Formação de
Pastoralistas
Programas
Pastorais
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Apresentação
Um dos valores institucionais da Rede Marista é a audácia, que
pressupõe “agirmos com espírito empreendedor, atentos aos sinais
dos tempos, (...) explorar novas possibilidades e promover mudanças” (Valores Institucionais da Rede Marista).
Impregnados por esse espírito e valor é que os Programas
Pastorais Formação de Pastoralistas, Grupos da PJM, Formação
Humano-Cristã, Cultivo da Fé, Voluntariado e Ministério da Catequese chegam para ajudar a impulsionar a ação pastoral, qualificando a missão da Rede Marista, já que a evangelização é a razão
de ser do Instituto do qual fazemos parte.
O principal objetivo dos Programas é garantir a compreensão, alinhamento, sistematização e posicionamento das práticas
e temáticas da ação pastoral nas Unidades Maristas.
É com muita alegria que apresentamos o Programa Formação de
Pastoralistas, resultado de muitas mãos, escuta, entreajuda, leituras e
observações. Ele vem para contribuir na fidelidade de cada Pastoralista na missão que lhe é confiada a cada dia.
Portanto, o Programa visa capacitar os Pastoralistas perante a
complexidade dos cenários que compõem as Unidades Maristas,
pensar processos permanentes de capacitação, abordar conteúdos teológico-pastorais, assim como favorecer o cultivo pessoal
no processo de amadurecimento na fé. Isso porque, por trás de
cada prática pastoral, há um Pastoralista que precisa saber-se discípulo (e pedagogo), muito além de apenas exercer uma função
no mundo do trabalho.
Que o Programa possa contribuir em nosso fazer pastoral!
Seria desconfortável
saber em nossa
rede de alguém
que se propõe a
evangelizar pela
educação e pensa
estar pronto, sem
precisar refazerse, atualizar-se,
aprofundar, cultivar
e ampliar seus
conhecimentos
e sabedoria.
Não me refiro
aqui a acumular
um número
sempre maior de
informações, mas
sim de experiências
intensas, qualitativas,
significativas e
significantes para
a vida.
(Marcos José Broc)
Coordenação de Pastoral
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Sumário
1. Justificativa
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2. Objetivos
2.1 Objetivo geral
2.2 Objetivos específicos
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3. Fundamentação
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4. Interlocutores
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5. Operacionalização
5.1 Em nível pessoal
5.2 Em nível local
5.3 Em nível de Rede Marista
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6. Avaliação
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7. Referências
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Programa Formação de Pastoralistas
1. JUSTIFICATIVA
Devido à transversalidade pastoral e à riqueza de práticas
pastorais e seu significado na missão da Rede Marista, faz-se necessário pensar na formação das pessoas que conduzem esse
processo. Os Pastoralistas planejam, pensam, organizam e proporcionam, em conjunto com outros serviços/setores da Unidade, formações e vivências que marcam crianças, adolescentes,
jovens e adultos por toda a vida. Cada Pastoralista envolvido
dedica-se com as forças de que dispõe e de acordo com as possibilidades que cada contexto proporciona.
Por vezes, a complexidade que constitui o entorno, e mesmo o interno das Unidades onde se desenvolvem as práticas, é
tão dinâmico, que, quando se percebe, os cenários já são outros. Somados a esses aspectos, há a dificuldade de encontrar
profissionais capacitados, disponíveis, para a área pastoral e instituições, que mantenham cursos específicos para a formação
de Pastoralistas.
Para pensar processos permanentes de formação com uma
constante cultura de atualização nos conhecimentos técnicos,
com aprofundamento das razões da fé, conhecimento dos interlocutores e uma compreensão mínima dos fenômenos contemporâneos, justifica-se o Programa Formação de Pastoralistas.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Capacitar Pastoralistas, qualificando os processos pedagógico-pastorais.
2.2 Objetivos específicos
•Favorecer o cultivo pessoal no processo de amadurecimento na fé;
•estudar temas pertinentes à evangelização;
•oportunizar experiências de construção coletiva do conhecimento;
•utilizar a metodologia participativa na construção dos processos pedagógico-pastorais;
•favorecer a cultura de formação permanente.
3. FUNDAMENTAÇÃO
“É necessário fazer com que o único programa do Evangelho continue a penetrar, como sempre aconteceu, na história
de cada realidade eclesial. É nas Igrejas locais que se podem
estabelecer as linhas programáticas concretas – objetivos e
métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes,
busca dos meios necessários – que permitam levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear
em profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos (...). Espera-nos, portanto,
uma apaixonante tarefa de renascimento pastoral. Uma
obra que nos toca a todos” (Carta Apostólica Novo Millennio
Ineunte, 2001, nº 29).
Compreender o “renascimento pastoral” como uma “apaixonante tarefa” é importante para o contexto societário em que
vivemos e também para a missão evangelizadora, pois se multiplicam as perguntas e questões de todo o tipo e aumenta a
complexidade dos desafios. Isso pode ser visto como natural e
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urgente, mas mesmo assim é necessário fazer-se a pergunta: precisa-se de “renascimento pastoral”?
Se a resposta for sim, fica fácil entender a importância da “formação e valorização dos agentes” nessa “obra que nos toca a todos” (cf. Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, 2001, nº 29).
Mas também há a necessidade de se fazer outro questionamento: o que e quem está implicado num renascimento pastoral?
Sem dúvida, não é preciso pensar muito para citar uma série de
setores, organizações, equipes, situações, contextos e pessoas-chave para o “renascimento pastoral”.
Entretanto, precisa-se chamar a atenção para a formação aprofundada das pessoas que conduzem os diversos processos pastorais. Pessoas que são chamadas de Pastoralistas e trabalham na
definição de “objetivos e métodos” específicos para cada contexto
a fim de “plasmar as comunidades, permear em profundidade a
sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos” (Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, 2001, nº 29).
Sabe-se que por trás de cada prática pastoral há um Pastoralista e este precisa saber-se discípulo (e pedagogo), muito além
de apenas exercer uma função no mundo do trabalho. O discipulado de um Pastoralista é em vista do Reino de Deus (cf. Mt 6,33
e Jo 10,10). A coerência na construção do Reinado de Deus faz
com que se busque modelos e, como maristas, o olhar volta-se
para Marcelino Champagnat, pois foi e é exemplo de discipulado.
A forma como deixou acontecer a vontade de Deus em sua vida
fez dele uma pessoa muito estimada e indispensável para a espiritualidade marista.
O discípulo não se torna discípulo com um ou dois gestos de
caridade ou só porque vai à missa. Ele se torna discípulo quando cultiva um modo de vida constante, perene e persistente em
valores que não se desgastam. No discipulado marista, o mestre
é Jesus de Nazaré e discípulo é aquele que faz acontecer o que
A expressão
PASTORALISTAS
refere-se a todas
as pessoas que
exercem alguma
função como
Coordenador,
Agente, Auxiliar,
Assessor de
Pastoral dentro das
Unidades Maristas.
Dizer Reinado
de Deus implica
compreender que
o Reino não será
um acontecimento
isolado lá adiante,
mas que está
acontecendo, está
em movimento
aqui e agora,
mas também
futuramente – é o
já e ainda não.
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Expressão utilizada
pelo teólogo
uruguaio Juan
Luis Segundo
para designar a
continuidade do
paradigma de
Jesus = ao modo
de Jesus.
“Meu coração ficou
profundamente
tocado. Isso foi
para mim como
uma luz e um
empurrão, ou...a
voz de Deus que
me falava. Soube
depois que, logo
ao sair de sua
casa, ele morrera.
Apesar da tristeza
que esse episódio
me causou, fiquei
feliz pelo que
pude fazer por
ele. Senti-me mais
impelido ainda a
iniciar esta obra
que, para mim, era
uma carta branca,
inspirada por Deus”
(SOELA, p.14).
Ele iniciou. Então, faz-se necessário pensar sobre o que é que faz
alguém ser um discípulo.
“Os leigos necessitam de sólida formação doutrinal, pastoral,
espiritual e adequado acompanhamento para darem testemunho de Cristo e dos valores do Reino no âmbito da vida social,
econômica, política e cultural” (Documento de Aparecida, 2007,
nº 212). A formação de Pastoralistas precisa estruturar-se, continuadamente, para que se tenha, ao longo dos anos, cada vez
mais, pessoas capacitadas a frente dos processos pastorais. Esses
farão os movimentos necessários junto com outras iniciativas pedagógico-pastorais para que as crianças, adolescentes, jovens e
adultos tenham seus sentimentos mobilizados e optem também
por cuidar da vida.
Quem é que prepara um discípulo: há universidades preocupadas em oferecer formação para o discipulado jesuânico? Como
é que alguém pode preparar-se para ser discípulo? Qual é a formação dos Pastoralistas da Rede Marista? Será que o Pastoralista,
em algum momento, pode afirmar que está pronto no discipulado ou que não precisa mais de formação?
A mística que envolve esse programa de formação está repleta de um desejo profundo para que cada Pastoralista identifique
como foi o seu processo de educação na fé. Enquanto o seu processo de amadurecimento na fé for acontecendo, irá percebendo
que nenhuma prática pastoral deverá ser desligada uma da outra
e que toda a atividade em uma instituição de ensino deverá primar pelo modo (espiritualidade) cristão-marista de ser e que nela
está realizando também um processo de aprendizagem.
A experiência do padre Marcelino Champagnat diante dos
sentimentos que estavam fervilhando em seu corpo, quando
precisava fazer, ele próprio, renascer dentro da Igreja, uma nova
forma de ser padre ou uma forma mais radical de viver sua vocação, serviram de impulso, de alavanca e de mola propulsora para
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fazer o que só ele poderia ter feito: fundar um Instituto a fim de
cuidar para que nenhum jovem ficasse sem conhecer a Proposta
de Jesus. O acontecimento Montagne (cf. Umbrasil, 2008, nº 114),
que produziu diversas ações mundo afora, é fruto de sentimentos
que não foram ignorados.
Hoje, cada lugar no mundo, tocado pela audácia do gesto fundacional de Marcelino, está povoado de evangelizadores e dentre
esses, Pastoralistas dedicados a pensar a prática pastoral, porque,
aliás, “é, sempre, uma ação pensada, ainda que, muitas vezes, de
maneira precária e insuficiente” (Briguenti, 2006, p.18). Tudo o que o
Pastoralista faz, deveria assumir como missão e isso não é tarefa fácil.
Marcelino Champagnat, preocupado com a formação dos Irmãos
e com o futuro do Instituto, servia-se dos períodos de férias e “fazia
muitas conferências aos Irmãos Diretores sobre o governo das casas,
a administração dos bens matérias e a direção das aulas. Nessas conferências discorria com riqueza de detalhes sobre as virtudes necessárias a um bom superior e os meios de adquirir; as obrigações do
professor e do diretor, e o modo de cumpri-las” (Batista, 1989, p. 422).
O Pastoralista que cultiva sua formação permanente aguça
sua vocação para compreender toda a mensagem do Reino e incorporar na sua vida, de maneira mais estreita possível, o projeto
ali revelado. “O fato de receber o mandato de ir e fazer discípulos
por todas as nações”, (cf. Mt 28,19-20) foi precedido de uma experiência com o mestre.
Portanto, que se faça a experiência de “tomar a cruz”, (cf. Mt 16,
24), antes de seguir, de modo que, com o “fardo leve” nos ombros,
sejam identificados os sentimentos e que haja uma mobilização
mais efetiva para atingir-se uma pastoral orgânica na defesa dos
direitos e no cuidado com a vida.
Como todo jovem,
Champagnat
não está pronto.
É a caminhada
diária que lhe vai
ensinando para
onde se pode e se
deve caminhar. O
reconhecimento
da necessidade
do outro faz de
Champagnat um
jovem aberto à
sua realidade e à
realidade de seu
povo. Ele ensina
a Montagne as
coisas de Deus
e Montagne lhe
ensina que não
há mais tempo a
perder (Umbrasil,
2008, nº116).
4. INTERLOCUTORES
Pastoralistas da Rede Marista.
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5. OPERACIONALIZAÇÃO
Para que o programa aconteça dentro de seus objetivos é
preciso abordar os seguintes conteúdos teológico-pastorais:
•Metodologia pastoral: método, metodologia, planejamento
•Pastoral orgânica
•Conhecimento da realidade
•Hermenêutica Bíblica
•Elementos de Cristologia
•Elementos de Eclesiologia
•Elementos de Mariologia
•Conceitos: evangelização, pastoral, fé, religião/religiosidade,
espiritualidade
•Fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência,
juventude, adultez e processo de amadurecimento
•Sacramentos e liturgia
•Métodos de Oração
•Espiritualidades e espiritualidade cristã
•Carisma Marista
•Ecumenismo e diálogo inter-religioso
A estrutura das ações desenvolvidas para operacionalizar o
Programa deve acontecer da seguinte maneira:
5.1. Em nível pessoal
Com a iniciativa própria do Pastoralista.
5.2. Em nível local
Com a garantia de formação sistemática nas reuniões ordinárias da Pastoral e/ou em momentos exclusivos com data prevista
no calendário anual da Unidade.
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5.3. Em nível de Rede Marista
Com a realização de Encontros de Pastoralistas e com o Curso
de Extensão.
6. Avaliação
A avaliação se dará, anualmente, com metodologia e instrumento propostos pela Coordenação de Pastoral.
7. REFERÊNCIAS
BATISTA, Irmão João (1989). Vida de Jose Bento Champagnat. São Paulo: Loyola.
BRIGHENTI, Agenor (2006). A pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática
transformadora da fé. São Paulo: Paulinas.
COMISSÃO INTERPROVINCIAL DE EDUCAÇÃO MARISTA (32003). Missão Educativa Marista: um projeto para nosso tempo. Tradução de Manoel Alves e Ricardo Tescarolo. São Paulo: SIMAR.
DOCUMENTO DE APARECIDA ( 72008). Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe. Brasília e São Paulo: edições
CNBB, Paulinas, Paulus.
JOÃO PAULO II (2001). Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, nº29, disponível em http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_20010106_novo-millennio-ineunte_po.html acesso
em 09 de janeiro de 2013.
SCHÖKEL, Luís Alonso (1997). Bíblia do peregrino – Edição de estudo. São Paulo: Paulus.
SOELA, Vanderlei. Champagnat um jeito de ser. Centro de Estudos Maristas
(CEM). 3ª Edição revista e autorizada. Belo Horizonte: Tamóios Editora Gráfica.
UMBRASIL (2008). Caminho da educação e amadurecimento na fé: a mística
da PJM. SP: FTD.
UMBRASIL (2010). Projeto Educativo do Brasil Marista: nosso jeito de conceber a
Educação Básica. Brasília: FTD.
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Expediente
Programas Pastorais
Organização e textos: Ir. Dionísio Rodrigues, Ir. Rodinei Siveris, Karen Theline Silva,
Laura Skavinski Aparicio, Jaqueline Debastiani, José Jair Ribeiro, Marcos J. Broc,
Miriam Quarti da Silveira.
Revisão: Ir. Salvador Durante
Produção: Assessoria de Comunicação Corporativa
Design editorial: Design de Maria, por Carolina Fillmann
Diagramação: Tássia Mohr
Rede Marista RS | DF | Amazônia
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Rede Marista RS | DF | Amazônia
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