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11 mar 2015 O Globo ISABEL BRAGA E EVANDRO ÉBOLI opais@ oglobo.com. br
CCJ elege para a vice­presidência
mais um deputado alvo de inquérito
Na CPI da Petrobras, citados na lista do MP renunciam às vagas que ocupavam
­BRASÍLIA­ A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara elegeu para ocupar a primeira vice­
presidência mais um deputado alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) no esquema de
corrupção da Petrobras: o deputado e ex­ministro Aguinaldo Ribeiro (PPPB). Ele foi escolhido com 28 votos
a favor e 26 em branco. Na semana passada, já tinha sido escolhido para presidir o colegiado o deputado
Arthur Lira (PPAL), que também está na lista. Apesar do constrangimento pelo questionamento e dos
apelos de afastamento dos cargos feitos publicamente por três deputados de oposição, os dois receberam
apoio de deputados do PP, PMDB, PV e PDT para se manterem à frente da comissão.
O deputado Júlio Delgado (PSB­MG) pediu para falar antes da votação, mas o presidente Arthur Lira
não permitiu. Depois da eleição, com a contrariedade de parte do colegiado refletida nos votos em branco,
Delgado pediu o afastamento dos dois, lembrando que a CCJ poderá julgar processos de quebra de decoro
que venham do Conselho de Ética, inclusive contra eles:
— Peço o afastamento pelo princípio de isenção. O partido de vossas excelências tem 22 indicados na
lista. Pelo bem dessa comissão, não podemos fechar os olhos ao que as ruas estão dizendo. Dê à CCJ a
isenção necessária. Pelo bem da comissão, seria bom os dois se declararem impedidos espontaneamente.
Os pedidos de afastamento foram intercalados por falas de outros deputados que saíram em defesa
dos dois deputados do PP.
— As representações do Ministério Público são vazias. Não sabemos se haverá processos aqui. Se
vierem, naquele momento eles se declararão impedidos — defendeu o deputado Ricardo Barros (PP­PR).
— O que temos aqui é abertura de inquérito. Não podemos colocar consequências que o direito não
coloca — acrescentou o deputado Evandro Gussi (PV­SP).
FORA DO CONSELHO DE ÉTICA
Se as pressões não surtiram efeito na CCJ, na CPI deu certo. Os deputados Lázaro Botelho (PP­TO) e
Sandes Júnior (PPGO), citados na lista do Ministério Público, renunciaram às vagas que ocupavam na CPI
que investiga os desvios na estatal. Botelho vai abandonar também o Conselho de Ética, onde ocupa vaga
de titular. O deputado Cacá Leão (PP­BA), filho do vice­ governador da Bahia, ex­deputado João Leão, do
PP — outro investigado no caso —, também decidiu deixar a CPI. Mas Cacá optou por continuar no
Conselho de Ética. Nenhum dos três participou da sessão da CPI que ouviu Pedro Barusco, ex­dirigente da
Petrobras.
Sandes Júnior declarou que decidiu sair porque acaba sendo mais visado que qualquer um dos outros
envolvidos:
— A primeira coisa que fiz quando cheguei hoje (ontem) em Brasília foi me afastar da comissão. Até
porque a gente acaba sendo mais visado que os outros investigados, que são menos citados.
Lázaro Botelho, após reunião com o partido, argumentou, por intermédio de sua assessoria, que
preferiu sair para não “atrapalhar” a sequência dos trabalhos da CPI e do conselho. Entende que sua
presença poderia “embaraçar e atrasar” o andamento desses colegiados.
Cacá Leão justificou a razão de permanecer no conselho, apesar de deixar a CPI:
— Não pretendo deixar o Conselho de Ética. Não há nada que me impeça de participar. Meu nome não
foi citado em lugar nenhum. Já está acordado com o partido. Não participo mais da CPI da Petrobras, mas
permaneço no conselho.
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