Sumário As novas previsões do USDA para a avicultura mundial Grãos alternativos podem ser solução para alta de insumos 22 28 Insumos A alta do fosfato bicálcio .........................20 14 Ciência Avícola Especial: Trabalhos premiados no VI Congresso de Ovos Eventos............................ 04 Notícias ............ 10 AviGuia: empresas, produtos e serviços ........... 32 Associações ..................... 34 ESTATÍSTICAS E PREÇOS Ponto Final Ariel Mendes É hora de investirmos em qualidade 46 Produção e mercado em resumo.......................................... 36 Alojamento de matrizes de corte..........................................37 Produção de pintos de corte ................................................ 38 Produção de carne de frango ............................................... 39 Exportação de carne de frango............................................ 40 Disponibilidade interna de carne de frango ........................41 Alojamento de matrizes de postura .................................... 42 Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43 Desempenho do frango vivo no mês de abril ..................... 44 Desempenho do ovo no mês de abril .................................. 45 EXPEDIENTE EDITORIAL Coordenador Editorial José Carlos Godoy [email protected] MTB - 9782 Uso de grãos alternativos pode reduzir dependência da avicultura ao milho Comercial Paulo Godoy Daniela Ramos [email protected] Reconhecido (não só pelos conterrâneos) como “celeiro do mundo”, seria impossível ao Brasil impedir que também o milho produzido no País alcançasse seu justo valor internacional, sobretudo porque o fenômeno da alta dos grãos é global. Assim, todos os setores consumidores têm que aprender, necessariamente, a conviver com um patamar de preços mais elevado. O que não pode ocorrer, naturalmente, é a sujeição a uma repentina indisponibilidade do produto – fantasma que andou rondando a avicultura no início deste ano: não há planejamento que suporte esse tipo de tortura. Por isso também é preciso buscar outras saídas. Importar é uma delas, mas não a única. Pois, ao menos na produção animal, existem matérias-primas substitutivas do milho - parcial e até totalmente: são os (por nós chamados) “grãos alternativos”, alguns deles base da alimentação animal em várias partes do mundo. Redação Érica Barros Alexandre Ambiel [email protected] Diagramação e arte Mundo Agro e Bravos Comunicação [email protected] Circulação e Assinatura Alexandre Aguilar (19) 3241 9292 [email protected] Fale com a redação! [email protected] Tel: (19) 3241 9292 Fax: (19) 3212 3782 Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP No Brasil, grãos como o sorgo, milheto e triticale somente são lembrados quando ocorrem quebras na safra de milho. Pois talvez tenha chegado a hora de colocá-los definitivamente no cardápio de nossas aves e de nossos suínos, especialmente. À guisa de provocação, esta edição de Produção Animal – Avicultura faz breve referência à existência desses grãos alternativos e às potencialidades de seu uso na nutrição avícola. Quem sabe, assim, se desencadeie o processo de liberalização da dependência da avicultura ao milho, permitindo-se ao dourado grão seguir a marcha acenada pelo mercado internacional. José Carlos Godoy Coordenador Editorial [email protected] Produção Animal | Avicultura 3 Eventos Maio Junho 13 a 15 de maio 25 e 26 de junho AveSui América Latina 2008 Local: Centro Sul, Florianópolis, SC Realização: Gessulli Agribusiness Contato: 11-2118-3133 E-mail: [email protected] Informações: www.avesui.com Avicultor 2008 Local: Belo Horizonte, MG Realização: AVIMIG, Associação dos Avicultores de Minas Gerais Contato: 31- 3482-6403 Informações: www.avimig.com.br 27 a 29 de maio Conferência APINCO 2008 de Ciência e Tecnologia Avícolas Local: Mendes Convention Center, Santos, SP Realização: FACTA, Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas Contato: 19-3243-6555 E-mail: [email protected] Informações: www.facta.org.br/conferencia2008 29 de junho a 4 de julho XXIII Congresso Mundial de Avicultura Local: Convention and Exhibition Centre, Brisbane, Australia Realização: WPSA, World Poultry Science Association Informações: www.wpsa.info 28 a 30 de maio Enipec 2008 Local: Centro de eventos do Pantanal, Cuiabá, MT Realização: Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Contato: 65-3617-4421 E-mail: [email protected] Julho lho 17 a 20 de Ju Setembro 11 a 12 de se tembro V Curso de A tualização em Avicultura pa Postura Com ra ercial Local: Centro de Convençõe s da UNESP/FC Jaboticabal, SP AV de Realização: Ass ociação Paulist a de Avicultura e FCAV (APA) Contato: 16-3 209-1300 E-mail: evento [email protected] nesp.br Informações: www.funep.co m.br/eventos Ovo de Bastos 49ª Festa do ke Watanabe, Exposições Kisu de o nt ci Re l: Loca Bastos, SP Bastos icato Rural de Realização: Sind 478-9800 Contato: 14-3 Novembro 19 a 21 de Novembro AVISULAT - I Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RS Realização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPS Contato: 51-3228-8844 Informações: www.avisulat.com.br Pro Produç roduç dução ão Animal ão An mal Ani mal | A Avicu cultltu tuura 4 Produção Avicultura Eventos Ciência e tecnologia em desta Com o objetivo de discutir os diversos assuntos técnicos e científicos da produção avícola, acontece entre os dias 27 e 29 de maio no Mendes Convention Center em Santos, SP, a Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas. O evento vai contar com a participação de especialistas da avicultura do Brasil e convidados do exterior que farão cerca de 40 palestras sobre temas ligados ao setor. Além disso, para o Prêmio de Pesquisa José Maria Lamas da Silva serão feitas quase 50 apresentações orais. No primeiro dia do evento, no auditório principal, será realizado o Simpósio sobre Bem-Estar de Frangos e Perus. A palestra de Irenilza Nääs abre a programação. A seguir, alguns destaques do programa da conferência, o título das apresentações e o currículo dos palestrantes: Programa completo disponível em: www.facta.org.br/conferencia2008 Princípios de bem-estar animal e sua aplicação na cadeia avícola Terça-feira às 08h30min no Auditório Principal Irenilza de Alencar Nääs* Resumo: A pluralidade da demanda do mercado consumidor e suas preocupações com o bem-estar animal de um lado, e as poucas margens econômicas dos produtores, de outro, levam a uma aparente dicotomia de interpretação de ações, que podem ser resumidas em duas palavras que não necessariamente refletem a verdadeira situação de cada caso: crueldade e produtividade. In medium virtus (a virtude está no meio), deve ser o que se deve procurar quando se trata de bem-estar animal, em que entender, observar e estimar são as atividades mais importantes no campo, para que se possa orientar os produtores. A palestra vai tratar de apresentar e discutir, sem esgotar o material, os princípios do bem-estar animal e suas aplicações práticas na cadeia de produção avícola. * PHD em Engenharia Agrícola pela Michigan State University. Professora Titular da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (ênfase em construções rurais e ambiência), membro da Diretoria da FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas e atual presidente da Associação Internacional de Engenharia Agrícola. Problemas locomotores e técnicas de mensuração Terça-feira às 10h30min no Auditório Principal Ibiara Correia de Lima Almeida Paz* Resumo: Abordar as diversas técnicas em aviário de produção e reprodução para detectar problemas locomotores em frangos de corte industriais. Avaliar as aplicações de cada técnica para monitorar a incidência e o desenvolvimento de linhagens mais resistentes. * Doutora em Zootecnia da Área de Concentração: Nutrição e Produção Animal pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). É Professora Voluntária do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP. Métodos de insensibilização para frangos e perus Terça-feira às 13h30min no Auditório Principal Giancarlo Piccoli* Resumo: Debater como funcionam atualmente os métodos de insensibilização e descrever os que são mais empregados no país, além de explicar o que é a insensibilização elétrica seguida pela sangria e insensibilização a gás. Os cuidados especiais que melhoram o bem-estar das aves também serão abordados. * Diretor da Empresa G.A. Tecnologia. Formado em Comércio Exterior e Administração de Marketing pela Faculdade Getulio Vargas (FGV) de São Paulo. Desenvolveu o Atordoador Eletrônico para Aves ES 1.0. 6 Produção Animal | Avicultura que na Conferência APINCO 2008 Exigências dos diferentes programas de certificação e auditoria para bem-estar em frangos de corte Terça-feira às 15h30min no Auditório Principal José Maurício França* Resumo: Discutir técnicas de manejo e como a etologia contribui definitivamente para os sistemas de produção intensiva. Parâmetros tangíveis para mensurar e monitorar conforto das aves devem ser estabelecidos. Um dos requisitos fundamentais para obter resultados satisfatórios é a capacitação pessoal. * Médico Veterinário com especialização em Gestão Industrial, mestrado em Tecnologia de Alimentos e doutorado em Engenharia de Produção. Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Controle de parasitas intestinais em frangos de corte e reprodutoras Quarta-feira às 8h30min horas na Sala A Alexandre Teixeira Zocche* Resumo: Discutir de forma dinâmica, a partir de relatos de campo e fotos, os principais parasitas encontrados na avicultura. O PAT (Programa de Atualização Técnica da Farmabase), que vem sendo utilizado com o objetivo de manter a saúde do plantel e alcançar o melhor desempenho zootécnico é uma das sugestões de controle. * Médico Veterinário formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com especialização em Sanidade Avícola pela Universidade do Oeste Catarinense (UNOESC). Tem experiência em Laboratório de Patologia Aviária. Atualmente Coordena toda área técnica de Avicultura da Farmabase Saúde Animal em Jaguariúna, SP. Fundamentos químicos para a ação dos antioxidantes na melhoria da qualidade nutricional das rações Quarta-feira às 10 horas na Sala B Arnaldo da Silva Junior* Resumo: Discutir a maneira correta de incluir antioxidantes na cadeia produtiva da ração animal para não ocasionar perdas ou degradação de vitaminas e substâncias vitais durante o armazenamento e transporte do alimento. O investimento em um tratamento inteligente com antioxidantes nas rações é pequeno e pode ser uma das alternativas para evitar prejuízos. * Pós-Doutorado em Biologia Molecular e Engenharia Genética pela Unicamp. É diretor da empresa Agrifoods no Brasil. Aporte de proteína e aminoácidos na fase de recria e sua relação com a fertilidade dos machos Quinta-feira às 8h30min horas na Sala B Roberto Carlos de Freitas* Resumo: Expor questões relativas ao manejo de matrizes pesadas em aves reprodutoras. A formulação da ração e a maneira como é oferecida às aves poderão definir o sucesso ou insucesso na criação e obtenção de pintainhos por ave alojada, visto que esse processo (formulação e manejo) deve fazer com que cada indivíduo desenvolva corretamente o esqueleto, musculatura, tendões e aparelho reprodutor. *Graduado em Zootecnia pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba (FAZU). Atualmente é Gerente de Serviços Técnicos da Hygen (representante exclusiva da linhagem Hybro no Brasil). Produção Animal | Avicultura 7 Eventos Perspectivas do melhoramento genético do frango para médio e longo Prazo Quinta-feira às 14 horas na sala B Eduardo Mendonça Souza* Resumo: O melhoramento genético em frangos de corte, a médio e longo prazo, pode resultar no desenvolvimento de produtos equilibrados do ponto de vista do desempenho zootécnico-econômico e bem estar animal. Avaliar algumas características zootécnicas economicamente importantes para o rendimento é a proposta desta apresentação. * Formado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa. Possui MBA em Agribusiness pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É geneticista da empresa Aviagen - North American. Manejo adequado para reutilização de cama Quinta-feira às 8h30min na sala A Virginia Santiago Silva* Resumo: Abordar os aspectos microbiológicos da cama aviária e manejo aplicado à redução da carga bacteriana, com destaque para patógenos de interesse em saúde pública e animal. As exigências internacionais relativas e as recomendações práticas para a avicultura de corte também serão discutidas. * Doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo (USP). É pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves na área de Sanidade Animal. Dark-house para frangos de corte em clima tropical Quinta-feira às 14 horas na sala A Tuffi Bichara* Resumo: Cogitar os benefícios das novas tecnologias de ventilação (temperatura, umidade, renovação de gases, luz) no controle do ambiente aviário. Explicar a relação entre o efeito da intensidade e da cor da luz dentro do aviário e a produtividade das aves. * Zootecnista formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Pós graduado em Gestão e Estratégia Empresarial, pelo Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp). Atualmente é Gerente de Serviços técnicos da Nutron Alimentos, atua nas áreas de nutrição e produção animal. A produção avícola e a utilização de grãos para etanol e biodisel Quinta-feira às 15 horas na Sala A Paulo Tabajara Chaves Costa* Resumo: A alta dos preços globais de alimentos e o uso de biocombustíveis à base de soja e milho são assuntos que já preocupavam o setor de produção animal há algum tempo e que agora vêm ganhando espaço na mídia brasileira e mundial. Dois grãos constituem 90% das dietas avícolas nacionais: milho e farelo e óleo de soja. Significativas parcelas destes grãos têm sido utilizadas para a produção de etanol-via milho, e biodiesel-via óleo da soja. Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, cerca de 30% da produção deste, que ultrapassa 100 milhões de toneladas (duas vezes a produção brasileira), será convertida em etanol, ainda em 2008. Deve faltar milho para alimentação humana e animal. Para a produção de biodiesel, óleos vegetais e/ou gorduras animais, podem ser transformadas em diesel-equivalente, porém com um rendimento de tão somente 80%. 8 Produção Animal | Avicultura Etanol e biodiesel, proporcionam combustível para serem rodados cerca de 24.000 KM ou a quilometragem média de um americano em seis meses; portanto um cidadão americano consume em biocombustíveis a produção de 4 hectares com milho e soja por ano. Se a produção de 18 toneladas de milho mais 6 toneladas de soja forem transformadas em 24 toneladas de rações para frangos de corte, poderemos produzir 13 toneladas de proteína viva, que com um rendimento de cerca de 80%, nos dariam 10.000 kg de carcaças de frangos; suficientes para alimentar com uma proteína nobre, 333 seres humanos, no mesmo ano. Eis aí um grande paradoxo, a ser resolvido no futuro próximo, muito próximo. * Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), possui mestrado pela Southern Illinois University At Carbondale e doutorado pela University of Florida. Professor por 40 anos da UFSM e Diretor de Tecnologia da empresa Vitagri. Produção Animal | Avicultura 9 Notícias Núcleo Oeste de Médicos Veterinários comemora sucesso do IX SBSA C om a presença de importantes nomes da avicultura brasileira e mundial, o Núcleo Oeste de Médicos Veterinários realizou no início de abril, em Chapecó, SC, o IX Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O evento contou com 750 inscritos entre veterinários, pesquisadores, zootecnistas, produtores, estudantes e empresários do setor avícola. Além dos três dias de debates, a organização do evento homenageou o médico Zoé Silveira D’Ávila, presidente da União Brasileira de Avicultura desde 1996. Ao agradecer a homenagem, D’Ávila lembrou: “Eu comecei na avicultura quando a população mais empobrecida só comia frango quando um dos dois estava doente. E hoje produzimos uma carne Cláudio Kracker, Zoé D’Ávila e Breda Canal de excelente qualidade a preços baixos e de alta qualidade”. Patrocinadores, parceiros e comissão organizadora já se preparam para o X SBSA, que em 2009 acontecerá no novo centro de convenções de Chapecó, uma arena multiuso cuja obra deve ser concluída ainda este ano. “No ano que vem completamos uma década de simpósios e iremos para um local maior. Além disso, continuamos com a responsabilidade de manter a qualidade e a principal característica deste evento que é a seriedade dos temas e o clima de amizade que há entre organizadores e participantes, já que pertencemos todos a uma mesma cadeia produtiva” destaca Miguel Breda Canal, presidente do Núcleo Oeste. Auditório do IX SBSA PNSA tem nova coordenadora A Regina D’Arce 10 Produção Animal | Avicultura través de Portaria publicada no Diário Oficial da União, a médica veterinária Regina Célia Freitas D’Arce foi designada pelo Ministro da Agricultura para exercer o cargo, em comissão, de Coordenador de Sanidade Avícola. A função integra os quadros da Coordenação Geral de Combate às Doenças do Departamento de Saúde Animal que, por sua vez, é uma das divisões da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA. Em termos práticos, a designação significa que o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do MAPA tem, agora, nova coordenação, ou seja, Regina D’Arce, que já integrava a equipe responsável pelo PNSA, substitui o médico veterinário Marcelo de Andrade de Mota, que vinha coordenando a implantação do Programa. Graduada em Medicina Veterinária pela UNESP (1996), Regina Célia Freitas D’Arce especializou-se em Virologia Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), obtendo o Mestrado e o Doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp (2000 e 2004, respectivamente). ALA une-se à FAO no combate às doenças animais transfronteiriças na América Latina E m cerimônia realizada em Brasília durante a abertura da 30ª Conferência Regional da FAO para a América Latina e Caribe, a Associação Latino-Americana de Avicultura, ALA, e o Escritório Regional da FAO para a América Latina e Caribe FAO/RLC, firmaram protocolo de entendimentos e de ação conjunta visando à prevenção e ao controle de doenças animais transfronteiriças, (no caso da avicultura, especialmente Influenza Aviária e Doença de Newcastle), bem como à segurança alimentar dos produtos ofertados pela avicultura. Firmaram o documento, pela ALA, o presidente da entidade, Ariel Antonio Mendes, e, pela FAO/RLC, José Graziano da Silva, Representante Regional da FAO no continente. A ALA ressalta que o crescimento significativo e altamente tecnificado da avicultura latino-americana permitiu fazer das Américas o primeiro produtor mundial de carne de aves e de ovos, os alimentos de origem animal de maior consumo em nível regional. A FAO/RLC, por sua vez, informa que foram desenvolvidos quatro projetos sub-regionais de prevenção e detecção precoce de Influenza Aviária do tipo H5N1, todos com a finalidade de fortalecer a capacidade de diagnóstico e alerta sanitário dos serviços sanitários latino-americanos. Os projetos também estabeleceram um programa de comunicação e informação sobre a Influenza Aviária e um dos objetivos do memorando de entendimentos assinado é o de implementar uma estratégia conjunta de comunicação para a doença. Outras áreas de cooperação estabelecidas no documento envolvem o fortalecimento da biosseguridade nos sistemas avícolas familiares, além da inocuidade e qualidade da carne de aves e dos ovos. “Essa é uma área na qual o setor privado vem atuando e a colaboração com a FAO é importante na coordenação de esforços entre países”, destaca o Presidente da ALA. Ariel Mendes e José Graziano Representantes da avicultura latino-americana no encontro da FAO) Produção Animal | Avicultura 11 Produção Animal | Avicultura 11 Notícias Unifrango analisa parcerias para administração do Terminal de Contêineres E m julho deste ano a Unifrango Agroindustrial deve começar a operar na cidade de Apucarana, no norte do Paraná. O projeto prevê a criação de um abatedouro e a instalação de um terminal refrigerado. Os associados do grupo produzem, em média, 80.000 toneladas de frango por mês, das quais 25.000 são destinadas ao mercado externo. O terminal será utilizado para estas operações internacionais, e também para a cabotagem, que vai envolver mais 5.000 toneladas de carne de frango por mês. No início, a câmara fria de Apucarana terá capacidade para receber até 10.000 toneladas de frango, sendo que este número deve ser ampliado de acordo com a demanda futura. 12 Produção Animal | Avicultura Doux Frangosul altera marca institucional no Brasil A filial brasileira do Grupo francês Doux, a Doux Frangosul passa a assinar através de nova marca institucional: Groupe Doux, mesmo nome que é reconhecida mundialmente. A mudança visa unificar o posicionamento da marca institucional da empresa brasileira ao da mundial. Já a marca Frangosul passa a ser utilizada somente para os produtos de cortes de frango e derivados comercializados no mercado brasileiro. Perdigão fatura R$2,85 bi no primeiro trimestre e já tem novo presidente indicado A partir de 30 de outubro deste ano, José Antonio Fay (atual Diretor Geral) substitui Nildemar Secches na presidência da Perdigão. Após a posse, Secches permanecerá na presidência do Conselho de Administração, cargo que vem acumulando desde o ano passado. Faturamento De acordo com informações da assessoria de imprensa, a Perdigão fechou o primeiro trimestre de 2008 com faturamento bruto de R$ 2,85 bilhões, valor 59,5% superior ao obtido em igual período do ano anterior. As vendas no mercado interno somaram R$ 1,74 bilhão, aumento de 69% ante o mesmo exercício anterior. Já as exportações atingiram R$ 1,1 bilhão, valor 46,7% superior em comparação ao primeiro trimestre de 2007. Depois do Marfrig, Margen também ingressa no setor avícola À exemplo do Frigorífico Marfrig, (quarto maior produtor de carne bovina do mundo e que adquiriu duas empresas no mercado de carne de frango, o Margen (um dos cinco maiores do Brasil em abate de bovinos) estréia na avicultura. A assessoria de imprensa do Margen confirmou que o frigorífico está construindo um abatedouro de aves em Barra do Garças, Mato Grosso, a 550 quilômetros de Cuiabá. Ainda não existem informações sobre previsão de conclusão das obras ou capacidade de abate inicial. As recentes aquisições do Marfrig envolvem as empresas Pena Branca (grupo Predileto, com abatedouros em Jaguariúna e Amparo, SP) e a unidade mineira da DaGranja, sediada em Uberaba. Avepar assina convênio para financiamento de novos aviários P ara reconstrução da nova unidade de abate, em Abelardo Luz, SC, o grupo Avepar anunciou a formalização de convênio de Integração Rural firmado com o Banco do Brasil no valor de R$10 milhões (com possibilidade de extensão). O novo projeto segue as linhas e dimensões do frigorífico inaugurado no ano passado e destruído em um incêndio em dezembro de 2007, ocupando a mesma área de cerca de 270mil m² e gerando mais de 1.500 empregos diretos e indiretos. O convênio vai possibilitar a parceria entre a Avepar e os produtores rurais integrados, disponibilizando recursos para operações de investimento. Chile começa a reabrir suas portas ao frango brasileiro O Chile comunicou ao governo brasileiro (Ministério da Agricultura) e aos exportadores (ABEF) no final de 2007 que reconheceu os Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina como áreas livres da Doença de Newcastle. No final de março, uma missão veterinária chilena esteve no Brasil com o objetivo de habilitar abatedouros avícolas brasileiros. Com a tarefa completa, o Chile começa a reabrir portas que permanecem fechadas à carne de frango brasileira há cerca de uma década. A abertura do mercado chileno não traz grandes expectativas para os exportadores brasileiros, porquanto as importações anuais de carne de frango do Chile estão situadas ao redor das 50 mil toneladas, sendo efetuadas, na maioria, da Argentina. Produção Animal | Avicultura 13 Ciência Avícola APA premia pesquisas voltadas à melhoria do setor de postura A apresentação do resultado de trabalhos científicos realizados em universidade e instituições de pesquisa no setor de postura foi um dos pontos altos do VI Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de Ovos, promovido pela Associação Paulista de Avicultura (APA). Este ano, a comissão organizadora do evento recebeu e analisou 40 trabalhos, entre as áreas de Manejo, Sanidade, Nutrição e Outras Áreas. As Restrição alimentar como método alternativo de muda forçada para poedeiras comerciais Com o objetivo de comparar métodos alternativos de muda forçada ao método convencional foi realizado um experimento utilizando-se 420 aves da linhagem Shaver, com 70 semanas de idade. A muda forçada teve duração máEdivaldo Garcia e xima de 28 dias e após o término Andréa Molino os dados de produção foram controlados durante quatro períodos de 28 dias. A utilização de calcário de granulometria grosseira não apresentou efeito sobre o peso das aves, porém melhorou a qualidade da casca dos ovos durante o período de muda. Os tratamentos de restrição alimentar de 87,5% e 100% apresentaram melhores desempenhos durante o período de produção pós muda. Desempenho e qualidade de ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção suplementadas com calcário e farinha de ostra O experimento com duração de 112 dias foi realizado com o objetivo 1 de avaliar o efeito dos níveis de cáld ccio, composição granulométrica e ssubstituição entre as fontes de cálcio, ssobre a qualidade de ovos de 576 poeedeiras comerciais semi-pesadas em ssegundo ciclo de produção. Não houve efeito significativo dos tratamenv ttos sobre qualidade interna dos ovos, Carla Pizzolante mas houve para níveis de cálcio e m fontes de cálcio sobre a qualidade externa, com os melhores resultados para 3,8% de cálcio e calcário grosso e farinha de ostra. 14 Produção Animal | Avicultura inscrições foram gratuitas e os autores tiveram 15 minutos para expor os trabalhos premiados no congresso. Os vencedores foram premiados com uma placa comemorativa e prêmio em dinheiro. Abaixo e nas páginas seguintes segue um resumo dos trabalhos premiados. A íntegra dos mesmos, com tabelas e gráficos está disponível em www.avisite. com.br/cet. Controle da excreção fecal e da produção de ovos contaminados por Salmonella Enteritidis em poedeiras vacinadas com bacterinas oleosas contra SE Este trabalho avaliou três vacinas inativadas oleosas comerciais contra SE, no que tange à prevenção da excreção fecal e contaminação de ovos. Foram utilizadas 400 pintainhas de linhagem comercial para postura leve. Na oitava semana de vida as aves foram divididas em quatro grupos (V1, V2, V3 e CG). Suabes cloacais foram realizados a partir de dois dias pós-infecção duas vezes por seJacqueline de Paiva mana. As aves do grupo V3 excretaram menos SE em fezes e a contaminação de ovos também foi inferior. O uso de bacterinas reduz a excreção fecal de SE e previne a contaminação de ovos, atuando, portanto como ferramenta complementar no controle da SE. Estudo da metodologia TBARS em ovos Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito do período de armazenamento sobre a oxidação lipídica de gemas, através dos valores de TBARS, de ovos comerciais de casca vermelha de galinhas da linhagem Hy-line Brown, coletados no período entre 100 e 104 semanas de idade das aves. Conclui-se que a metodologia utilizada para determinação dos valores de TBARS em gemas de ovos foi eficiente. Além disso, o armazenamento sob condições de temperatura ambiente não é uma forma eficaz para preservar a qualidade interna do ovo. Manejo Restrição alimentar como método alternativo de muda forçada para poedeiras comerciais Autores: Andréa de Britto Molino, Edivaldo Antônio Garcia, Daniella Aparecida Berto, Francine Vercese, Kleber Pelícia e Anderson de Pontes Silva A aluna de pós-graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Andréa de Britto Molino, explica que com a realização deste estudo pôde-se constatar a eficácia da utilização de métodos alternativos de muda forçada quanto ao bem estar das aves, a produção e qualidade dos ovos, minimizando assim os custos de reposição dos plantéis de poedeiras. Introdução A técnica de muda forçada constitui-se em uma maneira de reciclar as aves velhas, promovendo aumento da taxa de postura, melhoria da qualidade interna e da casca dos ovos, durante o segundo ciclo, em relação ao final do primeiro ciclo de produção (Lee, 1982). Existe uma preocupação crescente em pesquisar métodos alternativos que não causem tanto estresse e que apresentem resultados econômicos e de qualidade dos ovos compatíveis com o método convencional de muda forçada, uma vez que os EUA e a Comunidade Européia têm condenado os métodos de muda baseados em jejum alimentar. A restrição alimentar qualitativa para indução à muda forçada foi motivo de estudo de Andreotti et al. (2005) que compararam o jejum alimentar à restrição de nutrientes em 50 e 75% em relação a uma dieta básica para poedeiras, utilizando para isto uma diluição da ração com cascas de arroz em 50 e 75%. Constataram perda de peso corporal de 25% aos 20 e 10 dias para as dietas com diluição de 50 e 75%, respectivamente, concluindo que a restrição de 50% pode ser utilizada para indução à muda forçada sem causar estresse alimentar muito severo, portanto, dispondo as aves a um maior bem estar. Frente a crescente preocupação mundial com o bem estar animal, o objetivo do trabalho foi avaliar os métodos alternativos de muda forçada, com e sem utilização de calcário de granulometria grosseira, e verificar seus efeitos na perda de peso, produção e qualidade dos ovos na muda e o desempenho pós muda. Material e Métodos Para o experimento foram utilizadas 420 aves da linhagem Shaver com 70 semanas de idade. A muda forçada teve duração máxima de 28 dias e após o término, os dados de produção foram controlados durante quatro períodos de 28 dias. Na avaliação de desempenho, foi utilizado em esquema fatorial 5x2 contendo cinco restrições alimentares (50; 62,6; 75; 87,5; e 100% de consumo ad libtum) com e sem utilização de calcário de granulometria grosseira. Já para análise da qualidade dos ovos foram utilizados três ovos por parcela, num total de 21 ovos/tratamento no inicio do experimento e aos 3, 7, 10, 14, 21 e 28 dias. Durante o período de muda foram avaliadas variação do peso corporal, percentagem de postura e qualidade dos ovos. No pós-muda foi avaliado o desempenho das aves. Resultados e Discussão O tratamento de 100% de restrição alimentar atingiu perda de 25% do peso aos 10 dias, a restrição de 87,5% aos 14 dias, e a restrição de 75% aos 21 dias. Por outro lado, os demais tratamentos não atingiram a meta de perda de peso almejada de 25% durante os 28 dias do período pós-muda. Os tratamentos de restrição de 50 e 62,5% não conseguiram zerar a produção de ovos durante os 28 dias do período de muda. Constatou-se interação significativa entre a quantidade de restrição de ração e a utilização de calcário de granulometria grosseira para as características gravidade especifica resistência da casca à quebra, espessura de casca, percentagem de casca e Peso de Casca por superfície de Área. Considerando-se os resultados observados em cada nível de restrição para aves alimentadas com e sem calcário, constatou-se que para todas as variáveis de qualidade de casca, no nível de restrição de 100% houve melhores valores para aves alimentadas sem calcário, ao passo que para os demais níveis de restrição, constatou-se melhores valores para aves que receberam calcário de granulometria grosseira. Pode-se constatar também que os tratamentos com restrição de 87,5 e 100% promoveram melhor percentagem de postura, peso de ovo, massa de ovos e conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos. Não houve efeito significativo do calcário para nenhuma das variáveis analisadas. Conclusão Não houve efeito do calcário de granulometria grosseira sobre o peso das aves; a perda de peso de 25% foi alcançada aos 10, 14 e 21 dias para os tratamentos de restrição alimentar de 100, 87,5 e 75% do consumo ad libtum, respectivamente; a utilização de calcário de granulometria grosseira melhorou a qualidade da casca dos ovos durante o período de muda; os tratamentos de restrição alimentar de 100 e 87,5% apresentaram melhores desempenhos durante o período de produção pós muda. Produção Animal | Avicultura 15 Sanidade Ciência Avícola Controle da excreção fecal e da produção de ovos contaminados por Salmonella Enteritidis em poedeiras vacinadas com bacterinas oleosas contras SE Autores: Jacqueline Boldrin de Paiva, Oliveiro Caetano de Freitas Neto, Aline Lopes Mesquita, Ângelo Berchieri Junior. O estudo esclarece os reais benefícios da vacinação de poedeiras contra SE e como ela pode ser utilizada em conjunto com medidas gerais de higiene, biossegurança e boas práticas de manejo. É o que afirma Jacqueline de Paiva, mestranda em microbiologia agropecuária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). De acordo com ela, a pesquisa acrescenta dados aos estudos brasileiros e internacionais, que são escassos em avaliação da proteção de vacinas inativadas por longos períodos após a vacinação das aves. “Na maior parte dos estudos, vacinação e desafio são realizados muito próximos, de forma que os dados significativos em relação à prevenção das vacinas, muitas vezes, são resultantes da resposta imune que está sendo desencadeada pela vacina e não de um potencial de imunização conferida por ela. Assim sendo nossos estudos se aproximam da realidade do campo”. Introdução A vacinação é uma das medidas que vêm ganhando destaque nos últimos anos para controlar a SE. Entre as opções estão as vacinas inativadas que são conhecidas por apresentarem alta segurança, imunidade de longa duração e altos títulos de anticorpos circulantes, além de serem permitidas em muitos países. A proposta deste estudo é analisar a utilização de três vacinas comerciais inativadas oleosas para prevenir a salmonelose de aves por SE em comparação com aves não vacinadas, visando avaliar a prevenção da excreção fecal e da contaminação dos ovos. Material e Métodos Para o experimento foram utilizadas 400 aves fêmeas brancas de linhagem comercial para postura de ovos de mesa, com um dia de vida. Na oitava semana de vida as aves foram divididas em quatro grupos V1, V2, V3 e CG. Três vacinas comerciais inativadas oleosas contra SE foram utilizadas (V1,V2,V3), as aves foram vacinadas na oitava e décima semana de vida. O quarto grupo não foi vacinado. Um total de treze aves de cada grupo foram desafiadas com SE na 20ª, 25ª e 31ª semanas de vida. Suabes cloacais foram realizados a partir de dois dias pós-infecção duas vezes por semana. Todos os ovos produzidos foram examinados. Resultados e Discussão As aves do grupo V3 excretaram menos SE pelas fezes e a contaminação de ovos foi inferior. Alguns autores demonstraram que a resposta imune humoral estimulada por 16 Produção Animal | Avicultura vacinas inativadas é suficiente para reduzir a colonização intestinal por SE, acarretando diminuição na excreção fecal, conforme pode ser visto em nosso estudo no grupo V3, no primeiro desafio. Ovos e derivados representam 62,8% das fontes de contaminação de SE em toxinfecções alimentares desde a década de 80 (Morris 1990). De acordo com Barrow & Lovell (1991) ovos são contaminados com SE por material fecal quando passam pela cloaca ou por contaminação transovariana. No estudo realizado foi possível a observação da correlação entre a excreção fecal de SE e a contaminação de ovos, corroborando com as observações de Woodward et al. (2002), na qual a redução da excreção fecal esteve associada à redução no número de ovos contaminados. A redução da excreção fecal garante ainda, uma menor contaminação ambiental. Houve, portanto um benefício da vacinação em reduzir a excreção fecal e contaminação de ovos, com maior evidência no grupo V3. Segundo Liu et al. (2001) vacinas inativadas podem diminuir a excreção fecal de SE em diferentes níveis, de acordo com a composição delas. Os resultados deste trabalho se somam a trabalhos prévios, os quais demonstraram diminuição na quantidade de ovos contaminados, por meio da adoção de um programa de vacinação com vacinas inativadas em granjas de poedeiras (Woorward, 2002). Conclusão Apesar dos resultados favoráveis da redução da excreção fecal de SE, não se pode constatar proteção total em nenhum dos grupos vacinais. Os resultados da excreção fecal e contaminação de ovos mostraram-se semelhantes, demonstrando que os ovos são contaminados em sua maioria pelas fezes cloacais e não por infecção transovariana. O uso de vacinas inativadas é uma ferramenta complementar a outras formas de controle para SE. Nutrição Desempenho e qualidade de ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção suplementadas com calcário e farinha de ostra Autores: Carla Cachoni Pizzolante, Hirasilva Borba Alves Souza, Sérgio Kenji Kakimoto, Edivaldo Antonio Garcia, José Roberto Medina Garcia, Marcelo Surian Checco, Érika Salgado Politi Braga Saldanha, Antônio de pádua Deodato, Christine Laganá. A pesquisadora da Unidade de Pesquisa de Brotas do Pólo Regional Centro Oeste da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carla Cachoni Pizzolante, comenta que o requerimento de cálcio para as poedeiras no primeiro ciclo de produção é bem estabelecido, mas ainda existem dúvidas com relação à forma que deve ser fornecido à ração. “As aves mais velhas, apesar de conseguirem repor suas reservas ósseas de cálcio, depositam menor proporção de cálcio nos ovos que acabam tendo cascas mais finas e frágeis, o que diminui seu valor comercial”, explica. Segundo Carla, algumas pesquisas indicam que o cálcio deveria ser suplementado na ração numa granulometria mais grossa tipo pedrisco ou casca de ostra, o que propiciaria a liberação do cálcio de uma maneira mais lenta, tornando-o disponível durante o processo noturno de formação da casca. Introdução A casca é a embalagem natural do ovo e protege a gema e albume contra perdas e agressões do meio devendo ser forte o suficiente para resistir aos processos de postura da ave, coleta, classificação e transporte, até chegar ao consumidor final (Kussakawa et al. 1998). O aumento da exigência do cálcio com a idade das aves ocorre devido ao declínio nas reservas de cálcio nos ossos, ao aumento no tamanho dos ovos e a quantidade de cálcio depositado na casca. O objetivo do estudo foi fornecer rações contendo diferentes níveis de cálcio e combinações entre as fontes de cálcio com diferentes granulometrias, como alternativa para a melhoria da qualidade de ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de reprodução. Material e Métodos O experimento com duração de 112 dias teve a finalidade de avaliar o efeito dos níveis de cálcio e combinações entre as fontes de cálcio com diferentes granulometrias, sobre a qualidade dos ovos de 576 poedeiras comerciais semi-pesadas em segundo ciclo de produção. Para a análise foi utilizado um delineamento em bloco ao acaso, com doze tratamentos, em arranjo fatorial 3x4, com três níveis cálcio na dieta (2,6; 3,2 e 3,8%) e quatro combinações entre as fontes de cálcio (1- 100 % calcário fino, 2- 50 % calcário fino + 50 % calcário grosso, 3- 50 % calcário fino e 50 % de farinha de casca de ostra, 4- 50 % calcário fino e 25 % calcário grosso + 25 % farinha de casca de ostra) e seis repetições de oito aves cada. A qualidade de ovos foi verificada ao final de cada período de 28 dias cada, retirando-se dois ovos de cada parcela, durante três dias consecutivos para avaliação qualidade interna: percentagem de gema, percentagem de albume, unidades Haugh, índice gema, cor da gema e qualidade externa dos ovos: gravidade especifica, percentagem da casca, espessura da casca, resistência da casca à quebra e peso da casca por superfície área. Resultados e Discussão A análise de variância detectou efeitos significativos dos níveis de cálcio, onde a análise de regressão indicou efeito linear crescente nos parâmetros de qualidade externa dos ovos. A qualidade externa dos ovos também foi melhorada quando houve substituição em até 50% do calcário fino pelo calcário grosso e/ou de farinha de ostra. Os resultados obtidos neste experimento são semelhantes aos encontrados em outros estudos sobre o assunto que revelaram uma melhoria da qualidade da casca dos ovos ao tamanho da partícula (granulometria) da fonte de cálcio, independente da sua origem. Conclusão A qualidade da casca dos ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção melhorou com o aumento dos níveis de cálcio e com a substituição em até 50% do calcário fino pelo calcário grosso e/ou farinha de ostras. A utilização de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção neste estudo deve ser considerada e outros nutrientes relacionados ao metabolismo de cálcio e/ou a forma de fornecimento, devem ser pesquisados para essas aves, já que a maioria dos relatos encontrados na literatura é proveniente de pesquisas realizadas com poedeiras brancas. Produção Animal | Avicultura 17 Outras Áreas Ciência Avícola Estudo da metodologia TBARS em ovos Autores: Aline Giampietro, Aline Mary Scatolini, Marcel Boiago, Diego Coro, Hirasilva Souza, Pedro de Souza, Tânia Mara Lima, Carla Pizzolante. Aline Giampietro, uma das autoras do trabalho, (que faz parte de testes preliminares para uma tese de doutorado) da Faculdade de Ciências Agrárias da UNESP, explica que a metodologia de TBARS (teste de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) é uma ferramenta que permite a análise da taxa oxidativa de gemas dos ovos armazenados. Para ela, o estudo ajuda a conscientizar produtores, estabelecimentos comerciais e consumidores da necessidade de armazenar os ovos corretamente, visto que elevadas temperaturas e períodos de estocagem aceleram inúmeras reações enzimáticas, entre elas o processo oxidativo. “Pesquisas que objetivam avaliar a qualidade dos ovos devem ser incentivados já que são de fundamental importância para preservar as características deste alimento. Entretanto, este estudo é apenas o início das investigações a serem feitas com relação à oxidação lipídica em ovos”, afirma. Introdução Apesar de ser altamente nutritivo, o ovo é um alimento perecível e pode perder sua qualidade rapidamente devido às várias reações enzimáticas que ocorrem durante seu armazenamento. A oxidação lipídica é um processo natural que ocorre nos ovos e é um dos fatores que contribuem para a perda da qualidade. Através da metodologia utilizada para determinação dos valores do ácido tiobarbitúrico (TBARS) é possível analisar a taxa oxidativa dos ovos armazenados. O objetivo do trabalho foi investigar se esta metodologia, descrita por VYNCKE (1970), é eficiente para determinar a oxidação sofrida pelo ovo durante o armazenamento. Material e Métodos Para o experimento foram utilizados 80 ovos de galinhas poedeiras da linhagem Hy-line Brown coletados no período entre 100 e 104 semanas de idade das aves. Os ovos foram submetidos à análise da metodologia de TBARS descrita por VYNCKE (1970) com dez repetições para os diferentes tipos de armazenamento, que correspondeu a 0,7,14 e 21 dias. Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Turkey a 5% de significância.O teste de comparações múltiplas de Turkey é utilizado para discriminar as diferenças. Resultados e Discussão Ao analisar a tabela ao lado, podese observar que os valores da análise de TBARS aumentam de acordo com 18 Produção Animal | Avicultura o envelhecimento dos ovos, ou seja, a oxidação lipídica da gema torna-se mais expressiva, porém estável, na segunda e terceira semana de estocagem, pois nos períodos referidos não houve diferença significativa para os valores de TBARS nas amostras (p>0,05). Já quando comparados aos demais períodos é perceptível a diferença (p<0,05) na taxa de oxidação, sendo que ovos frescos (0 dias) apresentaram os menores valores de TBARS, seguidos pelos ovos armazenados durante 7 dias. A partir do 14º dia de armazenamento houve uma tendência de estabilidade da taxa de oxidação. Conclusão Os resultados obtidos revelaram que a metodologia empregada para determinação dos valores de TBARS em gemas de ovos foi eficiente para avaliar a taxa oxidativa. Além disso, o armazenamento sob condições de temperatura ambiente não é eficaz para preservar a qualidade interna do ovo, o que torna evidente a importância das condições de umidade e temperatura adequadas no transporte e estocagem. ARMAZENAMENTO EM DIAS TBARS (MG TMP/KG) 0 0,1343 C 7 0,1698 B 14 0,2138 A 21 0,2276 A CV (%) 12,78 DMS 0,029 A, B, C – Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05) CV (%) – coeficiente de variação; DMS – diferença mínima significativa Produção Animal | Avicultura 19 Insumos Fosfato bicálcico: apenas mais um na lista de aumento de preços das matérias-primas A exemplo da alta verificada nos preços do milho e outros grãos, o fosfato bicálcico, matéria-prima utilizada na produção de rações e sais minerais, está 75% mais caro que há um ano atrás, afetando o custo de produção das proteínas animais. Em uma ração de frangos de corte ou galinhas de postura, há a necessidade de se adicionar de 1,5 a 1,8% de fosfato bicálcico para atender as exigências das aves em fósforo. Por sua vez, o Fósforo (P) é um dos principais elementos minerais requeridos pelo animal. Cerca de 80% do P está armazenado nos os- Fosfato bicálcico, assim como milho e outros grãos, sofreu ponderáveis altas, afetando o custo de produção das proteínas animais sos e dentes e os 20% restantes no músculo, vísceras, células do sangue, tecido nervoso e outros tecidos do organismo. De acordo com José Roberto Bottura, diretor técnico da Associa- PRINCIPAIS INSUMOS Variaçãoo Percentual jan/dez 2007 20 Produção Animal | Avicultura ção Paulista de Avicultura, a deficiência de fósforo nas aves acarreta um retardo no crescimento, raquitismo, outros problemas ósseos, redução na produção de ovos, baixa qualidade da casca dos ovos e outros distúrbios metabólicos. “Não podemos reduzir o uso de sais minerais, principalmente na avicultura de postura. Como vamos vender ovo sem casca? Precisamos de mais empresas disponíveis que possam atender a demanda existente”, afirma. Os subprodutos de oleaginosas (farelos de soja, algodão, amendoim e canola) e o farelo de trigo e de arroz são boas fontes de fósforo, porém, deve-se considerar que tal elemento encontra-se combinado com o ácido fítico ou fitatose; o fósforo dessas fontes minerais apresenta apenas 30% de disponibilidade. No processo de fabricação do fosfato bicálcico, existem duas matérias-primas principais: o ácido fosfórico e uma fonte de cálcio, que pode ser calcário, cal virgem ou hidratada. Três grandes empresas concentram a produção: Bunge, Cargill e Iara. De acordo com Ariovaldo Zanni, Diretor Executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a alta do preço dos fosfatos pode ser explicada pela maior demanda por etanol de milho nos Estados Unidos e o aumento da área plantada na China e Índia, somadas ao aumento explosivo no custo dos precursores - enxofre e rocha fosfática, que têm como principais fornecedores no mercado internacional o Canadá e a Rússia. “Além disso, o custo dos aditivos importados foi influenciado pelo aumento do petróleo, energia, fretes, e precursores químicos e uma somatória de dificuldades enfrentadas por fornecedores asiáticos (poluição e problemas ambientais, clima e logística)”, afirma. E completa: “Sem possibilidade de repasse integral desse persistente pacote de incrementos, o setor de fabricação de premixes, suplementos, sal mineral e rações completas vem tentando amenizar este efeito, lançando mão de diversas iniciativas com vistas à sustentabilidade, como a implementação das boas práticas de fabricação, disponibilizando novas soluções nutricionais para maior eficiência zootécnica”. Assim como as alternativas que podem ser buscadas para a alta do preço dos grãos essenciais para a avicultura, a comunidade técnica e científica conhece formas para a substituição das fontes do elemento essencial: fósforo de origem orgânica (farinha de carne e ossos) e servação do meio ambiente, a proibição do uso de derivados de origem animal e as formulações matemáticas de mínimo custo para expressão máxima da rentabilidade na produção são os principais fatores desta gradual e natural migração”. inorgânica (fosfatos). Zanni explica: “A fitase, enzima capaz de mobilizar o fósforo fítico presente no grão é a medida alternativa de substituição parcial e em alguns casos até integral do fosfato. A preocupação crescente com a pre- OGM é saída para milho vel que tem demandado mais milho e pressionado a cotação da commoditie, apesar da indústria de alimentação animal e humana ainda estarem supridas. • Alterações climáticas imprevisíveis acentuando a aridez do solo e o limitado suprimento de água doce para agricultura e irrigação que certamente comprometerão a produção das variedades originais; As previsões do Sindirações projetam a produção de 70 milhões de toneladas de ração no Brasil em 2010 e demanda de aproximadamente 50 milhões de toneladas de milho exclusivamente para alimentação animal. Neste caso, o Sindirações acredita que a ação mais eficaz para atendimento da crescente demanda por milho é o ganho em produtividade que os eventos melhorados geneticamente podem proporcionar, além da resistência aos predadores e intempéries”, afirma. • Ariovaldo Zanni Analisando a alta generalizada dos insumos agropecuários, Zanni explica a crescente demanda por milho para o setor de produção animal. “A pujança das economias global e doméstica, notadamente, tem impulsionado a dinâmica na produção de alimentos. vejamos: • Recordes históricos no preço do petróleo e o óbvio interesse dos Estados Unidos na substituição deste fóssil pelo biocombustí- IMPACTO DO AUMENTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE Matérias-Primas % 2008/2007 % sobre tonelada Milho 46,6 21,9 Farelo Soja 48,6 13,3 Óleo degomado 40,0 5,9 Outros macro ingredientes 8,0 0,04 Fosfato 75,0 2,0 Premix 52,4 1,9 Aminoácidos -9,4 -0,4 – 44,7 Total Fonte: Sindirações – Ração formulação Hipotética Produção Animal | Avicultura 21 Projeções P rojeções 2008 20 0 8 Carne de frango: USDA am produção, consumo, importaçã D ivulgadas em abril passado, as novas previsões para 2008 do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em relação à produção, consumo, importação e exportação mundial de carne de frango em alguns aspectos diferem substancialmente daquelas levantadas no final do ano passado e publicadas na edição de dezembro de 2007 de Produção Animal – Avicultura. Assim, por exemplo, enquanto as projeções anteriores apontavam que as exportações mundiais deste ano seriam quase 40% maiores que as importações (com uma diferença de mais de dois milhões de toneladas entre exportações e importações), os números mais recentes propõem exportações apenas 6% maiores, a diferença anterior reduzindo-se para menos de um quarto do originalmente apontado (458 mil toneladas). Outro exemplo das mudanças introduzidas está na produção mundial prevista, agora 10% maior que aquela apontada há menos de seis meses, o que representa um volume adicional de mais de seis milhões de toneladas. Isso decorre da ampliação da base de dados do USDA, aplicada também aos dados de anos anteriores. Mas o índice de 10% apontado – é importante ressaltar – não corresponde ao aumento de produção esperado, que deve ficar em pouco mais de 4%. No comércio internacional, também em função da ampliação da base de dados, embora a diferen- Novas previsões trazem variações significativas em relação às projeções anteriores. Para USDA, exportações mundiais, serão 7% maiores em 2008 ça entre exportações e importações tenha recuado para menos de meio milhão de toneladas (contra mais de dois milhões de toneladas anteriores), é apontado, igualmente, aumento do volume a ser exportado em relação ao originalmente previsto. Não chega a ser muito, cerca de 250 mil toneladas a mais, mas corresponde a um aumento de quase 7% em relação ao que foi exportado em 2007. As tabelas a seguir mostram as novas tendências do USDA para a produção, o consumo doméstico, a importação e a exportação de carne de frango em países selecionados. Segundo o órgão, os totais apontados (que incluem outros países, não especificados) não representam a totalidade do mercado mundial, mas estão em um nível que supera os 90% do total e, portanto, são um bom indicador das tendências do produto do ano. Nas tabelas, adicionalmente aos volumes consolidados, preliminares ou previstos, são apresentadas as variações anuais (de 2007 para 2008), as “pré-surto de Influenza Aviária” (de 2005 para 2008, um indicador do grau de recuperação do setor após o grande surto de IA que prejudicou todo o setor entre o final de 2005 e o primeiro semestre de 2006) e, ainda, as variações ocorridas nos últimos 10 anos (de 1998 para 2008). Neste caso, as variações não alcançam todos os países agora relacionados pelo USDA porque, em 1998, vários deles não tinham expressão como produtores, consumidores, importadores ou exportadores. Principais mudança nas previsões do USDA 1ª PREVISÃO (NOVEMBRO/07) NOVA PREVISÃO (ABRIL/08) VARIAÇÃO Produção (milhão/t) 64,404 70,748 9,85% Consumo (milhão/t) 62,603 70,347 12,37% Importação (milhão/t) 5,382 7,264 34,97% Exportação (milhão/t) 7,480 7,722 3,24% 22 Produção PPrro roduç duçãão du ão Animal Anni Ani A nima m | Av mal A icultlttu icu tura ra 22 Avicultura mplia base de dados e prevê ão e exportação maiores PRODUÇÃO Índia, Rússia e China, pela ordem, devem apresentar os maiores índices de expansão na produção; mas o quarto integrante do “BRIC”, o Brasil, deve “atropelar” e obter incremento superior ao apontado pelo USDA Em 2008 a produção mundial de carne de frango cresce perto de 4,5% e supera a marca dos 70 milhões de toneladas. Entre os cinco grandes produtores (EUA, China, Brasil, União Européia e México), a maior expansão é prevista para a China, onde o produto vem sendo fortemente demandado, seja como substituto da carne suína (cuja um índice bem superior ao apontado pelo USDA. Mas o país enfrenta problemas climáticos, de disponibilidade de matérias-primas e, inclusive, de mão de obra (êxodo rural). Assim, não é improvável que o Brasil, terceiro produtor mundial, apresente índices de expansão superiores aos obtidos pela China. produção está em retração, devido a problemas sanitários), seja pelo melhor preço em relação a outras carnes ou, ainda, pela criação de novos mercados (milhares de lojas de fast-food vêm sendo instaladas em território chinês, ano após ano). Em tese, a produção chinesa de carne de frango poderia crescer a PRODUÇÃO – MILHÕES DE TONELADAS VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA) 2004 2005 2006 2007 2008 2007/2008 2005/2008 1998/2008 EUA 15,286 15,870 15,930 16,211 16,558 2,14% 4,34% 9,45% China 9,998 10,200 10,350 11,500 12,500 8,70% 22,55% 16,82% BRASIL 8,408 9,350 9,355 10,305 10,895 5,73% 16,52% 135,47% UE 7,852 8,169 7,740 8,111 8,200 1,10% 0,38% -3,40% México 2,389 2,498 2,592 2,730 2,825 3,48% 13,09% 65,20% Índia 1,650 1,900 2,000 2,300 2,600 13,04% 36,84% 290,98% Rússia 0,650 0,900 1,180 1,350 1,485 10,00% 65,00% 132,03% Argentina 0,910 1,030 1,200 1,280 1,380 7,81% 33,98% 57,71% Japão 1,124 1,166 1,227 1,241 1,235 -0,48% 5,92% 1,15% Irã 1,171 1,153 1,153 1,153 1,153 0,00% 0,00% – Tailândia 0,900 0,950 1,100 1,050 1,150 9,52% 21,05% 17,35% Outros 9,274 9,716 9,970 10,522 10,767 2,33% 10,82% 26,08% TOTAL 59,612 62,902 63,797 67,753 70,748 4,42% 12,47% 29,96% Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura 2004 a 2006: valores consolidados; 2007: resultado preliminar; 2008: previsão Prr ddu Pro duç uuçção ão Animal Ani An A nniim maaall | Avicultura mal Avviicu A cultlltu cu ttuurraa 23 23 Produção Projeções 2008 CONSUMO Os maiores índices de expansão no consumo, aponta o USDA, devem ser registrados nos dois países que detêm a maior população do mundo, China e Índia. Mas problemas sanitários e com o abastecimento de matérias-primas podem limitar essa expansão. A menos que os dois países recorram com maior ênfase ao mercado externo. Nas projeções do USDA, em 2008 o mundo vai consumir 4% a mais de carne de frango que no ano passado, o que demanda volume de quase 70,350 milhões de toneladas. É interessante observar, aqui, que idêntico índice de expansão (4%) é previsto também para o Brasil, o que corresponderia a um consumo interno muito próximo dos 7,7 milhões de toneladas. Mas esse volume, contraposto aos números da própria avícola brasileira para 2007 (pouco mais de 7 milhões de toneladas), corresponde a um incremento nto de quase 10%. Mas como omo explicar esta variação ção tão expressiva? O que ocororre é que al-guns números do USDA relacionados à produção e/ou u exportações brasileiras iras são conservadores e geram diferenças renças em relação aos resultados registrados gistrados internamente. Aparentemente, mente, porém, o órgão não está equivocado uivocado ao projetar uma disponibilidade interna próxima de 7,7 milhões de toneladas. E isso só vai cair se as vendas externas do Brasil superarem a média mensal de 300 mil toneladas. CONSUMO – MILHÕES LHÕES DE TONELADAS 2004 EUA 2005 2006 2007 007 2008 VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA) 2007/2008 2005/2008 1998/2008 13,080 13,430 13,671 13,624 13,892 1,97% 3,44% 10,08% 9,931 10,088 10,371 11,624 12,700 9,26% 25,89% 14,40% UE 7,616 8,087 7,661 8,128 8,230 1,25% 1,77% 6,80% BRASIL 5,992 6,612 6,853 7,384 7,680 4,01% 16,15% 92,29% China México 2,713 2,871 3,016 3,121 3,213 2,95% 11,91% 60,25% Rússia 1,675 2,139 2,373 2,581 2,724 5,54% 27,35% 51,84% Índia 1,648 1,899 2,000 2,300 2,600 13,04% 36,91% 290,98% Japão 1,713 1,880 1,939 1,936 1,927 -0,46% 2,50% 4,96% Argentina 0,845 0,949 1,123 1,226 1,306 6,53% 37,62% – África do Sul 0,956 1,010 1,141 1,182 1,238 4,74% 22,57% – Irã 1,180 1,139 1,152 1,194 1,181 -1,09% 3,69% – Outros 11,575 12,111 12,351 13,292 13,656 2,74% 12,76% 60,24% TOTAL 58,924 62,215 63,651 67,592 70,347 4,08% 13,07% 30,97% Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura 2004 a 2006: valores consolidados; 2007: resultado preliminar; 2008: previsão 24 Produção Animal | Avicultura Produç Pro duç ução ã Animal An m Ani mal al | Av A i ltura 255 ic icu Produção Avicultura Projeções 2008 IMPORTAÇÃO Com a ampliação de sua base de dados, o USDA revela que as importações mundiais de carne de frango vêm sendo bem maiores que o apontado nas estatísticas do próprio órgão. Estimadas (final de 2007) em 5,382 milhões de toneladas, as importações de 2008 podem, na realidade, chegar aos 7,264 milhões de toneladas. A exemplo do que fez com produção e consumo, o USDA também estima que as importações mundiais de carne de frango terão uma expansão de 4% neste exercício, devendo chegar a um volume em torno dos 7,264 milhões de toneladas. Neste caso, está previsto que as maiores expansões estarão concentradas na China (+24,5%) e em Hong Kong (+14%), situação determinada pela baixa disponibilidade do produto no mercado chinês e pela impossibilidade de um incremento da produção interna. É interessante notar que, a despeito do forte aumento das importações chinesas nos anos 2000 (174% de incremento de 2005 para 2008), o atual volume de importações previsto (600 mil toneladas) permanece inferior ao de dez anos atrás. Em 1998, conforme informações do USDA, a China importou 755 mil toneladas de carne de frango. Notar, ainda, que a inclusão dos EUA no rol dos importadores decorre apenas do fato de o USDA ser um órgão norte-americano, uma vez que os valores são pequenos em relação ao restante da lista. IMPORTAÇÃO - MIL TONELADAS Rússia 2004 2005 2006 2007 2008 1.016 1.225 1.189 1.222 VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA) 2007/2008 2005/2008 1998/2008 1.240 1,47% 1,22% 6,44% Japão 582 748 716 696 690 -0,86% -7,75% 14,05% UE 489 609 605 640 650 1,56% 6,73% 164,23% China 174 219 343 482 600 24,48% 173,97% -20,53% Arábia Saudita 429 484 423 470 490 4,26% 1,24% 75,63% México 326 374 430 400 400 0,00% 6,95% 35,59% Emirados Árabes 158 167 182 238 260 9,24% 55,69% 118,49% Hong Kong 244 222 243 215 245 13,95% 10,36% -20,20% África do Sul 154 189 260 239 244 2,09% 29,10% 180,46% Iraque 125 126 119 175 175 0,00% 38,89% – 12 15 21 28 27 -3,57% 80,00% 800,00% Outros EUA 1.748 1.766 1.751 2.179 2.243 2,94% 27,01% 402,91% TOTAL 5.457 6.144 6.282 6.984 7.264 4,01% 18,23% 63,49% Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura 2004 a 2006: valores consolidados; 2007: resultado preliminar; 2008: previsão 26 Produção Animal | Avicultura EXPORTAÇÃO Os dados do USDA em relação às exportações brasileiras estão aquém do resultado efetivamente alcançado. Mas aplicandose ao volume exportado em 2007 (perto de 3,287 milhões de toneladas) o índice de 10% apontado pelo órgão, chega-se ao volume estimado internamente pelo próprio setor exportador. decorre do fato de o USDA só computar as vendas externas brasileiras de frango inteiro e de cortes, sem levar em conta os industrializados e a carne de frango salgada que, no ano passado, representaram quase 10% dos dois principais produtos exportados. E isso aplicado às projeções do USDA deixa as exportações brasileiras de carne de frango em um volume muito próximo daquele estimado internamente pela ABEF, algo em torno dos 3,6 milhões de toneladas. • Embora Argentina e Kuwait (!) possam registrar índices de expansão mais significativo, o maior avanço nas exportações (300 mil toneladas adicionais) continuará com o Brasil – prevê o USDA. Note-se, neste caso, que os números do órgão em relação ao Brasil continuam aquém da realidade, pois, por exemplo, o volume previsto para 2008 já foi superado no ano passado (3,287 milhões de toneladas, segundo a ABEF e a SECEX/ MDIC). Isso, à primeira vista, EXPORTAÇÃO - MIL TONELADAS VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA) 2004 2005 2006 2007 2008 BRASIL 2.416 2.739 2.502 2.922 3.215 EUA 2.170 2.360 2.361 2.618 2.722 3,97% 15,34% 8,23% 725 691 684 623 620 -0,48% -10,27% -39,75% UE 2007/2008 2005/2008 1998/2008 10,03% 17,38% 407,90% China 241 331 322 358 400 11,73% 20,85% 12,99% Tailândia 200 240 261 297 320 7,74% 33,33% 12,28% Canadá 74 101 110 139 140 0,72% 38,61% 21,74% Argentina 66 84 80 59 80 35,59% -4,76% – Kuwait 24 97 38 60 70 16,67% -27,84% – Chile 39 52 56 34 34 0,00% -34,62% – Emirados Árabes 15 20 10 30 30 0,00% 50,00% – Austrália 13 16 14 22 20 -9,09% 25,00% – Outros 61 70 56 74 71 -4,05% 1,43% -72,90% TOTAL 6.044 6.801 6.494 7.236 7.722 6,72% 13,54% 45,01% Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura 2004 a 2006: valores consolidados; 2007: resultado preliminar; 2008: previsão Produção Animal | Avicultura 27 Capa Matérias-primas para raçã Indústria de alimentação animal deve se conscientizar de que os grãos alternativos apresentam qualidade semelhante à do milho O abastecimento de milho tem se tornado um desafio para a avicultura mundial. Com a valorização de seu principal insumo, devido à destinação do milho norte-americano para a produção de etanol, o setor avícola tem registrado margem reduzida. Os grãos alternativos, como o sorgo, o triticale e o milheto, mesmo não substituindo 100% do milho usado na ração, surgem como opções que podem ajudar a minimizar os problemas de abastecimento e preço. Ariovaldo Zanni, médico-veterinário e Diretor-Executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação (Sindirações), afirma que a opção por algumas matérias-primas alternativas pode ser viável para fugir da instabilidade na oferta e da alta do custo do milho e da soja. “Além disso, a preocupação com índices zootécnicos do rebanho e o explosivo custo dos fosfatos (ver matéria na página 20) são fatores cruciais para o desenvolvimento do mercado de alternativos”, destaca. Com os grãos alternativos, é possível fugir dos preços mais elevados das matérias-primas essenciais da ração, milho e farelo de soja 28 Produção Animal | Avicultura Para José Eduardo Butolo, bioquímico, Professor da UNESP e diretor da Supremais Nutrição Animal, as perspectivas de substituição parcial do milho pelo sorgo, triticale ou milheto nas rações avícolas dependem da disponibilidade destes grãos, da relação de preços entre o milho e os alternativos e também da qualidade de cada um deles, observando seus pontos positivos e negativos. “Além da correção dos níveis energéticos e das fontes de pigmentos, que são necessárias em alguns casos, quando utilizamos ingredientes alternativos, o aspecto econômico é o de maior importância”, afirma. Godofredo Miltenburg, Presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, explica: “O custo final da dieta com os grãos alternativos precisa ser no mínimo 5% mais econômico para compensar eventuais gastos adicionais”. Na sua avaliação não haverá grande disponibilidade de triticale (híbrido do milho e centeio) na safra atual, já que os altos preços alcançados pelo trigo são mais convidativos para o produtor. De fato, segundo as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) houve uma redução de 12,3% na área plantada de triticale na safra atual em comparação com a anterior. Entretanto, em relação à produção deve ser re- Sorgo Butolo: “Aspecto econômico é o de maior importância” gistrado crescimento de 3,8%. Pelas projeções do órgão, o sorgo é o alternativo com maior disponibilidade. E apesar da previsão de crescimento de 10,6% na produção de sorgo, o volume ainda fica muito abaixo do milho. A estimativa para o alternativo é cerca de 54 milhões de toneladas inferior à safra do grão principal. O milheto, que também pode ser utilizado como matéria-prima alternativa, não faz parte do acompanhamento de safra realizado pela CONAB ou das pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Pela estimativa da Embrapa Milho e Sorgo, unidade da ão: e os grãos alternativos? Milheto Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária com sede em Sete Lagoas, MG, sua produção é de cerca de 600 mil toneladas. Apesar da produção reduzida, o órgão acredita que se a indústria de alimentação animal se conscienti- Triticale zar de que os grãos alternativos apresentam qualidade semelhante à do milho e podem ser adquiridos por um menor preço, os agricultores terão um incentivo para aumentar a área plantada de sorgo, triticale e milheto. “Devemos estimular sempre a produção de grãos alternativos, que também é uma vantagem para o agricultor. Vale lembrar a importância da avaliação correta dos alternativos”, completa o Presidente do CBNA. de milho e soja, sendo destinados apenas espaços marginais para armazenagem de sorgo. A CONAB estima que a área plantada de sorgo deve alcançar 734,9 mil hectares na safra atual, registrando crescimento de 4,3% em relação à anterior. Já a produção deve alcançar 1,65 milhão de toneladas contra 1,5 milhão na safra anterior. A controvérsia em relação à utilização do sorgo nas rações avícolas gira em torno do tanino, um composto fenólico, que pode estar presente no cereal. Butolo explica que apesar de apresentar algumas vantagens agronômicas, como resistência a pássaros, insetos e fungos, o tanino causa problemas na palatabilidade e digestibilidade. Por sua vez, a Embrapa enfatiza que a comercialização de sementes de sorgo com tanino no Brasil é bastante restrita, sendo que somente 4% do sorgo granífero semeado é deste tipo. Através de seu programa de melhoramento genético, o órgão desenvolveu e disponibilizou para o mercado quatro cultivares de híbrido de sorgo sem tanino. Atualmente, o sorgo é o quinto cereal mais importante no mundo, atrás do trigo, arroz, milho e cevada. A cultura é considerada uma segunda opção ao milho e é alimento humano em muitos países da África, Sul da Ásia e América Central. Já no México, o maior importador de sorgo, o grão é muito utilizado para a produção de rações animais. No Brasil, a cultura do sorgo granífero nas principais regiões do País é realizada como segunda safra, em sucessão a uma cultura de verão, como a soja e o milho safrinha. De acordo com a Embrapa Milho e Sorgo, a área cultivada tem mostrado flutuações em decorrência da política econômica e tem a comercialização como principal fator limitante. Os armazéns graneleiros, por exemplo, são usados prioritariamente para estocagem Déa Martins / Embrapa Sorgo De acordo com Butolo, feitas as correções de pigmentação, o sorgo pode substituir 100% do milho Produção Animal | Avicultura 29 Capa Milheto Brasil foi introduzido nos anos 70 e é bastante utilizado na agricultura como cobertura do solo em plantio direto e na pecuária como forrageira. Apresenta grande tolerância à seca e às temperaturas elevadas, além de se desenvolver bem em solos ácidos, de baixa fertilidade e arenosos. A Embrapa Milho e Sorgo afirma que a cultura do milheto tem-se expandido de forma acelerada na região dos Cerrados, devido a sua versatilidade, rusticidade e crescimento rápido. O órgão estima a área cultivada no Brasil com milheto em 4 milhões de hectares; deste total cerca de 30% (600 mil tonelaDéa Martins / Embrapa O milheto é uma gramínea originada na África, onde é muito usado na alimentação humana. No das) é destinado para a formulação de rações e o restante é utilizado como forragem. De acordo com Butolo, pesquisas efetuadas na nutrição de monogástricos no Brasil, principalmente em poedeiras comerciais, codornas e frangos de corte, evidenciam que o milheto pode substituir até 60% do milho. “Entretanto, como este alternativo não possui carotenóides pigmentantes, é necessária a utilização de pigmentos sintéticos naturais para a correção da coloração da gema do ovo, característica importante na aparência do produto para o consumidor”, afirma. A Embrapa possui uma única cultivar de milheto, chamada BRS 1501, lançada em 1998. “Milheto pode substituir até 60% do milho” Composição do Milho, Milheto, Sorgo e triticale na Matéria original: Parâmetros Umidade Unidade Milho Milheto Sorgo Triticale % 14,00 13,50 13,00 14,00 % 8,50 14,14 9,00 13,40 Energia Metabolizável - Suínos kcal/kg 3.421 3.038 3.323 3.050 Energia Metabolizável - Aves kcal/kg 3.230 3.020 3.080 3.105 Energia Metabolizável verdadeira - Aves kcal/kg 3.639 3.460 3.480 3.256 Extrato etéreo % 4,20 3,50 2,80 2,30 Fibra bruta % 2,60 6,50 4,00 5,70 Cálcio % 0,03 0,04 0,03 0,05 Fósforo total % 0,26 0,32 0,29 0,40 Fósforo disponível % 0,10 0,12 0,05 0,22 Metionina % 0,19 0,30 0,15 0,21 Cistina % 0,18 0,26 0,15 0,26 Lisina % 0,26 0,39 0,22 0,43 Treonina % 0,32 0,52 0,29 0,40 Triptofano % 0,08 0,25 0,07 0,18 Arginina % 0,44 0,65 0,36 0,64 Isoleucina % 0,28 0,60 0,37 0,40 Leucina % 1,03 1,44 1,19 0,75 Valina % 0,42 0,78 0,45 0,50 Histidina % 0,26 0,31 0,24 0,40 Fenilalanina % 0,39 0,72 0,49 0,65 Proteína bruta Fontes: Oliveira, Albino et al; Lima, G.J.M.M.; Embrapa; Butolo, J.E. 30 Produção Animal | Avicultura Alfredo do Nascimento / Embrapa Triticale O triticale é um cereal resultante da hibridação de duas espécies distintas, o trigo e o centeio e foi desenvolvido para conter alto nível de proteína e elevado conteúdo de energia, com alta produtividade. Alem disso, apresenta resistência a algumas doenças e adaptação a solos pobres. A Embrapa Trigo, sediada em Passo Fundo, RS, informa que a cultura vem sendo pesquisada no Brasil desde 1969 e a partir de 1990 houve aumento da demanda de triticale para a alimentação de suínos e aves. O triticale apresenta concentração de proteínas superior à do milho e devido à sua rusticidade e tolerância a condições desfavoráveis de acidez do solo, em especial com referência a toxicidade de alumínio, pode ser cultivado em regiões classificadas como ecologicamente marginais à cultura do trigo. Em 2004, a Embrapa Trigo registrou a primeira cultivar de triticale obtida mediante cruzamento no Brasil, denominada Triticale BRS Minotauro (foto). De acordo com as estimativas da CONAB, para a safra atual a produção de triticale deve alcançar 211,5 mil toneladas contra 203,8 da safra anterior, registrando crescimento de 3,8%. O bioquímico Butolo explica que comparando o triticale com o milho e o sorgo, “verifica-se um teor protéico e conteúdo de fibra VANTAGENS bruta bem mais elevados e um extrato etéreo mais baixo, conferindo a este ingrediente um menor nível de energia digestível”. Butolo lembra que até 30% do triticale pode ser usado em substituição ao milho DESVANTAGENS PRODUÇÃO REGIÃO SORGO É o alternativo produzido em maior escala e seu valor nutricional está entre 90 e 95% do observado no milho Presença do tanino pode diminuir palatabilidade e reduzir ganho de peso 1,65 milhão de toneladas Centro-Oeste MILHETO Grande tolerância à seca, temperaturas elevadas, solos ácidos, de baixa fertilidade e arenosos Necessária a utilização de pigmentos sintéticos naturais para a correção da coloração da gema do ovo 600 mil toneladas Centro-Oeste e Nordeste TRITICALE Contém alto nível de proteína e elevado conteúdo de energia e fósforo Recomendada a utilização de enzimas para melhorar a digestibilidade 211,5 mil toneladas Centro-Sul Programas brasileiros para o sorgo Pernambuco Em conjunto com o governo pernambucano, a AVIPE (Associação Avícola de Pernambuco) vem há alguns anos apostando na expansão do sorgo no Estado na expectativa de aliviar os problemas decorrentes do abastecimento de milho na região. O governo estadual doa a semente aos produtores dispostos a plantar sorgo e a entidade se compromete a adquirir toda a produção do grão no Estado. Saulo Valadares, presidente da AVIPE, explica que quando não há quebra de safra, os avicultores de Pernambuco substituem 10% de milho pelo sorgo nas rações avícolas. Sempre engajada na luta por melhores condições para a avicultura pernambucana, a entidade ainda adquire milheto plantado no Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. A substituição pelo milho é de apenas 5%, já que a disponibilidade é pouca e o grão precisa ser moído em equipamentos específicos que também não estão disponíveis em quantidade suficiente. Valadares acredita que com a atuação do governo será possível expandir a área plantada com sorgo, já que nas condições climáticas do Estado de Pernambuco o sucesso com esta plantação é mais garantido do que com o milho. “Na safra passada verificamos uma restrição hídrica na estação chuvosa e não tivemos sorgo para comprar. O milho não chegou nem a brotar,” afirma. Norte de Minas Gerais Incrementar a produção de sorgo no Norte de Minas e apresentar tecnologias para que a região se torne auto-suficiente na produção do cereal. Este é o objetivo do programa de incentivo à cultura implantado em 2005 por diversas instituições, encabeçado pela Embrapa Milho e Sorgo, e que prossegue até 2009. Entre as ações propostas estão: dias de campo, desenvolvimento de atividades de pesquisa, aumento da produção de 10 mil para 100 mil toneladas, incremento na produtividade, geração de empregos e substituição de 50% do milho na formulação de ração industrial. O Norte de Minas, segundo dados do Centro de Análises e Estudos Estratégicos da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais), importa mais de 97 mil toneladas de sorgo, destinados, principalmente, à alimentação animal. • Produç Pro rooduç duççãoo Animal Aniimal Ani m | Av ma vic iicu cultu ltura ra 311 Produção Avicultura AviGuia: produtos, serviços e empesas Hy-Line incentiva aumento do consumo de ovos C om o objetivo principal de incentivar as empresas envolvidas na cadeia produtiva do ovo a dar sua contribuição para o incremento do consumo deste alimento no Brasil, a Hy-Line lançou durante o VI Congresso da Associação Paulista de Avicultura, APA a segunda fase da Campanha “Coma Ovo Todos os Dias”. Uma primeira etapa do projeto foi iniciada com crianças de 7 a 12 anos das escolas municipais de Nova Granada, SP, sede da empresa. Devem ser realizadas palestras com a presença de médicos, nutricionistas e técnicos da empresa buscando sanar dúvidas e difundir os benefícios deste alimento. Rogério Belzer, Diretor Geral da empresa, ressalta que as crianças precisam ser informadas das qualidades do ovo para que este não seja substituído por outros produtos com maior apelo publicitário e inferior valor nutricional. Mais informações: www.hylinedobrasil.com.br Abertas as inscrições para o 6° Prêmio de Pesquisa Alltech P ara estimular a pesquisa científica no Brasil e promover novos conhecimentos na área de alimentação animal, a Alltech promove o seu 6º Prêmio de Pesquisa. Podem se inscrever estudantes de pós-graduação, professores e profissionais das áreas de medicina veterinária, agronomia, zootecnia e ciências biológicas. Os interessados devem elaborar um artigo científico ou revisão de literatura que envolva as tecnologias de nutrição animal da Alltech. A empresa premiará os melhores trabalhos e seus orientadores. Os interessados podem solicitar o folder com as fichas de pré-inscrição e inscrição pelo e-mail [email protected]. A pré-inscrição pode ser efetuada até dia 30 de junho. O prazo final para envio dos trabalhos é 31 de julho e devem ser encaminhadas quatro cópias impressas e mais duas cópias eletrônicas em CD. Além disso, deve ser enviado um resumo do currículo tanto do pesquisador quanto do orientador. O aluno e seu orientador classificados em 1º lugar recebem uma passagem aérea (ida e volta), hospedagem e inscrição para participar do 25º Simpósio Internacional de Saúde e Nutrição Animal (em 2009), promovido pela Alltech em Lexington, Kentucky. Mais informações: www.alltech.com.br Tel: (41) 3347-9291 Visando praticidade, Macedo lança novos produtos S obrecoxa resfriada sem pele, coxa e sobrecoxa resfriada sem pele e sem osso e frango a passarinho congelado individualmente (IQF - Individual Quick Frozen) são os novos produtos disponibilizados pela catarinense Macedo. De acordo com a empresa as novidades foram lançadas por demanda do próprio mercado. O IQF é um 32 Produção Animal | Avicultura produto mais prático, já que evita desperdícios, permitindo que o consumidor prepare apenas o que vai consumir. Atualmente, 80% da produção de IQF é exportada. O restante é comercializado no mercado interno – regiões de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A Macedo informa que já estão em fase de desenvolvimento novos produtos que farão parte dessa linha. Mais informações: www.macedo.com.br Manual mostra como combater e controlar Salmonella A Fort Dodge Saúde Animal lança o Manual Poulvac SE e Poulvac SE-ND-IB. Voltado para produtores de matrizes e frangos de corte e com enfoque na proteção materna, o material traz aspectos importantes do controle da Salmonella Enteritidis Além de explicações sobre a importância da imunidade passiva, o manual traz também informações sobre como ocorrem as transmissões verticais e horizontais, o motivo da resistência às doenças em aves adultas, sinais clínicos, o que pode causar a infecção precoce, a importância da prevenção e como deve ser o processo de aplicação da vacina. Mais informações: www.fortdodge.com.br Biovet participa do 1º Seminário Técnico da Big Frango O médico veterinário Marcelo Zuanaze, gerente técnico do Laboratório Biovet, foi um dos convidados da Big Frango para participar do 1º Seminário Técnico do grupo, que aconteceu durante a Expo Londrina, em abril. O profissional discutiu as boas práticas de instalações e manejo avícola para garantia da biosseguridade. De acordo com o veterinário, a iniciativa da Big Frango permite buscar soluções que se encaixem à realidade das regiões nas quais estão localizadas as unidades de produção da empresa. Destaque na Expo Londrina: Big Frango reuniu mais de 550 produtores para encontro técnico-científico Produção Animal | Avicultura 33 Associações Minas Gerais Encontro Mineiro reserva espaço para os responsáveis técnicos E A oitava edição do Encontro Mineiro de Avicultura, realizado pela Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), contou este ano com uma novidade: o 1º Encontro de Responsáveis Técnicos. O evento antecede o Avicultor 2008, que acontece nos dias 25 e 26 de junho, em BH, e apresenta intensa programação técnica. Para as discussões técnicas foram disponibilizadas 40 vagas. Os inscritos tiveram a oportunidade de participar de workshops na área de BemEstar Animal com o médico veterinário José Euler Valeriano e discutir os Pontos Críticos na Criação de Frangos de Corte e Produção de Rações com José Mauricio França, consultor técnico e auditor Sênior da WQS Certificação de Produtos. O evento contou com a presença de professores e alunos da Universidade Federal de Viçosa, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dentre outros profissionais de abatedouros, técnicos e fornecedores do segmento avícola. O 8º Encontro de Avicultura de Barbacena foi aberto pelo presidente da Avimig, Dr. Tarcísio Franco do Amaral. Em seguida, Nilson Olivo, Diretor Comercial da Divisão de Carnes da Global Food apresentou a palestra Mercado Mundial de Carnes. Rio Grande Sul ASGAV e SIPARGS definem diretoria para o triênio 2008-2011 H á tempos respondendo interinamente pela presidência da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), a partir de maio corrente o empresário Luiz Fernando Ross (Frinal) assume o cargo de vez: em Assembléia Geral dos afiliados da ASGAV foi eleito presidente da entidade e, simultaneamente, também do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Rio Grande do Sul (SIPARGS). No quadro, parte da nova diretoria eleita, cujo mandato se estende pelo triênio 2008-2011. 34 Produção Animal | Avicultura Diretoria Asgav/Sipargs - Triênio 2008 Luiz Fernando Ross (Frinal) Presidente Joaquim Nunes (Perdigão) Vice-presidente de secretaria Nestor Freiberger (Agrosul) Vice-presidente de finanças Aristides Vogt (Doux Frangosul) Vice-presidente de assuntos fiscais da Asgav Heitor Mulller (Agrogen) Vice-presidente de assuntos fiscais do Sipargs Pedro Luiz Utzig (Nutrifrango) Vice-presidente de produção e qualidade Roberto Khel (Aveserra) Vice-presidente de gestão ambiental da Asgav Ricardo Menezes (Perdigão) Vice-presidente de gestão ambiental do Sipargs Tocantins Toca Espírito Santo Ent Entidades trabalham pelo des desenvolvimento da avicultura em Tocantins Avicultura capixaba define prioridades para triênio 2008/2010 A Associação de Avicultura do Norte do Tocantins (Avinto), o Núcleo Gestor de Avicultura do Estado e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) assinaram um acordo para o desenvolvimento da avicultura industrial na região Norte do TO. As entidades também discutiram os resultados alcançados no ano de 2007 e as metas para este ano. O Núcleo Gestor é formado por membros da Adapec e do Sebrae/TO, entre outros. Pelo acordo assinado, cabe à Adapec, entre outras ações desenvolvidas, disponibilizar técnicos para a realização de palestras e outros eventos relacionados à avicultura industrial, alem das ações já desenvolvidas, como fiscalizações de trânsito e estabelecimentos, orientações técni- cas e atendimentos a notificações de doenças avícolas. Vale ressaltar, que no plano de regionalização, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Tocantins alcançou o estrato “C”, com 49 pontos, pequena diferença em relação ao estrato “B”, que previa um mínimo de 51 pontos. A avicultura no Tocantins está sendo impulsionada pela chegada da Asa Alimentos ao Estado. A empresa brasiliense inaugurou no primeiro semestre de 2007 uma unidade de abate no Tocantins e com acesso ao mercado externo através do porto de Itaqui, no Maranhão, o que aumenta o grau de competitividade do empreendimento em relação à exportação efetuada por outros Estados. Em abril, a Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES) se reuniu com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES) para discutir as ações prioritárias para o desenvolvimento do setor avícola no Estado nos próximos anos. De acordo com informações divulgadas pelo Sebrae, entre os assuntos discutidos estão as definições para o plano da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR) da avicultura (desenvolvido em parceria com o Sebrae), a criação de uma central de informações com dados de fornecedores, compradores e prestadores de serviço, ajustes dos municípios quanto ao cadastramento de abatedouros, inspeção dos estabelecimentos, Plano Nacional de Preven- ção de Doenças e a implantação de uma central de compras de insumos. A AVES pretende formar um grupo gestor representado por diversas entidades para desenvolver as ações do GEOR. O secretário executivo da AVES, Nélio Hand, acredita que os associados participarão efetivamente da execução dos trabalhos. “Com certeza o Geor trará muitos benefícios para esse importante setor da economia capixaba. A participação dos associados nesse trabalho é fundamental para o avanço continuo das atividades”, afirma. Estiveram na reunião Letícia Toniato Simões, gestora do projeto de avicultura do Sebrae, Antonio Venturini, presidente da AVES, e representantes da avicultura capixaba. Produção Animal | Avicultura 35 Estatísticas e Preços Produção e mercado em resumo Enquanto setor de corte segue em visível expansão, o de postura mantém a moderação C omparativamente ao mesmo período do ano passado, os números de produção no primeiro trimestre de 2008 passaram a apresentar variações positivas mais significativas na área de corte, mantendo-se moderadas na postura. Assim, enquanto o alojamento de matrizes de corte, a produção de carne de frango e a disponibilidade interna do produto registravam, há um ano, decréscimo em relação a 2006, agora passam a apresentar índices de expansão dos mais significativos - como o acréscimo de 23% nas matrizes de corte ou o aumento de, praticamente, 12% na produção de carne de frango. É verdade, aqui, que a evolução de 18% nas exportações de carne de frango justificou parte do aumento observado na produção. Mas é inegável, também, que esse aumento foi excessivo, visto que ocasionou expansão de, praticamente, 9% na oferta interna do produto. Com efeitos que, naturalmente, se refletiram diretamente nos preços internos – simples questão de ação e reação, nada mais. Na área de postura, o alojamento de matrizes permanece em expansão desde o início do ano, mas (considera- do o volume acumulado em períodos de 12 meses) com números ainda inferiores aos registrados, por exemplo, no terceiro trimestre de 2007. Por sua vez, o alojamento de pintainhas comerciais de postura vem mantendo uma estabilidade mensal digna de nota. E como o acumulado em 12 meses permanece inferior ao registrado há um ano – tendência que se estende pelos próximos meses – é previsível uma oferta futura de ovos menor que a atual ou, pelo menos, mais adequada à demanda do mercado. A reação, sem dúvida, será uma remuneração melhor para o produtor. Comportamento do frango: apenas questão de ação e reação, nada mais Ainda há quem se pergunte porquê, no primeiro trimestre de 2008, o frango seguiu rota oposta à de suínos e bovinos, que experimentaram forte valorização em pleno período de safra. Mas não há segredos, é tudo questão de ação e reação, de causa e efeito, os preços reagindo opostamente à maior ou menor oferta do produto. O gráfico abaixo deixa isso bem claro: em 2007, a disponibilidade interna recuou 6,21% e o preço médio pago pelo frango vivo aumentou 16,42%. Já em 2008 o “pequeno” aumento de 8,87% fez os preços médios recuarem 11,53% em relação ao mesmo período de 2007. A propósito: alguém poderá dizer que a valorização do frango no primeiro trimestre de 2007 era inevitável, visto que no ano anterior (crise internacional da Influenza Aviária) os FRANGO VIVO – 36 Produção Animal | Avicultura preços recebidos estiveram no “fundo do poço”. É verdade. Mas prevendo esse tipo de contestação, a comparação foi feita com o primeiro trimestre de 2005, daí a variação (positiva) de 16,42%. Comparado com o primeiro trimestre de 2006 o ganho do frango vivo foi de 64,21%. Aparentemente, os preços reagem mais fortemente, para cima ou para baixo, às variações de produção. Relação entre volume produzido e preço recebido Primeiro trimestre de 2007 e 2008 Alojamento de matrizes de corte Trimestre é encerrado com evolução anual próxima de 25% D ados da UBA indicam que em março passado foram alojadas no Brasil 3,944 milhões de matrizes de corte, 7,34% a mais que no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, fevereiro de 2008, houve uma expansão de perto de 2,4%. Mas ela foi apenas aparente, pois, considerado o mês mais longo (31 dias, contra 29 de fevereiro), registra-se uma queda real de 4,2%. No decorrer dos primeiros 91 dias de 2008 o alojamento brasileiro de matrizes de corte somou 12,060 milhões de cabeças, número que correspondeu a um incremento de 23,4% sobre o mesmo trimestre do ano passado, um índice elevado que encontra justificativa exatamente no baixo alojamento do ano passado, ocasião em que o incremento foi de apenas 1,88% sobre os três primeiros meses de 2006. Não se pode deixar de notar, no entanto, que em 2006, no primeiro trimestre, foi registrada expansão de mais de 12% em relação a idêntico período de 2005. E isso considerado, a evolução média do plantel reprodutor de corte no último triênio foi superior a 12% ao ano. O alojamento atual (12,060 milhões de cabeças em 91 dias) agora projeta para a totalidade do ano (366 dias) volume em torno dos 48,5 milhões de matrizes, número que, se alcançado, vai representar expansão de 14% sobre 2007. Não é muito diferente (2 pontos percentuais a mais) o índice de expansão observado no alojamento dos últimos 12 meses: entre abril de 2007 e março de 2008 o plantel alojado somou 44,770 milhões de cabeças, aumentando 16% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. MATRIZES DE CORTE Alojamento mensal em 24 meses MILHÕES DE CABEÇAS MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % Abril 2,635 3,444 30,73% Maio 3,110 3,863 24,20% Junho 3,022 3,358 11,12% Julho 3,263 3,601 10,36% Agosto 3,152 3,527 11,90% Setembro 3,105 3,347 7,77% Outubro 3,444 3,945 14,56% Novembro 3,490 3,858 10,55% Dezembro 3,585 3,766 5,05% Janeiro 3,137 4,265 35,97% Fevereiro 2,962 3,852 30,06% Março 3,674 3,944 7,34% 1º Trimestre 9,772 12,060 23,41% 38,579 44,770 16,05% Em 12 meses Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE Os níveis atuais de alojamento projetam para 2008 volume da ordem de 48,5 milhões de matrizes de corte Produção Animal | Avicultura 37 Estatísticas e Preços Produção de pintos de corte Número de março caiu em relação a janeiro e fevereiro de 2008 N ormalmente, a produção de pintos de corte do mês de março de cada ano é superior à de janeiro, mês também de 31 dias. Em 2008, possivelmente pela primeira vez na história do setor, a situação inverteu-se, como efeito da crise que afeta internamente a indústria do frango desde o início do exercício. Em março passado, conforme a APINCO, foram produzidos no Brasil 441,119 milhões de pintos de corte, volume 4,19% superior ao registrado um ano antes, em março de 2007. Em comparação a janeiro de 2008 a queda foi de 4,25%. E em relação a fevereiro de 2008, houve um aumento nominal de pouco mais de 3%. Considerado, porém, o número de dias de um e outro mês, a produção de março também foi, em termos reais, inferior, apresentando queda de 3,5%. Com esse recuo, o volume acumulado em 2008, que no primeiro bimestre registrava expansão de 9,52%, encerra o trimestre com incremento de 7,69% e totaliza quase 1,330 bilhão de pintos de corte – um volume que sugere, para o ano, produção total de 5,320 bilhões de cabeças. É improvável, no entanto, que a produção fique nesse volume. Pois, mesmo se esperando para abril um desempenho ainda contido (as previsões do setor são de uma produção de cerca de 430 milhões de pintos de corte), pode-se prever rápida recuperação nos volumes produzidos porque projetos novos e de ampliação começam agora a entrar na fase de produção. Em decorrência, não seria surpresa o volume do ano aproximar-se dos 5,7 bilhões de pintos de corte, 10,6% a mais que o produzido em 2007 - índice de incremento observado no alojamento de matrizes de corte do último ano. Nos 12 meses encerrados em março de 2008 o volume acumulado apresentou expansão de 11,44% sobre o mesmo período anterior, ficando próximo dos 5,250 bilhões de pintos de corte. 38 Produção Animal | Avicultura PINTOS DE CORTE Produção brasileira em 24 meses MILHÕES DE CABEÇAS MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL Abril 333,0 414,3 24,41% Maio 376,4 433,5 15,17% Junho 379,8 418,8 10,27% Julho 387,6 434,6 12,12% Agosto 396,4 444,8 12,22% Setembro 388,3 424,4 9,30% Outubro 412,6 463,4 12,30% Novembro 394,1 431,5 9,50% Dezembro 405,4 451,8 11,44% Janeiro 420,5 460,7 9,56% Fevereiro 390,8 427,9 9,48% Março 423,4 441,1 4,19% EM 3 MESES 1.234,7 1.329,7 7,69% EM 12 MESES 4.708,3 5.246,8 11,44% Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE Produção de carne de frango 1º Trimestre é encerrado com volume apenas 2% inferior ao recorde de dezembro D ados da APINCO apontam que em março de 2008 foram produzidas no Brasil 926,5 mil toneladas de carne de frango, volume 9,81% superior ao registrada um ano antes, em março de 2007. Em relação a fevereiro de 2008 foi registrada, em valores nominais, expansão de, praticamente, 7%. Mas em termos relativos (número de dias de um e outro mês) o incremento foi quase nulo (menos de 0,1% de variação). Mesmo essa aparente estabilidade não esconde que a produção do trimestre inicial do ano foi continuamente crescente e, sem dúvida, excessiva para o período, reconhecido como o de menor consumo de todo o exercício. Assim, o volume produzido em março ficou apenas 2% abaixo do registrado em dezembro/07 – em oposição, o mês de melhor consumo do ano. Para completar (e demonstrar que esse excesso não ficou restrito a um mês) a produção do primeiro trimestre ficou apenas 0,6% abaixo da alcançada no trimestre final de 2007, o mais favorável de todos. Assim, a produção dos três primeiros meses de 2008 ficou ligeiramente acima dos 2,7 milhões de toneladas de carne de frango, apresentando expansão de 11,74% sobre o mesmo período do ano passado. Alcançou-se, pois, um volume que, projetado para o restante do ano, sugere produção total da ordem de 10,827 milhões de toneladas, 5% a mais que o produzido em 2007. É bem provável, no entanto, que a produção do exercício não pare por aí - mesmo esperando-se para o segundo trimestre volume menor que o do primeiro. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o volume produzido registrou aumento de 13,27%, ficando muito próximo dos 10,6 milhões de toneladas. E se esse índice de expansão se mantiver na média do ano, a produção de 2008 pode chegar aos 11,6 milhões de toneladas. CARNE DE FRANGO Produção em 24 meses MIL TONELADAS MÊS 2006/2007 2007/ 2008 VAR. % ANUAL Abril 708,8 835,3 17,85% Maio 707,1 859,7 21,58% Junho 727,2 851,6 17,10% Julho 802,2 872,6 8,78% Agosto 764,4 871,8 14,04% Setembro 777,3 866,9 11,53% Outubro 797,5 891,4 11,78% Novembro 790,7 887,9 12,29% Dezembro 851,4 945,5 11,05% Janeiro 828,9 914,0 10,26% Fevereiro 749,8 866,3 15,53% Março EM 2 MESES EM 12 MESES 843,7 926,5 9,81% 2.422,4 2.706,8 11,74% 9.349,0 10.589,5 13,27% Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE Produção Animal | Avicultura 39 Estatísticas e Preços Exportação de carne de frango Em março, embarques atingiram segundo maior volume histórico D ados consolidados divulgados pela ABEF apontam que em março último as exportações brasileiras de carne de frango somaram 313,2 mil toneladas, aumentando 3,18% em relação a março de 2007. O incremento, neste caso, foi modesto. Mas isso decorre do fato de, há um ano, os embarques do produto terem registrado, à época, um novo recorde, superado a seguir em apenas duas ocasiões, a última delas em outubro de 2007, quando as exportações alcançaram a marca das 313,4 mil toneladas. Pois bem: faltaram menos de duzentas toneladas para que se alcançasse o recorde vigente, o que significa dizer que as exportações de março último correspondem, por ora, ao segundo maior valor histórico alcançado pelo setor. Em função do resultado mais recente, as exportações de carne de frango do primeiro trimestre de 2008 ficaram em 880,7 mil toneladas, um volume que representa aumento de 18,19% sobre o mesmo período de 2007 e que projeta para o ano embarques totais de 3,522 milhões de toneladas, 7% a mais que o registrado no ano passado. Essa projeção, entretanto, não é a mais pertinente, visto que as exportações variam de trimestre para trimestre e o primeiro do ano é, invariavelmente, o que apresenta o menor volume. Isso considerado e tendo em vista que nos últimos quatro anos os embarques do primeiro trimestre corresponderam, no máximo, a 23% das exportações totais, não será equivocado projetar para 2008 embarques de até 3,8 milhões de toneladas. No momento, o acumulado em 12 meses (abril de 2007 a março de 2008) vai pouco além dos 3,4 milhões de toneladas e apresenta expansão de 21% sobre os 12 meses imediatamente anteriores. 40 Produção Animal | Avicultura CARNE DE FRANGO Exportação brasileira em 24 meses MIL TONELADAS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL Março MÊS 211,5 264,0 24,82% Abril 196,5 275,2 40,07% Maio 194,9 259,3 33,06% Junho 186,2 284,0 52,54% Julho 300,6 304,7 1,36% Agosto 210,6 242,1 15,00% Setembro 256,9 313,4 20,57% Outubro 284,1 298,9 5,32% Novembro 238,1 299,9 25,95% Dezembro 209,2 274,9 31,40% Janeiro 232,4 292,6 25,89% Fevereiro 303,6 313,2 3,18% No 1º Trimestre 745,2 880,7 18,19% 2.824,6 3.422,3 21,16% Em 12 meses Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE Disponibilidade interna de carne de frango Volume ofertado em março foi, em valores reais, similar ao de fevereiro C onsiderando-se que os números da APINCO apontaram, para março passado, produção brasileira de 926.478 toneladas de carne de frango, enquanto os números da ABEF indicaram exportações de 313.233 toneladas, ficaram no mercado interno, no mês, 613.245 mil toneladas do produto. O volume disponibilizado internamente representou aumento de 13,53% sobre março de 2008 e, em valores nominais, de 6,88% sobre o mês anterior, fevereiro de 2007. Porém, em termos relativos (número de dias do mês), o volume ofertado foi praticamente igual ao do mês anterior (queda de apenas 0,01%) e 4% menor que o de janeiro, situação favorecida pelo bom desempenho das exportações que, pela primeira vez no ano, voltaram a superar a casa das 300 mil toneladas. No primeiro trimestre do ano, a disponibilidade interna de carne de frango totalizou 1,826 milhão de toneladas, apresentando acréscimo de 8,87% sobre o mesmo trimestre de 2007. O fato mais ressaltável, no entanto, é que essa disponibilidade superou a oferta interna alcançada no quarto trimestre de 2007 – em oposição ao primeiro trimestre de cada ano, o de maior consumo de carne de frango. E isso, com certeza, explica o fraco desempenho econômico do frango no período, incapaz de neutralizar – ainda que parcialmente - o aumento de custo ocasionado pelas elevações de preço do milho. A oferta interna acumulada no trimestre inicial de 2008 projeta para o ano volume global da ordem de 7,3 milhões de toneladas, 4% a mais que o disponibilizado em 2007. Mas a tendência natural é de um volume bem maior que pode aproximar-se dos 7,7 milhões de toneladas. Por ora, o volume acumulado em 12 meses está próximo de 7,170 milhões de toneladas, apresentando expansão de 9,78% sobre o total disponibilizado nos 12 meses imediatamente anteriores. CARNE DE FRANGO Disponibilidade interna em 24 meses MIL TONELADAS MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL Abril 497,2 571,3 14,89% Maio 510,6 584,5 14,46% Junho 532,3 592,2 11,26% Julho 616,5 588,6 -4,52% Agosto 465,3 567,0 21,87% Setembro 567,7 624,7 10,04% Outubro 541,6 578,1 6,73% Novembro 506,9 589,0 16,20% Dezembro 613,6 645,6 5,21% Janeiro 619,7 639,1 3,13% Fevereiro 517,5 573,8 10,88% Março 540,1 613,2 13,53% No 1º Trimestre 1.677,3 1.826,1 8,87% Em 12 meses 6.529,2 7.167,2 9,78% Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE Produção Animal | Avicultura 41 Estatísticas e Preços Alojamento de matrizes de postura Crescimento de quase 22% no 1º trimestre D e acordo com o levantamento da UBA, em março passado foram alojadas no Brasil 47.021 matrizes destinadas à futura produção de poedeiras, 62% delas representadas por linhagens produtoras de ovos brancos. Correspondendo a, praticamente, metade do que se alojou em janeiro ou fevereiro, o volume de março também apresentou uma redução de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado, ocasião em que ocorreu uma ultrapassagem (nos últimos tempos, rara) das 100 mil matrizes de postura. Naturalmente, o refluxo observado em março fez com que se alterassem os índices de matrizes acumuladas no ano. Dessa forma, enquanto o primeiro bimestre de 2008 foi encerrado com uma expansão de mais de 100% sobre o mesmo período do ano anterior, o trimestre acusa expansão de perto de 22%, o volume alojado tendo passado de 195.326 matrizes para 238.009 matrizes. Mantido nos três trimestres subseqüentes de 2008, esse volume projeta alojamento anual de 952 mil matrizes de postura, quase 37% a mais que o registrado nos 12 meses de 2007 – um plantel que não é alcançado desde o segundo semestre de 2005. Mas por ora, em 12 meses, o volume acumulado totaliza 739.220 matrizes, volume cerca de 6% superior ao alojado no mesmo período anterior. 42 Produção Animal | Avicultura MATRIZES DE POSTURA Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos) MILHARES DE CABEÇAS MÊS Abril 2006/ 2007/ 2007 2008 46,747 23,304 -50,15% VAR. % % OVO BRANCO 2006/2007 2007/2008 83,81% 56,66% Maio 23,223 83,167 258,12% 77,62% 74,63% Junho 42,489 95,915 125,74% 72,49% 63,49% Julho 93,053 53,253 -42,77% 76,50% 64,66% Agosto 43,751 63,392 44,89% 66,41% 85,02% Setembro 31,827 67,212 111,18% 34,56% 43,68% Outubro 78,400 24,339 -68,96% 66,45% 55,63% Novembro 80,900 40,126 -50,40% 73,42% 91,92% Dezembro 62,143 50,503 -18,73% 73,13% 80,03% Janeiro 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45% Fevereiro 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95% Março 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29% No 1º Trimestre 195,326 238,009 21,85% 69,22% 69,85% EM 12 MESES 697,859 739,220 5,93% 70,41% 69,12% Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE Alojamento de pintainhas de postura Acumulado em 12 meses permanece negativo E m março passado, conforme a UBA, foram produzidas no Brasil 5,173 milhões de pintainhas de postura, 51 mil delas (perto de 1% do total produzido), de linhagens produtoras de ovos vermelhos, destinadas ao mercado externo. O saldo, representado por 5,122 milhões de pintainhas de postura, foi alojado internamente. O volume alojado internamente no mês apresentou evolução de 1,88% sobre março de 2007 e de cerca de 1,5% sobre o mês anterior, fevereiro de 2008. Porém, em termos reais (isto é, considerado o número de dias de um e outro mês), o alojamento de março foi 5% inferior ao de fevereiro. Em função do último resultado, o acumulado no primeiro trimestre de 2008 ficou em 15,066 milhões de pintainhas de postura, volume que corresponde a um incremento de 3,21% sobre o trimestre inicial do ano passado e a uma redução de quase 1,5% sobre o trimestre anterior, o último de 2007. Projetado para a totalidade do ano, o alojamento do trimestre sugere volume total da ordem de 60,265 milhões de pintainhas de postura, ou seja, praticamente o mesmo volume alojado no ano que passou (60,210 milhões de cabeças). Por ora, o total acumulado nos últimos 12 meses é ligeiramente maior, de 60,679 milhões de pintainhas de postura, número que se mantém negativo (-2,19%) em relação ao que foi alojado nos 12 meses imediatamente anteriores. PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos) MILHÕES DE CABEÇAS 2006/ 2007/ 2007 2008 Abril 4,472 4,980 Maio 5,483 Junho 5,478 Julho MÊS VAR. % % OVO BRANCO 2006/2007 2007/2008 11,36% 72,86% 73,53% 4,960 -9,53% 74,44% 74,17% 5,142 -6,14% 74,68% 74,39% 5,669 5,078 -10,44% 74,57% 74,30% Agosto 5,543 5,091 -8,16% 72,91% 74,48% Setembro 5,034 5,074 0,80% 73,43% 72,28% Outubro 6,086 5,166 -15,13% 75,33% 73,26% Novembro 4,882 5,105 4,57% 72,55% 73,80% Dezembro 4,792 5,017 4,71% 75,16% 75,79% Janeiro 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11% Fevereiro 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17% Março 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51% No 1º Trimestre 14,598 15,066 3,21% 76,13% 73,57% 62,037 60,679 -2,19% 74,53% 73,89% EM 12 MESES Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE Produção de pintainhas de postura permanece ajustada: volume atual projetado para a totalidade do ano mantém números obtidos em 2007 Produção Animal | Avicultura 43 Estatísticas e Preços Desempenho do frango vivo em abril de 2008 Quarto mês do ano marca inicio de recuperação de preços do setor R egistrando contínua redução de preços no primeiro trimestre do ano, só em abril passado o mercado do frango vivo voltou a dar sinais de reversão. E se, num espaço de 90 dias, sofreu desvalorização de pelo menos 27% (abriu o ano cotado a R$1,65/kg; encerrou março a R$1,20/kg), em pouco mais de três semanas conseguiu recuperar mais da metade do que perdeu, pois chegou ao final de abril cotado a R$1,45/kg. Não foi o suficiente, naturalmente, pois mesmo com esse último valor permaneceu com uma remuneração inferior aos custos de produção. Além disso, o valor médio alcançado no mês, de R$1,33/kg, ficou 2,20% abaixo do registrado em abril do ano passado. Nesse panorama, o único aspecto positivo acabou sendo a valorização de 7,26% em relação ao mês anterior, março de 2008 – aparentemente, o “fundo do poço” deste ano para o frango vivo. Espera-se que a recuperação iniciada em abril tenha prosseguimento em maio. Porque nos quatro primeiros meses de 2008 o frango vivo registrou preço médio de R$1,37/kg, valor que é quase 10% menor que o obtido no mesmo quadrimestre de 2007, além de, na média anual dos últimos exercícios, só superar aquela registrada em 2006, a pior da década em termos reais. Além disso a cotação média do milho, principal insumo do frango, sofreu acréscimo superior a 30%. Isso, sem contar que a variação de preços do grão entre abril do ano passado e abril de 2008 foi superior a 40%. Detalhe que não passa despercebido é que, a despeito da recuperação mais recente, o frango vivo vem se comportando, direitinho, conforme a sazonalidade típica das carnes no primeiro semestre (período de safra e, portanto, de preços decrescentes). Desta vez, porém, esteve sozinho, pois as carnes bovina e suína tiveram e continuam tendo forte valorização. 44 Produção Animal | Avicultura FRANGO VIVO Evolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg MÊS Abril/2007 MÉDIA R$/KG VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL 1,36 38,78% -12,26% Maio/2007 1,20 4,35% -11,76% Junho/2007 1,40 25,00% 16,66% Julho/2007 1,68 82,60% 20,00% Agosto/2007 1,84 55,93% 9,52% Setembro/2007 1,68 9,80% -8,69% Outubro/2007 1,60 -9,09% -4,76% Novembro/2007 1,55 21,09% -3,12% Dezembro/2007 1,65 41,02% 6,45% Janeiro/2008 1,52 14,28% -7,88% Fevereiro/2008 1,38 -22,90% -9,21% Março/2008 1,24 -20,00% -10,14% Abril/2008 1,33 -2,20% 7,26% Médias Anuais entre 2000 e 2007 ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. % 2000 0,91 14,57% 2004 1,49 2,75% 2001 0,97 6,47% 2005 1,35 -8,72% 2002 1,13 16,49% 2006 1,16 -14,70% 2003 1,45 28,31% 2007 1,55 33,62% Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007) MÉDIA JAN-ABR R$1,37/KG -9,27% Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista) Desempenho do ovo em abril de 2008 Mercado esfria e setor acaba ficando com segundo pior preço do ano OVO BRANCO EXTRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias MÊS Abril/2007 MÉDIA R$/CXA VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL 37,83 43,90% -8,14% Maio/2007 37,21 45,29% -1,64% Junho/2007 43,56 59,09% 17,06% Julho/2007 42,13 63,16% -3,28% Agosto/2007 43,34 73,22% 2,87% Setembro/2007 38,42 42,03% -11,35% Outubro/2007 37,29 28,36% -2,94% Novembro/2007 36,64 26,12% -1,74% Dezembro/2007 45,30 27,43% 23,64% Janeiro/2008 38,69 27,69% -14,59% Fevereiro/2008 50,71 29,20% 31,07% Março/2008 50,30 22,14% -0,81% Abril/2008 39,63 4,76% -21,21% Médias Anuais entre 2000 e 2007 ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. % 2000 23,12 16,89% 2004 34,47 -13,11% 2001 24,07 4,11% 2005 33,48 -2,87% 2002 27,88 15,83% 2006 27,48 -17,92% 39,67 42,29% 2007 39,37 43,27% 2003 Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007) MÉDIA JAN-ABR R$44,83/CAIXA 20,51% Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100 A fase de exuberância de preços observada em fevereiro e março, meses em que o produto obteve preços recordes, ficou para trás: em abril, o ovo extra branco comercializado no atacado paulista alcançou preço médio de R$39,63/caixa, valor 21% inferior ao registrado no mês anterior, março de 2008. Essa foi, também, a segunda pior média do ano, superior apenas à de janeiro/08, além de ter superado em menos de 5% o preço médio de abril do ano passado – o que, em suma, representa evolução que não cobre sequer parcialmente o maior custo do milho, cujos preços, em um ano, aumentaram mais de 40%. Sob esse aspecto, aliás, nem mesmo as cotações recordes alcançadas pelo ovo em fevereiro e março ajudam a cobrir o maior custo do milho enfrentado no primeiro quadrimestre de 2008. Ou seja: nesse período, o ovo alcançou preço médio de R$44,83/ caixa, valor que superou em 20,5% o preço médio de R$37,20/caixa registrado entre janeiro e abril de 2007. Só que, no mesmo quadrimestre, os preços médios do milho apresentaram evolução de 33%. Sob esse aspecto, portanto, o setor voltou a apresentar resultados negativos como em anos anteriores. PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista) Produção Animal | Avicultura 45 Ponto Final É Hora de Investirmos em Qualidade A Ariel Antonio Mendes, Presidente da ALA e Vice-Presidente Técnico Científico da UBA os investimentos em qualidade, a fim de que recente crise no preço internacional dos toda a cadeia produtiva possa produzir com quaalimentos é um desafio e uma oportunilidade, respeitando o bem-estar animal e sem dade única para o Brasil. Desafio porque agredir o meio ambiente. Para que isso ocorra, é os preços dos grãos e das carnes terão reflexos no fundamental que o governo invista mais em samercado interno, principalmente no preço e nas nidade, criando e equipando novos laboratórios exportações de milho, com tendência de aumenpara diagnóstico e para análises de resíduos e tar se o governo não tomar medidas urgentes adequando a legislação a essa nova realidade para preservar nossa produção de carne de aves e mundial. suínos, que tem no milho sua principal fonte de Mas o setor produtivo também deve criar alimentação. O governo brasileiro precisa conssuas próprias normas e guias de produção. É o cientizar-se que o milho é um insumo estratégique temos procurado faco, pois além de servir de zer na UBA, com a publialimento para a nossa poO novo desafio para os cação, em breve, de guias pulação, serve também de boas praticas de propara produzir carne, agrepróximos anos é fazer com dução para frangos e para gando valor a essa compoedeiras, bem como de moditie e gerando empreque as empresas médias normas de bem-estar para gos no pais. Também e pequenas sobrevivam frangos, perus e poedeiras viabiliza a pequena proe um guia para implepriedade através do sistenesse mundo cada vez mentação de programas ma de integração de aves de rastreabilidade nas eme suínos. mais globalizado e possam presas produtoras de carMas pode ser uma também exportar seus ne e ovos. Essas normas oportunidade única de foram elaboradas nos dois aumentarmos nossas exprodutos últimos anos e exigiram portações, não só de grãos muito esforço da UBA e mas de carne e produtos dos técnicos das empresas associadas que colaboprocessados. Mesmo que esse aumento nos preraram na elaboração das mesmas, pois tínhamos ços internacionais também nos afete no curto que criar normas que não se transformassem em prazo, ao longo dos próximos anos se transforempecilhos ou que encarecessem os custos de mará em mais um diferencial para o país, pois produção. Tivemos uma preocupação especial como temos a nosso favor um menor custo de em manter a competitividade das médias e peprodução em relação à Europa e Ásia, a tendênquenas empresas, já que as grandes, de um modo cia será de mantermos esse diferencial, aumengeral, já usam rotineiramente esses procedimentando com isso nossas exportações. tos exigidos pelos mercados importadores. A base para aumentarmos nossa produção de O novo desafio para os próximos anos é facarne de frangos e perus já está pronta, pois os zer com que as empresas médias e pequenas soinvestimentos em novos projetos nos anos rebrevivam nesse mundo cada vez mais globalizacentes é impressionante. O mesmo vem ocorrendo e possam também exportar seus produtos, do na postura comercial, que vem sofrendo uma criando alternativas que possibilitem escapar transformação muito grande nos últimos anos, do gargalo do frango resfriado e do ovo in natucom o objetivo de tecnificar o setor, preparandora produzido apenas para o mercado interno. o para a exportação. Quando começarem as exPara que isso seja possível, precisamos de entiportações de ovos em grande escala, principaldades de classe fortes, com uma UBA mais remente para a União Européia e Japão, o setor presentativa e que defenda os interesses de todará um grande salto de qualidade, a exemplo do dos os segmentos da cadeia produtiva, não só que ocorreu com o frango. junto ao governo, mas, principalmente, junto Entretanto, para mantermos níveis altos de ao consumidor, cada vez mais exigente e exportação de carne de aves e para viabilizarmos esclarecido. as exportações de ovos, precisamos incrementar 46 Produção Animal | Avicultura PONTO FINAL 46 Produção Animal | Avicultura Produção Animal | Avicultura 47