Inteligência Emocional
Tradicionalmente, nossas capacidades e nosso potencial no ambiente de trabalho são mensurados através
de nossa perícia em uma determinada área – em essência, por meio do nosso treinamento profissional, da
nossa formação e de nossa experiência.
Entretanto, dadas as mudanças que acontecem no ambiente de negócios global, rapidamente mutável,
estamos cada vez mais sendo julgados por outros critérios, especialmente pelo critério de até que ponto
nos saímos bem em diferentes situações e interagimos bem com os outros.
Um crescente campo de trabalho indica que as habilidades cognitivas não estão sozinhas em relevância
para esses novos critérios. Em vez disso, a inteligência emocional, muitas vezes denominada QE (quociente
de inteligência emocional), reflete um modo diferente de ser inteligente.
A inteligência emocional é a “capacidade de reconhecer nossos próprios sentimentos e os sentimentos dos
outros, de motivarmos a nós mesmos, de administrar bem as emoções em nós e em nossos
relacionamentos”.
Essas habilidades são distintas, porém complementares daquelas relacionadas com a inteligência
acadêmica. Como as pesquisas sugerem, o QE é um fator crítico de sucesso nas carreiras e nas
organizações, em atividades variadas como: tomada de decisão, liderança, desenvolvimento de relações
confiáveis, fazer parte de equipes de trabalho, alcance de comunicação aberta e franca, captar criatividade
e inovação e desenvolver a lealdade.
A inteligência emocional está baseada em quatro competências pessoais e sociais básicas:
1. Autoconsciência: Saber o que estamos fazendo e sentindo, usando esses sentimentos para guiar
nossa tomada de decisão e ter senso realístico e bem fundamentado de nossas próprias
habilidades. As competências específicas da autoconsciência incluem: consciência emocional,
autoavaliação precisa e autoconfiança.
2. Autogestão: integrar nossas emoções de modo que elas facilitem a tarefa em mãos; ser honesto e
aberto na persecução de metas; ser flexível em ultrapassar obstáculos ou se adaptar às situações
de mudança. As competências específicas incluem autocontrole emocional, transparência
(demonstrar honestidade e integridade), adaptabilidade, empreendedorismo, iniciativa e otimismo.
3. Consciência social: sensibilizar-se com o que as outras pessoas estão sentindo, sendo capaz de
considerar suas perspectivas e cultivar vínculos e sintonia com uma ampla diversidade de pessoas.
As competências específicas incluem empatia, consciência organizacional (reconhecer os eventos,
as redes de decisão, as políticas organizacionais) e de serviço (reconhecer e atender as
necessidades dos seguidores, dos clientes ou dos consumidores).
4. Gestão de relacionamento: lidar bem com as emoções nos relacionamentos e registrar
precisamente as redes e situações sociais; interagir com serenidade; usar essas habilidades para
persuadir e liderar, para negociar e em prol da cooperação e do trabalho de equipe. Habilidades
críticas incluem liderança inspiradora, capacidade de exercer influência e desenvolver outras
pessoas, administração de conflitos, ser um catalisador da mudança, construir laços com o
propósito de cultivar e manter uma rede de relações, capacidade de trabalho em equipe e
colaboração.
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Embora o conceito de inteligência emocional ainda seja relativamente novo, sua importância se reflete nos
tipos de habilidades e capacidades que as organizações estão procurando nos candidatos a emprego, até
mesmo para posições iniciais. Isso inclui: capacidade de trabalhar em um ambiente de equipe
desestruturado; habilidades relacionadas com a diversidade e com competência interpessoal; capacidade
de negociação e persuasão; habilidades de comunicação verbal e escrita; habilidade de alto desempenho,
especialmente sob pressão; consciência ética; capacidade de ser um agente de mudança e capacidade de
liderança.
A inteligência emocional é essencial na tomada de decisões e na aplicação dos princípios das relações de
trabalho, uma vez que a forma como o gestor administra suas emoções e consegue decifrar os sentimentos
e necessidades de outras pessoas, afeta a qualidade de aspectos gerenciais e, em consequência, à forma
como exerce o papel de gestor desenvolvedor. Por exemplo, se o gestor não consegue controlar a ira,
tende a tomar decisões e avaliar desempenho motivado pela retaliação, hostilidade e vingança.
Os gestores podem desenvolver aspectos de sua inteligência emocional, objetivando tratar as dimensões
da gestão que implicam relações interpessoais com os seus liderados, de forma adequada, considerando as
especificidades das relações humanas.
A inteligência emocional refere-se a qualidades como: a compreensão dos próprios sentimentos, empatia e
controle das emoções para melhorar a própria vida e das demais pessoas. Daniel Goleman (1995) descobriu
que os gestores mais eficazes e com grande legitimidade diante das equipes que gerenciam, apresentam
alto grau de inteligência emocional. Em Harvard, Goleman (1995) fez pesquisas em Psicologia que o
levaram a estabelecer cinco fatores-chave indicativos desse tipo de inteligência: autoconscientização,
autocontrole, motivação, empatia e habilidade social.
1. Autoconscientização: habilidade de compreender os próprios estados de humor e emoções e seus
efeitos sobre os outros. A autoconscientização também inclui considerar a intuição nas decisões e
relacionamentos.
2. Autocontrole: habilidade de controlar impulsos, acalmar a ansiedade e reagir às situações com a
emoção proporcional.
3. Motivação: garra, persistência e otimismo para lidar com desafios. Capacidade de encontrar
sentido na tarefa em si. Paixão por trabalhar por motivos além do dinheiro e status. Moral elevado.
4. Empatia: habilidade para entrar em contato com sentimentos não declarados de outras pessoas. A
empatia nas pessoas com cargo de gestão é essencial para que elas possam compreender questões
relacionadas a como comunicar-se com pessoas e orientá-las.
5. Habilidade social: competência para lidar com relacionamentos e orientar equipes de trabalho.
Muitos tópicos incluídos no estudo do comportamento organizacional, tais como comunicação, solução de
conflitos, exercício de influência e poder são componentes da inteligência emocional.
O estabelecimento de referências adequadas e realísticas de desempenho, a prática de reconhecimento e a
emissão de críticas de forma justa para o aprimoramento; são indicativos de habilidades de inteligência
emocional que podem ser trabalhadas e desenvolvidas.
À medida que continuamos a explorar e pesquisar a dinâmica associada à inteligência emocional, a área
promete aprimorar nosso entendimento das diferenças entre os indivíduos, incluindo os vários papéis que
os líderes desempenham em suas organizações e os fenômenos relacionados à interação humana em
qualquer ambiente.
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Texto adaptado de:
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Thomson, 2006.
FINK, Stephen L & COHEN, Allan R. Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
Discussão em pequenos grupos:
1) Na primeira etapa da manhã traçamos um quadro com ações de lideranças que favorecem o trabalho
em equipe.
a) Elabore um quadro associando as ações destas lideranças com as cinco dimensões acima
mencionadas.
2) Considerando os cinco fatores-chave apontados por Goleman (1995) como dimensões essenciais da
Inteligência Emocional (autoconscientização, autocontrole, motivação, empatia e habilidade social):
a) Quais dessas dimensões cada membro da equipe selecionaria para um exercício constante de
autodesenvolvimento ao longo do próximo semestre?
b) Por quê?
c) Quais seriam as estratégias para desenvolver essas dimensões?
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