Universidade Federal do Ceará
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - FFOE
Farmacoeconomia
Novos fármacos no Brasil
Luis Davi Alves Lima
Fortaleza, 08.10.2010
1
Apresentação
 Nome
 Luis Davi Alves Lima
 Ocupação
 Farmacêutico
 Empresa atual
 Empreendimentos Pague Menos S/A
 Função
 Farmacêutico
do
Serviço
Farmacêutico (SAC Farma)
de
Atendimento
Objetivos
 Descrever os medicamentos comercializados no Brasil
no período de 2000-2004
 Comparar essa descrição com o perfil das doenças
 Sugerir iniciativas capazes de resolverem as
necessidades terapêuticas a partir da perspectiva de
um país em desenvolvimento
3
Sistemática da Aula
 Explanação sobre o tema
 Atividade complementar individual
 Resenha crítica: entregar na próxima aula
 Carlos Cezar Flores Vidotti, Lia Lusitana Cardozo de Castro and
Simone Saad Calil. New drugs in Brazil: Do they meet Brazilian
public health needs? Ver Panam Salud Publica/Pan Am J Public
Health 24(1), 2008.
 Avaliação do Facilitador
Epidemiologia
 Pesquisa e Desenvolvimento de medicamentos x
Necessidades locais
 P&D em países ricos x pouco, restrito ou nenhum acesso
a tto em países pobres
 No Brasil:
 “Epidemiological overlap” - doenças típicas de países
subdesenvolvidos (infecto-contagiosas) + de doenças
mais prevalentes de países desenvolvidos (crônicas)
 ↑Morbidade e de Mortalidade em ambos grupos de
enfermidades
5
Epidemiologia
 Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, em
2004:
 Malária: 465 657 casos; 100 mortes
 Dengue:117 519 casos; 8 mortes
 Tuberculose: 80 515 casos; 4 528 mortes
 Hanseníase: 49 366; 0 mortes
 AIDS: 30 886 casos; 10 895 mortes
 HAS: prevalência 22-43%

40% de mortes por AVC
6
Epidemiologia
 75% de pacientes com HAS dependem do SUS (MS,
2007)
 2005 (MS): 5.5 mi pessoas portadoras de diabetes (11%
dos brasileiros com 40 ou + anos de idade)
 HAS+Diabetes = 50% casos de Insuficiência Renal
Terminal
7
O SUS/MS
 Em 2006: lançamento do PNAB
 Áreas estratégicas de atuação







Saúde da Criança
Saúde da Mulher
Saúde do Idoso
Controle da HAS e DM
Controle da TBC e eliminação da Hanseníase
Saúde Bucal
Eliminação da desnutricao infantil
 No Brasil:
 O financiamento da saúde fica principalmente a cargo do Governo Federal
(co-responsabilidade dos três níveis de Governo):

Sistema Único de Saúde (SUS) atende a cerca de 70% da população
 20% da população com acesso a medicamentos (MS,1991-2000)
 Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
8
V
9
10
Iniciativas
 Influência da indústria farmacêutica sobre os
padrões de consumo → ↑ prescrições
 Em 1998: aprovação da Política Nacional de
Medicamentos (PNM):
 Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: revisões
 Não
influenciou sobremaneira
biodiversidade brasileira
a
pesquisa
da
 Em 1999:
 Criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), em janeiro de 1999
 Lei dos Medicamentos Genéricos (Lei nº 9.787, de 10 de
fevereiro de 1999)
11
Perspectivas
 Historicamente, no Brasil:
 ↑ produtividade
 ↓ inovação

Mudança? Acheflan® (Cordia verbenacea) – 1º medicamento
desenvolvido integralmente no Brasil (2004)
 Necessidade de iniciativas e financiamentos, com
cooperação dos setores público e privado, para criação
de Políticas Públicas que incentivem Pesquisa e
Desenvolvimento de fármacos que supram as
necessidades brasileiras, principalmente doenças
negligenciadas.
12
Relevância
A descrição dos novos medicamentos lançados no
mercado farmacêutico faz-se importante instrumento
para direcionamento de Pesquisa e Desenvolvimento
de inovações terapêuticas que atendam aos interesses
da Saúde Pública.
13
O mercado brasileiro
 Período: 2000-2004
 Unidades de observação:
 Novos medicamentos aprovados pela ANVISA durante o
período

Busca no banco de dados da ANVISA Produtos e Registros em
Vigilância Sanitária
 Doenças mais prevalentes no Brasil, durante o período

Dados obtidos através do Datasus e PNAB
14
O mercado brasileiro
 109 novos fármacos
Ano
n
%
2000
37
33,9
2001
22
20,2
2002
26
23,9
2003
13
11,9
2004
11
10,1
Média = 21,8 ± 10,5 novos fármacos por anos
Semelhante à
média (26,4 ±
9,5) de Gosh et
al, 2004
 Em conformidade a uma tendência global,
incluindo Europa e EUA, o nº de novos
medicamentos diminuiu no período de 2000-2004.
15
Segundo o FDA
 No relatório “Inovação e estagnação”, apesar da enorme
quantidade de novos conhecimentos disponíveis nas
ciências, em particular genômica e biotecnologia, e,
secundariamente, tecnologia da informação, não se
tem aproveitado-as no processo de desenvolvimento
farmacêutico.
Os desafios
1.
2.
3.
Transformar o conhecimento em novos fármacos
potenciais
Tornar o processo mais rápido, menos oneroso e
mais confiável
Priorização e financiamento de pesquisa e
desenvolvimento farmacêutico para atender a
doenças mal ou não tratadas.
18
Resultados e Discussão
Menos que10%
19
Vamos refletir...
 Menos de 10% (8/109) dos novos medicamentos foram
destinados ao tratamento das doenças visadas pelo
PNAD:
 6 novos medicamentos para tratamento de
hipertensão (3) e diabetes (3)
 2 para tratamento da tuberculose



Nenhum selecionado para inclusão na RENAME
Terizidona: aprovada pelo MS para tratamento de
tuberculose multirresistente.
Custos do tratamento: familiar- 33% da renda familiar;
manejo público - 65% para internações, 32% para tratamento
e 3 % para prevenção
20
Vamos refletir...
 Nenhum para tratamento de hanseníase


Apesar
de
o
tratamento
recomendado
(rifampicina, dapsona e clofazimina) ser muito
efetivo, as taxas de abandono, devido prolongado
tempo de tratamento (~12 meses), são muito
elevadas.
Questão
mercadológica
implicadas
no
desenvolvimento de novos fármacos para
hanseníase?
Durante o período
 Antiinfecciosos (17,3% medicamentos lançados,
semelhante ao achado de Gosh et al, 2004)
 10 antibacterianos de uso sistêmico
 5 antivirais sistêmicos (AIDS)


↑nº de casos e ↑mortalidade
2002: MS gastou R$ 516 mi na compra de anti-retrovirais
(Programa DST-AIDS)
 Antineoplásicos
 ↑nº de casos e ↑mortalidade
 2002: MS gastou R$ 1 183 mi em quimioterapia
“Lifestyle drugs”
 Medicamentos que regulam as condições humanas,
como impotência, calvície e envelhecimento.
 Três fármacos contra impotência
 Eflornitine – uso “off-label”
Considerações finais
 A quem se destinam os novos medicamentos?
 60-70% dos brasileiros compram medicamentos em
farmácias privadas (MS)
 Papel da ANVISA e outros órgãos reguladores?
 Segurança?
 Efetividade?
 Credibilidade desses órgãos?
Considerações Finais
 “Me-too” x Inovação (NCE)?
 33,8% foram classificados como P
 Falhas Sistema de Patentes?
 Necessidade x Rentabilidade?
 Últimas novidades para tratamento de:
 Malária: 1997
 Doença de Chagas: 1984
 Necessidade de parcerias e Redes de cooperação
 Iniciativa Sul-Sul (Pesquisa em Doenças Tropicais)
 Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul
Conclusões
 Não há ligação entre as necessidades da Saúde Pública
do Brasil e os novos medicamentos lançados no
mercado brasileiro.
 Observou-se tanto a diminuição de novos
medicamentos lançados, como o fato de que poucos
eram realmente inovações terapêuticas.
26
Conclusões
 Estabelecimento e gestão contínua de prioridades de
saúde;
 Aquisição de conhecimentos e tecnologia, visando
pesquisar e desenvolver medicamentos que atendam às
reais necessidades do país.
 Avaliações de Tecnologias em Saúde (ATS)
27
OBRIGADO!!!
[email protected]
28