Modernismo
Daniela Zaia
Thaís Pietro
SEMANA DE ARTE MODERNA
 Aconteceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, ano do
Centenário da Independência e da Criação do Partido
Comunista Brasileiro
 Marco cultural de um novo movimento literário: o
Modernismo
 Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo
 A semana de 22 causou um choque no público, pois os
poemas eram sem rimas, as músicas ruídos, estrondos.
 Durante essa Semana ocorreram os “festivais.
Eventos que influenciaram a
Semana de 22
 Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do
Futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados
cinqüenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno
Parnasianismo”.
 Primeira exposição de pintura de Anita Malfati, que retorna
da Europa trazendo influências pós-impressionistas.
 Organização da revista Orpheu, com manifestos e poemas
do Modernismo português, por Luís de Montalvor e Ronald
de Carvalho.
 Banquete no palácio do Trianon, em homenagem ao
lançamento de As Máscaras, de Menotti del Picchia. Oswald
de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da
revolução modernista no Brasil.
O dia 13 de fevereiro
 A semana foi aberta por Graça Aranha com a sua
conferencia “A emoção estética na arte moderna”, que
começa assim:
“Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que
gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de
‘horrores’. Aquele Gênio suplicado, aquele homem amarelo,
aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida se não
são jogos de fantasia de artistas zombeteiros, são seguramente
desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está
terminado o vosso espanto. Outros ‘horrores’ vos esperam. Daqui
a pouco, juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia
liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão
revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado.
Para estes retardatários a arte ainda é o Belo.”
 Na mesma noite, além da conferência “A pintura e a
escultura no Brasil”, apresentada por Ronald de Carvalho, foi
declamado o poema-sátira Os sapos.
O dia 15 de fevereiro
 O dia 15, apesar das vaias, é considerado o auge da
Semana, quando Menotti del Picchia discorreu sobre a arte
moderna, propondo mudanças e, sobretudo, o abandono de
motivos europeus, incentivando o nacionalismo e a
exploração de nosso folclore:
“(...) Nada de postiço, meloso, artificial, arrevezado,
precioso: queremos escrever com sangue – que é
humanidade; com eletricidade – que é movimento, expressão
dinâmica do século; violência – que é energia bandeirante.
Assim nascerá uma arte genuinamente brasileira, filha
do céu e da terra, do Homem e do mistério. (...)”
O dia 17 de fevereiro
 A ultima noite foi dedicada à música, apresentando Villa
lobos e Guiomar Novaes.
 Além das conferências e apresentações, havia no saguão do
teatro exposições de obras dos artistas plásticos do
momento.
 A despeito de muitas críticas e divisão de opiniões, iniciavase, desse modo, o Modernismo no Brasil.
PARTICIPANTES
 Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes e Ernâni Braga
 Literatura: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de
Carvalho, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida, Plínio
Salgado, Sérgio Milliet, Afonso Schimidt, Graça Aranha
 Pintura: Anita Malfati, Di Cavalcanti
 Escultura: Victor Brecheret
 Arquitetura: Antonio Moya
Alguns dos
organizadores e
participantes da
Semana de Arte
Moderna
Cartaz de Di Cavalcanti
Di Cavalcanti
Moças
PRIMEIRA GERAÇÃO
MODERNISTA
 Inicia-se em 1922, com a Semana de Arte Moderna, e se prolonga até
1930
 Rompimento com todas as estruturas do passado: Parnasianismo,
Simbolismo e Arte acadêmica
 A geração de 22 caracteriza-se como guerreira e combativa em
conseqüência da necessidade de definições. Daí um caráter anárquico e
um forte sentido destruidor, definido por Mário de Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento
modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque,
embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento
modernista foi essencialmente destruidor. (...)
 Linguagem também rompe com o tradicional: a métrica, a rima, a
linearidade do discurso não são mais usados
 Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o polêmico, o
nacionalismo gerado neste período se manifesta em múltiplos aspectos:
uma volta às origens, a procura de uma "língua brasileira" (a língua
falada pelo povo nas ruas), as paródias - numa tentativa de repensar a
história e a literatura brasileiras - e a valorização do índio
verdadeiramente brasileiro.
 Esse nacionalismo, ora é crítico, ora é ufanista:
 crítico: denuncia a realidade, identificado politicamente com as
esquerdas
 ufanista: utópico e exagerado, identificado com as correntes de
extrema direita
 Período rico em manifestos e revistas de curta duração:
 Vertentes críticas: Manifesto da Poesia Pau-Brasil e Manifesto
Antropófago, comandado por Oswald de Andrade
 Vertentes ufanistas: Manifesto Verde-amarelismo ou Grupo da
Anta, comandado por Plínio Salgado
Manifesto da Poesia Pau-Brasil
Escrito por Oswald de Andrade
Inicialmente publicado no jornal
Correio da Manhã – 1924
No ano seguinte, inaugurou o livro de
poesia Pau-Brasil – uma forma reduzia
e alterada do manifesto – ilustrada por
Tarsila do Amaral
Propõe uma literatura vinculada à
realidade brasileira, a partir de uma
redescoberta do Brasil
Trechos:
“A língua sem arcaísmos, sem erudição.
Natural e neológica. A contribuição
milionária de todos os erros. Como
falamos. Como somos.”
“(...) Só não se inventou uma máquina de
fazer versos - já havia o poeta parnasiano.
(...)”
Vendedor de frutas, de Tarsila do
Amaral. Tela da fase Pau-Brasil da
pintora, que alia a construção cubista à
fauna, à vegetação e às cores tropicais
Verde-Amarelismo
Surge em 1926, como uma resposta ao nacionalismo do
Pau-Brasil
Crítica ao "nacionalismo afrancesado" de Oswald de
Andrade e apresentava como proposta um nacionalismo
primitivista, ufanista e identificado com o fascismo
 Parte-se para a idolatria do tupi e elege-se a anta como
símbolo nacional
Oswald de Andrade contra-ataca com o artigo
“Antologia”, fazendo uma série de brincadeiras, utilizando
palavras iniciadas ou terminadas com anta
Um ano depois, Oswald escreve o Manifesto
Antropófago, ainda como resposta aos seguidores da
Escola da Anta
Revista de Antropofagia
Duas fases:
 Iniciada com o polêmico Manifesto
Antropófago de Oswald de
Andrade. A revista foi exemplo
prático da mistura ideológica em que
o movimento modernista se
transformou: artigos de Oswald,
Mário de Andrade, Drummond; e
textos de Plínio Salgado e poesias de
Guilherme de Almeida, típicos
representantes da Escola da Anta
A segunda fase apresenta-se mais
definida ideologicamente – houve
uma ruptura entre Oswald de
Andrade e Mário de Andrade. Afinal,
vivia-se uma época de definições.
Abaporu, de Tarsila do Amaral. Obra que
inspirou o movimento antropofágico e
cujo título significa, em tupi, aquele que
come
Trecho: "Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupy or not tupy, that is the
question.
SEGUNDA GERAÇÃO
MODERNISTA
 Iniciada em 1930, com a publicação de Alguma Poesia, de
Carlos Drummond de Andrade, e encerada em 1945
 As conquistas de 22 - o verso livre, a liberdade temática; a
prosa, o coloquial e o irônico no contexto poético e o
antiacademicismo - caracterizam também as obras dos
poetas de 30, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo
Mendes
 Período extremamente rico tanto na produção poética
quanto na prosa
Poesia
 Representa um amadurecimento e
um aprofundamento das conquistas da
geração de 1922
 É possível perceber a influência de
Mário e Oswald de Andrade sobre os
jovens – os que iniciaram sua produção
poética após a realização da Semana.
 Carlos Drummond de Andrade
dedicou seu livro de estréia, Alguma
poesia (1930), a Mário de Andrade
 Os novos poetas seguindo o verso
livre e a poesia sintética. Por
exemplo, o poema "Cota zero", de
Drummond:
"Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?”
 O artista passa a se questionar
como indivíduo e como artista em
sua "tentativa de explorar e de
interpretar o estar no mundo”
 Revalorizam e conciliam elementos
da tradição com os novos tempos. Os
gêneros literários (lírico, épico,
dramático), as formas poéticas fixas –
como o soneto – e também os estilos
tradicionais voltam a aparecer:
Neo-Simbolismo de Cecília Meireles
e Neo-Romantismo de Vinicius de
Moraes
Prosa
Registrou a estréia de alguns dos nomes
mais significativos do romance brasileiro
Autores como Graciliano Ramos e Jorge
Amado, produzem um literatura de caráter
mais construtivo, mais madura em sua prosa
inovadora
Romance caracterizado pela denúncia
social, relações eu/mundo atingindo um
grau mais elevado
 O regionalismo ganha extrema
importância, levando ao extremo as relações
do personagem com o meio natural e social:
"A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi
desta vida agreste que me deu uma alma
agreste“
Paulo Honório, personagem-narrador do
romance São Bernardo de Graciliano
Ramos.
Neo-Realismo , dando uma nova
dimensão ao estilo realista e ao
romance regionalista brasileiro. Essa
tendência alcançou maior repercussão
e importância na época, pois denunciou
alguns problemas sociais como a seca,
a miséria, a fome e o coronelismo
TERCEIRA GERAÇÃO
MODERNISTA
 Iniciada em 1945 e se prolonga até 1960
 O período de 1960 até os dias de hoje é considerado
Tendências Contemporâneas
 Retrocesso em relação às conquistas de 22: propõe
uma volta ao passado, revalorizando a rima, a métrica,
o vocabulário erudito
 Geração de 45: Passadista, acadêmica. Por outro lado,
introduziu uma nova cultura internacional nas letras
brasileiras. Autores como Fernando Pessoa e Frederico
Garcia Lorca influenciaram-na significativamente
 Em contraposição as produções literárias
passadista, três grandes escritores se sobressaem:
Prosa: Guimarães Rosa e Clarice Lispector
 Poesia: João Cabral de Melo Neto
 Tais escritores têm em comum o senso do
compromisso entre a arte e a realidade, o
comprometimento do escritor e de sua obra na vida
social. Assim retomam:
 nacionalismo da geração de 22
 o universalismo da geração de 30
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