Assembleia Geral 13/04 - 6ª feira às 12:30 horas Auditório G1 da Faculdade de Letras Pauta: a) Informes; b) Discussão das propostas a serem encaminhadas ao I Congresso da CSP-Conlutas; c) Eleição de delegados para o I Congresso da CSP-Conlutas; d) Constituição da Comissão Eleitoral para as eleições do Andes-SN www.adufrj.org.br Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ Adufrj SSind vai à justiça contra corte da VPNI Juiz indefere liminar, mas Seção Sindical entra com recurso Andes-SN Ano XI no 744 9 de abril de 2012 Central Sindical e Popular - Conlutas Orbino Cosme/CoordCom-UFRJ Página 2 Pressão. Estudantes de Macaé ocupam a sala do Conselho Universitário para exigir melhorias no curso GREVE NA MEDICINA EM MACAÉ Colapso do Reuni paralisa curso O curso de Medicina no campus avançado está parado. Coordenadores pedem exoneração e estudantes afirmam que faltam ao curso condições materiais e pedagógicas. Ebserh CCS decide no dia 24 Painel Adufrj Ato do Dia Mundial da Saúde Contra a Privatização da Saúde e da Vida Marco Fernandes A dona da imagem. Verónica Ytier, muralista Página 7 A crise fez soar o alarme, revelando as dificuldades do Reuni. Reitor viaja nesta segunda-feira para Macaé. Crise repercute no Ceg. Professores criaram um fórum permanente para acompanhar a crise Páginas 3 e 4 O conselho do Centro de Ciências da Saúde discutiu durante quatro horas o assunto. Toma posição em 24 de abril. Página 5 Pesquisa revela dados sobre o ingresso de professores na UFRJ Página 8 Rodada de assembleias no país vai discutir indicativo de greve Página 6 Dia 10 de abril Concentração na Cinelândia a partir das 16h Acesse: http://pelasaude.blogspot.com.br 2 www.adufrj.org.br 9 de abril de 2012 sEGUNDA pÁGINA Adufrj-SSind ainda luta para impedir a supressão da VPNI Juiz nega pedido de liminar, mas assessoria jurídica da Seção Sindical entrou com recurso no dia 3 de abril. Reitoria já notificou professores do corte, que será cancelado caso a demanda seja acolhida O juiz da 24ª Vara Federal, Alfredo de Almeida Lopes, indeferiu o pedido de liminar da AdufrjSSind no mandado de segurança sobre a manutenção do pagamento da Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI) dos professores (referente ao antigo complemento do salário mínimo). A assessoria jurídica da seção sindical foi informada do indeferimento no dia 30 de março e já apresentou um recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF), no último dia 3. A reitoria já comunicou aos docentes que promoverá a supressão da VPNI na próxima folha. Isso se o recurso não for acolhido a tempo (provavelmente, até 15 de abril). Aproximadamente 450 professores recebem a VPNI. Para a assessoria jurídica, a decisão foi extremamente conservadora e não atentou para a redução salarial nominal que os professores terão. Muitos dos afetados pelo eventual cor- Ação dos 3,17% está ganha Muitos sindicalizados entraram em contato com a Adufrj-SSind para perguntar dos desdobramentos da ação dos 3,17%. A assessoria jurídica da seção sindical informa que a ação já foi ganha, mas ainda aguarda decisão do Superior Tribunal de Justiça quanto ao pedido de incorporação. O percentual corresponde a uma diferença retroativa a janeiro de 1995. Com a criação do Plano Real, em julho de 1994,a Lei 8.880/94 estabeleceu que os servidores públicos federais teriam toda a inflação reposta do período de julho de 1994 a janeiro de 1995 (25,95%) e que este reajuste seria concedido em janeiro daquele ano. No entanto, esta reposição não ocorreu de forma integral, restando uma diferença de 3,17% na recomposição dos vencimentos. Muitos dos afetados pelo eventual corte já são aposentados e idosos, pagam planos de saúde e medicamentos caros Dois pontos Comissão da verdade “Rodovia Castello Branco, elevado Costa e Silva, rua Dr. Sergio Fleury, avenida Presidente Médici e por aí vai. O Brasil é uma das poucas democracias do mundo que não só deixa tiranos impunes, como os homenageia em praça pública. Boa iniciativa para a Comissão da Verdade seria propor a mudança imediata de tais nomes.” Mudança na lei A edição da Lei nº 11.784/2008 (que provocou mudanças nas carreiras do magistério superior e do ensino básico, técnico e tecnológico), alterou o art. 41 da Lei 8.112/90 (do Regime Jurídico Único dos servidores federais). Pela legislação mais nova, em vez do vencimento básico, passou a ser considerado, para efeito de concessão do complemento até se alcançar o salário mínimo, o pagamento total dos docentes. Como resultado, ninguém recebia menos que o salário mínimo. Só que a supressão da VPNI não ocorreu naquela oportunidade. A UFRJ permaneceu pagando os valores antigos devidos a título de “complemento salário mínimo” como vantagem pessoal, a fim de evitar redução salarial. Em 2011, vários docentes receberam comunicação da pró-reitoria de Pessoal da UFRJ informando-lhes sobre corte na rubrica VPNI de seus vencimentos a partir da folha de junho daquele ano. A PR-4 concedia o direito de apresentar defesa no prazo de 30 dias. Contra a decisão da reitoria, a Adufrj-SSind promoveu recurso, que inicialmente suspendeu a decisão do corte (foi conferido efeito suspensivo). Depois, o recurso não foi aceito pela UFRJ e pelo setor jurídico do Ministério do Planejamento. A Assembleia Geral da Adufrj-SSind, realizada em 6 de fevereiro deste ano, autorizou a ação judicial contra o corte da VPNI. Correções O nome do senador Randolfe Rodrigues, do PSOL-AP, foi grafado erradamente em chamada de capa da edição anterior. O Instituto de Biologia não se posicionou contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como informouse, por equívoco, também na capa da edição anterior. Na entrevista com o professor Nelson Souza e Silva (página 3): Lula assinou uma Medida Provisória (não o projeto de lei) para criação da Ebserh. No Painel Adufrj (página 11), na nota “Reuni I”: a reunião foi com os coordenadores de cursos da UFRJ, na reitoria (não “no CT”, como saiu). Agenda Sindical 10 de abril Ato unificado do Dia Mundial da Saúde Samuel Tosta Trecho do artigo do jornalista e cartunista Gilberto Maringoni publicado em 9 de março no site da Carta Maior te já são aposentados e idosos, pagam planos de saúde e medicamentos caros. Também possuem vários empréstimos consignados em seus contracheques. Segundo o juiz, o pagamento desta vantagem já deveria ter sido “absorvido” pelos outros reajustes aos docentes que vieram após 2008. Também sustentou que a garantia da irredutibilidade salarial não teria efeitos em relação ao que chamou de “ato ilegal da administração pública”. Manifestante ergue cartaz durante o ato contra a comemoração do Golpe de 64, em frente ao Clube Militar, no Rio, dia 29 de março Rio de Janeiro (RJ) – Cinelândia, a partir das 16h (todos com uma fita preta simbólica do luto na Saúde). 13 a 15 de abril IX Encontro do Setor das Estaduais Brasília (DF) – com o tema “Autonomia com Democracia e Financiamento das IEES/IMES”. SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972 14 e 15 de abril Reunião do Grupo de Trabalho Política Agrária e Meio Ambiente do Andes-SN Brasília (DF) 21 e 22 de abril Reunião do Grupo de Trabalho de Seguridade Social/Assuntos de Aposentadoria do Andes-SN Brasília (DF) Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368 Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Mauro Iasi 1º Vice-Presidente: Luis Eduardo Acosta 2ª Vice-Presidente: Maria de Fátima Siliansky 1º Secretário: Salatiel Menezes dos Santos 2ª Secretária: Luciana Boiteux 1º Tesoureiro: José Henrique Sanglard 2ª Tesoureira: Maria Coelho CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Instituto de Economia Maria Mello de Malta; Alexis Saludjian; FACC Vitor Iorio; Escola de Serviço Social Rogério Lustosa; Janete Luzia Leite; Marcos Paulo O. Botelho (1º suplente); Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Rosa Maria Corrêa das Neves; Roberto Leher; Vânia Cardoso da Motta (1ª suplente) Escola de Comunicação Eduardo Granja Coutinho; Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Marilurde Donato; IESC Regina Helena Simões Barbosa; EEFD Alexandre Palma de Oliveira; Luís Aureliano Imbiriba Silva Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha COPPE Vera Maria Martins Salim Instituto de Física José Antônio Martins Simões Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiárias Catherine da Silva Lira e Camille Perissé Tiragem 7.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: [email protected] Conselho de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br www.adufrj.org.br/observatorio www.carreiradocente.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria. 9 de abril de 2012 www.adufrj.org.br 3 Reuni em questão Crise para curso de Medicina no campus Macaé da UFRJ A Estudantes entram em greve para pressionar reitoria e professores coordenadores deixam cargos mpliar vagas no ensino superior. Essa é a meta do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). No debate que antecedeu a adesão ao projeto do governo Lula, as opiniões na UFRJ (e nas universidades federais Brasil afora) se didividiram. A principal crítica: vincular a liberação de recursos ao cumprimento de metas prefixadas, submetendo a universidade a uma lógica gerencialista. N o dia 2, os 159 alunos do curso decidiram entrar em greve por tempo indeterminado: “O que a gente percebe é a dificuldade de a UFRJ nos assumir”, critica Daniele Guedes Allan, do 6º período. Os estudantes já haviam decidido entrar em greve e protestar no Rio de Janeiro, quando receberam o comunicado do coordenador e da vice-coordenadora do curso, respectivamente os professores Paulo Xavier e Analúcia Abreu, pedindo a exoneração de suas funções. Mas os estudantes não os culpam de nada, pelo contrário: “Eles fizeram de tudo. Sem eles, estaria ainda pior”, esclarece Daniele. A reportagem do Jornal da Adufrj buscou contato com os docentes, mas eles disseram, por intermédio dos estudantes, que não falariam “por enquanto”. Integrante da turma pioneira do curso, Daniele não vê como poderá se formar num futuro próximo, pois precisa cumprir um programa de internato obrigatório que simplesmente não existe na região. Segundo a aluna, os dois maiores hospitais da cidade (o São João Batista e o Hospital Público de Macaé), com os quais a univer- Além dessa questão de fundo, outros problemas começam surgir no caminho. Como se sabe, o Reuni recebeu o aval do Conselho Universitário. Se por um lado era bom ter um aporte financeiro maior para as universidades (e, dizem até os adversários do programa, a UFRJ há muito não recebia um volume tão significativo de recursos), por outro os riscos de uma expansão apressada poderia gerar impasses sérios. Kelvin Melo Orbino Cosme/CoordCom-UFRJ sidade e a prefeitura de Macaé mantinham um convênio não possuem o que chamam de “médicos diaristas”. Ou seja, médicos com presença assegurada no trabalho ao longo da semana. Os hospitais funcionam com plantonistas, que não são atraídos pelos baixos valores das bolsas oferecidas (de Protesto. Em audiência com a reitoria, estudantes demonstram disposição para a luta R$ 2,3 mil) para acompanhar a própria UFRJ não consegue dantes procurou o Ministério os estudantes: “Os médicos ga- constituir um quadro efetivo Público (MP) para denunciar nham três, quatro vezes mais de docentes para a Medicina todos os problemas do curso. nos seus consultórios”, explica de Macaé. Os estudantes esti- Foi proposto pelo MP um Termam que, no atual estágio das mo de Ajustamento de ConduDaniele. Como se não bastasse a in- turmas, até o sexto período, o ta (TAC), aceito pela Universuficiência da rede hospita- curso deveria apresentar cer- sidade. O TAC foi assinado e lar (quesito que rendeu a pior ca de 36 docentes exclusivos; os prazos dados já expiraram mais de uma vez, sem resultanota para o curso, apenas “1”, hoje, existem apenas 14. Em 2011 um grupo de estu- dos efetivos. na última avaliação do MEC), Daniele Guedes: “Sem condições” Professores se organizam para enfrentar a crise Professores do Núcleo Docente Estruturante (NDE), coletivo do Curso de Medicina de Macaé, criaram um Fórum Permanente de Professores “para enfrentamento da grave crise”. Reunião do fórum deliberou por algumas providências: · mobilização permanente e assunção da coordenação do curso, atualmente vacante, pelo coletivo do NDE; · pedido de audiência ao ministro da Educação; Mais rápido do que se esperava, soou o alarme no campus avançado de Macaé, criado com recursos do programa. O curso de Medicina implantado no segundo semestre letivo de 2009 não possui condições mínimas de sustentação. Faltam professores, o laboratório de Anatomia é precário, faltam alojamento e bandejão. Além disso, não existe uma infraestrutura hospitalar local para a prática dos estudantes. · enfrentamento mais efetivo da articulação da UFRJ com o SUS e pela qualidade da assistência pública em saúde; · apoio ao movimento dos alunos que têm se mobilizado de forma muito séria e competente para garantir um ensino médico de qualidade na universidade pública. Reitor em Macaé Entre os dias 9 e 11 de abril, uma comissão acompanhará o reitor em reuniões com alunos, professores e autoridades do município, complementadas por visitas às instalações do curso, para produzir um diagnóstico atualizado dos problemas enfrentados. A comissão especial será composta pelo vice-reitor, professor Antônio Ledo; pelo diretor da Faculdade de Me- dicina, professor Roberto de Andrade Medronho; pela professora titular do Departamento de Clínica Médica da UFRJ, Vera Halfoun; pelo professor titular do curso de Medicina em Macaé, Emerson Merhy; pela superintendente-geral de atividades fora da sede, professora Maria Antonieta Rubio Tyrrell; e pelo diretor do campus UFRJ-Macaé, professor Gilberto Zanetti. 4 www.adufrj.org.br 9 de abril de 2012 Reuni em questão Greve repercute no CEG Conselheiros dizem que ex-coordenadores do curso de Medicina do campus avançado têm responsabilidade Fotos: Alcione de Abreu/Divulgação C om a repercussão da crise instalada em Macaé, os representantes no Conselho de Ensino de Graduação (CEG), reunidos no dia 4 de abril, mostraram-se surpresos com o tamanho do problema. Segundo várias falas, o CEG possui representante daquele campus, com direito a voz e voto (desde outubro de 2011), em sua composição, que nunca levou ao colegiado qualquer reivindicação ou situação de crise. A pró-reitora de Graduação, Angela Rocha, informou à plenária do CEG: “Desde que assumi a pró-reitoria, fiz, no ano passado, pelo menos uma visita por mês a Macaé. Nunca nenhum aluno, professor ou coordenador de curso me procurou para comunicar qualquer problema no campus”, reclamou. “Eu não sei como a coordenação do curso deixou a situação chegar a esse ponto”. O professor Marcelo Einicker, representante do CCS, rebateu a surpresa da pró-reitora: “É óbvio que o coordenador do curso estava ciente do que estava acontecendo, assim como a Faculdade de Medicina e a reitoria também estavam”. Crise aberta. Em um claro sinal da fragilidade do Reuni na UFRJ, estudantes de Medicina de Macaé foram à reitoria, dia 3, para protestar Ex-coordenadores responsabilizados A professora Luciana Boiteux, representante do CCJE e diretora da Adufrj-SSind, afirmou que não está claro “o que é problema de gestão, o que é problema de estrutura e o que é problema de pessoal”. Ela ponderou que essa avaliação precisa ser feita pelos ex-coordenadores (veja matéria na página 3) do curso, que estavam mais próximos do dia a dia e poderão dizer com propriedade os problemas enfrentados. Luciana sugeriu que o CEG peça aos ex-coordenadores um relatório sobre a situação acadêmica do curso para poder avaliar o caso. Falta de docentes O grande problema enfrentado por todos os cursos em Macaé é a falta de professores. O alto custo de vida, os baixos salários e a inexistente política de incentivo da UFRJ foram apontados como fatores decisivos. A situação, porém, não se restringe a Macaé ou aos cursos abertos (precariamente) com verbas do Reuni. Na mesma sessão, a professora Maria Antonieta, representante do CT no colegiado, apresentou a vacância calculada em relação ao número de professores substitutos na última distribuição: 160 no total, sendo 37 para o CLA, 19 para o CCMN, 20 para o CFCH, 17 para o CT, 47 para o CCS e 20 para o CCJE. PR-1 apresenta metas do Reuni no CEG E causa intenso debate sobre quantidade versus qualidade do ensino oferecido na instituição A pró-reitora Angela Rocha aproveitou os instantes finais da sessão do dia 4 de abril para apresentar um relatório com as metas do Reuni para a UFRJ. O acordo de metas número 6 foi firmado em março de 2008 e tem vigência até março de 2013. Estão previstos: o aumento do número de vagas ofertadas pela universidade; elevação gradual da taxa de conclusão média para 90%; elevação da relação alunoprofessor (a RAP tão debatida e criticada pelo movimento Orbino Cosme/CoordCom-UFRJ docente) para 18/1. Segundo o documento, caso a universidade não atinja as metas estipuladas, poderá sofrer desconto equivalente ao montante destinado por ocasião do Reuni no próximo orçamento. As metas em relação à oferta de vagas estão sendo alcançadas anualmente, segundo a PR-1. Entre 2007 e 2012, houve um acréscimo de 39%. Os grandes gargalos são a oferta de cursos noturnos e, principalmente, a taxa de conclusão. Em 2012, sete mil estudantes deveriam se formar. Com pouco mais de 4.600 conclusões, seria necessário um aumento de cerca de 40% no número de formandos. Cumprimento das metas Angela Rocha. Quer aumentar (ainda mais) o número de vagas Angela se mostrou muito preocupada em cumprir todas as metas estipuladas no acordo e sugeriu incentivo maior para os cursos noturnos, ações para aumentar o número de formandos, gestões junto ao MEC para mudar o cálculo da taxa de conclusão e aumento de vagas para cursos novos e para a Farmácia (noturno). Andréia Salgado, representante do CT, reclamou que hoje, com quatro cursos noturnos que dependem dos laboratórios da Escola de Química, já há problemas de alocação dos estudantes. “Nesse período já foi uma luta organizar horários em laboratórios para todo mundo. Se aumentarem vagas..” Indignado, o professor João Felippe Cury, representante do CCJE, foi enfático: “Não houve discussão efetiva dentro da universidade sobre o Reuni. O que estamos vendo aqui é o resultado de uma decisão política tomada no ano de 2007. A comunidade não foi ouvida e isso é um fato”. 9 de abril de 2012 www.adufrj.org.br 5 Ameaça aos HUs CCS vota Ebserh no dia 24 Conselho do Centro de Ciências da Saúde faz debate de quatro horas sobre proposta de entregar à empresa a gestão dos hospitais universitários. Última palavra será dada pelo Conselho Universitário Fotos: Marco Fernandes Possibilidade de contratação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares pela UFRJ continua tramitando de forma acelerada pela instituição. Ato desta terça-feira, 10/04, na Cinelândia, vai protestar contra a privatização da saúde A pós mais de quatro horas de discussão quanto à possibilidade de a UFRJ aceitar um contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – estatal inventada pelo governo para gerir os HUs -, o Conselho de Coordenação do Centro de Ciências da Saúde (CCS), reunido no Auditório Quinhentão, em 2 de abril, marcou a deliberação sobre o tema para o dia 24 deste mês (excepcionalmente uma terça-feira, já que segunda, 23 de abril, será feriado). Diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery, Neide Titonelli, ressaltou que o tema “Ebserh” não é novo na UFRJ, mas a ampliação do debate sobre a empresa, sim. De acordo com ela, após duas Congregações e uma assembleia com a comunidade acadêmica local, em março, a Unidade agora se manifesta contra qualquer tipo de contratualização com a empresa: “Saúde não tem preço. É um bem maior. Qual a justificativa de contratar uma estrutura suprauniversitária, vinculada ao MEC, por tempo indeterminado? Qual o interesse que está por trás disso?”, questionou. O professor Leandro Nogueira, diretor da EEFD, enfatizou que sua Unidade ainda não deliberou sobre o tema. Porém, como opinião pessoal, em defesa da autonomia universitária, declarou-se contrário à negociação com a Ebserh para gestão dos HUs: “Os indícios são de uma ‘negociação’ entre o pescoço e a guilhotina. Nes- “ “ Os indícios são de uma ‘negociação’ entre o pescoço e a guilhotina. Nesse tipo de negociação, não sei se teremos margem para negociar Saúde não tem preço. É um bem maior. Qual a justificativa de contratar uma estrutura suprauniversitária, vinculada ao MEC, por tempo indeterminado? Leandro Nogueira Diretor da EEFD Neide Titonelli Diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery se tipo de negociação, não sei se teremos margem para negociar”, comparou. O movimento estudantil apresentou diversos questionamentos ao texto da lei nº 12.550 (da Ebserh) e ao seu estatuto social. Depois, os alunos também perguntaram qual seria o impacto da empresa no Complexo Hospitalar da UFRJ. Por fim, reivindicaram a ampliação do debate para todo o Centro, com liberação das aulas. Um representante da Medicina disse que, só para acompanhar aquela longa reunião do conselho, precisou perder três tempos de aula. Pela Adufrj-SSind, a diretora Fátima Siliansky destacou a decisão da última Conferência Nacional de Saúde contra todas Ato do Dia Mundial da Saúde Contra a Privatização da Saúde e da Vida Os defensores da Ebserh O diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), José Marcus, disse não enxergar, na atual conjuntura, uma alternativa melhor que a negociação de um contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Pedro Lagerblad, representante suplente dos Titulares do Centro no conselho, ressaltou que a universidade deveria se decidir logo quanto à contratação da empresa de serviços hospitala- res. Para ele, a UFRJ poderia, dessa forma, aproveitar melhor os benefícios da Ebserh, o que não teria ocorrido com o Reuni. O diretor da Faculdade de Medicina, Roberto Medronho, argumentou que a Ebserh não significa a privatização dos HUs. Segundo ele, a Congregação de sua unidade defende a abertura de negociação do contrato entre a universidade e a empresa, sem ferir a autonomia universitária. as formas de privatização, inclusive a Ebserh. Para a dirigente, que é professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC), a universidade precisa discutir mais o tema: “O problema é de subfinanciamento, de falta de concursos. Na prática, a longo prazo, ficaremos reféns dessa empresa”, criticou. Nelson Souza e Silva, diretor do Instituto do Coração da UFRJ, reafirmou no conselho de Centro o que já havia antecipado em entrevista para o Jornal da Adufrj anterior. A implantação da Ebserh segue uma orientação do Banco Mundial, fere a autonomia universitária e afeta os princípios de integralidade e universidade do Sistema Único de Saúde. Dia 10 de abril Concentração na Cinelândia a partir das 16h Acesse: http://pelasaude.blogspot.com.br 6 www.adufrj.org.br 9 de abril de 2012 Andes Sindicato Nacional Rodada de assembleias vai discutir indicativo de greve Reunião do setor das Ifes decide investir em ações mais vigorosas para quebrar a indiferença do governo As ações estão sendo programadas para os dias 13, 19 e 25 de abril, quando estão previstas as reuniões do grupo de trabalho constituído por meio do acordo de 2011 A tividades de mobilização e paralisação deverão marcar o mês de abril nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Esta é uma das deliberações tiradas na reunião do Setor das Ifes, realizada nos últimos dias 29 e 30. Os 67 presentes (sendo sete diretores e 60 representantes de 36 seções sindicais das Ifes) decidiram realizar ações nos dias 13, 19 e 25, quando acontecem as reuniões do Grupo de Trabalho constituído no ano passado, fruto do acordo emergencial firmado entre o Andes-SN e o governo, para tratar da reestruturação da carreira do professor federal. Além disso, foi chamada nova rodada de assembleias gerais entre os dias 9 e 20 de abril, para preparar as ações e pautar a discussão sobre indicativo de greve nacional dos docentes das Ifes, tendo como referência a pauta de reivindicações aprovada no 31º Congresso do Andes-SN - já protocolada junto ao governo - centrando na reestruturação da carreira. Na avaliação dos coordenadores do Setor das Ifes, a dureza do governo voltou a se expressar até com mais vigor na conjuntura de 2012, sendo necessário fortalecer a unidade na defesa do projeto de carreira docente apresentado pelo Andes-SN. A proposta do setor é que os professores realizem, no dia 13, atividades nas universidades e dialoguem com a comunidade interna e externa, explicando a luta dos docentes. Já nos dias 19 e 25 devem ocorrer paralisações em todas as Ifes – a primeira em defesa da pauta específica dos docentes e a segunda, previamente convocada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais, em defesa da pauta unificada dos SPF. Neste dia, as demais categorias dos servidores também deverão suspender as atividades em todo o país. Uma nova reunião do setor foi agendada para os dias 21 e 22 de abril para avaliar a mobi- Orçamento Governo tira mais de R$ 2 bilhões da ciência O s cortes propostos pelo governo federal ao orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) podem colocar a perder muitos dos significativos avanços obtidos nos últimos anos. A drástica redução de recursos vai na contramão de outras medidas adotadas pela própria União em tempos recentes, como a expansão da infraestrutura de ensino público universitário e a busca pela internacionalização da ciência brasileira. Esse é o diagnóstico quase unânime dos cientistas ao tratar da redução em cerca de 22% na verba federal destinada ao sistema de CTI bra- lização da categoria e as deliberações das assembleias de base. Mudança no padrão A reunião entre o AndesSN, Ministério do Planejamento (MP) e demais entidades do setor da educação realizada na quinta-feira (28) foi marcada pela tentativa de inversão de padrão, por parte do governo, na forma de tratar a reestruturação da carreira do professor federal. Causando indignação aos representantes das entidades, a equipe da Secretaria de Relações de Trabalho do MPOG iniciou a reunião sem ter o que Wilson Dias/ABr Ministro de CTI, Marco Antônio Raupp dizer e não apresentou uma proposta de retomada das negociações em torno da carreira, iniciadas no ano passado e interrompidas pela incapacidade do governo em solucionar com agilidade a vacância decorrente da morte de do então chefe da SRT/MPOG, Duvanier Paiva. “Esperávamos que o secretário assumisse a responsabilidade em dizer se a negociação seria retomada, uma vez que foi o governo que interrompeu o processo”, disse Marina Barbosa, presidente do Andes-SN, durante a reunião. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind) sileiro para 2012. É o segundo ano consecutivo em que há contingenciamento de recursos destinados ao MCTI. Somados, os dois cortes fizeram o valor disponível ao Ministério cair de R$ 7,8 bilhões, em 2010, para R$ 5,2 bilhões, neste ano. Mesmo sem levar em conta a inflação no período (que tornaria a situação ainda mais alarmante), o orçamento foi reduzido a dois terços do valor do último ano do governo Lula. O anúncio dos cortes, justificado no governo pela crise financeira internacional, foi veementemente criticado por representantes da comunidade científica. A Sociedade Brasilei- ra para o Progresso da Ciência (SBPC), a Sociedade Brasileira de Física (SBF) e a Sociedade Brasileira de Astronomia (SAB) estiveram entre as entidades que divulgaram notas de repúdio à ação federal. Os protestos não se limitaram à esfera científica. Representantes do setor industrial, preocupados com o impacto dos cortes no estímulo à inovação – fator essencial para a preservação da competitividade da indústria braseileira no cenário internacional – também se manifestaram contrários à restrição de recursos. (Fonte: Sociedade Brasileira de Física. Edição: Adufrj-SSind) Adufrj-SSind indica Maria Malta A Adufrj-SSind indicou a professora Maria Malta, do Instituto de Economia e exintegrante da diretoria da Seção Sindical, para representála na Comissão do Conselho Universitário que vai discutir a Carreira Docente. Samuel Tosta 9 de abril de 2012 www.adufrj.org.br 7 Painel Adufrj Marco Fernandes Sem DE O curso de Medicina do Fundão enfrenta problemas com seus professores. Muitos estão abrindo mão da Dedicação Exclusiva para atuarem em regime de 20 horas. O motivo: todos querem abrir seus consultórios particulares e complementarem o salário da universidade. Apesar de o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) dizer que as frentes de construção da usina hidrelétrica no Rio Xingu estão funcionando normalmente, de acordo com Atnágoras Lopes (CSP-Conlutas), entre 20% e 30% dos sete mil dos operários do canteiro de obras permanece de braços cruzados por melhores remunerações e condições de trabalho. Obra embargada As obras no polo avançado de Xerém, da UFRJ, estão embargadas por questões ambientais. A UFRJ foi punida com medidas compensatórias, como plantação de mudas, e pagamento de multa de R$ 250 mil. As medidas estão sendo substituídas por ofertas de vagas em cursos na área ambiental para funcionários da prefeitura local. Colapso Hoje há 598 docentes na UFRJ que recebem abonopermanência, ou seja, que podem se aposentar a qualquer tempo. “Se todo mundo resolver se aposentar de uma vez entraremos em colapso”, disse a pró-reitora de Graduação, Angela Rocha, que também está inserida nesse grupo de professores. E a Funai? A Celestial Green está se tornando conhecida entre os brasileiros por comprar direitos aos créditos de carbono em área florestal, tratando diretamente com lideranças de diversas etnias. De acordo com as páginas da empresa no Twitter e Facebook, ela já teria direito sobre 20 milhões de hectares da Amazônia (território equivalente ao da Suíça e da Áustria somados). A Funai ainda não se manifestou sobre a questão. Vida de Professor Belo Monte Sedução de cores Aos poucos, os painéis exibidos pela Adufrj-SSind têm chamado a atenção de quem passa diante da fachada do ex-Canecão. O mural em exposição agora impressiona pela força das cores que se misturam formando imagens de rostos femininos. Foi posto lá na semana do Dia Internacional da Mulher (oito de março). A autora da obra é a muralista chilena Verónica Graziela Urzal Ytier. O desenho foi tecido artesanalmente, em Já são 100 A UFRJ chegou à marca de 100 cursos de pós-graduação: “Mas o que isso significa? Estamos de fato contribuindo com a produção de conhecimento ou esta é apenas mais uma questão numérica?”, questionou Carlos Azambuja, no CEG. proporções bem menores, sem nenhum recurso digital. Para alcançar aquele tamanho (5m de altura e 25 de largura), aí sim: foi escaneado, submetido ao processo chamado de gigantografia e projetado para ocupar toda dimensão do espaço disponível. Verónica Ytier é engenheira de Execução em Design Ambiental e possui longa tradição de pôr sua arte a serviço dos que subvertem a ordem injusta. Estatuinte O CEG indicou o professor Francisco Artur Chaves, representante do CCMN, para compor o Fórum Estatuinte. Luciana Boiteux, representante do CCJE, salientou a importância de os docentes se engajem no processo. Curso Anita Prestes dará aula no começo do curso de extensão História dos Movimentos Sociais no Brasil no Nepp-dh na quarta, dia 18 (das 13h30 as 15h30) na Praia Vermelha. Retrato imperdível Frustração Presença de Celso Amorim, ministro da Defesa, na Praia Vermelha, acabou impedindo um evento da estudantada em solidariedade aos estudantes de Macaé. Exigência da segurança do ministro. Corrida A PR-4 identificou um aumento substancial no pedido de aposentadorias de técnicoadministrativos e professores da UFRJ. O que se especula é que o fenômeno esteja relacionado à aprovação da aposentadoria privada dos servidores públicos. A revista mensal Retrato do Brasil (edição nas bancas) traz como matéria de capa o artigo “A nova guerra americana”. Um dos trechos destaca: “Com armas não tripuladas de longa distância, sem lei, os EUA matam mundo afora – no Paquistão, na Somália, no Iêmen, na Líbia. Agora é a vez da Síria?”. O jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, de biografia associada ao jornalismo de resistência, é editor da revista. Diego Novaes 8 www.adufrj.org.br 9 de abril de 2012 Perfil II* Pesquisa revela o mapa do ingresso de professores A partir de 2006, a tendência se inverte na UFRJ : menos homens e mais mulheres são admitidas. Mesmo assim, ainda há um pequeno predomínio masculino entre os quadros docentes O período de maior ingresso de professores na UFRJ foi entre 1976 e 1980. Nesses cinco anos ingressaram na instituição 1.002 professores – o que equivale a quase 17% do quadro atual de docentes, de acordo com o cruzamento de dados da Adufrj-SSind com os da Pró-Reitoria da Pessoal da universidade. Aquele período só rivaliza com os cinco anos de 2006 a 2010 que contabilizam o ingresso de 800 professores. A maioria dos professores recém-ingressos na UFRJ aqui chegaram por meio do Programa de Reestruturação e Expansão das universidades (o Reuni) – um contrato de gestão firmado com o MEC que obriga a universidade a atingir metas estabelecidas. A pesquisa revela outro dado relevante: a partir de 2006 começa a predominar na UFRJ o ingresso de professores do sexo feminino sobre os professores masculinos. Até esse momento sempre haviam ingressado mais professores do sexo masculino do que feminino. Apesar da nova tendência (indicando esse processo de feminização da força de trabalho docente), ainda há um pequeno predomínio de docentes masculinos (53% contra 47%). Professores efetivos (ativos e aposentados) por ano de admissão/2011 1200 1000 Feminino Masculino 1955 1960 1965 1970 800 600 400 200 0 1950 * Está é a segunda publicação sobre o cruzamento de dados entre Adufrj-SSind e PR-4 Desde a edição anterior, passamos a publicar o resultado de uma pesquisa organizada a partir de dados da AdufrjSSind e da Pró-reitoria de Pessoal da UFRJ. Na semana passada, os dados foram revelados tendo como referência a faixa etária. No perfil desta semana, a referência foi o sexo e o ano de admissão. Na próxima edição, a pesquisa trará novas informações sobre os professores ativos. 1975 1980 1985 1985 Ano de admissão Ano de admissão 1990 2000 2005 2010 2011+ Feminino Masculino Total % Até 1950 32 41 73 1,24% 1951 - 1955 47 67 114 1,93% 1956 - 1960 53 88 141 2,39% 1961 - 1965 55 92 147 2,49% 1966 - 1970 166 235 401 6,79% 1971 - 1975 205 266 471 7,97% 1976 - 1980 466 536 1002 16,96% 1981 - 1985 147 181 328 5,55% 1986 - 1990 134 162 296 5,01% 1991 - 1995 332 339 671 11,36% 1996 - 2000 387 426 813 13,76% 2001 - 2005 146 166 312 5,28% 2006 - 2010 400 393 793 13,42% 2011 + 207 138 345 5,84% Total 2777 3130 5907 100,00%