klin, fez notar que p a r a explicar a r e p u l s ã o
de dois c o r p o s c a r r e g a d o s de electricidade
negativa era preciso supor que a matéria,
quando perdia o fluído de F r a n k l i n , se repelia a si mesma, q u e r e dizer, possuía então
p r o p r i e d a d e s absolutamente diferentos das
da matéria ordinária não electrizada.
O u t r o s físicos da época, guiados, p o r
S y m m e r em 1759, preferiram supor que a
matéria no estado neutro não possuía
nenhuma
propriedade
eléctrica
porque continha
como
elementos constituintes
quantidades
iguais de
dois fluídos imponderáveis que chamaram respectivamente
electricidade positiva e electricidade negativa.
Segundo esta teoria, um
c o r p o estava c a r r e g a d o de electricidade positiva se o fluído positivo que continha excedia
o fluído negativo, e um corpo estava c a r r e gado de electricidade negativa se era o fluído
negativo que se e n c o n t r a v a em excesso.
Assim se estabeleceu a teoria dos dois
fluídos, que de novo s e p a r a v a as noções de
electricidade e matéria, depois do esforço
feito por F r a n k l i n para as a p r o x i m a r .
E s t a teoria reinou d u r a n t e mais dum século sobre a ciência da electricidade, m a s
unicamente p o r conveniência, p o r c o m o d i d a d e
S e se considera a economia na escolha
das duas hipóteses, a teoria do fluído único
de F r a n k l i n , modificada p o r Aepinas, e r a a
melhor. Sob o ponto de vista matemático,
as duas teorias e r a m idênticas. P o d e m resumir-se as suas diferenças da seguinte m a n e i r a :
a teoria de F r a n k l i n , modificada p o r A e p i n u s ,
exigia, p á r a a matéria privada do fluído eléctrico, exactamente as m e s m a s p r o p r i e d a d e s
que as atribuídas à electricidade negativa,
excepto a p r o p r i e d a d e da fluidez. A diferença mais i m p o r t a n t e e n t r e estas duas teorias era, pois, que a teoria dos dois fluídos
supunha a existência de três entidades distintas, a s a b o r : a electricidade positiva, a electricidade negativa e a m a t é r i a ; enquanto que
a outra teoria reduzia a dois o número destas entidades, que F r a n k l i n chamava matéria
e electricidade.
N a teoria dos dois fluídos não se pôs a
questão duma aestructura» da e l e c t r i c i d a d e ;
mas p a r a F r a n k l i n , a e s t r u c t u r a g r a u u l a r ,
ou atómica, da electricidade e r a um facto.
«A matéria eléctrica é feita de partículas
e x t r e m a m e n t e subtis, pois que p o d e m i m p r e g nar a matéria ordinária, mesmo a mais densa,
com uma facilidade tal que não experimentam nenhuma resistência apreciável». Quando
F r a n k l i n escrevia estas linhas, bem difícil lhe
e r a pensar que um dia seria possível isolar
e e s t u d a r individualmente uma partícula do
fluído eléctrico., A teoria atómica da electricidade era para F r a n k l i n o que e r a p a r a
Demócrito a teoria atómica da m a t é r i a : um
simplos objecto de especulação.
Em 1833 F a r a d a y , descobrindo as leis
da electróliso, p r e s t a à teoria g r a n u l a r da
electricidade um dos mais sólidos apoios, em
que ninguém r e p a r a , e ó o p r ó p r i o F a r a d a y
quem, em 1848, inicia um novo período na
história da electricidade, período que devia
d u r a r até 1900, e em que se nega a existência
dum afluído» eléctrico. A t é então, a carga
eléctrica tinha sido considerada como «qualquer coisa» mais ou menos bom definida que
fazia sentir a sua acçSo a distância, semelhantemente ao que se passa com a força de
gavitação. E s t a idéa repugnava a F a r a d a y
e p a r a a afastar descobriu que a força
eléctrica entre dois c o r p o s c a r r e g a d o s depende da natureza do meio que dfc separa
enquanto que a força da gravitação ó independente dos c o r p o s intermediários.
Em
consequência disto, F a r a d a y r e p r e s e n t o a a
transmissão da força eléctrica pelo meio
intermediário exactamente da mesma maneira que uma deformação elástica produzida numa extremidade dum cilindro ó transmitida p o r este cilindro à outra extremidade.
E como as forças eléctricas actuam atravez
do vasio, supoz que o éter era o meio que
as p r o p a g a v a . E s t a s hipóteses, concebidas
p o r F a r a d a y e traduzidas em linguagem matemática p o r Maxwell triunfaram completamente quando H e r t z , em 1886 demonstrou
que as forças eléctricas eram transmitidas
sob a forma do ondas, viajando no espaço
com a velocidade da luz.
Passou então a
admitir-ee que uma carga eléctrica não era
mais que «um estiais--do. tensão do é t e r » .
O r a , o que realmente se tinha estabelecido não era que a electricidade fosse um
estado de tensão, mas sim que a todo o aparecimento duma carga eléctrica num c o r p o ,
o meio ambiente torna-se sede de novas
forças, qne se transmitem como uma força
elástica qualquer. E dizer que a c a r g a t r a n s p o r t a d a p o r um corpo electrizado produz um
estado de tensão no meio q u e o envolve, não
é o mesmo que dizer que uma carga eléctrica não é senão um estado de tensão do
meio.
E n t r e 1833 e 1900 os físicos encontraram-se numa singular s i t u a ç ã o : se consideravam a p a s s a g e m da electricidade num elec_
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klin, fez notar que para explicar a repulsão de dois corpos