Dermatoses na infância e comorbidades clínicas associadas Hospital Regional da Asa Sul Brasília, janeiro de 2007 Nícolas Thiago Nunes Cayres de Souza Interno da Escola Superior de Ciências da Saúde Drª Elisa de Carvalho Orientadora Caso Clínico (19/12/06) 1. IDENTIFICAÇÃO T.L.R.C, feminina, DN.: 16/02/05, 1 ano e 10 meses, parda, natural de Brasília, procedente de Santa Maria-DF. Informante: M.R.O (mãe), 20 anos, solteira, do lar. 2. QUEIXA PRINCIPAL “Febre e manchas no corpo há 4 dias” Caso Clínico (19/12/06) 3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Mãe refere que há aproximadamente 9 dias a cça iniciou quadro de varicela (SIC), associada a diarréia líquida e febre (39º C), que não cedia ao uso de Paracetamol®. Procurou o serviço médico local, onde foi dado o diagnóstico supracitado, sendo prescrito apenas Paracetamol® SOS. Mãe refere ainda que no período subseqüente a cça apresentou discreta melhora no quadro geral, porém evoluiu com hiporexia. Caso Clínico (19/12/06) 3. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Evoluiu mantendo quadro até que há aproximadamente 04 dias iniciou com micropápulas eritematosas em região abdominal que posteriormente tornaram-se disseminadas. Evoluiu mantendo quadro febril e diarreico, associado a astenia e sonolência. Com este quadro, a mãe procurou o PSI do HRAS, onde foi iniciado terapêutica adequada. Caso Clínico (19/12/06) 4. REVISÃO DE SISTEMAS •Sem queixas urinárias; •Sem queixas respiratórias; •Sem queixas articulares; •Negava alterações neurológicas; •Sem outros dados relevantes. 5. VACINAÇÃO Em dia com calendário vacinal, conforme visto no Cartão da Criança. Caso Clínico (19/12/06) 6. ANTECEDENTES GESTACIONAIS / PARTO / PUERPÉRIO •Mãe G2P1C0A1; •7 consultas de PN; •Leucorréia durante todo período gestacional – uso de Nistatina tópica; •Parto normal, aos 8 meses (SIC), por TPP; •Tentada inibição com Aerolin®, sem sucesso; •49 cm, 2680g, PC: 53 cm, Apgar 5’: 10, chorou ao nascer; •Não necessitou de UTI neonatal. Caso Clínico (19/12/06) 7. ANTECEDENTES ALIMENTARES •SME até os 5 meses, •SM até os 9 meses; •Mãe iniciou leite e vaca aos 5 meses, cça desenvolveu aparente alergia à proteína do leite de vaca; •Atualmente sob acompanhamento nutricional devido a baixo ganho estatural, •Alimentação: 2 tipos de verdura, carne branca, arroz integral, entre outros sólidos e leite Supra Soy®, sem lactose. Caso Clínico (19/12/06) 8. ANTECEDENTES PESSOAIS •Pcte é asmática, freqüência de 1 crise/mês; •Uso de Berotec® (NBZ) e Prednisolona; •1 internação prévia aos 9 meses por desidratação; •Portadora de Refluxo DRGE (SIC); •Traz dosagem de IgA (25/07/06 – HFA) de 31,1 (VR: 70 – 400 mg/dL); •Nega outras alergias prévias; •Faz uso de Label, Ranitidina e Domoperidona cronicamente. Caso Clínico (19/12/06) 9. HÁBITOS DE VIDA E CONDIÇÕES SOCIO-ECONÔMICAS •Reside em casa de alvenaria, zona rural, não asfaltada, 05 cômodos, com 07 pessoas; •Consome água encanada, filtrada para consumo; •Possuí fossa séptica e luz elétrica; •1 cão em domicílio, mãe não sabe referir se o animal é vacinado. Caso Clínico (19/12/06) 10. ANTECEDENTES FAMILIARES •Mãe submeteu-se à exérese de tumor abaixo da escápula D há aproximadamente 1 ano; •Nega etilismo e tabagismo; •Nega outras patologias prévias; •Pai é asmático. Nega outras patologias prévias; •Avó residente em domicílio é tabagista, tem gastrite e HAS; •Nega consangüinidade familiar; •Um primo com LLA. Caso Clínico (19/12/06) EXAME FÍSICO BEG, hipocorada (++/4+), hidratada, anictérica, acianótica, afebril ao tato, eupneica. FC: 106 bpm FR: 22 irpm Tax: 37,5°C •OROFARINGE:Mucosa corada, sem hipertrofia /hiperemia tonsilar; •GÂNGLIOS: Adenomegalia indolor em cadeia cervical posterior E; Caso Clínico (19/12/06) EXAME FÍSICO •PELE: pequenas lesões (< 0,5 cm), crostosas, com halo eritematoso, em face e abdome. Abdome difusamente áspero ao tato; •ACV: RCR, 2T, BNF, s/s ou desdobramentos. Pulsos periféricos amplos e simétricos, palpáveis em 04 extremidades distais. •AR: MVF (+), sem RA. Expansibilidade torácica simétrica, sem TSC. Caso Clínico (19/12/06) EXAME FÍSICO •ABDOME: semi-globoso, flácido, depressível, indolor, Traube livre, hipertimpânico, sem VMG, RHA (+); •EXTREMIDADES: Sem edema. Sem deformidades. Enchimento capilar < 2”. Caso Clínico (19/12/06) EXAMES LABORATORIAIS HEMOGRAMA: •Leu: 7,3 •Hm: 4,05 •Hg: 10,0 •Htc: 30,4 •VCM: 75,1 •HCM: 24,6 •CHCM: 32,8 •Plaqts: 205 •Linf: 26,3 •Seg: 58% •Bast: 09% •Linf: 30% •Mono: 02% •Eos: 01% EAS: CED 2-3 p/c 1-2 p/c Flora bacteriana: escassa •Muco: escasso •Demais elementos: “FALTA REAGENTE” *SOLICITADA UROCULTURA Resumo Clínico DERMATOSE Diarréia líquida Febre IgA Asma Atopia Alergia à proteína do leite de vaca Dermatoses Comuns na Criança •MICOSES SUPERFICIAIS; •DERMATOSES POR VÍRUS; •ALERGIAS; •ECZEMAS E DERMATITES; •DERMATOPARASITAS; •PIODERMITES. Região interdigital/ sola pés; Dermatoses Comuns nados Criança Inflamação; Área das fraldas; Descamação Lesões eritemato-descamativas; Maceração; MICOSES SUPERFICIAIS Elevadas; RARA EM CRIANÇAS; Vesículas; Bordas nítidas; Substância branco-acinzentada sob Tinea capitis; Úlceras Úlceras rasas;c/ fundo brilhante unhas; rasas Alopécia tonsurante; Tinea corporis; (possíveis); Manchas bem delimitadas; Fissuras; Progressão p/ base; Acizentada; Confluência → placaou extensa c/ aspecto Lesões geográficas anulares; Tonalidade diversa; Prurido intenso. Tinea inguinocrural; Elevação e fina; deformação da unha; Descamação descontínuo e lesões satélites nas Descamativas; Descamação furfurácea fina; Aspecto → tipo de fungo; Afastamento do leito ungueal. Lesões eritematosas; Tinea pedis; bordas; Progressão centrífuga → cura central; Epidemia familiar/institucional; Predomínio em pescoço, ombros e Descamativas; Predomínio em dobras. Tinea unguium; Cães esuperior; gatos →contágio; Bordas eritemato-vésico-crostosas/ tórax Pruriginosas; FASE AGUDA: ertemato-papulosas. Possível prurido leve. Candidíase; Bordas circinadas → região: Inflamatória; inguinal, perineal, Ptiríase vesicolor . raiz da coxa, Infiltração; Pus; perianal. Abscesso. Lesão vegetante; Dermatoses Comuns na Criança Crescimento lento; Redonda; Dura; vesicular (1-7 mm); DERMATOSES VÍRUS Sólida;LesãoPOR Consistente; Hiperqueratósica; Herpes simples; Conteúdo líquido; Isolada ou em grupos; Infecção primária: Resistente; Gengivoestomatite Mãos, região periungueal, joelhos, Indolor. Possível recidiva Herpes zoster; cotovelos; InfecçãoLisa; secundária: Região plantar → calos dolorosos. Dor eCor ardorda em dermátomo; Lesão labial/perioral pele; Ardor; Pode ser indolor; Verruga vulgar; Isolada ou em grupos; Queimação Vesículas (1-3 mm) agrupadas sob Sem flogose; Eritema; eritema; Vesículas finas; Molusco contagioso . semanas. Resolução espontânea em Crostas; Secam e cicatrizam em 7-14 dias sem deixar marcas. Dermatoses Comuns na Criança Diversas formas; ALERGIAS Exantema agudo Prurigo simples; morbiliforme/rubeoliforme Eritema difuso; Pápula eritematosa aguda ( ± 0,5 cm); Urticária; Urticária; Prurido intenso; Lesões Edema; devesícula; tamanho diverso; Pequena Edema angioneurótico Eritematosas Eritema polimorfo; Possível sinalou depálidas; perfuração de Bordas Exantema elevadas bolhoso; e nítidas; picada de inseto; (Angioedema); Mudam Penicilina, sulfa, forma, hidantoína. localização e Crosta de sangue; Equivalente da urticária qdo acomete extensão; Eventual reação urticariforme. gordura subcutânea; Farmacodermia. Prurido Edema eintenso. tumefação localizada; Limites pouco precisos. Dermatoses Comuns na Criança Efeito da amônia → degradação da uréia, por bactérias da fralda, fezes, contato de plástico, látex, amaciantes, diarréia, enzimas intestinais, calor, umidade. Dermatite bolhosa; ECZEMAS E DERMATITES Manchas hipocrômicas; Pruriginosa; Placas eritematosas; Planas, arredondadas ou ovais; Miliária; Não inflamatória; Aparência escaldada/ ulceração → casos graves; Assintomáticas; seborreica; Dermatite seborreica; Erupção eritematosa → vesículas Conteúdo claro; Faces convexas; Limites nem sempre precisos; contendo suor (cristalina); Dermatite atópica; Descamativa; Início em geral no 1° mês de vida; Preserva dobras; Possível descamação fina; Pequenas pápulas eritematosas (rubra); Antedentes Mais problemática no 1° ano; Maceração; FASE CRÔNICA: Dermatite de contato – Forma irritativa; Comum → 5 –10% das crianças; Possível evolução: pápulas, vesículas, fissuras, FASE AGUDA: de Explorar Rosto, pescoço, partes expostas dos braços e Escamas secas e amareladas; Predomínio em dobras, pescoço, face, História pessoal e familiar de atopia -> eczema, asma, rinite Possível infecção secundária; fina. Pele seca espessada; Atopia!!! descamação Placas eritematosas isoladas/confluentes; Por ação tópica-irritativa : Dermatite deecontato – Forma alérgica; Anamnese!!! Camadas aderentes porém descamativas, gordurosas ao tato; tórax superior; alérgica; axilas e nádegas; Recorrente; Escamativa; Vesículas; saliva (peri-oral); Base eritematosa ou hipocrômica; Dermatite das fraldas Lactente: Acentua-se c/ exposição solar; de roupa; Eritema agudo ouexcesso crônico; Causas: calor, febre, Acomete mãos e pés; Pruriginosa; Descamação suco defina; fruta; Sem vesículas, sem exudação; Rosto; Causa desconhecida. Liquenificação; (Amoniacal); tto: medidas de p/ diminuir o calor – roupas Região malar; Causa desconhecida; Cheiro rançoso; Liquenificada; Prurido; resíduo sabão; Fissuras; Dobras debanhos flexão; Intertrigo; leves, refrescantes. Não há prurido; Pele e dobras; Predisposição genética; Acentuação de sulcos cutâneos; Escoriações; amaciante na roupa; Pele seca c/ reatividade vascular. Alteração de cor; Tende a recidivar; Hiperemia; Ptiríase alba ou dartro volante eaté Agravada por sabões, contato c/ Lesões crônicas e detergentes, recidivantes puberdade. Infecção secundária. detergentes; Criança maior: Outras áreas: região posterior Maceração; da orelha, testa, supercílio, Bijuterias, sapatos, roupas, plantas, Formas arredondadas e isoladas (eczema numular) níquel. (eczemátide); abrasivos; bordas das pálpebras, canal Causas: auditivo, umidade região e fricção; inguinal , nádegas cosméticos, medicações tópicas, etc. Lesões em placas remover o agente. eDesidrose. axilas. Associação c/ miliária é comum. Dobras Tto: de flexão Dermatoses Comuns na Criança Prurido; Lesões secundárias; DERMATOPARASITAS Eczema; Escoriações; • Clínica não condiz! Hiperemia e inflamação; Escabiose; Piodermite secundária• História (courodesfavorável! cabeludo, Pápulas (1-2 mm) orelha,serpiginoso nuca); Túnel que progride 1-2 a infecção); Prurido (após 30 dias da 1 Piolhos e lêndeas; cm/dia Micro-crosta sanguínea; Menos comum em cças negras. Muito pruriginosa; Escoriações por coçadura; Causada por larvas de ancilostomídeos Túnel por penetração da fêmea; RARAMENTE formam-sede vesículas; parasitas humanos, cães e de gatos; Acomte axila, abdome,região interdigital, nádegas, Eosinofilia é incomum. raiz da coxa e pênis; Pode predispor a impetigo, foliculite, furunculose e celulite. Pediculose; Larva Migrans cutânea. Eritema difuso; Edema; Lesões típicas em face, ombros, tórax e Calor; dorso; Hiperestesia; Abcesso dérmico/hipodérmico; Borda elevadae nítida; Adolescentes (início 2 anos antes da PIODERMITES Linfadenite aguda satélite;do folículo pilosebáceo; Infecção e necrose puberdade); PODE EVOLUIR COM BOLHAS; Possível !!! Impetigo estreptocócico; Nódulo dérmico, eritematoso, doloroso, Comedonal; Febre; Pústula ou vésico-pústula ou erosão Tratamento: quente, necrose central; Impetigo estafilocócico; Papulopustular leve; Prostração; Limpeza com secreção água e sabão; coberta por que forma crosta Tratamento: Frequente em RN; Evoluí até drenagem do conteúdo; Toxemia. Celulite não necrotizante; Papulopustular severa; Remover crostas; Dermatoses Comuns na Criança melicérica (caramelo-sangue) aderente; Tópico Bolha nos clara casos e amarelada; leves: hexaclorofeno a Quase sempre estafilocócico. Compressas com anti-sépticos: água boricada Erisipela; Edema; Nodular;Fase aguda: hiperemia periférica; 3% ou Conteúdo mupirocina líquido; ou ácido fusídico 3X/dia a 3% e permanganato de potássio a 1:20.000 a Eritema; Seqüelas: eritema, pigmentação, cicatriz Furunculose; Impetigo nasal: lesões emleves: volta da 1:40.000; ATB Halo sistêmica eritematoso; oral nos casos Tumefação; narina c/ oral secreção hialina. Tto tópico com pomadas de neomicinaresidual. eritromicina Rompe-se deixando 30-40 mg/dia úlcera por rasa; 07 dias. DorAntraz; difusa com hiperestesia; bacitracina, mupirocina, fusidato, gentamicina; Forma perineal: pápulas nodulares Opcões: Confirmação: amoxacilina/clavulanato, cultura /Gram do Delimitação imprecisa; Acne Coleção devulgar. pequenos furúculos foliculares; Casos mais extensos/ impetigo nasal/ eritematosas, altas, algumas com aspirado. Calor; clindamicina, cefalexina, cefalexina, perineal: penicilina orla ou parenteral Fatores crostas predisponentes: imunodepressão, impetiginizadas Pele cefacor, e subcutâneo; sempre por 07 dias.e ulcerações. (Benzatina); obesidade, anemia, má nutrição, satélite; má higiene, dolorosa. PossíveisMuito febre e linfangite-linfadenite Opções: amoxacilina, eritromicina, escabiose-pediculose. Abcessocefalosporina secundário exige drenagem cirúrgica. de primeiria geração. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica ASMA “Doença inflamatória crônica potencialmente reversível das vias aéreas, marcada pela hiperreatividade da árvore traqueobrônquica que se expressa clinicamente por uma doença episódica.” Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica ASMA Sintomas: Dispnéia; Aperto no peito; Tosse; Sibilância. BRONCOESPASMO + HIPERSECREÇÃO + EDEMA + INFILTRAÇÃO INFLAMATÓRIA + BRONQUITE DESCAMATIVA = CRISE !!! Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica ASMA Fatores de risco: •Rinite e conjuntivite; •Dermatite atópica; •Alergia alimentar; •Alergias diversas; •Bronquiolite anterior grave por vírus sincicial respiratório; •Pneumonia grave anterior; •Broncoespasmo na ausência de IVAS; Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica ASMA Fatores de risco: •História familiar positiva; •Sexo masculino; •Prematuridade e baixo peso ao nascer; •Exposição à fumaça de cigarro; •Poeira; •Bolor; •Baratas; •Refluxo gastro-esofágico. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE “Afecção crônica decorrente do refluxo de parte do conteúdo gástrico ( e por vezes gastroduodenal) para o esôfago ou órgão adjacentes (faringe, laringe, brônquios), acarretando um espectro variável de sintomas e sinais esofágicos e/ou extra-esofágicos, associados ou não a lesões teciduais.” Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria •Início: 2 meses de vida; •Melhora após 2-3 anos de idade; •Postura ereta; •Resposta dramática às medidas anti-refluxo. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria Sintomas: •Défict de crescimento; •Irritabilidade ou equivalentes dolorosos após alimentação, em decúbito ou à noite, no berço; •Evidências de hemorragia digestiva (sangue oculto nas fezes, hematêmese, melena); •Vômitos; Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria Sintomas: •Sintomas pulmonares → apnéia, PN recorrente, resfriados freqüentes, doença do aparelho respiratório superior, estridor •Sindrome asmatiforme, de predomínio noturno. •Sindrome de Sandifer → movimentos de extensão da cabeça e do pescoço associados a alimentação, sem vômitos. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria SÍNDROME ASMATIFORME •3° fator de asma no bebê chiador; •Refluxo de pequenas qqdes p/ vias respiratórias→ tosse, engasgo e sufocação, durante ou logo após as mamadas; •Esofagite → choro e inquietação pós mamadas; •Asma de difícil controle; •Tosse espástica prevalente; •Pneumonite associada; •Piora c/ uso de teofilina. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria SÍNDROME ASMATIFORME Dois mecanismos propostos: 1) Aspiração de material refluído do estômago p/ esôfago e daí p/ vias aéreas →inflamação →asma. 2) Esofagite provocada por material ácido do estômago sobre o esôfago →nervo vago →broncoespasmo por via reflexa. Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria MEDIDAS ANTI-REFLUXO • • • • • • Elevação da cabeceira do leito (15-20 cm); Na dependência dos sintomas, moderar ingestão de: gorduras, cítricos, café, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, molho de tomate, chocolate, condimetos em excesso; Alimentaçao “engrossada”; Abandono da mamadeira noturna; Após refeições, esperar ao menos 2-3 h p/ colocar cça p/ dormir/deitada; Evitar refeições antes de deitar; Doença do Refluxo Gastroesofágico x Asma Brônquica DRGE em pediatria MEDIDAS ANTI-REFLUXO • • • • • • Fracionar dieta; Evitar exposição ao tabagismo; Evitar líquidos às refeições; Evitar atitudes que aumentem a pressão intraabdominal; Redução de peso em obesos; Restrição de drogas que diminuem a pressão do esfincter esofagiano inferior (antagonistas de Ca, nitratos, derivados da morfina, diazepam, barbitúricos, teofilina). Alergia ao Leite de Vaca x Asma Brônquica ALERGIA AO LEITE DE VACA • • • • • • • • 4ª possibilidade etiológica de asma no lactente; Pequena prevalência; História de alimentação artificial precoce; Vírus, inalantes e refluxo devem ser descartados; Diag. é firmado qdo a exclusão do leite da dieta por 3 semanas faz desaparecer os sintomas asmáticos; Confirmação definitiva: reexposição ao leite de vaca = reaparecimento dos sintomas; Testes cutâneos e precipitinas séricas positivos. Dieta isenta de leite de vaca por período não inferiror a 6 meses; Alergia ao Leite de Vaca x Asma Brônquica ALERGIA AO LEITE DE VACA Quadro Clínico: • Asma com abundante secreção; • Tosse úmida; • Estertoração; • Sintomas nasais de obstrução e secreção; • Manifestações GI prévias ou concomitantes. Alergia ao Leite de Vaca x Asma Brônquica • Possível etiologia ALERGIA AO LEITE DE VACA doimunológico quadro??? Mecanismo 1)IgE/mastócito → fase aguda histaminodependente → fase tardia •Efeitocélssinérgico inflamatória→ inflamatórias e seus produtos celulares = sintomatologia com DRGE??? persistente. 2)Complexos imunes IgG/proteínas → difícil comprovação. Imunodeficiências Primárias •Congênitas ou adquiridas; •Classificação •Modo de herança; •Céls T; •Céls B; •Ambas. Imunodeficiências Primárias •Defeitos da diferenciação celular •Desenvolvimento primário das céls B ou T; •Fases da diferenciação das céls B/T dependentes de antígenos; •Defeitos da diferenciação de céls B → problemas na colaboração T-B. Imunodeficiências Primárias •IgA•Hipogamaglobulinemia e IgG reduzidas; fisiológica normal da • • • • • • • •Deficiências seletivas de 1 ou mais das 4 subclasses QUADRO CLÍNICO •IgM lactância pode serprolongada alta; e intensa; •Incapacidade de produzir IgA1 e IgA2; IgG→pctes c/ infecções repetidas; •N°de aumentado de infecções respiratórias → gravidade SÍNDROMES DE DEFICIÊNCIAS DE→ •3 –B6IgA m de idade → IgG materna é catabolizada •Ø•IgG2, linf e IgG → indivíduos defeito na caucasianos; mudança de isótopos; •Incidência: 1/600 IgG3 e IgG4 = 30-40% IgG variável; •Mutações níveis ADULTOS de gênicas IgG →entre → reduzidos p/ 3,0 – 4,0 g/L; normal das IMUNOGLOBULINAS •Afeta deimpedem ambos oscooperação sexos; •Deficiência isolada de IgG1→ mascarada por •Menos comum negros ebroquiectasia; asiáticos; •Doença pulmonar progressiva → céls T e Bcrônica; → formação de centros germinativos mudança •Aumento posterior = aumento da→capacidade de Tratamento: •Comum em famílias; •Bases genéticas desconhecidas bloqueioena aumento nos demais isótopos; •Diarréia de isótopos; síntesedado lactente; QUADRO CLÍNICO: •Sintomático; •Produção deficiente de TODAS as classes de Ig (PANdiferenciação terminal dos linfócitos Bimpedem →atópicas interação •Possíveis defeitos da regulação que AGAMAGLOBULINEMIA LIGADA AO X; •Aumento incidência de asma e doenças •Respostas •Avaliação das imunológica céls T comprometidas periódica→ → diferenciar provadas de de •Adultos com infecções pulmonares crônicas → •Antes de infundir IgA exógenas→ pesquisar Ac AntiHIPO-GLOBULINEMIA) diferenciação normal de céls B→ PODE extender-se defeituosa entre céls T e B; •Deficiência de IgA entre cças atópicas 20X → população AGAMAGLOBULINEMIA AUTOSSÔMICA RECESSIVA; •Sexo masculino; estímulo outras por formas “feedback” dede deficiência interações humoral. defeituosas bronquiectasia inexplicada; IgA → dessensibilizar p/devido evitar reações •Qqdes linf→ fenotipicamente imaturos; •Quadro familiar; p/ outros isótopos! normal; HIPOGAMAGLOBULINEMIA TRANSITÓRIA DA •Infecções bacterianas recorrentes ao anafiláticas; final dolinhagem 1º anodas •Mutações nnormais genes → produtos → diferenciação B; céls T,vida→ CD epós B;transfundir •Doenças GI → giardíase crônica, má absorção •Hiperplasia nodular beta → esplenomegalia •Idealmente: sangue APENAS de doadores •Associa-se alinfóide infecções congênitas → •Deficiência IgA→ deficiência de e pré-B; IgG4; •Reações transfusões de sangue eIgG2 hemoderivados →e LACTÂNCIA ;de de IgG materna; •Alteração nos genes codificadores do receptor QUADRO CLÍNICO intestinal, gastrite atrófica c/ anemia perniciosa; com deficiência de IgA. hiperplasia intestinal; auto-Ac →pequena anti-IgA. TOXOPLASMOSE, RUBÉOLA, CMV. •Qqde de pctes se beneficia c/ administração •Bloqueio nolinfóide desenvolvimento céls pré-B → B que •Alteração nos genes codificadores de fatores de linf transcrição DEFICIÊNCIA ISOLADA DE IgA; •Infecções mais →diminuída outras hipogamaglobulinemias; •Sinais/sintomas neoplasia maligna linfóide→ febre, •Pode dever-se ao mesmo defeito genético de Ig→do avaliação imunológica minuciosa. p/DEFICIÊNCIAS genes receptor pré-B; “escapam” → graves resposta ao estímulo DE SUBCLASSES DE IgG;subjacente •PN: P. acarinii; Aspergillus, Cryptosporidium, CMV, outros. anemia, perda ponderal, esplenomegalia, linfadenopatia que Deficiência Isolada de IgA→ •Ø elementos-chave na via de sinalização do receptor pré-B; antigênco; IMUNODEFICIÊNCIA LIGADA AO Xextremidades COM HIPER-IgM; •Enterite por criptosporidiose → tratoníveis biliar → colangite generalizada, linfocitose. polares de uma patologia→ evolução lenta •Ø congênita B, agamaglobulinemia, infecções •Síntese dede Igcéls →mesma padrão variável: IMUNODEFICIÊNCIA VARIÁVEL COMUM. esclerosante e cirrose hepática. (anos). recorrentes. bacterianas consideráveis de IgM, IgG e IgA até agamaglobulinemia completa. Doença Celíaca • Etiologia desconhecida; • Fatores •Ambientais→ sensibilidade a gliadina(componente do glúten) → arroz, trigo, cevada, aveia; •Genéticos; •Imunológicos→> IgA antigliadina, IgA anti-endomísio. Doença Celíaca • Causa comum de má absorção de um ou mais nutrientes→ inúmeras manifestações secundárias; • Comum em caucasianos; • Início dos sintomas → 1º ano até 8ª década de vida → introdução de cereais na dieta; • Remissão espontânea na 2ª década de vida → permanente ou recruscedente após anos; • Adultos: Espru Celíaco, Espru não tropical, Doença Celíaca do adulto, enteropatia por hipersensibilidade ao glúten. •Deficiência secundária de lactase → alteração na função enzimática da borda em escova jejunal; •Secreção endógena de líquidos → hiperplasia das criptas; Má absorção de vários•Secundária nutrientes; a esteatorréia → alteração na função da Esteatorréia; mucosa intestinal; Diarréia; •Ileal: má absorção de ácidos Perda de peso; biliares → secreção de líquidos p/ o interior do cólon; Conseqüências da perda de nutrientes→ diabética; anemia, doença óssea•Diarréia metabólica; Doença Celíaca SINTOMAS: • • • • • • Ø sintomas GI → depleção de umDE único RESTRIÇÃO LACTOSE E LIPÍDEOS NA DIETA= ALÍVIO nutriente (ex.: deficiência de folato, TEMPORÁRIO osteomalácia, edema devido perda de proteína). Doença Celíaca DIAGNÓSTICO Biópsia do intestino delgado → pacientes com sintomas e achados laboratoriais sugestivos de má absorção e/ou deficiência de nutrientes. Doença Celíaca DIAGNÓSTICO ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS NA BIÓPSIA •Espru tropical; DUODENAL / JEJUNAL •Ø ou diminuição da altura das vilosidades→ aspecto •Enterite eosinofílica; “plano”; • Intolerância à proteína do leite de vaca; •Atrofia/perda das vilosidades; •Linfoma; •Hiperplasia das criptas; •Proliferação bacteriana excessiva; •Céls epiteliais superficiais → aspecto cubóide; •Perda da •Doença deorientação Crown; basal dos núcleos; •Aumento dos linfócitos intra-epiteliais; •Gastrinoma com hipersecreção de ácido. •Aumento dos linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. Alterações típicas, porém NÃO diagnósticas ! ! ! Doença Celíaca DIAGNÓSTICO •Confirmação: normalização clínica e histopatológica rápida após retirada do glúten → 90% pctes com achados típicos •10% → Espru refratário •Restrição de outras proteínas da dieta → SOJA!!! •Resposta à glicocorticóides; •Achados “temporários”→ remissão espontânea→ meses ou anos; •Sem qq resposta ao tto→ morte. Doença Celíaca DOENÇAS ASSOCIADAS •Dermatite herpetiforme → lesões papulovesiculares; •Deficiência de IgA •DM tipo I; Fibrose Cística •Doença multissitêmica; •Manifestações precoces na infância→ 7% na vida adulta; •Infecção crônica das vias respiratórias→ bronquiectasia e bronquiolectasia; •Insuficiência pancreática exócrina; •Disfunção intestinal; •Função anormal das glândulas sudoríparas; •Disfunção urogenital. Fibrose Cística PATOGENIA •Regulador transmembrana da Fibrose Cística = Proteína CFTR→ canal regulador de Cl( ־e outros íons) regulado por AMPc → membrana plasmática do epitélio normal; •Mutação: Ø de fenilalanina na posição do aminoácido 508 (entre 1480 aa) → processamento indadequado e degradação/disfunção intracelular da proteína CFTR; •FC: efeitos muitos diferentes sobre os padrões de transporte hidroeletrolítico → função do epitélio nativo → função anormal no transporte de íons. Fibrose Cística PULMÃO • • • • Epitélio das vias respiratórias: taxas ↑ absorção e permeabilidade diminuída ao Cl ;־ Aumento transporte Na+ = Ø função reguladora inibitória tônica da CFTR sobre atividade do canal Na→ desequilíbrio absorção Na+/secreção Cl ;־ Diminuição sal e água do muco e grande diminuição volume líquido perciliar (LPC)→ incapacidade de remover muco das vias respiratórias por mecanismos ciliares ou dependentes do fluxo de ar(tosse); Predisposição infecção crônica por Staphylococus aureus e Pseudomonas aeruginosa→ anormalidades indefinidas-> diminuição defesa pulmonar. Fibrose Cística PULMÃO Manifestações clínicas: TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR • Sinusite crônica na infância→ obstrução nasal e rinorréia; • Pólipos nasais→ 25% casos→ conduta cirúrgica. TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR • Tosse: 1o sintoma→ persistente → escarro viscoso, purulento, esverdado; • “Períodos de exacerbações” → aumento tosse; perda de peso, aumento volume escarro, diminuição fç pulmonar; Fibrose Cística PULMÃO Manifestações clínicas: TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR • Fç pulmonar→ piora progressiva gradual: insuficiência respiratória (anos); • Anormalidades fç pulmonar da cça→ capacidade vital forçada / volume expiratório forçado 1s: • Reversíveis→ (40-60%) acúmulo de secreções luminais/Ø reatividade das vias respiratórias; • Irreversíveis→ destruição crônica da parede das vias respiratórias e a bronquilite; Fibrose Cística PULMÃO • R-X de tórax •Hiperinsuflação = obstrução de pequenas vias respiratórias; •Sombras anelares = impactação luminal de muco, tmaponamento brônquico, bronquiectasia; •LSD = mais precoces, mais graves. • Complicações: hemoptise, pneumotórax, baqueteamento digital, insuficiência respiratória, cor pulmonale. Fibrose Cística TRATO GASTRINTESTINAL • Efeitos diversificados; Pâncreas exócrino: • Ø canal Cl ־da CFTR na membrana apical do endotélio do ducto pancreático→ incapacidade de secretar Na+ /HCO3 ־retenção de enzimas pancreáticas → destruição de quase todo tecido pancreático; • Padrão típico de má absorção→ proteínas e lipídios→ fezes freqüentes, volumosas de odor fétido; • Sinais/sintomas má absorção de vitaminas lipossolúveis; • Céls Beta poupadas → fç diminuí c/ idade →hiperglicemia →necessidades crescentes de insulina. Fibrose Cística TRATO GASTRINTESTINAL Epitélio intestinal • Ø secreção de Cl ־e água→ Ø eliminação mucinas secretadas e outras macromoléculas pelas criptas intestinais; • Secreção diminuída de líquido→ exacerbada por absorção excessiva de líquidos no intestino distal→ anormalidade na regulação mediada pela CFTR da absorção de Na+ = ressecamento do conteúdo intraluminal e obstrução dos intestinos delgado e grosso; Fibrose Cística TRATO GASTRINTESTINAL Epitélio intestinal *Síndrome do íleo meconial→ lactentes: • distensão abdominal; • falha em eliminar fezes; • vômitos; • placa abdominal plana→ diagnóstico; • níveis hidroaéreos no intestino delgado; • aspecto granuloso= mecônio; • pequeno cólon.grosso; Fibrose Cística TRATO GASTRINTESTINAL Epitélio intestinal *Síndrome íleo-meconial equivalente→ (obstrução do intestino distal)→ cças e adultos jovens: • dor em FID; • perda de apetite; • vômitos (ocasionalmente); • massa palpável; • diagnóstico diferencial→ apendicite (freqüente em pctes com FC). Fibrose Cística TRATO GASTRINTESTINAL Sistema hepatobiliar • retenção das secreções biliares; • cirrose biliar focal; • proliferação de ductos biliares→ 25 – 30% pctes; • incapacidade epitélio da vesícula biliar secretar sal/água→ colecistectomia/ colelitíase. Fibrose Cística GLÂNDULAS SUDORÍPARAS Volumes normais de suor; Incapacidade absorver NaCl do suor→ desolocamento no ducto sudoríparo→ incapacidade de absorver Cl ־das céls epiteliais ductais . Fibrose Cística SISTEMA GENITURINÁRIO • • • • • Puberdade tardia→ ambos os sexos; Maturação tardia→ secundário efeitos doença pulmonar crônica e nutrição inadequada sobre fç endócrina e reprodutiva; > 95% homens → azoospermia → obliteração deferentes(secreção defeituosa de líquido); 20% mulheres → esterilidade → efeito doença pulmonar crônica sobre ciclo menstrual → muco cervical espesso e viscoso → bloqueio na tuba uterina/parede uterina; 90% gestações completas→ lactentes viáveis/ amamentação preservada. Fibrose Cística SISTEMA GENITURINÁRIO Diagnóstico: • critérios clínicos + análises de Cl ־no suor; • Valor [Na+] e [Cl ]־suor varia c/ idade; • Adultos: Cl > ־70 mEq/L; • 1-2 % pctes→ valores normais de Cl ־no suor COM síndrome clínica de FC→ DP transepitelial nasal aumentada dentro da faixa diagnóstica para FC. Fibrose Cística SISTEMA GENITURINÁRIO Tratamento: • Promover a remoção das secreções; • Controlar infecção no pulmão; • Fornecer nutrição adequada; • Evitar obstrução intestinal; • Evitar complicações. Evolução do caso • Cça foi submetida à terapia empírica com cefazolina, sendo aventado o diagnóstico de “Streptococcia aguda pós varicela”; • Evoluiu com sensível melhora do quadro clínico, recebendo alta médica no D3 de ATB, finalizando o tto em ambiente domiciliar, com cafalexina; Evolução do caso • Encaminhada ao ambulatório de gastroenterologia pediátrica para posterior seguimento e investigação da(s) patologia(s) de base. Referências Bibliográficas BRAWNVALD, et al_ Harrison, Tratado de Medicina Interna; 15ª edição; 2002; ed McGraw-Hill; vol I e II. LIMA, Azor José de; Pediatria Essencial; 5ª edição; 2000, ed Atheneu. OLIVEIRA, Reinaldo Gomes; BlackBook Pediatria, 3ª edição; 2005, ed.BlackBook. Obrigado!!!