O BANCÁRIO
Edição Diária 4803 | Salvador, sexta-feira, 14.01.2011
Filiado à
Presidente Euclides Fagundes Neves
SISTEMA FINANCEIRO Boa parte da população é influenciada sobre em qual banco abrir conta
Clientes não
têm escolha
Lavagem do
Bonfim abre
calendário de
festas populares
na Bahia
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João Ubaldo - Arquivo
Número de
clientes cresce
44% e o de
bancários reduz
à metade
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João Ubaldo - Arquivo
Com as péssimas condições dos
serviços oferecidos nos bancos
e o mau atendimento, devido
ao número insuficiente de bancários nas agências, atrelado às
altas taxas cobradas, os clientes
não têm muita opção.
Nem fazendo muita pesquisa, os correntistas conseguem fazer uma boa escolha.
Cerca de 35% dos brasileiros
entrevistados afirmaram que
é a empresa na qual trabalha
quem define onde deve abrir
a conta.
Nas regiões Sul e Sudeste, o
que conta é o relacionamento
com o banco. Nas outras três
(Norte, Nordeste e CentroOeste), vale a confiança na organização financeira. Página 2
Número de bancários no Brasil é insuficiente para atender à demanda de clientes nas agências
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SISTEMA FINANCEIRO Sem muita opção em relação às melhores condições e serviços, correntistas não têm como escolher
Sem preferências por banco
Os serviços oferecidos pelos
bancos no Brasil são tão ruins e
o atendimento tão precarizado,
devido ao número reduzido de
funcionários, que o brasileiro
não tem preferência na escolha
do banco na hora de abrir uma
conta. Em todo o país, 35,3%
das pessoas afirmaram que a
empresa em que trabalham é
quem define o banco da abertura da conta.
Excluindo essa opção, a motivação para a escolha da organização financeira tem características regionais bem definidas.
A tradição no relacionamento
com o banco tem muita relevân-
O fator previdenciário está
com os dias contados
também adiantou que quer, até
o final do primeiro semestre,
um projeto de Reforma Tributária. A ideia é substituir o fator
pelo critério da idade mínima
para a concessão de benefícios.
O fator previdenciário, criado
no governo Fernando Henrique
Cardoso para reduzir o valor das
aposentadorias, é uma equação
utilizada para calcular a aposentadoria do segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
levando em conta a idade ao se
aposentar, o tempo de contribuição e a expectativa de vida. O mecanismo reduz em até 40% o valor
real das novas aposentadorias.
Manoel Porto - Arquivo
Enfim, parece que o fator previdenciário, que tanto prejudica
as aposentadorias, está com os
dias contados. O atual ministro
da Previdência, Garibaldi Alves, adiantou que vai avaliar o
impacto nas contas para por fim
ao mecanismo.
A presidente Dilma Rousseff
Trabalhadores e aposentados esperam pelo fim do fator previdenciário no país
O BANCÁRIO
Fundado em 30 de outubro de 1939.
Edição diária desde 1º de dezembro de 1989
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O Bancário
Fundado em 4 de fevereiro de 1933
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cia no Sul, enquanto a confiança no banco foi apontada como
fator decisivo para a escolha nas
regiões menos desenvolvidas
economicamente (Norte, Nordeste e Centro-Oeste).
Centrais
sindicais
cobram
correção no IR
As seis centrais sindicais
continuam na luta para garantir o poder de compra do
salário mínimo. Reunidos
ontem, em São Paulo, representantes da Central Única
dos Trabalhadores (CUT),
Força Sindical, Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil (CTB), Central Geral
dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e União Geral
dos Trabalhadores (UGT)
decidiram pedir à presidenta Dilma Rousseff uma
correção de 6,43% na tabela
de cobrança do Imposto de
Renda (IR).
O reajuste do percentual,
o mesmo da inf lação acumulada no ano passado, garantiria que as conquistas
salariais dos trabalhadores
não fossem reduzidas com
o pagamento do IR.
De acordo com as centrais, desde 1995, a tabela
do Imposto de Renda acumula defasagem de cerca
de 70%. Este percentual
é referente à inf lação do
período não repassada à
tabela de cobrança do Imposto.
Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Euclides Fagundes Neves. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.
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responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Repórteres: Maiana Brito - Reg. MTE 2.829 DRT-BA, Eliane Costa - Reg. MTE 2.209 DRT-BA e Rose Lima. Estagiárias em jornalismo: Adriana Roque e Renata
Andrade. Projeto gráfico: Danilo Lima. Diagramação: Tiago Lima. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.
Santander
terá de
indenizar
funcionária
SISTEMA FINANCEIRO Em cinco anos, o número de correntistas passou de 16% para 60%
Por quebrar o sigilo bancário de uma ex-funcionária, o
Santander terá de pagar R$ 50
mil. Após ser condenada pela
Justiça do Trabalho do Distrito Federal, a empresa recorreu
ao Tribunal Superior do Trabalho, mas a rejeição do agravo de instrumento pela Oitava
Turma manteve a condenação. Na época, a ex-empregada trabalhava como caixa.
Segundo a bancária, que
trabalhou na empresa por
16 anos, em dezembro de
2005 a direção do Santander
a chamou à gerência geral
para esclarecer uma suposta participação ou conhecimento sobre sócios de uma
determinada empresa e a informou que ela era suspeita
de lavagem de dinheiro.
Solicitaram os extratos
da conta bancária dela, mas
como se negou, o auditor fez
uma ocorrência relacionado
à transferência da conta da
bancária para o bingo desde
setembro de 2005. Em março
de 2006 ela foi demitida.
A bancária pleiteou R$
280 mil por danos morais,
pois além de ser acusada por
lavagem de dinheiro, sofreu
assédio moral, teve o sigilo
quebrado e foi exposta perante os colegas.
Apesar de discriminar a população de baixa renda, os
bancos aumentaram surpre-
Quantidade de clientes
aumenta, de bancários cai
Manoel Porto - Arquivo
endentemente o número de
clientes. Em 2005, apenas
16,1% dos brasileiros tinham
No Bradesco, o número de clientes cresceu assustadoramente
conta em agências. Hoje são
60,5%, nada menos do que
115 milhões de pessoas. As
informações são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada).
O crescimento, no entanto, não se traduz em investimentos e melhorias para os
funcionários. Pelo contrário.
Nos últimos anos, o número
de empregados no setor teve
uma redução drástica. Em
1990, existiam no Brasil cerca de 1,2 milhão de trabalhadores em organizações financeiras. Atualmente, o número
não passa dos 600 mil.
Um grave problema decorrente das demissões é a sobrecarga de trabalho com consequente aumento de doenças
ocupacionais. O bancário
hoje, além de prestar atendimento ao cliente, tem de vender serviços e quando não
cumpre a meta estabelecida,
corre o risco de ser vítima do
tão conhecido assédio moral.
Resultado, enquanto os
bancos aumentam o número
de correntistas e, por tabela, o
lucro, a categoria é hoje uma
das mais afetadas por doenças
psíquicas que, muitas vezes,
leva a depressão e até mesmo ao suicídio. É a precarização da relação de trabalho em
nome do dinheiro fácil.
A inclusão bancária ainda é fragmentada no Brasil
O perfil de clientes do sistema
bancário no Brasil foi um dos
destaques da pesquisa divulgada
pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada). Os homens compõem a maior parcela no setor,
66% deles têm conta há mais de
cinco anos. Entre as mulheres o
índice chega a 55,5%.
Em relação à idade, 66,1% da
clientela dos bancos estão na faixa etária de 35 a 44 anos. Com
participação de 51,9%, os jovens
com idade entre 18 a 24 anos ficam com a menor porção, apesar
do apelo das organizações finan-
ceiras em campanhas publicitárias de contas universitárias, isentas de diversas taxas bancárias.
O nível de escolaridade também foi observado no estudo.
O índice das pessoas que estudaram até a 4ª série do 1º grau
(atual 5º ano) e possuem contas
em bancos hoje é de 44,4% e o
dos que têm há mais de cinco
anos é de 32,4%.
Quando se trata da população que cursou 2º grau completo ou incompleto, o crescimento
na inclusão bancária atual chega a 69,3%.
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Aristeu Chagas
DATA Mais de um milhão de pessoas participaram da
Lavagem e caminharam até a Colina Sagrada
Bonfim abre
ciclo de festas
populares
Mais de um milhão de pessoas participaram ontem da
Lavagem do Bonfim, evento
que abre oficialmente o ciclo
de festas populares em Salvador. Desde o início da manhã,
baianos e turistas lotaram as
ruas da Cidade Baixa para
acompanhar o cortejo, que
sai da Igreja da Conceição da
Praia, no Comércio, em direção à Igreja do Nosso Senhor
do Bonfim.
Ao longo do trajeto, de pouco mais de oito quilômetros,
há espaço para todos os tipos
de manifestações. A mais comum é a crítica política, já que
a festa é um momento privilegiado, onde o povo e o movimento social organizado têm
a oportunidade de expressar as reivindicações e cobrar
ações dos governantes.
Este ano, o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), foi o principal alvo
das cobranças. O povo queria saber quando o metrô será
inaugurado? Porque o trânsito
está um caos? Porque as contas da prefeitura foram reprovadas pelo Tribunal de Contas
dos Municípios? Porque tantos
secretários foram exonerados
de uma só vez? Mas, o prefeito
não compareceu.
Outras autoridades, como o
governador Jaques Wagner e
diversas lideranças políticas,
não perderam a oportunidade de estar em contato com o
povo e seguiram o cortejo até
a Colina Sagrada, onde cerca
de 200 baianas lavaram as escadarias da Igreja do Bonfim
e distribuíram água de cheiro
para a população.
Geração de
empregos ultrapassa
2,5 milhões em 2010
De acordo com o ministro do
Trabalho e Emprego, Carlos
Lupi, o Brasil gerou mais de
2,55 milhões de empregos formais em 2010. Até novembro,
foram abertas 2,54 milhões de
vagas. O Caged (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados) ainda vai anunciar os números do índice acumulado.
Apesar da possibilidade de
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O Bancário
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desaceleração da economia
este ano, Lupi afirmou que o
país deve superar a marca de
3 milhões na geração de empregos. De acorco com o ministro, o ciclo virtuoso vai
continuar com o aumento dos
investimentos em obras de infraestrutura e melhorias para
a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas de 2016.
Cerca de 200 baianas lavaram as escadarias da Igreja do Bonfim
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ SAQUE ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙
LIBERAÇÃO A Prefeitura de Salvador, ao que parece, liberou
geral o funcionamento de bares no Rio Vermelho. Autorizou
a abertura do Route 66, bem no meio da rua Osvaldo Cruz. A
liberação agravou consideravelmente o caos predominante na
via, que é estreita e vive engarrafada.
DEMISSÃO Problema à vista. Os médicos contratados pela
prefeitura de Salvador para o Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (Samu) ameaçam pedir demissão em massa caso
as demandas da categoria não sejam atendidas. O prazo dado
para a Secretaria Municipal da Saúde é segunda-feira. Entre
as reivindicações, o aumento salarial, congelado há 5 anos, e a
realização de concurso público.
CULATRA O governador reeleito Jaques Wagner bem que
tentou, mas não deu certo a tentativa de retardar o anúncio do
novo secretariado para evitar o descontentamento em plena
Lavagem do Bonfim. Dos atuais secretários, apenas cinco ou
seis apareceram no cortejo. O tiro saiu mesmo pela culatra.
TRANSTORNO Mais uma vez, a população será penalizada com a suspensão do serviço de travessia de lanchas Mar
Grande-Salvador, expedida pela Justiça. Quem utiliza o
transporte alternativo está preocupado. Se a medida vingar,
só vai restar enfrentar os transtornos da travessia pelo Ferry-boat, que vai de mal a pior.
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