II Congresso de Educação – UEG/UnU Iporá
A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA: A IMPORTÂNCIA E
AS DIFICULDADES DE ENSINAR GEOGRAFIA
OLIVEIRA, Divino José Lemes de1; CHAGAS, Frank Luiz Rosa2; ALVES, Washington
Silva3
Universidade Estadual de Goiás - Unidade Universitária de Iporá
[email protected]; [email protected]; [email protected]
RESUMO
Este trabalho visa discutir os desafios que a ciência geográfica enfrenta no que tange ao
processo de ensino e a aprendizagem dos alunos/as dentro das unidades ensino, tendo como
foco a diversidade e complexidade dos conteúdos e sua relação com o cotidiano escolar. As
limitações das estruturas físicas e pedagógicas são determinantes para um baixo nível de
aproveitamento, sendo necessário o desdobramento dos educadores que em grande parte estão
desmotivados, seja pelos baixos salários, falta de materiais didáticos modernos, falta de
formação contínua e de qualidade, seja ela Teórico-metodológica e didática. Como
consequência disso temos aulas pouco atrativas. Os objetivos propostos pela disciplina não
são alcançados perpetuando assim a transmissão do ensino por meio do ensino tradicional,
arcaico e desmotivador.
Palavras Chaves: Ensino Cotidiano, Desmotivação Profissional, limitações dos professores.
INTRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Seria a Geografia umas das disciplinas de mais difícil compreensão a ponto de ser
considerada como uma espécie de palmatória intelectual para os alunos. Digo palmatória
intelectual pela sua compressibilidade de assuntos abordados em seu componente teóricometodológico, e por assim julgar de tão amplo campo de estudo, ser também de difícil
compreensão e entendimento aos alunos. Ou mesmo muito ao contrário deste conceito, talvez
devesse se considerar uma disciplina em que para compreendê-la deve-se considerar os seus
conjuntos e elementos que a compõe, e que estariam inseridos num espaço dinâmico, que
sofre constantes alterações, e que as mesmas na maioria das vezes estão relacionadas às
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Mestrando em Geografia pela UFG
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interferências do ser humano e assim o aluno ser capaz de entender que ele faz parte deste
espaço e é um dos principais agentes de transformação do mesmo. No caso desta segunda
alternativa o aluno talvez não esteja tão interessado no conteúdo geográfico por entender que
é possível compreender a geografia pelo simples fato de existir e a mesma já fazer parte de
seu conteúdo diário. Porém podemos dizer que caso a geografia fosse assim compreendida
como parte a vida diária de cada cidadão e que através da mesma é possível refletir e
realidade vivida de cada aluno como certeza esta não seria uma disciplina de tão difícil
compreensão, a ponto de provocar desinteresse.
Ao analisar esta realidade é comum despertar nos professores o desinteresse por novas
formas de se apresentar os conteúdos desta disciplina, nossa proposta visa incentivar não
somente os alunos, mas também os professores para o papel fundamental que a geografia tem
em nossas vidas seja ela secular ou acadêmica. Esta realidade levantada no texto deve ser
diariamente analisada, não viemos aqui criticar alunos ou professores, mas discutir os desafios
existentes em torno desta disciplina e como podemos elevar o interesse, aceitação e domínio
dos conceitos e temas das diversas áreas do saber geográfico.
Mas a que ponto seria importante a geografia? Para que aprender geografia? Ou para
que serve a geografia? Estas questões são elementos importantes para uma boa reflexão. De
acordo com (OLIVEIRA, 1998), o ensino de Geografia é fundamental para que as novas
gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo. No entanto
partindo deste ponto de vista tão logo se pode dizer que através da geografia o aluno obtém a
capacidade de entender o espaço que vive e de compreender as relações sociais existes neste
ambiente. Mas como levar o aluno a compreender a sua vida através do espaço do qual esta
inserida se nem mesmo o professor na maioria das vezes consegue fazer essa compreensão?
Digo isso por observar que a maioria dos professores principalmente das séries iniciais na
maioria das vezes não receberam um ensino de geografia. Portanto estes nem tem o domínio
do conhecimento geográfico, sua bases e referencias são na maioria das vezes fundamentadas
no conhecimento puramente empírico adquirido através de sua experiência de vida. Não que
este tipo de conhecimento não seja relevante, mas muito pelo contrário, pois o mesmo tem
grande relevância aos conhecimentos geográficos, porém uma boa base teórica e
metodológica é fundamental para o ensino de geografia.
Avalia-se que a disciplina de geografia tem bastante relevância; e que para tanto, a
mesma tem a função demonstrar ao aluno que o espaço geográfico pode ser compreendido
através de suas próprias ações, pois o homem é o principal agente de transformação do
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espaço, da natureza, por tanto é responsável pela construção e desconstrução deste espaço.
(CALLAI, 1998) bem retratou em sua obra “Geografia em sala de aula pratica e reflexões”
que a geografia leva ao conhecimento do mundo e ao conhecimento de seu espaço produzido
pelo homem, assim a mesma leva informações ao aluno capaz de viabilizar condições para
construção de sua cidadania.
Outra questão que deve ser observada quanto ao ensino de geografia é que muitos
alunos tem bastante dificuldade pra entender e compreender conteúdos como: Cartografia,
urbanização, globalização, Dinâmica da natureza e outros. Seria de se estranhar esse tipo de
dificuldade por parte dos alunos? Avalia-se que não há nenhuma estranheza ou surpresa nisso,
pois afinal as maiorias das escolas ainda são bastante carentes de recursos materiais e
pedagógicos para que se promova um ensino adequado de geografia. Tomemos por base o uso
de mapas, que quase sempre é apontado como um empecilho aos alunos, devido à difícil
compreensão destes ou pelas dificuldades de entender o seu sistema semiótico de linguagem
cartográfica ou pela dificuldade de entender suas legendas; Destaca-se que a maioria das
escolas ainda tem mapas defasados e desatualizados, e isso é apenas o inicio da problemática.
Daí ainda exigir que o professor ensine relevo, clima, hidrografia e outros, mas sem se quer
um mapa temático; Assim não é difícil entender a dificuldade do aluno de gostar ou
compreender à geografia.
Não estamos exonerando aqui o professor de suas responsabilidades, condicionado a
falta de recursos pedagógicos, pois como já disse (CAVALCANTI, 2002), para que se
promova um ensino adequado de geografia é necessário correlacionar o conteúdo estudado
com o conhecimento cotidiano, e problematizar o referido conteúdo é fundamental. Mais uma
vez vemos que o envolvimento do professor com o conteúdo geográfico, o entendimento do
mesmo é fundamental para que leve o aluno a entender obviamente o seu espaço de vida.
Assim o professor precisa entender o espaço, e o meio em que está inserido o seu público
alvo, no caso os seus alunos.
Temos ainda que considerar que tem sido facilmente encontrado um grande número de
professores, que estão bastante desmotivados para promover um bom ensino. Assim acabam
promovendo um ensino inadequado e insuficiente. Muitos destes profissionais acabam se
reservando basicamente ao uso dos métodos mais tradicional existente, ou seja, se restringe ao
uso do livro didático, aos planos de cursos, ao velho caderninho de atividades, aos planos
oficiais de conteúdos nacionais que pouco considera a realidade local ou mesmo regional. E
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esses elementos atitudinais que está citado considerando excelentes para que se promovam
um ensino geográfico desqualificado.
METODOLOGIA
Para embasar as reflexões acerca deste tema, foi realizado um levantamento
bibliográfico relevante ao tema, utilizaram-se os seguintes autores: (OLIVEIRA, 1998),
(CALLAI, 1998), (CAVALCANTI, 2002), (SPOSITO, 2004) entre outros. Primeiramente
após a leitura e analise dos textos foi realizado um grupo de estudos formado pelos autores
deste trabalho onde se analisou os conceitos e as contribuições didáticas descritas nos textos.
Após este período de estudos foram utilizadas as experiências vividas pelos autores durante a
regência no período de 2011 e 2012, onde foram delimitados os colégios Odilon José de
Oliveira (ensino fundamental) e Engemed (ensino médio). Nossas reflexões partem da
apropriação dos comentários expostos pelos autores, debates em grupo e experiências
particulares e de colegas de profissão; buscamos assim abordar os desafios de aprender e de se
ensinar geografia.
CONCLUSÃO
Ao analisar todo o contexto do ensino de geografia podemos afirmar que as aspirações
vindas do berço geográfico infelizmente não têm suas expectativas contempladas nos dias
atuais, os professores requerem um maior embasamento teórico para poder fundamentar as
experiências empíricas. Os elementos estruturais das escolas também são relevantes, uma vez
que o processo de ensino/aprendizagem é facilmente aplicado quando se tem a disposição
elementos visuais e textuais, devemos demonstrar aos estudantes a grande gama de aplicações
e as importantes contribuições da ciência para nossa vida de forma geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALLAI, Helena Copetti. Geografia em sala de aula: pratica e reflexões. Porto Alegre: Ed
da UFRGS, 1998.
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A formação de professores: uma proposta de pesquisa a partir da reflexão sobre a prática docente
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino: Geografia escolar e
procedimentos de ensino numa perspectiva sócio construtivista. Goiânia, Alternativa,
2002.
OLIVEIRA, L. de. Ainda sobre percepção, cognição e representação em geografia.
In: MENDONÇA, F. e KOZEL, S. (orgs.) Elementos de epistemologia da geografia
contemporânea, Curitiba: Ed. da UFPR, 2002, p. 189-196.
SPOSITO, Eliseu S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento
geográfico. São Paulo: Editora da UNESP, 2004.
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