18 Sexta-feira e fim de semana 17, 18 e 19 de outubro de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre Política Editora: Paula Coutinho [email protected] Edgar Lisboa CONGRESSO NACIONAL [email protected] PMDB pós-moderno A diminuição de quase 20% no tamanho da bancada na Câmara dos Deputados, a baixa votação do candidato a governador de São Paulo, Alexandre Padilha (PT), a dificuldade de Dilma Rousseff (PT) para conseguir votos em São Paulo. Isso tudo indica uma “necessidade de renovação” do PT, como afirmou o governador e candidato à reeleição Tarso Genro (PT) em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. De acordo com ele, os resultados do primeiro turno indicam “sintomas alarmantes” e podem estar levando o PT a virar um “PMDB pós-moderno”. Tarso ainda disse que o partido não se renovou com a “profundidade mínima que deveria” e que ele próprio, que foi presidente interino da sigla durante o escândalo do mensalão, pregou uma refundação. Os petistas gaúchos concordam que há uma necessidade de o partido se repensar. “É um alerta positivo, temos que nos renovar para não virar um PMDB. É necessário ter espírito autocrítico”, comentou o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT, foto). Na veia autocrítica, a deputada Maria do Rosário acredita que o PT já renovou os quadros, mas precisa voltar para a base. “O partido de um lado renovou os quadros. A presidente Dilma Rousseff não é petista histórica, assim como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Por outro lado, nós precisamos resgatar as boas ideias e as ações políticas. Precisamos renovar a confiança da sociedade, voltar à base”, disse. GABRIELA KOROSSY/ CÂMARA DOS DEPUTADOS/DIVULGAÇÃO/JC Voltar à base Parar para pensar A receita mais radical veio de fora do PT, da boca de um peemedebista. Para o senador Pedro Simon, a receita para a reinvenção do PT é perder a eleição. “Eu diria que a derrota de Dilma Rousseff hoje será muito boa para o PT e para o Brasil. A senhora Dilma está fazendo o seu governo. A hora é difícil. A hora da economia é complicada, mas a grande realidade é que a hora que estamos vivendo é dramática. Nós chegamos a um ponto, no campo de vista da ética, da dignidade e da seriedade, em que temos que parar para pensar. E o grave nisso tudo é que o PT e o governo, depois do mensalão, em vez de fazerem o mea-culpa, em vez de fazerem a divisão, se fez uma movimentação a favor deles contra o STF. O Tarso Genro, na época, falou em recriar o PT. Os réus que estão hoje na cadeia foram considerados vítimas”, afirmou. Lixões por mais tempo Um artigo incluído na medida provisória que trata da criação do Reintegra pode dar aos municípios mais quatro anos para acabar com os lixões. Mas a probabilidade de ter um tempo a mais é baixa. De acordo com o líder do governo, deputado federal Henrique Fontana (PT), há uma possibilidade de o artigo ser vetado caso o Senado aprove o texto. Projeto que abre acesso a delações inicia tramitação Presidente da CCJ deve dar celeridade para a tramitação da proposta O projeto de lei que obriga o envio de depoimentos de delações premiadas feitas à Justiça para as comissões de inquérito do Congresso começou a tramitar nesta quinta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Se for aprovado pela CCJ, e não houver recurso para votação em plenário, o projeto deve seguir diretamente para a Câmara dos Deputados. A proposta é fruto da irritação dos integrantes da CPI mista da Petrobras, que tentaram, em vão, obter o conteúdo da delação premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente depois que trechos foram revelados pela revista Veja - em que Paulo Roberto teria apresentado uma lista de políticos beneficiados com o esquema de corrupção. O projeto é assinado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI. A delação já foi homologada e, no entendimento de Vital, a comissão deveria ter acesso às informações, porque também tem a prerrogativa de investigar. Por também ser presidente da CCJ, Vital deve dar celeridade para a tramitação da proposta. O projeto altera a Lei de Combate ao Crime Organizado, que versa sobre a delação premiada, para que seus conteúdos, após engeté[email protected] O líder da bancada do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno, encaminhou nesta quinta-feira pedido de informações ao Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a viagem VIP paga pela Petrobras ao deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). Argôlo responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar em virtude de sua relação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Em abril do ano passado, Ar- SISTEMAS DE AR CONDICIONADO CENTRAL Proteja sua Marca MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA (PMOC) [51] Rua Vilela Tavares nº 300 - São João - Porto Alegre - Fones: (51) 3342.0298 / (51) 3342.5433 Deputado Vital do Rêgo ingressou com mandado de segurança no STF a homologação da delação, possam ser compartilhados com as CPIs, desde que tenham relação com a investigação em andamento. Atualmente, o texto legal determina que a delação seja mantida em sigilo. Na justificativa da proposta, Vital argumenta que, como as CPIs têm a prerrogativa constitucional de investigar, é necessário que se garanta todos os meios para isso. “Consideramos que, dessa forma, assegura-se o efetivo desempenho da função investigativo-fiscalizatória pelo Legislativo, sem comprometer em nada a eficácia do importante instrumento da delação premiada”, escreve o peemedebista. Vital ingressou nesta quarta-feira com mandado de segurança no STF para ter acesso à delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Como o Supremo já negou duas vezes à CPI acesso aos depoimentos após ofícios encaminhados pela comissão, o senador decidiu apresentar o mandado para que o pleno da Corte se manifeste sobre o pedido. Líder quer explicações sobre viagem de Luiz Argôlo EXAUSTÃO - VENTILAÇÃO - REFRIGERAÇÃO VENDA DE EQUIPAMENTOS LAYCER TOMAZ/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC Repórter Brasília 3342.9323 gôlo foi escolhido pela empresa para conhecer áreas da estatal como o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), além do Centro Integrado de Processamento de Dados, a Refinaria Duque de Caxias e o Centro Nacional de Controle da Transpetro. O deputado era membro titular da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Em nota divulgada na quarta-feira, a Petrobras disse que realiza o Programa de Visitas Corporativas desde 1999 e que a iniciativa tem como objetivo “criar e consolidar a imagem de empresa de energia integrada, que tem responsabilidade social e ambiental”. Segundo a estatal, aproximadamente 5 mil pessoas, entre clientes, investidores, fornecedores, parceiros e revendedores, já participaram do programa. Na ocasião em que Argôlo esteve no Rio de Janeiro, informa a estatal, também participaram representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério da Defesa, além de outros dois deputados federais. Bueno pede que o ministro Edison Lobão explique por que a Petrobras pagou passagens e hospedagem em hotel cinco estrelas para Argôlo. Ele questionou o convite VIP feito ao parlamentar. O líder da bancada espera obter uma resposta em 30 dias.