Sobre Campos Escalares e Modelos Dinâmicos de Energia Escura V Workshop Nova Física no Espaço Miguel Quartin, Ioav Waga (IF / UFRJ) Luca Amendola (OAR – Itália) Fevereiro de 2006 1 Resumo Introdução e Motivação O Campo K k-Essência Propriedades Gerais Escalonamento Acoplamento Resultados Preliminares Conclusões Referências 2 Introdução e Motivação Observações atuais indicam que hoje temos ΩΛ ≈ 0,7 e que dos 0,3 restantes, a maioria parece ser constituída de algum tipo de matéria não-bariônica! m r 1 1 Ωr Ωm ΩΛ 0 3 O Campo K Campo escalar ferramenta versátil da cosmologia moderna. Campos escalares podem: ser motivados pela física de partículas; gerar inflação; ser responsáveis por transições de fase no Universo primordial; se comportar como energia escura (quintessência), como matéria escura (ou ambas quartessência); Em geral: Stot [ g , , m ] SEH [ g ] S [ g , ] Sm[ g , m , ] acoplamento do campo com a matéria 4 O Campo K (2) Hipótese básica do campo k as eqs. de EulerLagrange devem ser de 2a ordem S d 4 x g p ( , X ) redefinição do campo p( , X ) K ( ) p( X ) L( , X ) X V ( ) ( X , ) K ( ) ( X ), X 12 onde ( X ) 2X X p p 5 O Campo K (3) w ( X ) p p 2X X p p X ~ p c X ~ 2 s cs velocidade do som X 12 (i ) T ; d i 0 3 i (1 wi ) dN 0 a(t ) número de N ln a0 “e-plicações” Usando a eq. de Klein-Gordon 2 eqs. diferenciais de 1a ordem não lineares e acopladas. dX/dN d/dN 6 k-Essência Problema-chave da cosmologia atual: origem (2x) da energia escura; Modelos de quintessência não resolvem o problema do ajuste fino da energia escura; Procura-se soluções atratoras do campo k com as seguintes características: Insensibilidade às condições iniciais; Pressão negativa apenas após um gatilho eqüipartição Um campo k com essas características é denominado kessência. 7 k-Essência (2) Quintessência Vantagem: maior flexibilidade nas condições iniciais Desvantagem: 2a eqüipartição ajuste de parâmetros rad poeira quintess. 8 k-Essência (3) k-essência tenta resolver estes problemas com soluções atratoras com escalonamento. O campo k rastreia a radiação até a eqüipartição, após a qual soluções deste tipo são fisicamente proibidas; Após a eqüip., o sistema caminha para outro atrator passando por uma fase onde w ≈ -1; Gatilho 9 k-Essência (4) Podemos generalizar nossa abordagem e incluir um acoplamento entre o campo e a matéria (escura); Tal acoplamento pode permitir a existência de um atrator final com ambos m ~ ~ 0,5 e com w < -1/3. Questão: qual deve ser a dependência Q()? As eqs. de Friedmann assumem a forma: d d 3(1 w ) Q m (1 3wm ) dN dN d m d 3(1 wm ) m Q m (1 3wm ) dN dN onde 1 Sm Q m g 10 Propriedades Gerais Partindo de poucas hipóteses, é possível restringir a forma funcional da lagrangiana p(X,); Hipóteses: escalonamento + w const. + Q() const. Das eqs. de Friedmann: d 3 (wm w ) const dN Q N ln a(t ) a0 Da hipótese de escalonamento resulta: d ln dN d ln m 3(1 ws ) dN d 2 2X H 2 H tot dN 2 onde ws wm m w d ln X 3(1 ws ) dN 11 Propriedades Gerais (2) Das equações anteriores temos: ln p 1 ln p 1 ln X Q 1 ws ( wm w ) Equação Mestra Solução da “Equação Mestra”: p ( , X ) X g X e função arbitrária 12 Propriedades Gerais (3) Resultados Preliminares Questão: o caso Q const. é o mais geral possível? Isto é, existe uma redefinição do campo que reduza um caso arbitrário ao caso Q constante? ln p ln X 2 dQ 1 ln p 1 1 2 Q d Q Solução: Equação Mestra Generalizada p( , X ) X Q 2 ( ) g X Q 2 ( ) e ( ) onde ( ) Q( z ) dz 13 Propriedades Gerais (4) Resultados Preliminares p( , X ) X Q 2 ( ) g X Q 2 ( ) e ( ) ( ) Q( z ) dz Redefinindo o campo: () X X = X Q2 p ( , X ) X g X e Mesma forma funcional que o caso Q constante! O caso Q constante é o mais geral possível. 14 Conclusões O campo k explora a dinâmica rica dos termos cinéticos não canônicos; k-Essência k-essência tenta resolver o problema da coincidência cósmica através de soluções atratoras com escalonamento que usam a eqüipartição como um gatilho; O sucesso da k-essência depende do tamanho da classe de lagrangianas com as características desejadas: Atrator R primordial com vasta bacia de atração; Atrator tardio “bem localizado”. 15 Conclusões (2) Propriedades Gerais A busca por soluções com escalonamento impõe fortes vínculos sobre a forma funcional da lagrangiana; Trabalhos na literatura consideram diferentes tipos de acoplamento, quando na realidade, o acoplamento constante é o mais geral; Obs.: é possível que existam diferenças na evolução das perturbações; Importância deste estudo advém das conseqüências da “liberdade de calibre” na definição do campo não serem óbvias. 16 Referências C. Armendariz-Picón et al., Phys. Rev. D 63 103510 (2001) C. Armendariz Picón et al., Phys. Rev. Lett. v.85, n.21, p.4438 (2000) H. Wei, R.-G. Cai, Phys. Rev. D 71, 043504 (2005) F. Piazza, S. Tsujikawa, JCAP 0407 (2004) 004 S. Tsujikawa, M. Sami, Phys.Lett. B603 (2004) 113-123 L. Amendola, M. Quartin, I. Waga, a ser publicado 17 –FIM– 18 Introdução e Motivação Cosmologia Básica 1 2 2 2 2 2 ds2 dt2 a 2 (t ) dr r d sen d 2 1 kr G R 12 R g g 8 G T 8 G k a tot 3 a2 a a tot 3 ( tot ptot ) 0 a a 4π G tot 3 ptot a 3 2 Métrica de FRW Equação de Einstein 1 tot curv i i tot tot – dens. de energia total ptot – pressão total a – fator de escala 19 Introdução e Motivação (i) ΩΛ m r 1 curv Estamos desprezando a radiação e, na 1a e na 3a curva, também a curvatura. 20 Introdução e Motivação (ii) rad. poeira curv. 21 Introdução e Motivação (iii) O modelo padrão prevê condições iniciais (pós “Big Bang”) muito peculiares. Isotropia da RCF; O problema da planura (ou chateza); Origem das estruturas. Uma etapa de expansão acelerada logo após o Big Bang pode resolver estes problemas Modelos Inflacionários Modelos mais simples campo escalar: 1 S d x g V ( ) 2 4 2 V ( ) w 2 V ( ) p 1 2 1 2 22 Introdução e Motivação (iv) ΩΛ=0,7 Ωm=0,3 23 O Campo K (i) “O campo escalar é um pioneiro, enviado para explorar os novos mundos da física!” • • • • • • • • Ótica Eletrodinâmica Mecânica Quântica QED Escalar Teoria de Campos Quebra de Simetria Dilatons, Moduli … Gravity and the Tenacious Scalar Field Carl Brans, gr-qc/9705069 • • • • • • Gravidade Escalar de Nordstrom Unificação de Kaluza-Klein Gravidade Escalar-Tensorial Inflaton Quintessência … 24 O Campo K (ii) Hipótese básica do campo k as eqs. de EulerLagrange devem ser de 2a ordem S d 4 x g p ( , X ) L( , X ) X V ( ) ( ) T 2 S g g redefinição do campo X 12 p( , X ) K ( ) p( X ) T ( p) u u p g fluido perfeito 25 O Campo K (iii) K 8X dX r ( X ) 3 dN X 2K 2 dX/dN é singular para K = 0 ou para X = 0: Os sinais de K() e de X não se alteram. Vamos supor K() > 0 e X > 0. w ( X ) tot p 2X X p p p 2X X p p X ~ p c X ~ 2 s cs velocidade do som Da teoria de perturbação na métrica em torno de Minkowski temos: estabilidade cs2 > 0 26 O Campo K (iv) (i ) T ; d i 0 3 i (1 wi ) dN a(t ) número de N ln a0 “e-plicações” 0 X 12 Estas eqs. + eq. de Klein-Gordon: K 8X dX r ( X ) 3 dN X 2K 2 w ( X ) p 2X X p p tot r( X ) X ~ p c X ~ 2 s 9 1 w ( X ) 8X cs velocidade do som 27 k-Essência (i) É importante saber quando as soluções com escalonamento são também atratoras; Pontos Críticos R e D são atratores se e só se: Pontos Críticos K são atratores se e só se: Pontos Críticos S são atratores se e só se: cs2 wm 28 k-Essência (ii) “Modelos de quintessência não resolvem o problema do ajuste fino da energia escura”. Queremos soluções onde wφ é constante (sol. atratora); Se o Universo é dominado por m (radiação ou poeira), temos, da equação de movimento do campo: K ( ) 2 n , onde n 1 w 1 wm (1 wm )2 n n 1 n 1 tot tot n X Xm Solução válida enquanto « 1. tot (hoje) ~ 10-124 obtemos: ~ 10124 (1n) 29 k-Essência (iii) É importante saber quando as soluções rastreadoras são também atratoras; Elas são atratoras se e só se: cs2 wm Para aprofundar nosso estudo nos diversos tipos de atratores possíveis é conveniente reescrever as eqs. do campo em termos de uma nova variável y. 1 y K dy 3 wk 1 r ( y ) 3 dN 2 y r ( y ) 2K 2 k tot X 9 dg r ( y) y 1 wk ( y) 8 dy 30 k-Essência (iv) 1 g ( y) p 2 y Foco lagrangianas do tipo Nossas considerações anteriores se traduzem em: > 0 yg < 0 e X > 0 yyg > 0 As eqs. de movimento do campo ficam escritas assim: dy 3 wk 1 r ( y) k dN 2 y r ( y ) d k 3 1 w w ( y ) k k m k 2 dN k k tot Uma solução atratora em y* só existe se r(y*) < 1 Componente dominante rastreada 31 k-Essência (v) As eqs. anteriores nos mostram que existem 4 tipos de soluções atratoras: w(y*) g(y*) r(y*) Radiação 1/3 >0 entre 0 e 1 Poeira 0 0 entre 0 e 1 de Sitter -1 <0 0 atrator k < -1/3 * <0* 1 * desejável 32 k-Essência (vi) P 33 k-Essência (vii) Época dominada pela radiação 34 k-Essência (viii) Época dominada pela radiação 35 k-Essência (ix) Época dominada pela poeira 36 k-Essência (x) Caso com atrator tardio do tipo poeira 37 k-Essência (xi) As bacias de atração podem não ser tão grandes assim: p(X) ≡ −2.01 + 2 (1 + X)1/2 + 3 10−17 X3 − 10−24 X4 38 Trabalho Futuro Propriedades Gerais Particularizar o estudo: Escrever as equações de movimento para o caso geral (lagrangianas não-separáveis); Cálculo das perturbações; Comparação com modelos que prevêem pequenas modificações na lagrangiana de E-H; modelos concretos com as características desejadas; cálculos numéricos de trajetórias no espaço de fase; ??? 39