Tema: Descobertas Inesperadas – Responsáveis: Thaís Canto Cury e Gustavo Saraiva - Bolsistas MEC/SESu – PET O sonho de qualquer cientista é descobrir algo espetacular, que possa contribuir para o avanço da ciência, ou explicar fenômenos que há muito se tentava entender. Mas não é sempre assim. Em muitas descobertas importantes da história, o acaso teve papel predominante. São muitos os casos em que a descoberta é acidental, em que o pesquisador descobre algo importante sem querer, sem estar procurando ou minimamente interessado no problema que levou à descoberta. Para designar essa forma de descobrir fenômenos ou coisas inesperadamente, Horace Walpole, em 1754, criou a expressão “serendipitidade”. Essa palavra, originada da palavra ceilandesa “Serendip” foi criada após o autor, Walpole, ler um antigo conto de fadas oriental chamado “Três Príncipes de Serendip”, que contava a história de três garotos que faziam sempre descobertas por acidente e sagacidade, de coisas que não estavam procurando. Assim, o novo conceito de serendipitidade se refere à propensão de descobrir coisas por acaso ou em lugares inesperados, exatamente como acontece com alguns cientistas quando a descoberta foge do modelo estabelecido. A descoberta do LSD é um exemplo. O químico suíço Albert Hofmann, em uma tentativa de descobrir um composto químico para estimular o parto, descobriu sua propriedade psicodélica ao tomar uma dose maior no ano de 1943. Outro exemplo surgiu em 1968, quando Spencer Silver, um cientista da empresa americana 3M, pesquisava um adesivo muito aderente. Durante o processo alguma coisa deu errado. O resultado: um adesivo fraco que aderia levemente à superfície lisa em que era colocado, podendo ser facilmente removido e recolocado. Desse adesivo surgiu o bloco de notas Post-it, um produto muito comum em escritórios. Em outro caso, alguns adoçantes artificiais só chegaram aos lábios humanos porque cientistas esqueceram-se de lavar as mãos. Os adoçantes feitos de ciclamato foram descobertos em 1937 quando Michael Sveda estava trabalhando no laboratório para sintetizar medicamentos contra febre. Porém, ele encostou o cigarro na bancada do laboratório e quando o colocou novamente na boca sentiu o sabor doce do ciclamato. Já os adoçantes feitos de aspartame foram descobertos quando James M. Schlatter, em 1965, tentava produzir uma droga contra a úlcera quando decidiu lamber seu dedo, que estava contaminado com uma das substâncias que estava trabalhando. Assim foi descoberto o aspartame, que adoça 160 vezes mais do que o açúcar comum. Já o teflon foi descoberto na tentativa de criar um novo refrigerante com perfluoretileno polimerizado pressurizado em um recipiente. Nesta reação química original o ferro agiu como catalisador. Então, em 1954, o engenheiro francês Marc Grégoire criou a primeira panela revestida com resina de Teflon antiaderente, inerte a praticamente todos os elementos químicos e considerado o material mais escorregadio que existe. Descobertas clássicas como o Viagra, a Penicilina, o Forno Micro-ondas também dependeram da sorte dos pesquisadores. É importante ressaltar que descobertas acidentais não desmerecem o trabalho do cientista, pois elas nunca ocorreriam se não fosse o poder da observação do homem, sua capacidade de identificar a descoberta e reconhecer sua importância e suas implicações. Para terminar o seminário, foram apresentados, a titulo de curiosidade, alguns ganhadores do prêmio “Darwin Awards”, que tem como fundamento a premiação de pessoas que morreram de forma inusitada e inesperada, não deixando, assim, mais descendentes e fazendo com que seus genes não sejam passados a frente. Desta forma, estariam participando do processo de seleção natural, sendo selecionados negativamente. A seleção natural foi uma importante constatação na história da biologia e teve como autor o naturalista Charles Darwin. Desta forma então pudemos fazer uma relação entre como o acaso teve uma importância muito grande na história da ciência e de forma às vezes “cômica” foi importante no processo de evolução da espécie