Folha de Alphaville
Protesto
SEXTA-FEIRA, 21 DE JUNHO DE 2013 | CIDADES | B5
Por conta da manifestação, empresas de Alphaville liberam os funcionários por volta das 16h
Fotos: Tânio Marcos/Folha de Alphaville
INTERDITADA.
Manifestantes param a
rodovia Castello Branco,
km 22, por horas
três horas
Manifestantes invadem
a Castello e o Rodoanel
Ludmilla Amaral
[email protected]
A
pesar da redução da tarifa dos ônibus nas cidades
da região Oeste, anunciada
ontem pelos prefeitos, moradores de Carapicuíba se
reuniram nesta quinta-feira
(20) para protestar por saúde,
edução e melhorias no transporte público.
O grupo se dividiu em três
e enquanto uma parte, de
mais ou menos 300 pessoas,
segundo informações da Polícia Rodoviária, seguiram para
a rodovia Castello Branco,
por volta das 18h, e pararam
o trânsito da pista expressa e
local nos dois sentidos, no km
22, um outro grupo maior de
manifestantes se concentrou
no Rodoanel Mário Covas,
km 16, também paralisando o
trânsito. Um terceiro aglomerado de manifestantes se manteve no centro de Carapicuíba.
A maioria dos manifestantes era de jovens que sentados
no chão seguravam cartazes
pedindo seus direitos e gritando “sem violência”.
Victor Hugo Gomes, 19
anos, morador de Carapicuíba, estudante de economia
e funcionário da prefeitura,
está indignado com a situação do país e protesta pacificamente por melhorias em
todos os setores. “O que está
acontecendo em todo o Brasil
não é por causa das tarifas,
é também por causa da PEC
37, mas na verdade todos os
problemas vão se acumulando. Foram 21 anos para que
algo assim acontecesse.” Ele
explica que os motivos essenciais do protesto são a saúde
FERIADO.
As lojas
do Centro
Comercial
Alphaville
liberaram os
funcionários
e às 17h15 o
local estava
deserto
Leonardo Thorpe
Morador de
Alphaville
TRÂNSITO.
Por volta das
17h25, a
alameda Rio
Negro estava
totalmente
livre nos dois
sentidos, já
que as pessoas
foram embora
mais cedo
Foram 21
anos para
que algo
assim
acontecesse. A briga
tem que ser
comprada
por todos”
Victor Hugo
Morador de
Carapicuíba
300
CHOQUE.
Por conta do
vandalismo,
polícia
dispersou
manifestantes
que estavam
no centro de
Carapicuíba
São Paulo
Capital paulista tem mais
uma noite de protestos
A manifestação que ocorreu na avenida Paulista, em
São Paulo, reuniu cerca de
100 mil pessoas segundo a
Polícia Militar. De acordo
com a corporação, apenas
um incidente grave ocorreu
durante a passeata: um conflito entre membros de um
partido político e um grupo
supostamente de extrema
direita. Uma pessoa saiu ferida e foi socorrida pela PM.
Na avenida Paulista, a
manifestação foi dividida
em dois blocos distintos: em
um deles as pessoas hostilizam e protestam contra partidos políticos, a corrupção
e gastos excessivos para as
obras da Copa do Mundo.
Os ativistas desse grupo gri-
É o nosso
dinheiro.
A nossa
saúde é
precaria, nós
não temos
qualidade de
vida e nem
segurança.”
tavam palavras de ordem
contra a presidente Dilma
Rousseff, o prefeito Fernando Haddad e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eles pediam mais recursos
para a educação e saúde.
A manifestação do segundo grupo, encabeçado
Parte dos ativistas
se deslocaram da
Paulista até a Câmara
dos Vereadores
pelo Movimento Passe Livre
(MPL), partidos políticos e
movimentos sociais foi encerrada na Praça Oswaldo
MANIFESTANTES
É a quantidade
de pessoas que
estava reunida na
Castello Branco
durante protesto
na quinta-feira
(20)
Cruz. Nesse grupo estavam
os movimentos estudantis,
membros de partidos como
o PSTU, o PSOL e o PT, o
movimento gay e a Central
de Movimentos Populares.
A avenida Paulista teve,
como em todos os dias,
muitas pessoas protestando. Parte dos ativistas se
deslocaram do local até a
Câmara dos Vereadores, na
região central da cidade.
Houve aglomeração de manifestantes também na avenida Vinte e Três de Maio,
que teve o trânsito de veículo interrompido nos dois
sentidos.
A manifestação foi convocada pelo Movimento
Passe Livre (MPL) e comemora a revogação do aumento nas tarifas do transporte público na capital
e lembra das pessoas que
seguem presas ou sofrendo
processo criminal devidos
às manifestações. (Agência
Brasil)
precária e a educação defasada. “Estamos aqui na Castello
não só pelo passe, a Castello
também é foco por causa do
pedágio. Foi comprovado que
nós trabalhamos até o mês de
maio só para pagar os nossos
impostos. A briga tem que ser
comprada por todos.”
Alguns moradores de Alphaville se uniram ao protesto para dar seu apoio aos
manifestantes. Entre eles, o
estudante universitário Leonardo Thorpe, de 23 anos,
que afirma que foi à Castello
se manifestar e mostrar para
o governo que não é por causa de 20 centavos que eles
estão se revoltando. “Nós
estamos nos revoltando pela
corrupção, pelos mensalões.
É o nosso dinheiro, todo
mundo aqui paga imposto indiretamente ou diretamente,
a nossa saúde é precária, nós
não temos qualidade de vida
nem segurança.”
O protesto se manteve pacífica entre os manifestantes,
motoristas e a polícia até por
volta das 19h40, quando alguns motoristas pediam para
passar pela pista expressa,
sentido São Paulo, por estarem
com crianças e idosos no carro.
Alguns manifestantes concordaram em liberar a rodovia
por 30 minutos, porém outros
se revoltaram e se recusaram a
sair do local. Entre muitas discussões, a polícia tentou pacificamente fazer um acordo,
porém alguns manifestantes
se mostraram irredutíveis. O
1º tenente Carlos, da Polícia
Militar Rodoviária, explicou
que tentou conversar com os
manifestantes ma não obteve
sucesso. “Nós entendemos o
direito de manifestação, só ficamos tristes por eles não pensarem nas pessoas que estão
lá atrás. Foge do espírito de
coletividade.” Ele pediu para
os manifestantes liberarem
o local e lhes deu 10 minutos
para que isso acontecesse, porém ninguém saía.
Por volta das 20h40, dois
tiros foram disparados para
o alto com o intuito de afastar as pessoas. Em seguida,
oficiais da Tropa de Choque
chegaram ao local disparando bombas de efeito moral (só
barulho)e gás lacrimogênio
para dispersar os manifestantes, que correram em direção
à Carapicuíba.
O grupo que se manteve no
centro do município provocou
danos ao patrimônio público e
causou bagunça. Já os manifestantes do Rodoanel se mantiveram pacíficos e liberaram a
rodovia por volta das 21h.
Durante o dia diversas informações
desencontradas
sobre protestos em Alphaville
deixaram moradores preocupados e muitas empresas
liberaram os funcionários por
volta das 16h, ocasionando
trânsito intenso no bairro. Porém, por volta das 17h15, as
ruas estavam vazias, já que as
pessoas anteciparam o retorno
às suas casas.
No bairro
Moradores de Alpha
farão protestos hoje
Alphaville promete parar
hoje, sexta-feira (21), por conta de manifestações organizadas por moradores por meio
das redes sociais.
Os manifestantes combinaram de se encontrar às 17h na
alameda Rio Negro, em frente
ao Deck Bar, próximo à padaria
La Ville. A ideia é fazer um protesto pacífico contra diversos
temas já abordados. Mais de
mil moradores do bairro confirmaram a presença no evento
criado nas redes sociais.
Durante a caminhada,
eles pretendem descer a alameda Rio Negro e seguir pela
Tocantins. O final do trajeto
ainda não está definido.
A cidade de Barueri também organizou uma manifes-
tação para hoje. O encontro será
no Boulevar, às 18h, e a caminhada será no sentido Terminal
de Barueri.
Alguns grupos partirão do
Jardim Silveira (terminal rodoviário) e do Jardim Belval
(Arena Barueri). Eles afirmam
que são contra qualquer tipo de
vandalismo e violência. O objetivo do protesto é a melhoria do
transporte público. Há a possibilidade dos manifestantes de
Alphaville e de Barueri se encontrarem no bairro.
Por conta destes protestos,
da festa junina do ATC e Area,
que interdita a alameda Mamoré, e o show de Joana Amendoeira, al. Oiapoque, o trânsito
em Alpha deve ficar prejudicado no final da tarde.
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Manifestações na Castello