• O que é que está a mudar nos sistemas nacionais de ensino que nos leva a refletir sobre o papel dos municípios, das comunidades locais e das escolas na educação e nas políticas educativas? • Em que medida essas mudanças se inserem num processo de reconfiguração dos sistemas nacionais de ensino e das políticas educativas? Escolas, municípios e territórios construção de uma ordem educativa local João Barroso Universidade de Lisboa CÂMARA MUNICIPAL DA AMADORA I Colóquio sobre Políticas Educativas Locais 20 de dezembro de 2012 TEMA A territorialização como configuração de um espaço público local multirregulado e o papel das escolas e dos municípios na construção de uma ordem educativa local Argumentário ESTADO EDUCADOR Local como lugar de aplicação “NOVA GESTÃO PÚBLICA” Local como lugar de modernização e de mobilização TERRITORIALIZAÇÃO Local como lugar de decisão e de construção de uma nova ordem educativa Esquema Ascensão e queda do Estado educador A emergência do local – descentralização e regulação pós-burocrática O território educativo como espaço público multirregulado – papel dos municípios e das escolas Estado Educador Estado garante do financiamento, provisão e controlo do serviço educativo Voluntarismo político Administração centralizada Regulação burocrático- profissional “construir a subjetividade da própria cidadania justificando o Estado junto dos indivíduos e os deveres dos indivíduos face ao Estado” (Andy Green ) A regulação burocrático-profissional A institucionalização do serviço público, enquanto conjunto de valores, código de comportamentos e práticas, bem como a própria estruturação do Estado Providência, fizeram-se através de um compromisso entre dois modos de coordenação: a administração burocrática (pelo Estado) e o profissionalismo (dos professores). JBarroso 2011 7 Pressupostos da descentralização Necessidade de aproximar as organizações e serviços públicos dos seus utilizadores Necessidade de encontrar uma escala adequada para a formulação de compromissos Crença nas vantagens da concorrência entre diferentes unidades da administração A regulação pós-burocrática Estas modalidades (muitas vezes inspiradas na “nova gestão pública”) visam promover a competição interna e externa, a autonomia e a prestação de contas, a quantificação das performances, a avaliação de resultados, a utilização de instrumentos de gestão privada de sucesso. JBarroso-2009 Burocrático Pós-burocrático Controlador Negociador Regulamentador Avaliador GOVERNANÇA GOVERNO “mãos de ferro” em “luvas de veludo” O ESTADO DE DUAS CARAS ©JBarroso Multirregulações Regulação transnacional Regulação intermédia Regulação interna (instituição educativa) Regulação inter escolas Regulação nacional JBarroso 2004 FINALIDADES DA TERRITORIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCATIVAS - 1 Contextualizar e localizar as políticas e a acção educativas, contrapondo à homogeneidade das normas e dos processos, a heterogeneidade das formas e das situações; Conciliar interesses públicos (na busca do "bem comum" para o serviço educativo) e interesses privados (para a satisfação de interesses próprios dos alunos e suas famílias); FINALIDADES DA TERRITORIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCATIVAS - 2 Fazer com que na definição e execução das políticas educativas, a acção dos actores deixe de ser determinada por uma lógica de submissão, para passar a subordinar-se a uma lógica de implicação; Passar de uma relação de autoridade baseada no controlo "vertical", monopolista e hierárquico do Estado, para uma relação negociada e contratual, baseada na desmultiplicação e "horizontalização" dos controlos (centrais e locais). Associações Professores Município ESCOLA Pais+Alunos Comunidade local REGULAÇÃO SOCIO-COMUNITÁRIA ©JBarroso Para uma “nova ordem” educativa local Poderes locais fortes Escolas fortes Professores profissionais e militantes Cidadãos participativos Estado regulador - vigilante e interveniente