os indivíduos passam
pelo estágio de codificação de informações, através das atividades de reflexos o
bebê obtém resultados imediatos sobre o ambiente. Esses movimentos involuntários
fazem com que a criança comece a compreender e conhecer seu corpo e o mundo
que o cerca.
Dentro da fase motora reflexiva existem dois tipos de reflexos que ajudam a
compreender o desenvolvimento dessa fase, que são:
Os movimentos reflexos primitivos classificados como agrupadores de
informações e caçadores de alimentação e de reações protetoras, além de estimular
a atividade cortical e o desenvolvimento. E os reflexos posturais que compõe a
segunda forma de movimento involuntário e são notavelmente similares, mas são
inteiramente involuntários (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 99-100).
2.1.2 Fase de Movimentos Rudimentares
É a fase inicial de movimentos voluntários, ocorre desde o nascimento até
aproximadamente dois anos. Envolvem movimentos estabilizadores como: erguer a
cabeça, pescoço e músculos do tronco, tarefas que envolvem a manipulação como
15
alcançar, soltar, agarrar, além dos movimentos de locomoção que é o arrastar-se,
engatinhar e o caminhar (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 101-102).
2.1.3 Fase de Movimentos Fundamentais
É a fase em que a criança começa a explorar e experimentar suas
habilidades motoras. Da descoberta de como usufruir de uma variedade de
movimentos
estabilizadores,
locomotores
e
manipulativos.
Os
movimentos
fundamentais sofrem influência do ambiente, que oportunizam a prática e encorajam
a criança, tendo grande relação para a aquisição das habilidades fundamentais
maduras. Sendo vivenciado dos dois aos sete anos. Esta fase é caracterizada por
três estágios:
1. o estágio inicial é onde a criança começa a realizar as primeiras tentativas
de desempenhar uma habilidade fundamental. Ocorrendo entre os dois e
três anos;
2. o estágio elementar envolve maior controle e melhor coordenação rítmica
dos movimentos fundamentais, porém os movimentos ainda são restritos,
tem início no quarto ano de vida indo até os cinco anos;
3. o estágio maduro é caracterizado por desempenho de movimentos
eficientes e controlado. Ocorrem dos seis aos sete anos (GALLAHUE;
OZMUN, 2001, p. 103-105).
2.1.4 Fase de Movimentos Especializados
Depende exclusivamente dos movimentos fundamentais, porém nessa fase
o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a outras atividades, onde são
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações
mais complexas. Esse período depende de fatores ambientais, de tarefa e do próprio
indivíduo. Ocorre dos sete anos em diante. Passa por três estágios, sendo eles:
O Estágio Transitório associa aplicar os movimentos fundamentais ao
desempenho de habilidades motoras especializadas, proporcionando ações mais
controladas. As habilidades motoras transitórias contêm os mesmos elementos que
os movimentos fundamentais, mas confirma uma precisão e controle maior.
Ocorrendo no período de sete e oito anos de idade ou mais.
16
Estágio de Aplicação, o indivíduo é capaz de decidir, tomar decisões de
aprendizado e participação baseados em fatores da tarefa, individuais e ambientais,
ocorre aproximadamente aos onze anos se estendendo aos treze anos.
O Estágio de Utilização Permanente consiste na utilização dos movimentos
aprendidos durante toda a vida, ocorre dos 14 anos em diante (GALLAHUE;
OZMUN, 2001, p. 105-107). A amostra da presente pesquisa encontra-se no Estágio
Transitório.
Os mesmos autores afirmam que os indivíduos frequentemente funcionam
em fases diferentes, dependendo de seus ambientes de experiências e de certas
estruturas genética, bem como a cultura, o estimulo familiar e o escolar. Na verdade
esse
modelo
serve
como
um
quadro
de
referência,
onde
é
possível
identificar/observar todas as fases que uma criança deverá passar até se tornar um
adulto autônomo e independente.
Ao analisar o modelo citado à cima, professores e estudantes da
aprendizagem motora, contam com uma grande contribuição que objetiva auxiliar na
construção de um modelo de ensino para todas as crianças. Concordamos com Tani
et al. (1998) que esse modelo de classificação do desenvolvimento motor tem como
propósito servir de base para a programação de atividades motoras para a educação
física normal.
2.2 HABILIDADES MOTORAS
Habilidade motora pode ser classificada como forma de movimento
desenvolvida através de experiências ou práticas que levam a mudanças
permanentes no organismo (SCHMIDT, 1993; MAGILL, 1984; GALLARDO, 1997).
De maneira geral a habilidade motora é relacionada, com qualquer atividade
realizada pelo corpo humano, tais como, dirigir um carro, escrever, passar uma
roupa.
Experiências práticas contribuem para o aprendizado das habilidades, ao
repetir diariamente uma mesma tarefa o indivíduo é capaz de realizar essa tarefa
com mais praticidade. O corpo vai se costumando com o movimento realizado,
fazendo com que a tarefa fique mais fácil de executar. Sendo assim “A produção de
comportamentos habilidosos e a aprendizagem que leva ao seu desenvolvimento
são fortemente interligadas, na experiência humana” (SCHMIDT, 1993, p. 3).
17
A intenção também aprofundar o conhecimento da habilidade motora em
questão “mortal grupado para trás” realizado no trampolim acrobático, conhecendo
os diferentes componentes que fazem parte do aprendizado desta habilidade. O
desenvolvimento da aprendizagem nos esportes nos conduz a acreditar que a sua
prática contribui com a qualidade da aprendizagem do indivíduo.
Sendo assim:
A habilidade motora é uma ação complexa e intencional, envolvendo toda
uma cadeia de mecanismos sensórias, central e motor que, através do
processo de aprendizagem, se tornou organizada e coordenada, de forma a
alcançar objetivos predeterminados com máxima certeza (GALLARDO,
1997, p. 55 apud WHITING, 1975).
Tani et al. (1988, p. 87 apud WICKSTROM, 1997) definem uma habilidade
motora básica, como uma tarefa comum, com uma meta geral, sendo ela a base
para atividades motoras mais avançadas e altamente especificas. Então,
aprendizagem motora é um caminho no qual a criança se adapta a novas formas de
aprender.
Uma característica que não pode ser descartada, quando tratamos de
aprendizagem de habilidades motora é:
Quase todo ato motor ou movimento pode ser considerado uma habilidade.
É interessante observar, porém que todos esses atos que consideramos
habilidades motoras têm em comum a propriedade de que cada um precisa
ser aprendido para poder ser executado corretamente... Podemos definir,
então, habilidade neste contexto quando relacionada especificamente a
habilidades motoras, como aqueles atos ou tarefas que requerem
movimento e devem ser aprendidos a fim de ser executados corretamente
(MAGILL, 1984, p. 9).
A execução e ou aprendizagem de uma habilidade motora é observada e
associada ao indivíduo, que pode ser classificada no modelo teórico apresentado
por Gallahue e Ozmun (2001). Essa classificação aponta para a existência de uma
variedade de modelos que podem estruturar a prática da aprendizagem.
Um exemplo citado é quando um indivíduo encontra-se na fase de:
Habilidades motoras especializadas do desenvolvimento é, na essência, a
elaboração da fase fundamental. Habilidades especializadas são mais
precisas que habilidades fundamentais, pois, frequentemente, envolvem a
combinação de habilidades motoras fundamentais e requerem maior grau
de precisão (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 115).
18
Dessa maneira surgem diferentes estudos a respeito da aprendizagem de
habilidades motoras. Uma vez que ela varia de estágio para estágio na fase de
crescimento e desenvolvimento. Gallardo (1993, p. 53 apud TANI et al., 1998;
GALLARDO, 1993; MEDINA, 1983) apontam as principais características da
abordagem na aprendizagem motora sendo:
1. Uma abordagem microscópica que pretende atender as necessidades e
as expectativas da criança.
2. É uma visão interna que procura verificar o que ocorre no sistema
nervoso central do aluno quando este passa de uma estado de nãoconhecimento da habilidade para um estado onde esta habilidade se
torna aprendia e automatizada.
3. É uma visão finalista, pois sua meta principal é o domínio de Fe
habilidade de forma eficiente, sendo isso que direciona do o processo da
aprendizagem.
4. Seu objeto de estudo é o movimento e o seu paradigma de trabalho é o
controle/informação.
5. Na educação física se deu a partir do estudo de crianças maiores para
se chegar até crianças menores, ao contrario da psicologia que
preocupa-se com mudanças de comportamentos mas orienta sempre
para a gênese delas.
A aprendizagem de uma habilidade é a área que pode ser naturalmente
transformável e pesquisada, levando em conta o objetivo que essa aprendizagem
possui. O Educador, sim precisa conhecer o desenvolvimento motor da criança por
completa e também dominar o campo das habilidades motoras.
2.2.1 Classificação das Habilidades Motoras
De acordo com as literaturas estudas as habilidades motoras são definidas
em sentido amplo, como um complexo processo de desenvolvimento onde o
aprendiz tende em realizar qualquer tarefa do seu dia. Esse desenvolvimento pode
ser considerado na indústria, na terapia física quanto na terapia ocupacional,
rendimento esportivo e outras.
A área da aprendizagem motora, apesar de apresentar dificuldades que
tornam distintos o seu progresso, como no caso da terapia ocupacional onde a (re)
aprendizagem requer mais atenção. Schmidt (1993, p. 4) argumenta que as
“capacidades físicas adquirida dos alunos possam variar amplamente, os princípios
que levam à aplicação com sucesso são sempre os mesmos”.
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“A classificação das habilidades motoras é útil ao dar a oportunidade para
considerar habilidades motoras em termos do que ela tem em comum, em vez de
considerar quão diferentes elas são” (MAGILL, 1984, p. 14).
Schmidt (1993, p. 6) acrescenta que “existem vários sistemas de
classificação de habilidades que orientam para um olhar mais específico dentro do
estudo”. Já Magill (1984) argumenta que “quando analisamos habilidades motoras,
devemos constatas que não estamos apenas tratando de habilidades motoras
altamente complexas, mas também estamos comparando habilidades bem
diferenciadas em sua natureza”.
Continuando com a classificação das habilidades motoras, é apresentado a
proposta de Schmidt (1993) “onde os princípios da performance e aprendizagem
humanas dependem de alguma forma do tipo de habilidade de movimento a ser
executado”. Seguindo dessa forma sua classificação:
Habilidade motora aberta – é aquela no qual o ambiente é variável e
imprevisível durante a ação.
Habilidade motora fechada – é aquela o qual o ambiente é estável e
previsível.
Habilidade discreta – normalmente tem um inicio e fim definido,
frequentemente com uma duração de movimentos muito breve, lançar o receber
uma bola.
Habilidade continua – não tem um inicio ou fim específico, o
comportamento flui por muitos minutos. Ex: nadar correr ou pedalar.
Habilidades seriadas – considerada com um grupo de habilidades discretas
sequenciadas para se transformar em uma ação habilidosa nova e mais complexa.
Habilidade motoras e cognitivas – nessa relação compreende-se que o
principal êxito da habilidade motora é a própria qualidade do movimento, onde a
percepção e as decisões de que movimento realizar estão quase ausentes. Em
relação a habilidade cognitiva a natureza do movimento não é levado em conta, e
sim as decisões de que movimento fazer são muito importantes.
Magill (1984, p. 15-17) destaca a classificação das habilidades motoras
considerando quatro aspectos, em que cada sistema de classificação está baseado
na natureza geral das habilidades motoras relativas a certos aspectos específicos
dessa habilidade.
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A primeira classificação é relacionada com a precisão de movimento,
levando ao desenvolvimento de duas categorias: as habilidades motoras globais e
habilidades motoras finas. As habilidades motoras globais não necessitam tanto da
precisão de movimento, já que envolvem a utilização de grandes grupos musculares.
A maioria das habilidades esportivas é considerada global.
Habilidades motoras finas são caracterizadas por envolver os pequenos
músculos do corpo, tornando seu desenvolvimento um objetivo de execução bem
sucedida da habilidade. As habilidades motoras finas por sua natureza requerem um
grande foco na precisão de movimento.
Pontos iniciais e pontos finais bem definidos também abre espaço para
uma subclassificação de acordo com sua natureza. Habilidade motora discreta que
possui pontos de inicio e fim do movimento. Habilidade motora continua onde não
tem pontos distintos de inicio e término do movimento. E habilidades motoras
seriadas, quando surgem respostas a outros estímulos imediatamente ou a para um
estimulo seguinte.
Estabilidade do ambiente totalmente relacionada com a situação real do
ato da execução da habilidade, abrindo classificação para dois tipos de habilidade as
abertas e as fechadas. As habilidades abertas envolve um ambiente imprevisível e
com continua mudanças. Já as habilidades motoras fechadas denominam-se pelo
ambiente sendo estável e previsível. Além do mais outra situação surgiu com
expressão de autocompassada designada a medida com que o executante inicie a
ação.
Controle de Feedback (retroinformação) relativamente associada a
informação da tarefa, gerando assim duas naturezas de habilidades, as de circuito
fechado e as de circuito aberto. Habilidades de circuito fechado diz respeito se
indivíduo pode usar a informação durante o percurso do próprio movimento. As
habilidades de circuito aberto referem-se quanto ao retorno de informações, onde
não pode sofrer ajustes frente a uma situação.
Então é possível afirmar que em ambos os estudos, os autores classificam o
processo de desenvolvimento e aprendizagem motora de forma segmentada. Onde
Magill (1984) parte de quatro pontos essências para desenvolver a classificação das
habilidades motoras. No qual Schmidt (1993) corrobora e argumenta sobre cada
classificação da habilidade motora.
21
Toda classificação vai depender de como a habilidade motora é observada,
quais os mecanismo que ela utiliza e qual é sua interação em relação ao movimento
e o espaço. Todo movimento pode ser melhorado pelo seu executante, se
devidamente orientado, através do domínio progressivo da aprendizagem de novas
habilidades.
No caso da habilidade em estudo no presente trabalho podemos classifica-la
sendo uma habilidade motora fechada, discreta e por tratar-se de iniciação da
aprendizagem motora de predominância cognitiva. Onde a informação é relevante
para que o domínio da aprendizagem seja satisfatório, levando ao indivíduo o
desafio de aprender uma nova habilidade motora da ginástica.
2.3 APRENDIZAGEM DE HABILIDADE MOTORA
O processo de aprendizagem de habilidades sofre grandes mudanças ao
longo dos anos, a partir da década de 70, se procura investigar os mecanismos
internos básicos responsáveis pela produção de movimento e a mudança no
comportamento (TANI et al., 1998). Dai em diante, os estudos a cerca da
aprendizagem motora, procuram mostrar não apenas como o indivíduo aprende,
mas também o que ocorre com seu corpo.
Um dos grandes objetivos da aprendizagem motora é relacionado às novas
mudanças no comportamento motor. Pois quando o indivíduo aprende novas
habilidades, ele está sujeito a responder corporalmente e mentalmente sobre o
resultado dessa aprendizagem. “Neste processo é possível investigar o que
acontece com o indivíduo, quando este passa de um estado em que não sabia, para
um estado que agora esta sabendo” (TANI et al., 1998, p. 91).
Aprender uma nova habilidade motora requer a capacidade de desenvolver
no indivíduo novas tendências de movimentos. Colocando o indivíduo frente a uma
nova realidade a ser aprendida, para que no futuro ela possa ser apresentada. “O
desenvolvimento é um processo continuo em todos os domínios do ser humano”
(OLIVEIRA, 2002, p. 17).
Para Gallardo (1997, p. 66 apud CANFIELD, 1981) “um aluno está apto a
aprender atividades mais complexas quando as destrezas e as habilidades que
antecedem estiveram presentes no repertório motor”. Ele só ira aprender o novo se
estiver o domínio das habilidades motoras básicas, e se estiver preparado
22
fisicamente e psicologicamente para receber uma nova etapa de informações e
aprendizagens.
A aprendizagem motora requer estabelecer novos princípios para continuar
aprendendo. Influenciar o corpo a não regressar se acomodando com o que já foi
aprendido. Como Kosloski (2006, p. 18) afirma que a “aprendizagem é como uma
ação de aprender, adquirir uma nova conduta ou modificar uma conduta anterior”.
2.3.1 Nível de Ansiedade
É esclarecido que indivíduos se diferenciam pelo seu processo de
desenvolvimento e aprendizagem motora, muitos estudos procuram investigar quais
os fatores relativos que interferem na aprendizagem. Um dos estudos feito por Magill
(1984, p. 244) cita a interferência da tarefa e o nível de ansiedade, “onde a
predisposição de um indivíduo de considerar uma situação ameaçadora”, ou seja, o
nível de ansiedade de uma pessoa pode interferir diretamente na sua aprendizagem.
Existem dois tipos de ansiedade mencionadas por Magill (1984), sendo elas
ansiedade de traço que é característica da personalidade da pessoa e a ansiedade
de estado a qual está ligeiramente ligada à ativação ou incitação do indivíduo, onde
que a ansiedade de estado é um efeito negativo, que níveis muitos elevados são
extremamente desagradáveis ao indivíduo.
Por outro lado a ansiedade não pode ser confundida com o medo, pois
segundo Pelegrin (2009, p. 1) “a ansiedade é um sentimento característico do ser
humano que se manifesta quando o sistema nervoso central recebe excessiva
agitação perante situações de perigo, medo, tensão e outras”. Ou quando se esta
prestes a desenvolver uma tarefa, que vá exigir do executante máxima
concentração, desempenho e superação.
Dentro da preparação psicológica, do domínio dos níveis de ansiedade para
a aprendizagem motora no esporte o é considerado:
[...] que a preparação psicologia esta em acelerar processos naturais de
desenvolvimento das qualidades psíquicas e propriedades da personalidade
mais relevantes ao esportista. Ela contribui para o desenvolvimento à
autoeducação e do autoaperfeiçoamento ativo esportista (PELEGRIN, 2009,
p. 15 apud RUBIO, 2001).
23
A preparação psicológica do indivíduo tem como objetivo inibir e contribuir
para que ele não sofra com ansiedade em nível de aprendizagem motora. Suprindo
assim
uma
necessidade
metodológica
imposta
junto
ao
programa
de
desenvolvimento e aprendizagem de habilidades motoras. Fundamentada na
capacidade de fazer pensar e o que pensar para melhorar.
2.3.2 Habilidade Motora “Mortal Grupado para Trás”
O modelo técnico de execução do mortal grupado para trás, utilizado como
base de comparação de desempenho dos sujeitos da amostra do presente trabalho,
é descrito passo a passo seguindo as três fases do salto, mencionada por Peixoto,
Fernandes e Martins (1990, p. 70-71):
... o corpo realiza uma rotação transversal à atrás de (360°), em posição
engrupada, em que os pontos de encontro, são sempre no centro de
gravidade corporal.
Fase de impulsão “Take off” – O tronco encontra-se em extensão
ligeiramente inclinado para trás, com os membros superiores para cima à
vertical e a cabeça em posição normal, com o olhar dirigido as proteções. A
bacia deve estar em retroversão, unificando o troco e membros inferiores. O
centro de gravidade sobe na vertical e os membros inferiores vão à
extensão total a fim de utilizar o máximo de impulsão.
Fase aérea – O corpo elava-se animado de uma rotação atrás, depois do
alongamento completo, com os braços no seu prolongamento. Os membros
inferiores são flexionados colocando as coxas junto ao peito e as mãos
agarrando abaixo dos joelhos, definindo a posição engrupada num ângulo
máximo de (90º). O olhar deve estar dirigido para os joelhos. Esta posição
corresponde à de um rolamento à retaguarda engrupado para trás no solo.
Abertura o mais cedo possível e definida a partir dos 180º, através do
alongamento do corpo, extensão das pernas e da bacia simultaneamente,
parando o movimento de rotação, na preparação da recepção.
Tecnicamente é importante a abertura cedo, o que depende de eficácia
inicia, permitindo ao aluno ver a zona de recepção e assim melhor controlala.
Fase de recepção “Landing” – A rotação prossegue do corpo em
extensão correta e após a horizontal nos últimos (45º), prepara-se o impacto
na lona através duma ligeira flexão dos membros inferiores sobre o tronco,
para uma recepção eficaz. Os braços que se encontravam ao longo do
corpo em consequência da abertura, relevam-se durante o impacto com a
lona, bloqueando-se antes do fim da impulsão seguinte.
Após ter entendido sobre as ações técnicas que devem ocorrer com o corpo
ao realizar a habilidade acrobática do mortal grupado para trás no trampolim
acrobático. Fica esclarecido que existem três fases de classificação deste
movimento, segundo Peixoto, Fernandes e Martins (1990).
24
No presente trabalho essas fases do movimento se apresentam da seguinte
forma: 1. Tomada de impulsão; 2 Rotação sobre seu próprio eixo; 3 Execução do
mortal e 4. Confiança na execução e auxílio.
2.4 TREINAMENTO MENTAL (TM)
O treinamento mental contribui com o desenvolvimento da capacidade de o
indivíduo se concentrar frente uma tarefa. Para o treinamento mental se tornar uma
ferramenta útil na aprendizagem, é necessário fazer parte do cronograma de
desenvolvimento (físico, técnico ou tático).
Proporciona ao seu praticante uma preparação psicológica, voltada para o
domínio da confiança, medo, ansiedade, que estão diretamente associados na
transformação de fazer, ou aprender uma nova habilidade. Sendo assim, “o
treinamento das habilidades mentais refere-se aos procedimentos que acentuam a
habilidade de o atleta usar sua mente para alcançar de modo efetivo as metas no
esporte” (ELLIOTT; MESTER, 2000, p. 100).
Weineck (1999, p. 597) argumenta que o “TM é aplicável a qualquer método
de treinamento para a otimização das condições de aprendizado, influenciadas por
fatores internos e externos”. A área de atuação da psicologia esportiva ganha
espaço na medida em que a prática esportiva vai sendo impulsionados, com a Copa
do Mundo e Jogos Olímpicos 2016, eventos sediados no Brasil.
Sendo assim, Magill (1984, p. 231) define a prática mental como:
A repetição cognitiva de uma habilidade física na ausência de movimentos
físicos com a mediação, cuja conotação, geralmente, envolve a mente em
pensamento profundo de forma tal a bloquear a consciência do que está
acontecendo com o indivíduo ou a seu redor.
Treinamento mental, não deve ser confundido com meditação, onde para
Magill (1984, p. 231) argumenta que a meditação “envolve a mente em pensamento
profundo de tal forma a bloquear a consciência do que está acontecendo com o
indivíduo ao seu redor”. E o treinamento mental é um método que vai fazer o
indivíduo focar com profundidade no objetivo do resultado do trabalho.
25
Oliveira (2002, p. 35 apud SAMULSKI, 1995, p. 62) entende por treinamento
mental um meio de treinar a imaginação de forma planejada, repetida e consciente
das habilidades motoras e técnicas esportivas. O simples fato da reflexão, quando
focamos nosso ponto poder ser considerado uma forma de prática mental. Em
pesquisas recentes da revisão bibliográfica do sobre o treinamento mental Elliott e
Mester (2000, p. 103 apud WILLIAMS; KRANE, 1993):
Concluíram que certas habilidades mentais e atributos psicológicos foram
repetidamente associados ao alto rendimento em alguns atletas, incluindo:
organização dos objetivos, aumento da autoconfiança e da concentração,
uso da visualização e da imagem, autocontrole da ativação,
desenvolvimento de habilidades para lidar, melhor em situações imprevistas
e distrações, planos de preparação mental, desenvolvimento de rotinas e de
planos de competitividade, níveis altos de motivação e de
comprometimento.
Mudanças positivas, qualificações em torno do treinamento das capacidades
físicas, técnicas, táticas e psicológicas dos atletas vão colaborar para uma melhora
na aquisição de novas habilidades motoras. Se trabalhar partindo de um bom
cronograma de treinamento, todos os objetivos poderão ser alcançados sem
grandes preocupações.
2.4.1 Técnicas para o Treinamento Mental
Diferentes técnicas são apresentadas para desenvolver estratégias de
aprendizagem através do treinamento mental. Para Weineck (1999, p. 587) esses
métodos podem ser classificados de com seus objetivos:
1 método psicológico para melhoria da recuperação e aumento do
desempenho físico; 2 métodos psicológicos para melhoria do processo de
aprendizagem técnica; 3 métodos psicológicos para a preparação de
distúrbios físicos que influenciam o desempenho do esportista.
De modo mais objetivo Elliott e Mester (2000, p. 100) esclarecem que o
treinamento das habilidades mentais “acentuam a habilidade de o atleta usar sua
mente para alcançar de modo efetivo as metas no esporte”. Podendo chegar a
máxima performance esportiva através da utilização do treinamento mental durante
o treinamento esportiva na ginástica.
26
Oliveira (2002, p. 37 apud EBERSPÄCHER, 1990, p. 81) argumenta que o
treinamento mental esta dividido em três seguimentos ou, seja: “treinamento
subvocal, treinamento ideomotor, treinamento oculto da preparação”. Explicados da
seguinte forma:
a) Treinamento subvocal: definido como um repetição mental do movimento
em forma consciente por meio de uma auto conversação.
b) Treinamento ideomotor: em contraposição ao treinamento oculto da
percepção, o treinamento deve utilizar e profundamente a percepção
interna do movimento. Nesse processo, todo o indivíduo deve procurar
transladar-se em movimentos para poder sentir, vivenciar a sensação
dos processos internos que ocorrem na execução do movimento.
c) Treinamento oculto da percepção: deve-se observar por meio dos olhos
mentais (imaginação), uma visão, sobre a prática do movimento que a
própria pessoa realiza. Visto de forma, seria como se o atleta visse um
filme dele próprio executando uma habilidade motora, ou seja, ele seria o
espectador.
Na presente pesquisa, durante a realização da seção mental, foi utilizado o
treinamento ideomotor, onde o ginasta deitava nos solo de maneira confortável e
relaxada e imaginava toda a ação a ser desenvolvida por ele, com os olhos fechados
e fim de realizar também uma reflexão da ação a ser executada. Para Weineck
(1999, p. 596) o TM é tão importante quanto o treinamento prático e se divide em
exercícios mentais de informação verbal, de concepção do movimento (imaginação
do movimento) e exercícios de observação.
Nesse sentido, o pesquisador se torna o orador da situação em que o
ginasta deve se submeter a executar. Informando verbalmente toda a ação por ele a
ser desenvolvida com finalidade de atingir seu máximo êxito em sua performance
durante a prática do movimento.
2.5 TRAMPOLIM ACROBÁTICO
O Trampolim acrobático, também conhecido popularmente como camaelástica, faz parte do quadro de modalidades pertencentes à ginástica em nível
Internacional, Nacional e Gaúcho. O Trampolim como esporte foi criado por George
Nissen em 1936 e foi institucionalizado como modalidade esportiva nos programas
de Educação Física em escolas, universidades e treinamentos de militares (POL et
al., 2006).
27
Para os mesmos autores, o trampolim acrobático é criado como uma forma
de diversão onde pessoas poderiam saltar cada vez mais alto, aterrissar de
diferentes formas do corpo, proporcionando satisfação em realizar movimentos
diferenciados. Aterrissar de joelhos, sentado, costas barriga, além de sentir o corpo
voando no espaço é maneiras de explorar o aparelho.
Em sua trajetória foram sendo agregados outros mecanismos que poderiam
ser desenvolvidos nas pessoas. Como na preparação de pilotos da força aérea dos
EUA, que objetivava o treinamento da concentração, também servindo para
contribuir com o treinamento de astronautas, simulando as diferentes posições do
corpo durante o voo, durante a segunda guerra mundial (POL et al., 2006, p. 3).
Além de atividade recreativa e também orientada para o desenvolvimento
militar, o trampolim acrobático é visto por Peixoto, Fernandes e Martins (1990, p. 9)
como uma excelente maneira que permite “o aluno uma compreensão e aquisição
de técnicas cada vez mais complexas, partindo de movimentos simples que são no
fundo, técnicas de execução numa concepção modelo”. É uma atividade que por sua
natureza envolve mecanismos contínuos, onde a troca de movimentos corporais é
constante.
O trampolim acrobático é composto por uma estrutura de ferro em forma de
um retângulo medindo 5,05 m de comprimento e 2,91m de largura. A estrutura é
conectada por uma rede através de molas essa rede tem as seguintes medidas 4,28
m de comprimento e 2,14 m largura ficando a 1,55 m de altura. Na rede do
trampolim existe uma área chamada zona de salto, ela é destacada com linhas
vermelhas sua medida é 2,15 m de comprimento e 1,08 m de largura, sendo mais
restrita ela auxilia na orientação dos saltos que o ginasta executa.
2.5.1 Gabarito do Trampolim Acrobático
Ver quadro 1 na página a seguir.
28
1 Tomada de
impulsão:
Pressão/altura,
perfeita
coordenação dos
membros inferiores,
superiores e tronco;
boa altura do
corpo.
2 Rotação sobre
seu próprio eixo:
Altura máxima,
grupamento das
pernas com o um
ligeiro abraçar das
pernas, inferindo
velocidade no giro
do corpo.
3 Execução do
mortal:
Conclusão do giro,
extensão de pés e
pernas e controle
de braços e queda
equilibrada e sem
auxílio.
4 Confiança na
execução e auxílio.
1 Ponto (I): apenas consegue elevar-se da lona sem qualquer percepção
com a postura.
2 Pontos (S): consegue sair da lona e tem noção de estender as pontas dos
pés.
3 Pontos (B): consegue estender as pontas dos pés e as pernas.
4 Pontos (MB): coordena as pontas dos pés, estender as pernas com
elevação lateral dos braços.
5 Pontos (E): perfeita coordenação dos membros superiores, inferiores e
tronco com altura ideal (platô).
1 Ponto (I): sem altura e queda de costas.
2 Pontos (S): pequena altura com extensão de pés e pernas com giro caindo
sobre os joelhos.
3 Pontos (B): altura média, extensão de pés e pernas e elevação de braços e
tentativa de grupar as pernas, caindo sobre os joelhos.
4 Pontos (MB): boa altura, coordenação de pés, pernas e elevação dos
braços, ligeiro abraçar de pernas, rotação do tronco, abertura das pernas e
queda sem controle.
5 Pontos (E): boa altura, coordenação de pés, pernas e elevação dos braços,
ligeiro abraçar de pernas, rotação do tronco, abertura das pernas com
controle da queda e braços elevados.
1 Ponto (I): não conseguir girar e abrir o tronco.
2 Pontos (S): giro mas não consegue abrir o tronco.
3 Pontos (B): abre o tronco mas não consegue dominar os membros
superiores, inferiores e tronco.
4 Pontos (MB): abre o tronco, estende os braços, as pernas, pés e tronco
mas não consegue cair equilibrado.
5 Pontos (E): execução perfeita do mortal para trás, domínio de membros,
tronco e equilíbrio.
1 Ponto (I): totalmente contraído sem qualquer domínio do corpo.
2 Pontos (S): continua contraído e depende do auxílio.
3 Pontos (B): depende do auxilio com confiança no mesmo, mostrando
descontração.
4 Pontos (MB): depende do auxilio mas domina perfeitamente os
movimentos.
5 Pontos (E): executa o mortal e não depende do auxilio do professor.
Quadro 1: Gabarito do mortal grupado para trás no trampolim acrobático
Fonte: Schonardie Filho e Fernandes (2013).
2.5.2 Fases do Movimento no Trampolim Acrobático
Durante a realização dos saltos, em sua trajetória vertical, Peixoto,
Fernandes e Martins (1990, p. 13) segmentam as fases do salto em três
classificações:
Fase 1 – A saída da lona: após o contato inicial para desenvolver a pressão
máxima na lona, a lona sede para baixo, voltando para a posição inicial e
impulsionado o ginasta para cima, tem duração de ¼ de tempo em que o ginasta se
encontra em fase aérea.
29
Fase 2 – Fase aérea: durante a fase aérea é realizado todas as técnicas
possíveis. Seu tempo é quase metade do tempo gasto para a execução de uma
técnica, desde o salto até sua recepção na lona.
Fase 3 – A recepção: consiste no último ¼ do tempo total, em que se inicia
o seu contato com a lona, até sua depressão máxima.
Para aprender uma habilidade acrobática no trampolim é fundamental que o
ginasta domine as fases do salto, bem como utilize as técnicas essenciais para
conseguir êxito. O domínio da postura com a qual o ginasta aborda o aparelho é
muito importante, através do centro de massa é possível controlar o corpo no
momento em que ele se desloca sobre o aparelho.
30
3 METODOLOGIA
Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos do presente
estudo, bem como: o tipo de pesquisa, população e amostra envolvida, instrumentos
e materiais utilizados, e os procedimentos da coleta de dados de forma descritiva.
Segundo Cruz e Ribeiro (2003, p. 17) a pesquisa caracteriza-se com experimental
que “envolve técnicas de coleta e apresentação de dados e uma discussão
qualitativa de resultados”.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem como característica testar um experimento, utilizando em
sua proposta as técnicas do treinamento mental para a aprendizagem de habilidade
motora mortal grupada para trás no trampolim acrobático.
“A pesquisa experimental tem como objetivo manipular diretamente as
variáveis relacionadas com o objeto de estudo, proporcionando uma relação de
causa e efeito e mostrando de que modo o fenômeno é produzido” (MATTOS, 2004,
p. 16).
O pesquisador atuou como professor para dois grupos de alunos, onde que
o objeto de estudo é a aprendizagem da habilidade motora através do treinamento
mental, em aparelho específico da ginástica, o trampolim acrobático. O grupo
Experimental é caracterizado por ser uma variável independente, o qual sofre a
manipulação do investigador para verificar, influência que exerce sobre um possível
resultado, nesse caso, para este grupo, o elemento manipulador é a utilização da
técnica do treinamento mental.
O outro grupo, o de Controle, é caracterizado como uma variável
dependente, que é a consequência da influência de outras variáveis, e não a do
treinamento mental, pois neste estudo para o grupo de Controle é utilizado apenas
aulas para aprendizagem da habilidade motora, onde não é testado o experimento
de treinamento mental (MATTOS, 2004). Assim, ao testar um método de
aprendizagem na pesquisa experimental, agrega-se ao trabalho o método descritivo
para registrar, analisar e correlacionar os resultados obtidos.
31
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população no estudo é constituída por escolares do ensino fundamental da
Escola Francisco de Assis de Ijuí – RS de ambos os sexos. A amostra é constituída
por seis estudantes de ambos os gêneros nove a onze anos de idades, sendo três
alunos participantes do grupo de Controle e três alunos para o grupo Experimental.
3.3 INSTRUMENTOS E MATERIAIS
Foram utilizado na pesquisa, folhas de oficio, caneta, Cronômetro, além da
estrutura física do ginásio Centro de Treinamentos e Vivências Cadagy, trampolim
acrobático, uma filmadora digital marca Sony, modelo: DSC-S930 2,4V, ficha
individual de avaliação da execução do mortal grupado para trás, gabarito do mortal
grupado para trás, um notebook para armazenamento e análise dos vídeos.
3.4 PROCEDIMENTOS
A coleta de dados foi realizada no ginásio Centro de Treinamento e
Vivências Cadagy, localizado na Sede Acadêmica da Universidade. O convite para
os alunos fazerem parte da pesquisa foi realizado a partir de comunicado escrito
para os alunos da Escola Francisco de Assis entregue em sala de aula.
No primeiro contato com os integrantes da pesquisa foi realizada a
apresentação da proposta de trabalho, juntamente com o objetivo da pesquisa sob a
programação de dez encontros. Os alunos entregaram também, a ficha de
autorização assinada pelos pais ou responsáveis, com o consentimento de seu em
filho participar da pesquisa.
No primeiro encontro é aplicado o pré-teste para ambos os grupos. O
objetivo do pré-teste é observar o desempenho prático inicial da habilidade motora
do mortal grupado para trás no trampolim acrobático de cada aluno. De acordo com
os resultados obtidos no pré-teste é possível avaliar o desempenho da execução do
aluno com base na “Ficha de avaliação de execução do mortal grupado para trás no
trampolim acrobático” (ANEXO A).
32
Essa ficha foi elaborada pelo pesquisador e o orientador do trabalho com
base na execução do mortal grupado para trás, segmentando-o em quatro partes
importantes da execução do mortal grupado para trás: 1 tomada de impulsão; 2
rotação sobre seu próprio eixo; 3 execução do mortal; e 4 confiança na execução e
auxílio. A finalidade dessa ficha é de perceber o nível de execução em que o aluno
se encontra.
Dentro de cada segmento da habilidade motora, foi atribuída um critério de
notas dispostas entre 1 e 5. Como são 4 segmento o valor total que o aluno pode
atingir é 20 pontos. Cada pontuação obtida pelo aluno é atribuída a partir do
“Gabarito do mortal grupado para trás no trampolim acrobático” (Ver 2.5.1), que deu
origem, através de fundamentações explicativas aos valores das notas da ficha de
avaliação, também produzido pelo pesquisador e o orientador do trabalho.
O gabarito é uma ferramenta fundamental para a classificação da habilidade
motora de mortal grupado para trás, sendo indispensável para a realização da
avaliação do desempenho de cada aluno, fornece informações para a detecção do
nível apresentado. A ficha de avaliação e o gabarito do mortal são instrumentos que
auxiliam na formulação dos resultados obtidos da pesquisa.
Durante os dez encontros, as aulas foram realizadas normalmente para
ambos os grupos, a diferença está empregada na metodologia nas aulas adotadas
de cada grupo. O grupo de controle recebeu apenas orientações práticas para a
aprendizagem, e o grupo experimental além das orientações práticas recebeu
também a parte do experimento que é a utilização da técnica do treinamento mental
(treinamento ideomotor) que implica na execução mental do movimento (WEINECK,
1999, p. 597).
No quinto e no décimo encontro foram analisados movimentos tendo-os
como teste e pós-teste. Por fim foi realizada uma discussão comparativa dos
resultados.
3.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo foi delimitado por três crianças do grupo Experimental e o de
Controle, voluntárias com idades de 9 a 11 anos. Para a análise dos dados foi
elaborado em gabarito do mortal grupado para trás no trampolim acrobático e uma
ficha individual que registra o desempenho do aluno no final de cada aula.
33
Foram realizadas dez aulas para ambos os grupos, sendo que o grupo
experimental recebeu o reforço das técnicas do treinamento mental. As aulas foram
realizadas de 06/11 até 04/12/2013, com três encontros semanais de duração de
30min.
A análise do desempenho dos alunos foi feita através da observação direta
dos vídeos filmados individualmente e foram escolhidos a 1ª aula como pré-teste, a
5ª aula como teste do desempenho dos alunos e a 10ª aula como pós-teste para
verificarmos a que nível de desempenho os alunos atingiram em ambos os grupos.
34
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A intenção inicial era de analisar o desempenho motor do mortal grupado
para trás em todas as dez aulas realizadas para os dois grupos, o Experimental e o
de Controle. Percebemos que ao fazer a filmagem de cada executante em cada aula
era muito dificultoso devido o pouco tempo que dispúnhamos para as aulas e
poderia desviar atenção do pesquisador.
Diante deste fato optamos por registrar o desempenho motor do mortal
grupado para trás em três aulas: a primeira aula realizada no dia 06/11/2013, como
informação de pré-teste; a quinta aula, realizada no dia 18/11/2013 como teste; e a
última aula, realizada no dia 04/12/2013 como pós-teste. Não foi feito o reteste que
confirmaria se a aprendizagem efetivou-se ou não. Esta parte ficará para uma nova
pesquisa que buscará maiores informações, principalmente estatística, sobre
aprendizagem motora com auxílio das técnicas do treinamento mental.
Fases do mortal grupado
para trás
1 - Tomada de impulsão, pressão/altura
2 - Rotação sobre seu próprio eixo
3 - Execução do mortal
4 - Confiança na execução e auxílio
Total por aula
1ª aula
5ª aula
10ª aula
7
6
5
8
26
8
6
5
8
27
9
6
5
8
28
Total por
fase
24
18
15
24
Quadro 2: Somatório das três aulas analisadas do grupo experimental extraído
da ficha de avaliação individual e do gabarito do mortal grupado para trás no
trampolim acrobático, dezembro de 2013
Nas quatro fases da execução do mortal grupado para trás do grupo
Experimental foram feitos o somatório do desempenho das crianças na 1ª, 5ª e 10ª
aulas. No total de pontos, em cada fase, das três crianças analisadas, percebemos
que as crianças demonstraram confiança e coragem na tentativa de executar o
mortal e no seu professor.
O Grupo Experimental que trabalhou com as técnicas do treinamento
mental, obteve um número superior de pontos nas quatro fases do movimento
comparados com o somatório do Grupo de Controle no Quadro 3. O treinamento
mental requer a repetição cognitiva de uma tarefa motora sem a manifestação
corporal (MAGILL, 1984; ELLIOTT; MESTER, 2000; WEINECK, 1999).
35
Durante o treinamento ideomotor denominado por Weineck (1999, p. 597), o
qual foi utilizado para o Grupo Experimental, foi percebido que após a seção os
alunos deste grupo se sentiam cansados. A seção iniciava solicitando aos alunos
deitarem decúbito dorsal no solo, para escutar as informações sobre o treinamento
mental, utilizado nos dez encontros:
Mentalização:
“Agora deite no chão com a barriga para cima, relaxe se corpo e sua mente,
esvazie sua cabeça de qualquer pensamento, sinta o silêncio e a paz que esse
momento oferece. Respire fundo por três vezes, puxando o ar pelo nariz e soltando
devagarzinho pela boca. Agora você esta em cima da cama elástica, e você
posicionado em pé, pronto para iniciar a sequência de saltos em extensão. Durante
os três primeiros saltos cinta seu corpo subindo e descendo sobre a tela da cama
elástica, perceba toda amplitude do seu salto, do inicio até o fim. Imagine agora seu
corpo iniciando uma rotação para trás na altura máxima do seu salto. Através do
grupamento das pernas em direção ao peito e da leve inclinação do tronco para trás,
vai fazer com que você gire sobre seu próprio eixo para trás. O mortal de costas
estará completo quando você estender suas pernas para ficar em pé. Respire fundo
por três vezes e imagine novamente essa série em sua mente”.
Para qualificar o treinamento mental o mesmo Weineck (1999) sugere o
treinamento da percepção de informações pró-perceptivas que consiste na
observação da realização de um movimento e no treinamento subvocal que é a
descrição do movimento para si. Weineck (1999) também alerta que os resultados
do somatório se torna razoável pela implantação do treinamento ideomotor no
cronograma das aulas, mas que poderia sofrer melhor desempenho, caso fosse
utilizado outras técnicas de treinamento mental, como o subvocal e de percepção.
Fases do mortal grupado para trás
1 - Tomada de impulsão, pressão/altura
2 - Rotação sobre seu próprio eixo
3 - Execução do mortal
4 - Confiança na execução e auxílio
Total por aula
1ª aula
5ª aula
10ª aula
4
3
3
4
14
6
3
3
6
18
7
3
3
6
19
Total por
fase
17
9
9
16
Quadro 3: Somatório de três aulas analisadas do grupo de controle extraído da
ficha de avaliação individual e do gabarito do mortal grupado para trás no
trampolim acrobático, dezembro de 2013
36
Nas quatro fases da execução do mortal grupado para trás do Grupo de
Controle também, foram feitos o somatório do desempenho das crianças na 1ª, 5ª e
10ª aulas. No total de pontos em cada fase das crianças analisadas, percebemos
que as fases inicial e final (1ª e 4ª fases) as crianças tiveram um melhor
desempenho motor do que nas fases intermediarias (2ª e 3ª fases).
A influência dessas fases está relacionada com a tarefa no processo de
desenvolvimento motor. Uma vez que as (1ª e 4ª fases) são caracterizadas como
movimento inicial de tomada de impulsão e de confiança na execução do movimento
final. E a 2ª e 3ª fases, são consideradas como tarefas mais complexas, envolvendo
mais habilidade como na rotação do seu próprio eixo e execução do mortal.
Com relação à 1ª fase, a de impulsão Magill (1984) e Schmidt (1993)
percebe-se que a tomada de impulsão é considerada como uma habilidade motora
fechada de natureza global, onde o equilíbrio inicial vai depender de toda a ação
motora executada pelo indivíduo. A confiança na execução é transmitida do
professor para o aluno através das informações explicativas e da segurança
percebidas pelas crianças.
A rotação sobre seu próprio eixo e a execução do mortal, são consideradas
habilidades motoras fechadas e a exigência da ação motora é considerada de
natureza fina os quais “requerem um controle dos músculos pequenos do corpo, a
fim de atingir uma execução bem sucedida” (GALLARDO, 1997, p. 71).
A habilidade motora em si, mortal grupado para trás, é classificada como
uma habilidade motora fechada de maneira seriada, e de natureza motora. Na fase
inicial do aprendizado para a criança que está aprendendo as informações de cada
ação do movimento é sempre presente (MAGILL, 1984; GALLARDO, 1997;
SCHMIDT, 1993).
Embora o desempenho deste grupo de Controle Quadro 3, seja menor
comparado com o somatório do grupo Experimental Quadro 2, as características
apresentadas no desempenho são semelhantes. Podemos presumir que o somatório
em prol do grupo experimental tenha haver com a explicação das técnicas do
treinamento mental.
37
Fases do mortal grupado para trás
1 - Tomada de impulsão, pressão/altura
2 - Rotação sobre seu próprio eixo
3 - Execução do mortal
4 - Confiança na execução e auxílio
Total por aula
Grupo
experimental
22
18
15
24
79
Grupo de
Controle
16
9
9
16
50
Diferença para o grupo
experimental
6
9
6
16
29
Quadro 4: Dados comparativos do somatório das aulas analisadas entre o
grupo experimental e o grupo de controle, em cada fase analisada, dezembro
2013
O quadro 4 apresenta o somatório do desempenho motor dos dois grupos
Experimental e de Controle em cada fase, a diferença me prol do grupo
Experimental e o somatório final de cada grupo. Neste quadro, embora apresente
uma vantagem em favor do Grupo Experimental em todas as fases, as
características do desempenho motor em cada grupo permanecem as mesmas dos
quadros anteriores (quadros 2 e 3).
Embora o Grupo Experimental apresente um somatório maior comparado
com o Grupo de Controle fica difícil afirmarmos que houve uma diferença
significativa com as influências das técnicas do treinamento mental em favor do
Grupo Experimental.
Sugerimos para as futuras pesquisas que sejam observadas as seguintes
informações: a) um número maior de participantes; b) aumentar a idade dos
indivíduos c) um tempo maior de aula no lugar dos 30 minutos; d) uma filmagem em
dois ângulos, frente e perfil; e) que as técnicas do treinamento mental, segundo
Weineck (1999) possa ter a participação do treinamento subvocal, proprioceptivo em
auxilio ao treinamento ideomotor.
38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse trabalho de pesquisa busca entender o processo do desenvolvimento
motor através de suas fases. O processo de desenvolvimento motor da origem a
forma do corpo humano se movimentar, manifestando ações motoras que requerem
habilidades. O ser humano é dotado de habilidades e as utiliza no seu dia á dia, na
execução de suas tarefas.
O domínio das habilidades motoras é observado através do desempenho de
ações práticas. Quanto maior for o grau de exigência do trabalho prático maior tende
a ser o controle das habilidades motoras. A aprendizagem de habilidades motoras,
além da prática, também engloba outros fatores que determinam a metodologia de
ensino/aprendizagem, no causo o treinamento mental.
O treinamento mental é uma prática segura, segundo especialistas, pois
envolve a ativação da capacidade do indivíduo concentrar para uma tarefa, de
maneira profunda, focando sempre no seu objetivo. O treinamento mental pode ser
desenvolvido através de diferentes técnicas de aplicação, como ideomotor, subvocal
e propriocepção.
A metodologia de treinamento mental utilizada para a pesquisa foi o
treinamento através da execução mental do movimento, ideomotor. A divisão de dois
grupos o de Controle e o Experimental fundamentou a pesquisa em testar o
experimento, em que o grupo de Controle recebeu apenas as informações
explicativas e o Experimental além das informações explicativas recebeu apoio
técnico do treinamento mental.
No entanto dez aulas de 30 minutos não foram o suficiente para a
aprendizagem do mortal grupado para trás o nível significativo. Embora os
resultados não foram a nível significante percebemos que o treinamento mental é
eficiente para a aprendizagem de habilidades motoras.
Na análise comparativa dos dados no desempenho do Grupo Experimental,
observou-se que as crianças conseguem dominar o exercício com maior facilidade
nas fases 1ª e 4ª do mortal grupado para trás. Essas fases são a tomada de
impulsão e a confiança no auxílio do professor. A pesquisa mostrou pelos resultados
obtidos nas fases 2ª e 3ª que o treinamento mental é relevante na aprendizagem de
habilidades motoras.
39
Na análise comparativa dos dados do Grupo de Controle, o somatório do
desempenho ficou abaixo em relação aos resultados do Grupo Experimental, mas
verificou-se que o nível de desempenho entre os grupos no decorrer das dez aulas
são semelhantes.
Assim, sugerimos para as futuras pesquisas que sejam observadas as
seguintes informações: a) um número maior de participantes; b) um tempo maior da
aula no lugar dos 30 minutos; c) uma filmagem em dois ângulos, frente e perfil; d)
que as técnicas do treinamento mental, segundo Weineck (1999) possa ter a
participação do treinamento “subvocal” em auxílio ao treinamento ideomotor; e) Se
crianças com idades de 9, 10 e 11 anos conseguem assimilar as orientações do
treinamento mental.
Concluímos que para o efeito do treinamento mental na aprendizagem do
mortal grupado para trás no trampolim acrobático que durante as ações o processo
ensino/aprendizagem tem um papel fundamental no desempenho dessa habilidade
motora. Entendendo que os alunos possuem necessidades da participação do
professor como mediador no seu processo de desenvolvimento de aprendizagem,
onde encontraram segurança e confiança demonstrando assim um melhor
desempenho na realização das atividades.
40
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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41
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WEINECK, J. Treinamento ideal. 1. ed. São Paulo: Manole, 1999.
42
ANEXO
43
ANEXO A – Ficha de Avaliação Individual da Execução do Mortal Grupado para Trás no Trampolim Acrobático
NOME: ________________________________________ IDADE: ______________ GRUPO: _______________________
Movimento
1
Data: 06/11
2 3 4
5
1
Data: 08/11
2 3 4
5
1
Data: 11/11
2 3 4
5
1
Data: 13/11
2 3 4
5
1
Data: 18/11
2 3 4
5
1
Data: 25/11
2 3 4
5
1
Data: 27/11
2 3 4
5
1
Data: 29/11
2 3 4
1 Tomada de
impulsão.
2 Rotação
sobre seu
próprio eixo.
3 Execução
do mortal.
4 Confiança
na execução
e auxilio.
Somatório
Diferença
Somatório: (Insuficiente “I”: 0 – 1), (Suficiente “S”: 1,1 – 2), (Bom “B”: 2,1 – 3), (Muito Bom “MB”: 3,1 – 4), (Excelente “E”: 4,1 – 5).
Fonte: Schonardie Filho e Fernandes (2013).
5
1
Data: 02/12
2 3 4
5
1
Data: 04/12
2 3 4
5
Download

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