1304 X Salão de Iniciação Científica PUCRS A Gestão Compartida a partir de Breves Premissas da Teoria da Ação Comunicativa de Habermas Rodrigo Dias de Moura1, Liz Helena Pigatto2, Danielle Soncini Bonella3 (orientadora) 1 Faculdade Metodista de Santa Maria – Rede Metodista de Educação do Sul, Cátedra de Direitos Humanos Resumo Introdução Em busca da cidadania e da participação social vem à tona o sujeito dotado de competência interativa, conforme a conceituação de Habermas, o qual é capaz de reconstruir leis que regem o mundo natural através da busca argumentativa e processual da verdade de questionar o sistema de normas que vigora na sociedade, de buscar novos princípios normativos para a ação individual e coletiva à base do melhor argumento e, consequentemente, de reorganizar sua sociedade em bases justas e igualitárias. Este relato é parte integrante de pesquisa coordenada pela Profª. Danielle Bonella e desenvolvida na Faculdade Metodista de Santa Maria – FAMES, Santa Maria, RS. Em sua teoria, Habermas pensa na estruturação dos conselhos municipais gestores de políticas públicas, paritários, deliberativos e normativos; abordando onde e como se inserem seus elementos centrais nos espaços públicos de grande potencial 1 Acadêmico do décimo semestre do curso de Direito da Faculdade Metodista de Santa Maria – FAMES. Estudioso e pesquisador da Cátedra de Direitos Humanos da Faculdade Medotista de Santa Maria – FAMES. Estagiário do Escritório de Advocacia Dalla Lana & Weigert Advogados Associados. Santa Maria-RS. Endereço eletrônico: [email protected]. 2 Acadêmica do nono semestre do Curso de Direito da Faculdade Metodista de Santa Maria – FAMES. Estudiosa e pesquisadora da Cátedra de Direitos Humanos e da Cátedra de Gênero Wilma Roberts da Faculdade Metodista de Santa Maria – FAMES. Estagiária do Escritório de Advocacia J. Francesquetto. Vice-Presidente Gestão 2009/2010 do Rotaract Club Santa Maria. Santa Maria-RS. Endereço eletrônico: [email protected] 3 Danielle Soncini Bonella, Graduada em Direito, Especialista em Direito Processual Civil pela PUC-RS, Especialista em Direito Municipal pela PUC-RS, Mestre em Direito pela UNISC-RS, Doutoranda em Direito Público pela Universidad de Burgos na Espanha. Professora de Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Civil e Legislação Aduaneira e Tributária na FAMES - Santa Maria - RS. Integrante do Grupo de Pesquisas Científicas vinculado ao CNPQ sobre Estado, Administração Pública e Poder Local da UNISC. Coordenadora da Cátedra de Direitos Humanos da Faculdade Metodista de Santa Maria – FAMES. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 1305 democrático. É nesse contexto que se encontra a problemática da gestão compartida, a qual tem de dispor instrumentos teóricos capazes de reproduzir em nível administrativo, toda a complexidade que abarca a produção da legislação. Nesse sentido, falar-se em gestão compartida e trabalhar com a idéia de participação comunitária nesta gestão é fazer com o que o cidadão se sinta parte de um novo ente (Estado-sociedade), é fazer com que ele participe da gestão pública, onde o que é de um, é de todos. Portanto, este estudo tem o objetivo de colocar em discussão as estratégias de potencialização de uma gestão compartida sob o olhar de Habermas, pois na sua concepção, a esfera pública concebe-se como um âmbito de ligação entre os indivíduos e a própria estrutura Estatal. É o espaço propicio para exercício de uma cidadania emancipatória. Metodologia Para responder aos questionamentos propostos, utiliza-se, nesta pesquisa, uma metodologia específica. Ou seja, o método de abordagem utilizado é o hipotéticodedutivo, uma vez que a pesquisa parte da criação de uma tese geral para ser utilizada em fenômenos particulares, buscando analisar a teoria habermasiana como aporte na busca de soluções para problemas específicos, tais como os relativos à gestão compartida. Como método de procedimento adota-se o bibliográfico. Resultados A realização desta pesquisa permite afirmar que é inegável a relevância e pertinência da questão aqui abordada, bem como pelo fato de se constituir em um tema atual e que por si, faz com que a cidadania seja entendida sob uma nova concepção, em que ocorra uma emancipação do individuo, que ele passe de mero expectador e detentor de Direitos a protagonista das suas próprias ações. Conclusão Ao finalizar essa contextualização verifica-se que a democracia implica em participação. Nesse sentido, a reordenação política do espaço público privado, com o X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 1306 conseqüente processo de democracia descentralizadora e participativa, tem que evidenciar uma sociedade pluralista, marcada por conflitos e diferenças, propiciando uma legitimidade embasada nas necessidades fundamentais de sujeitos coletivos insurgentes, com sua práticas e relações, somada à satisfação de suas reivindicações cotidianas, passando a ser encaradas como produção jurídica não estatal. O resultado desse poderoso mecanismo de dominação social são as conseqüências de alienação político-cultural e a destruição do tecido da sociedade organicamente estruturada a partir de práticas comunicativas, solidárias e emancipatórias da vida humana que constituem o mundo da vida. Mais do que nunca, é necessário reconhecer que o procedimento de democratização do poder e da sociedade é permanente e longo, mediado, de um lado, por uma linguagem e comunicação política inclusiva e aberta, e de outro pela interação de instituições políticas tradicionais, pelos valores maiores de uma sociedade. Assim, a gestão pública compartida estrutura-se na forma piramidal dos conselhos, composta por comitês de consultas, deliberação e execução, sendo constituída por uma rede de múltiplas forças sociais distribuídas desde uma escala maior, como Conselhos Comunitários, até níveis menores, como os Conselhos de Bairros. Referências DEMO, Pedro. Participação e planejamento: arranjo preliminar. Revista de Administração Pública. Cadernos Gestão Pública e Cidadania 8. Rio de Janeiro, FGV, 25(3): jul./set., 1991. GENRO, Tarso. O futuro por armar: orçamento participativo, a experiência de Porto Alegre. São Paulo: Perseu Abramo, 1999. HABERMAS, Jürgen. Pensamento pós-metafísico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990. LEAL, Rogério Gesta. Estado, administração pública e sociedade: novos paradigmas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. HABERMAS, Jurgen. Teoría de la acción comunicativa. Madrid: Taurus, 1999. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009