Crescimento urbano e a
degradação dos recursos
hídricos no Brasil
Cândida Radicchi de Oliveira Alméri
Disciplina: Ecologia Energética
Novembro de 2006
Introdução
• Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com
distintas finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento
de água, a geração de energia, a irrigação, a navegação, a
aqüicultura e a harmonia paisagística (Sperling, 1993).
• A água representa, sobretudo, o principal constituinte de todos os
organismos vivos. No entanto, nas últimas décadas, esse precioso
recurso vem sendo ameaçado pelas ações indevidas do homem, o
que acaba resultando em prejuízo para a própria humanidade.
• O Brasil ainda possui a vantagem de dispor de abundantes
recursos hídricos. Porém, possui também a tendência desvantajosa
de desperdiçá-los (Lima Moraesa & Quinzani, 2002).
ATIVIDADES ANTROPOGÊNICAS E
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
• As atitudes comportamentais do homem, desde que ele
se tornou parte dominante dos sistemas, têm uma
tendência em sentido contrário à manutenção do
equilíbrio ambiental.
• Os impactos exercidos pelo homem são de dois tipos:
‣o consumo de recursos naturais em ritmo mais
acelerado do que aquele no qual eles podem ser
renovados pelo sistema ecológico;
‣ geração de produtos residuais em quantidades
maiores do que as que podem ser ciclados.
• Além disso, o homem chega até a introduzir materiais
tóxicos no sistema ecológico que tolhem e destroem as
forças naturais (Lima Moraesa & Quinzani, 2002)
• A rápida urbanização concentrou populações de baixo
poder aquisitivo em periferias carentes de serviços
essenciais de saneamento. Isto contribuiu para gerar
poluição concentrada, sérios problemas de drenagem
agravados pela inadequada deposição de lixo,
assoreamento dos corpos d’água e conseqüente
diminuição das velocidades de escoamento das águas
(Magalhães, 1995).
Brasil:hidrografia
• São oito as grandes bacias hidrográficas no
País:
• a do rio Amazonas, a do rio Tocantins, as do
Atlântico Sul, trechos Norte e Nordeste, a do rio
São Francisco, as do Atlântico Sul, trecho Leste,
a do rio Paraná, a do rio Paraguai, e as do
Atlântico Sul, trecho Sudeste.
Fonte: Ministério dos transportes
Fonte: Ministério dos transportes
Disponibilidade hídrica dos
recursos superficiais
• Os recursos hídricos superficiais gerados no
Brasil representam 50% do total dos recursos da
América do Sul e 11% do recursos mundiais,
totalizando 168.870 m3/s.
• A distribuição desses recursos no País e
durante o ano não é uniforme, destacando-se os
extremos do excesso de água na Amazônia e as
limitações de disponibilidades no Nordeste.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS
PERSPECTIVAS PARA 2025
Disponibilidade dos recursos
subterrâneos
• Os recursos hídricos subterrâneos em uma determinada
região dependem:
‣ da recarga do aqüífero, que é função do balanço
hídrico;
‣ da capacidade do aqüífero em armazenar água e
regularizar os períodos de estiagens dos rios.
• Na América do Sul, o escoamento subterrâneo contribui
com cerca de 36% da vazão total. Na maioria do
território brasileiro, existem aqüíferos com balanço
hídrico positivo com grande recarga.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS PERSPECTIVAS
PARA 2025
Utilização dos recursos hídricos
• Os principais usos dos recursos hídricos
são:
• Abastecimento humano e
• animal (dessedentação)
• Industrial
• Irrigação.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS PERSPECTIVAS
PARA 2025
Ocupação humana
X
Recursos Hídricos
• Brasil  80% da população em áreas
urbanas. Nos estados mais
desenvolvidos, esses números chegam à
vizinhança de 90%.
• As condições atuais de disponibilidade x
demanda na maior parcela do território
brasileiro, não existe déficit de recursos
hídricos.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS
PERSPECTIVAS PARA 2025
Concentração Urbana
• Concentração urbana, vários conflitos e problemas têm
sido gerados neste ambiente, tais como:
• degradação ambiental dos mananciais;
• aumento do risco das áreas de abastecimento com a
poluição orgânica e química;
• contaminação dos rios por esgotos doméstico, industrial
e pluvial;
• enchente urbana gerada pela inadequada ocupação do
espaço e pelo gerenciamento inadequado da drenagem
urbana;
• falta de coleta e disposição do lixo urbano.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS PERSPECTIVAS
PARA 2025
Poluição
• > rios das cidades brasileiras estão deteriorados, sendo
esse o maior problema ambiental brasileiro.
Cidades sem coleta e sem tratamento de esgotos (in
natura)
• Alguns locais tem estação, mas coleta também (clandestinamente)
esgoto, passando a ser um sistema MISTO (esgoto + pluvial).
• Grande parte da precipitação escoa diretamente pelas áreas
impermeáveis para os rios. Não ocorrendo a infiltração, a vazão de
água subterrânea se reduz agravando as estiagens.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS PERSPECTIVAS
PARA 2025
Poluição industrial
• Os esgotos industriais têm um processo
pontual mais direto, já que os programas
de controle de efluentes industriais nas
entidades de controle ambientais
permitem pressionar as empresas no
sentido de adotarem sistemas de controle
de seus efluentes.
Fonte:GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA AVALIAÇÃO DA
SITUAÇÃO ATUAL E DAS PERSPECTIVAS PARA 2025
A degradação se dá por diversos processos que se
interagem, provando um efeito devastador nas Bacias
‣Desmatamento
‣ocupação incorreta do solo
‣ Falta de preservação ‣concreto X vegetação
dos mananciais
‣canalização x recuperação
‣ Agropecuária e
mineração
‣lixo, esgoto
(doméstico e industrial)
‣ AUSÊNCIA DE
VISÃO DE BACIA
Quantidade e qualidade da água
‣ Limitação dos usos
‣ Assoreamento e perda dos manaciais
Enchentes
• As enchentes urbanas
têm sido uma das
grandes calamidades a
que a população
brasileira tem sido sujeita
como resultado de:
• ocupação inadequada do
leito maior dos rios; ou
• urbanização das cidades.
Fonte: Projeto Planágua SEMADS
Enchentes
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Retenção superficial
Infiltração
Escoamento subterrâneo
Escoamento superficial
Fonte: Projeto Planágua SEMADS
Fonte: Projeto Planágua SEMADS
Fonte: Projeto Planágua SEMADS
Fonte: Projeto Planágua SEMADS
Fonte:Projeto Planágua SEMADS
Fonte:Projeto Planágua SEMADS
História de Belo Horizonte e a
degradação dos cursos d’água
Construção da Capital
Ocupação do solo
Córregos da Bacia do Rio Arrudas
Fonte: Saneamento Básico em BH: Trajetória em 100 anos
Construção seguindo modelos
higienistas
• Concepção HigienistaMoldelo Europeu
• Comissão de análise de salubridade e
disponibilidade de Mananciais
• Quatro modelos de esgotamento:
‣ “tout à l’égout
‣ “Waring” (separador)
‣ Liernur (diferenciador)
‣ Berlier ( trasnformador de adubos)
Fonte: Saneamento Básico em BH: Trajetória em 100 anos
Esgotamento e drenagem: e aí
começa a catástrofe...
• Sistema adotado: Tout l’égout..
• Logo depois as idéias de depuração pelo
solo ou tratamento foram abandonadas
fazendo o lançamento do esgoto no
Arrudas in natura
• Tributários do Arrudas foram canalizados
e depois receberam “avenidas sanitárias”
Fonte: Saneamento Básico em BH: Trajetória em 100 anos
Crescimento da Capital
Bairros periféricos
↑Mortalidade
Abastecimento da população com água do
Arrudas
Fonte: Saneamento Básico em BH: Trajetória em 100 anos
Fonte: Projeto Manuelzão
COMENTÁRIOS FINAIS
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A preocupação com a degradação e a conseqüente escassez dos recursos
hídricos passou a representar um sério problema de saúde pública. Por
certo, a água é um bem naturalmente renovável. Porém, na prática, o
aumento populacional tem ocorrido em níveis superiores aos tolerados pela
natureza, o que resultará, em pouco tempo, em estresse do sistema
hídrico.
A água torna-se causa de um número estatisticamente alarmante de
doenças. Os seres vivos, inclusive os humanos com toda sua tecnologia,
não foram capazes de se adaptar à vida sem água. Entretanto, a
irracionalidade humana do desperdício e da degradação superou o instinto
de sobrevivência, colocando em risco até mesmo sua própria espécie.
Embora as pesquisas que visam a diagnosticar e tratar ambientes
aquáticos degradados tenham aumentado muito nas últimas décadas,
inexistem soluções mágicas e/ou instantâneas que possam resolver a
problemática da degradação ambiental. O desenvolvimento de uma
consciência ambientalista, muito mais do que medidas punitivas, ainda é o
meio mais eficaz de evitar a concretização da grande crise da água,
prevista para um futuro bem próximo.
As gerações atuais precisam de uma nova cultura em relação ao uso da
água, pois, além da garantia de seu próprio bem-estar e sobrevivência,
devem cultivar a preocupação com as próximas gerações e com a
natureza, as quais, por certo, também têm direito a esse legado.
Bibliografia
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BORSO, Z.M & ALENCAR TORRESA, S.D POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS
NO BRASIL
Carlos E. M. Tucci, Ivanildo Hespanhol e Oscar de M. Cordeiro Netto. 2000.A
GESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL: UMA PRIMEIRA AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO
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Enchentes no Estado do rio de Janeiro: uma abordagem geral-Secretaria de Estado
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Projeto Planágua SEMADS - Agosto de 2001.
Fadel David Antonio Filho CRESCIMENTO URBANO E RECURSOS HÍDRICOS: O
CASO DE RIO CLARO (SP) - Estudos Geográficos, Rio Claro, 1(1): 55-62, Junho,
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Grupo de Trabalho. Índices de Avaliação de Projetos Hídricos.(GTZ). Coletânea de
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Lima Moraesa, D. & Quinzani, B. 2002.Degradação de recursos hídricos e seus
efeitos sobre a saúde humana. Rev Saúde Pública 2002;36(3):370-4
Sperling EV. Considerações sobre a saúde de ambientes aquáticos. Bio
1993;2(3):53-6.
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Crescimento urbano e a degradação dos recursos hídricos no Brasil