O Instituto Marista na Contemporaneidade Welberth Kenedy Olhando para o cenário social, político, cultural, eclesial entre outros atuais da sociedade, observa-se uma necessidade imediata de atualizar os modos com os quais pensamos em evangelização, em evangelizar. A Palavra de Deus é um claro e perfeito exemplo que devemos inovar a todo momento, caminhando junto com as mudanças da sociedade e as necessidades do povo, tendo como base os exemplos de fé e vida que nos unem como um só povo. O Instituto Marista, a partir da reflexão de como ser presença inovadora e profética junto ao povo de Deus, relembra os preceitos de São Marcelino Champagnat que nos levam a compreender a Educação como um espaçotempo de resgatar os mais preciosos valores éticos, humanos e culturais das pessoas, de modo particular dos jovens, das crianças e dos adolescentes. São Marcelino nos motiva a sermos presença do Amor de Deus em cenários em que o amor ao próximo é colocado sempre em segundo plano, se não o último. Assumindo caminhar como parte da família Marista, temos, em razão do Carisma, privilégios para fazer com que a dimensão pastoral tenha fortes influências na vivência pessoais e comunitária daqueles que são atendidos pelo Instituto e que formam o rosto da humanidade de hoje. Desde a década de 60, a Igreja vem refletindo e chamando todos os povos a constituir uma Igreja Viva, uma Igreja em Missão, uma Igreja em que cada um assume o protagonismo da construção do Reino de Deus no contexto em que vive. Ressalta-se a importância de refletir sobre a unidade na diversidade, assumindo o chamado de Deus a sermos um, levando em consideração as pluralidades presentes na sociedade. Pensando na inovação do evangelizar na contemporaneidade, a Igreja é chamada á descentralizar-se, para ser Igreja nas margens, ser luz para aqueles que não são compreendidos como povo de Deus. Assim como uma Escola em Pastoral, que é convidada a ser presença profética e sinal do Amor Maior nas vivências pessoais e comunitárias dos jovens, das crianças e dos adolescentes. O Instituto Marista convida-nos a partir de São Marcelino Champagnat, a viver a simplicidade como uma opção de vida, que nos aproximará dos desejos e das opções pessoais de Jesus Cristo. O Documento de Aparecida, uma visão da Igreja a partir desta opção, nos leva a ver os rostos sofredores dos pobres como rostos sofredores de Cristo. Leva-nos também a reconhecer no mais pobre e também nas juventudes o rosto de Deus que se faz inferior e sofrido para ser acessível a todos. Isto se faz provocador e muito desafiador, de modo que nos leva a olharmos para as nossas realidades que em muitas vezes nos fará reconhecer que a essência maior do Ser Igreja, no espaçotempo em que estamos, está sendo posta bem às margens do rio. Se conseguirmos reconhecer Cristo no mais humilde, acredito termos chegado à Espiritualidade da Simplicidade. Atuar na contemporaneidade sendo presença Marista é tornar-se mais que uma vivência entre Instituição Educacional e estudante; é ser uma Instituição capaz de exercer um papel evangelizador na vida do jovem fora do espaço escolar. Simbolicamente, é uma Escola Sem Muros, onde a educação partilhada seja levada para fora do espaço da sala. Isso comunga com os desejos de Papa Francisco, que é exemplo para nós, de como evangelizar na contemporaneidade. Quando ele diz em sua Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho” que a Igreja precisa sair, precisa ir para as margens, precisar ser presença, “prefiro uma Igreja ferida por ter saído do que uma Igreja enferma por ter vivido o comodismo e as injustiças de sua segurança equivocada.” vejo algo similar com a proposta de refletir no espaço Marista uma nova evangelização que vá de encontro com as necessidades atuais do povo de Deus que se faz presente no Instituto. É um desafio, um objetivo possível, construir uma Escola em Pastoral onde tenhamos uma educação capaz de libertar os jovens e acompanhá-los diante dos problemas sociais, políticos, culturais e religiosos. Ser uma escola presente e influente, buscando e construindo junto com os adolescentes, jovens e crianças uma formação em que os valores humanos sejam valorizados e preservados.