Abordagem baseada em evidências Profa. Melania Amorim UFCG Universidade Federal de Campina Grande 26/5/2011 DEFINIÇÃO Parto pré-termo (OMS, 1972) Interrupção da gestação antes de 37 semanas completas, ou seja, menos de 259 dias, contados a partir do primeiro dia do último período menstrual Total de partos 1.700.000 partos – América Latina 51 maternidades, 1985 – 2003 18,5% 90% 10% TERAPÊUTICO Mortalidade perinatal 80% 21,5% RPM TPP 60,0% 20% Barros, Velez Mdel, Obst Gynecol 107(5):1035, 2006 CLASSIFICAÇÃO De acordo com a idade gestacional: Pré-termo tardio = 34 a 36 semanas Pré-termo moderado = 32 a 34 semanas Muito pré-termo = <32 semanas Extremamente pré-termo= <28 semanas DISTRIBUIÇÃO DOS PARTOS PREMATUROS EUA, 2008 CLASSIFICAÇÃO De acordo com o peso ao nascer: Baixo peso – < 2500g Muito baixo peso – < 1500g Extremamente baixo peso – < 1000g IMPORTÂNCIA 1a. causa de morte neonatal precoce (2/3) incidência de SDRN – 70% 30 semanas morbidade: icterícia, DM, HPIV, ECN, DPC mortalidade no primeiro ano de vida Seqüelas em longo prazo:paralisia cerebral, retardo do desenvolvimento, retinopatia e outras repercussões Morbidade Imediata SDRN HPIV DBP Enterocolite Longo prazo Paralisia cerebral Distúrbios convulsivos Cegueira, surdez Déficit cognitivo Vínculo mãe-fiho necrosante Sepse Separação familiar Neonatal mortality by gestational age US national center for health statistics data 1995-1997 US nonhispanic white residents Alexander, AR, Kogan, M, Bader, D, et al. Pediatrics 2003; 111:e61. FATORES DE RISCO História obstétrica: PP anterior, abortamento Estresse: baixo nível SE, solteiras, ansiedade, depressão, eventos funestos Fadiga ocupacional Distensão uterina excessiva: gestação gemelar, polidrâmnio Fatores cervicais: comprimento cervical, IIC, cirurgias prévias FATORES DE RISCO Infecções: IST (chlamydia, gonorréia, tricomoníase), vaginose bacteriana, doença periodontal, ITU) Patologia placentária: placenta prévia, DPPNI, história de sangramento genital Fatores fetais: anomalias fetais, RCF Fatores genéticos: polimorfismos – fatores inflamatórios FATORES DE RISCO Tabagismo Abuso de substâncias Baixo nível educacional Pré-natal inadequado Extremos de idade materna Extremos de peso (baixo peso, obesidade) História obstétrica e risco de PP História pregressa Nenhum PP anterior PP anterior Risco de PP subsequente 9% Risco de PP antes de 28 sem 0,23% 22% PP anterior < 28 sem 5% PP anterior 28-34 sem 3% PP anterior 35-36 sem 1% Mercer, BM, Goldenberg, RL, Moawad, AH, Meis, PJ, et al. The preterm prediction study: effect of gestational age and cause of preterm birth on subsequent obstetric outcome. Am J Obstet Gynecol 1999; 181:1216-20 História obstétrica e risco de PP História pregressa 2 PP anteriores Risco de PP 42% Entre 32 e 36 semanas 33% Antes de 36 semanas 57% Gestação a termo seguida de PP 21% PP seguido de gestação a termo 13% 2 nascimentos anteriores a termo 5% McManemy, J, Cooke, E, Amon, E, Leet, T. Recurrence risk for preterm delivery. Am J Obstet Gynecol 2007; 196:576-80 PATOGÊNESE Ativação do eixo hipotálamo-hipófiseadrenal materno ou fetal Infecção Hemorragia decidual Distensão uterina patológica EVIDÊNCIAS PREDIÇÃO DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO TRATAMENTO DO PARTO PREMATURO DIFICULDADES Doença de múltiplas apresentações e etiologia multifatorial, com interação de fatores de risco Estudos confundindo associações e fatores causais Inconsistências no diagnóstico Inexistência de consenso quanto à prevenção e tratamento PREDIÇÃO MARCADORES CLÍNICOS ÍNDICES OU ESCORES PARTO PREMATURO PRÉVIO SANGRAMENTO GENITAL MONITORIZAÇÃO DAS CONTRAÇÕES UTERINAS MODIFICAÇÕES CERVICAIS (TOQUE) RISCO DE RECORRÊNCIA Iams and Berghella. Care for women with prior preterm birth. Am J Obstet Gynecol 2010; Aug;203(2):89-100. RISCO DE RECORRÊNCIA Iams and Berghella. Care for women with prior preterm birth. Am J Obstet Gynecol 2010; Aug;203(2):89-100. PREDIÇÃO MARCADORES LABORATORIAIS A) SECREÇÃO CERVICAL Fibronectina fetal (FDA) SENSIBILIDADE: 89% ESPECIFICIDADE: 86% Prolactina Alfafetoproteína Interleucinas (1, 6, 8) -hCG Nitritos e Nitratos FIBRONECTINA FETAL Glicoproteína estável encontrada na interface materno-fetal da junção cório-decidual Papel relevante na implantação e na manutenção da integridade da junção Secreção cérvico-vaginal contém fibronectina na gestação inicial e próximo ao TP Concentrações habitualmente baixas no 2º. e no 3º. Trimestres Marcador lógico da ameaça ou do real TPP FIBRONECTINA FETAL Fibronectina Fetal (ng/mL) Expressão Normal da Fibronectina segundo a Idade Gestacional Intervalo livre Idade Gestacional (semanas) Adaptado de Garite e cols., Contemp Obstet Gynecol, 1996 % Parto Prematuro Espontâneo PORCENTAGEM DE PARTO < 35 SEMANAS SEGUNDO A DOSAGEM QUANTITATIVA DE FNF CÉRVICO-VAGINAL ÀS 24 SEMANAS 35 30 25 CUSTO TOTAL DE INTERNAÇÕES POR TPP Ponto de corte: 50ng/mL ANO SEM FNF 20 15 ANO COM FNF 10 5 0 0 < 20 20 < 40 40 < 60 60 < 90 90 < 150 150 < 300 > 300 Maior valor de FNF cervical/vaginal às 24 sem. Goepfert: Am J Obstet Gynecol, 183(6):1480-1483, 2000 FIBRONECTINA FETAL TESTE RÁPIDO Honest et al. Accuracy of cervicovaginal fetal fibronectin test in predicting risk of spontaneous preterm birth: systematic review. BMJ. 2002 August 10; 325 (7359): 301. Honest et al. Accuracy of cervicovaginal fetal fibronectin test in predicting risk of spontaneous preterm birth: systematic review. BMJ. 2002 August 10; 325(7359): 301. FIBRONECTINA FETAL COCHRANE REVIEW (BAXTER, 2011) Fetal fibronectin testing for reducing the risk of preterm birth 5 ECR = 474 mulheres O conhecimento do resultado da fibronectina reduziu a taxa de PP abaixo de 37 semanas, mas não abaixo de 34 semanas Evidências insuficientes para recomendar o exame na prática clínica diária Baxter Jason K. Fetal fibronectin testing for reducing the risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 PREDIÇÃO MARCADORES LABORATORIAIS B) SANGUE MATERNO Interleucinas – 6 e 8 Interferon-gamma CRH (Hormônio Liberador de Corticotropina) Proteína C Reativa C) SALIVA * Estriol * (FDA) PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Comprimento do colo < 4 cm (20 semanas) – elevado valor preditivo PERCENTIL 50 (24 SEMANAS) = 3,5cm Modificações cervicais (escore cervical) Diâmetro ântero-posterior Dilatação Afunilamento USG dinâmica (contrações uterinas) USG TRANSVAGINAL USG TRANSVAGINAL Comprimento do colo Afunilamento – Dilatação PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Correlação inversa entre comprimento cervical e frequência de parto prematuro Elevado valor preditivo negativo Risco aumentado de parto prematuro (colo <2,5cm 2830 semanas) COMPRIMENTO CERVICAL (USG) X PARTO PREMATURO Iams et al. NEJM 1996; 334: 567-573 USG TRANSVAGINAL X PARTO PREMATURO Iams et al. NEJM 1996; 334: 567-573 PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Pontos de corte 18 mm – máximo valor preditivo positivo 30 mm – máximo valor preditivo negativo LEITICH H, BRUMBAUER M, KAIDER A, et al: Cervical length and dilation of the internal os detected by vaginal ultrasonography as markers for preterm delivery: A systematic review. Am J Obstet Gynecol 181:1465, 1999. PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Problemas para rastreamento Baixa sensibilidade e especificidade em populações de baixo risco para PP Populações de alto-risco (maior acurácia) – o que fazer? Papel incerto das intervenções antenatais PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL USO EM GESTANTES DE ALTO-RISCO Repouso Intervenções para reduzir a prematuridade (ECR) USO NA “AMEAÇA DE PARTO PREMATURO” Definição das indicações de tocólise PREDIÇÃO COCHRANE REVIEW (Berghela et al., 2011) USG TRANSVAGINAL 5 ECR = 507 mulheres Conhecimento do resultado da USG reduz o risco de PP antes de 37 semanas (sem significância estatística) Evidências insuficientes para recomendar o exame na prática clínica diária Novas pesquisas são necessárias Berghella Vincenzo, Baxter Jason K, Hendrix Nancy W. Cervical assessment by ultrasound for preventing preterm delivery. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 PREDIÇÃO FIBRONECTINA + USG Comprimento Cervical < 25mm: sensibilidade=75%, especificidade=63%, VPP=24% e VPN=94% Fibronectina >50ng/ml: 63%, 81%, 33% e 93% Uso seletivo de fibronectina com colo curto (entre 1,6 e 3,0cm): 67%, 81%, 36% e 94% SCHMITZ et al. Selective use of fetal fibronectin detection after cervical length measurement to predict spontaneous preterm delivery in women with preterm labor. Am J Obstet Gynecol. 2006 ;194(1):138-43. SCHMITZ et al. Selective use of fetal fibronectin detection after cervical length measurement to predict spontaneous preterm delivery in women with preterm labor. Am J Obstet Gynecol. 2006 ;194(1):138-43. DIAGNÓSTICO Segurança quanto à idade gestacional Contrações dolorosas, palpáveis, em torno de 30” e ocorrendo pelo menos 4 vezes a cada 30’ Evidência de mudança na posição, consistência, comprimento e/ou dilatação do colo Elementos diagnósticos adjuvantes: fibronectina fetal e US transvaginal Lamont RF. International Preterm Labour Council. Evidence-based labour ward guidelines for the diagnosis, management and treatment of spontaneous preterm labour. J Obstet Gynaecol. 2003 Sep;23(5):469-78. USG NO PARTO PREMATURO Avaliação de líquido amniótico Avaliação de morfologia fetal e “maturidade” Diagnóstico de alterações placentárias ou uterinas Avaliação do colo uterino USG NO PARTO PREMATURO Avaliação de colo uterino: Medida limite para excluir diagnóstico de TPP: 30 mm Ótimo valor preditivo positivo para TPP: 20 mm Comprimento cervical < 20mm NÃO confirma TPP Comprimento cervical > 30mm AFASTA TPP Murakawa e cols., 1993; Iams e cols., 1994; Gomez e cols., 1994; Timor e cols., 1996; Crane e cols., 1997; Leitich e cols., 1999 MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Os marcadores fibronectina fetal e US são mais úteis para excluir do que para confirmar TPP, em pacientes com sintomas A associação de marcadores pode: Reduzir tratamentos desnecessários e hospitalização em casos de dúvida diagnóstica Permitir a instituição de medidas terapêuticas em casos de pouca expressão clínica, permitindo melhor resultado perinatal PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA EVITAR O TPP EVITAR OU POSTERGAR O PARTO PREMATURO PREVENÇÃO TERCIÁRIA PREVENÇÃO DAS SEQUELAS PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO INTERVENÇÕES PRÉ-NATAIS TRATAMENTO DE INFECÇÕES REPOUSO CIRCLAGEM CERVICAL PROGESTERONA INIBIÇÃO DO TRABALHO DE PARTO PREMATURO TRATAMENTO DE INFECÇÕES VAGINOSE BACTERIANA TRICOMONÍASE CHLAMYDIA, GONORRÉIA INFECÇÃO URINÁRIA VAGINOSE BACTERIANA COCHRANE REVIEW (MCDONALD et al., 2011) 15 ECR – 5888 mulheres Antibioticoterapia – eficaz para o tratamento da vaginose bacteriana O tratamento não reduziu significativamente o risco de parto prematuro nem de RUPREMA Houve redução dos casos de parto prematuro em mulheres tratadas antes de 20 semanas VAGINOSE BACTERIANA COCHRANE REVIEW (MCDONALD et al., 2011) Em mulheres com parto prematuro anterior, não houve redução do risco de parto prematuro porém observou-se redução do risco de RUPREMA e de baixo peso Em mulheres com flora anormal o tratamento pode reduzir o risco de parto prematuro antes de 37 semanas INFECÇÃO URINÁRIA COCHRANE REVIEW (SMAILL, 2011) 14 ECR – 1923 avaliadas para PP. Redução significativa de bacteriúria e pielonefrite após tratamento Redução significativa de parto pré-termo e RN de baixo peso Smaill Fiona M, Vazquez Juan C. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011 Smaill Fiona M, Vazquez Juan C. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011 RASTREAMENTO DE INFECÇÕES COCHRANE REVIEW (SANGKOMKAMHAN et al., 2011) 1 ECR – 4155 mulheres Screening e tratamento para vaginose bacteriana, tricomoníase e candidíase Menor risco de prematuridade e baixo peso no grupo recebendo a intervenção Sangkomkamhang Ussanee S, Lumbiganon Pisake, Prasertcharoensook Witoon, Laopaiboon Malinee. Antenatal lower genital tract infection screening and treatment programs for preventing preterm delivery. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Sangkomkamhang Ussanee S, Lumbiganon Pisake, Prasertcharoensook Witoon, Laopaiboon Malinee. Antenatal lower genital tract infection screening and treatment programs for preventing preterm delivery. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Sangkomkamhang Ussanee S, Lumbiganon Pisake, Prasertcharoensook Witoon, Laopaiboon Malinee. Antenatal lower genital tract infection screening and treatment programs for preventing preterm delivery. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 REPOUSO COCHRANE REVIEW (SOSA et al., 2011) 1 ECR – 1266 mulheres Não houve redução do risco de parto prematuro com o repouso Não há evidências apoiando ou refutando o repouso para prevenção do parto prematuro CIRCLAGEM CERVICAL COCHRANE REVIEW (DRAKELEY et al., 2003) 6 ECR – 2175 mulheres CIRCLAGEM X CONDUTA EXPECTANTE Circlagem “profilática” (pacientes de risco) sem modificações cervicais Circlagem em pacientes com colo curto (USG) CIRCLAGEM CERVICAL COCHRANE REVIEW (DRAKELEY et al., 2003) NÃO HOUVE REDUÇÃO DO RISCO DE PARTO PREMATURO E PERDA GESTACIONAL PEQUENA REDUÇÃO DO RISCO DE PARTO < 33 SEMANAS NO MAIOR ECR (RR=0,75 – IC 95%=0,58 – 0,98) CIRCLAGEM CERVICAL COCHRANE REVIEW (DRAKELEY et al., 2003) Circlagem profilática não deveria ser realizada em mulheres de baixo e médio risco Pode haver um papel para circlagem em mulheres de alto-risco (modificações cervicais) USG – número de mulheres randomizadas muito pequeno para permitir conclusões USO DE PROGESTERONA CAPROATO DE 17--OH-progesterona (Johnson, 1975) NEJM Progesterona natural – uso vaginal100mg/dia (Fonseca, Fev/2003) AJOG CAPROATO DE 17--OH-progesterona 250mg IM/semanalmente (Meis, Jun/2003) NEJM Uso em mulheres de alto risco (parto prematuro anterior) PROGESTERONA E PARTO PREMATURO Parto Placebo prematuro (n=72) < 37 sem 20 (28,5%) < 34 sem 13 (18,6%) Admissão 22 (31,4%) por Ameaça de TPP p Progesterona (n=70) 10 (13,8%) 0,03 2 (2,8%) 0,002 14 (19,4%) NS Fonseca EB, Bittar RE, Carvalho MH, Zugaib M. Prophylactic administration of progesterone by vaginal suppository to reduce the incidence of spontaneous preterm birth in women at increased risk: a randomized placebo-controlled double-blind study. Am J Obstet Gynecol. 2003 Feb;188(2):419-24. AGENTES PROGESTACIONAIS X PLACEBO PARA MULHERES DE ALTO RISCO DE PARTO ESPONTÂNEO A TERMO Parto < 37 sem Estudo Johnson, 1975 Meiss, 2003 Fonseca, 2003 Total Agente Placebo 1/19 11/25 0.12 [0.02 – 0.85] 111/306 84/153 0.66 [0.54 – 0.81] 12/74 21/71 0.55 [0.29 – 1.03] 124/389 116/249 0.57 [0.36 – 0.90] .1 .2 Mackenzie et al, 2006, AJOG 194(5):1234 RR [IC 95%] 1 5 PROGESTERONA PARA PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO Uso em mulheres com colo curto Medição do colo em 24.620 mulheres (20-25sem) Colo curto (< 15mm) em 413 (1,7%) 250 randomizadas para progesterona vaginal (200mg/noite) ou placebo ↓ do risco de parto prematuro < 34 semanas: 9,2% vs. 34,4% (RR=0,56; IC 95%=0,36 – 0,86) Fonseca EB, Celik E, Parra M, Singh M, Nicolaides KH. Progesterone and the Risk of Preterm Birth among Women with a Short Cervix. N Engl J Med 2007; 357:462-469. PROGESTERONA PARA PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO GESTAÇÕES GEMELARES STOPPIT TRIAL 500 gestações gemelares: 247 progesterona gel vaginal (90mg) e 247 placebo a partir de 22 semanas Parto prematuro antes de 34 semanas: 24,7% vs. 19,4% (RR=1,27; IC 95%=0,91 – 1,78) Norman JE et al. Progesterone for the prevention of preterm birth in twin pregnancy (STOPPIT): a randomised, double-blind, placebo-controlled study and meta-analysis. Lancet. 2009 Jun 13;373(9680):2034-40. Figure 2: Meta-analysis of the effect of progesterone in prevention of preterm delivery before 34 weeks’duration PROGESTERONA PARA PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO COCHRANE REVIEW (Dodd et al., 2011) 11 ECR = 2714 mulheres Em mulheres com parto prematuro anterior, o uso de progesterona reduziu significativamente o risco de parto antes de 37 e de 34 semanas (RR= 0,15; IC 95%=0,04 – 0,64) e o risco de peso ao nascer menor que 2500g. Não houve redução da mortalidade perinatal. Dodd Jodie M, Flenady Vicki, Cincotta Robert, Crowther Caroline A. Prenatal administration of progesterone for preventing preterm birth in women considered to be at risk of preterm birth. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Dodd Jodie M, Flenady Vicki, Cincotta Robert, Crowther Caroline A. Prenatal administration of progesterone for preventing preterm birth in women considered to be at risk of preterm birth. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 PROGESTERONA PARA PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO COCHRANE REVIEW (Dodd et al., 2011) Em mulheres com colo curto (USG), progesterona reduziu o risco de parto antes de 34 semanas (RR=0,58; IC 95%=0,38 – 0,87) Efeitos incertos em gestações múltiplas, mulheres com ameaça de parto prematuro e outros fatores de risco para parto prematuro Via ideal de administração permanece por ser estabelecida PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO USO DE PROGESTERONA Possibilidade de uso após tocólise ECR: 61 pacientes – 341mg 17-OHP 2 vezes/semana Redução do encurtamento cervical e do risco de parto prematuro em mulheres hospitalizadas por TPP Facchinetti et al. Cervical length changes during preterm cervical ripening: effects of 17-alpha-hydroxyprogesterone caproate. Am J Obstet Gynecol. 2007 May; 196 (5): 453.e1-4. PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO USO DE PROGESTERONA APÓS TOCÓLISE ECR: 70 mulheres com TPP após cessadas as contrações: 33 (placebo) vs. 37 (progesterona vaginal 400mg/dia) Menor período de latência, maior peso ao nascer, menor risco de SDRN Ausência de efeitos: recorrência do TPP e admissão em UTI neonatal Borna S, Sahabi N. Progesterone for maintenance tocolytic therapy after threatened preterm labour: a randomised controlled trial. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2008 Feb; 48(1):58-63. PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO INIBIÇÃO DO PARTO PREMATURO Prevenção secundária => evitar ou postergar o parto prematuro Conduta individualizada de acordo com idade gestacional e condições cervicais INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) OBJETIVOS Postergar o parto Permitir o transporte até um centro terciário Reduzir o risco de SDRN e outras morbidades => ADMINISTRAÇÃO DE CORTICÓIDE TOCÓLISE Princípios gerais do uso de tocolíticos Não há evidências favorecendo o uso “profilático”. Não há efeito benéfico do tratamento de manutenção em relação ao repouso isolado com ou sem placebo. Não há sentido no uso de betamiméticos por via oral, pelo mesmo motivo. INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) PROBLEMAS Efeitos colaterais potencialmente deletérios Necessidade de monitorização Efetividade questionável na prevenção do parto prematuro (porém permite sua protelação) HIDRATAÇÃO Revisão Sistemática (STAN et al., 2011) Hidration for treatment of preterm labor. (The Cochrane Library, Issue 5, 2011) 2 ECR (228 mulheres) Não há evidências que apóiem o uso da hidratação para tratamento do TPP Riscos relacionados com tocólise ulterior DROGAS TOCOLÍTICAS Betamiméticos Sulfato de Magnésio Nitroglicerina / Doadores de óxido nítrico BCC (Nifedipina) AINH (Indometacina)) Inibidores da Ocitocina – ATOSIBAN INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) COCHRANE REVIEW (KING et al., 2011) INIBIDORES DA COX PARA INIBIÇÃO DO PP 13 ECR (10 com indometacina): 713 mulheres Redução do risco de parto < 37 semanas e prolongamento da gravidez Não houve efeito sobre SDRN e outras morbidades Dados insuficientes para avaliar efeitos perinatais adversos Indometacina vs. nascimento antes de 37 semanas King James F, Flenady Vicki, Cole Stephen, Thornton Steve. Cyclo-oxygenase (COX) inhibitors for treating preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Indometacina e postergação do nascimento King James F, Flenady Vicki, Cole Stephen, Thornton Steve. Cyclo-oxygenase (COX) inhibitors for treating preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Indometacina e idade gestacional ao nascimento King James F, Flenady Vicki, Cole Stephen, Thornton Steve. Cyclo-oxygenase (COX) inhibitors for treating preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Indometacina e fechamento precoce do ductus arteriosus King James F, Flenady Vicki, Cole Stephen, Thornton Steve. Cyclo-oxygenase (COX) inhibitors for treating preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) Análise de decisão INDOMETACINA Droga recomendada para prevenção do parto prematuro antes de 32 semanas: classe B NÃO usar depois de 32 semanas (> risco de fechamento precoce do ductus arteriosus e hipertensão pulmonar): classe D Opção preferível ao atosiban antes de 28 sem!!! INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) INDOMETACINA Esquema tocolítico 50 – 100mg VO ou VR (ataque) A seguir 25mg VO a cada 4-6 horas Não usar por mais de 48 horas USG para vigiar oligo-hidrâmnio Ecodoppler fetal para sinais precoces de constricão do ductus arteriosus (uso > 48h) INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) COCHRANE REVIEW (KING et al., 2011) SULFATO DE MAGNÉSIO 23 ECR: 2000 mulheres Não houve redução do risco de parto <37 semanas e < 34 semanas Aumento do risco de morte perinatal (fetal e neonatal) para o MgSO4: RR=2,82 (1,20 – 6,62) Ausência de efeitos benéficos neonatais TOCÓLISE COCHRANE REVIEW (PAPATSONIS et al., 2011 ) ANTAGONISTAS DA OCITOCINA 6 ECR: 1695 mulheres Atosiban x betamiméticos x placebo Não houve superioridade do atosiban em relação aos betamiméticos Maior risco de peso ao nascer < 1500g Aumento do risco de morte neonatal em 1 ECR Papatsonis Dimitri, Flenady Vicki, Cole Stephen, Liley Helen. Oxytocin receptor antagonists for inhibiting preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 Papatsonis Dimitri, Flenady Vicki, Cole Stephen, Liley Helen. Oxytocin receptor antagonists for inhibiting preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 TOCÓLISE COOMARASAMY et al., 2003: METANÁLISE “INDIRETA” BCC X ATOSIBAN 9 ECR (nifedipina x betamiméticos):679 mulheres 4 ECR (atosiban x betamiméticos): 852 mulheres Nifedipina reduziu o risco de SDRN (OR=0,55; IC 95%= 0,32 – 0,97) Nifedipina aumentou a chance de postergar o parto por 48 horas, mas sem significância estatística (OR=1,20; IC 95%= 0,73 – 1,95) NIFEDIPINA X ATOSIBAN ECR (Al-Amari, 2006) 63 mulheres: 31 atosiban, 32 nifedipina Eficácia similar da tocólise < 28 semanas – melhor resposta com nifedipina História de PP – melhor resposta com atosiban EC maternos mais freqüentes com nifedipina Complicações neonatais semelhantes Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol - 01-SEP-2006; 128(1-2): 129-34 INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) COCHRANE REVIEW (KING et al., 2011) BCC PARA INIBIÇÃO DO PARTO PREMATURO 12 ECR – 1029 mulheres Nifedipina/nicardipina/verapamil x betamiméticos x MgSO4 x indometacina Redução significativa do parto prematuro INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) COCHRANE REVIEW (KING et al., 2011) BCC PARA INIBIÇÃO DO PARTO PREMATURO Redução da interrupção do tratamento por efeitos adversos Redução do risco de SDRN, HPIV, enterocolite necrosante e icterícia neonatal NIFEDIPINA X PARTO < 37 SEMANAS King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X PARTO < 34 SEMANAS King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X PARTO DENTRO DE 7 DIAS King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X PROLONGAMENTO DA GRAVIDEZ (DIAS) King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X EFEITOS ADVERSOS King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X ADMISSÃO EM UTI NEONATAL King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X SDRN King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X HPIV King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X ICTERÍCIA NEONATAL King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X ENTEROCOLITE NECROSANTE King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 NIFEDIPINA X MORTE PERINATAL King James F, Flenady Vicki, Papatsonis Dimitri, Dekker Gustaaf, Carbonne Bruno. Calcium channel blockers for inhibiting preterm labour. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 INIBIÇÃO DO TPP (TOCÓLISE) COCHRANE REVIEW (KING et al., 2011) BCC PARA INIBIÇÃO DO PARTO PREMATURO CONCLUSÕES DOS REVISORES Quando a tocólise é indicada para mulheres com TPP, BCC são preferíveis a outras drogas tocolíticas, especialmente os betamiméticos. Novas pesquisas devem comparar os efeitos das diferentes dosagens e formulações dos BCC sobre os desfechos maternos e perinatais. ESQUEMAS DE TOCÓLISE NIFEDIPINA SUBLINGUAL Dose de ataque: 20mg SL Repetir 10mg SL caso não se verifique tocólise com 30 minutos (até 4 doses) Após inibição, 20mg VO a cada 6 horas (24 horas) Depois, 20mg VO a cada 8 horas (mais 24 horas) ESQUEMAS DE TOCÓLISE NIFEDIPINA ORAL Dose de ataque: 20mg VO – repetir com 90min caso não cessem as contrações Repetir 20mg a cada 6 horas por 24h Depois 20mg VO 8/8 horas por mais 24h Não há evidências apoiando o tratamento de manutenção ESQUEMAS DE TOCÓLISE NIFEDIPINA ORAL 10mg VO a cada 20 minutos até 4 doses Depois 20mg VO a cada 6 horas por 24 horas A seguir 20mg VO a cada 8 horas por 24 horas Em caso de contrações persistentes, reduzir o intervalo entre as doses (até 3h) Tratamento de manutenção com nifedipina Naik Gaunekar Naguesh, Crowther Caroline A. Maintenance therapy with calcium channel blockers for preventing preterm birth after threatened preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011. Tratamento de manutenção com nifedipina Naik Gaunekar Naguesh, Crowther Caroline A. Maintenance therapy with calcium channel blockers for preventing preterm birth after threatened preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011. Tratamento de manutenção com nifedipina Naik Gaunekar Naguesh, Crowther Caroline A. Maintenance therapy with calcium channel blockers for preventing preterm birth after threatened preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011. Tratamento de manutenção com nifedipina Naik Gaunekar Naguesh, Crowther Caroline A. Maintenance therapy with calcium channel blockers for preventing preterm birth after threatened preterm labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 04, 2011. CORTICOTERAPIA OBJETIVO PRIMÁRIO: ACELERAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR FETAL ESQUEMAS PROPOSTOS BETAMETASONA – 12mg IM – REPETIR COM 24 HORAS DEXAMETASONA – 4mg IM 8/8 HORAS CORTICOTERAPIA Revisão sistemática mais recente (2011) Roberts D, Dalziel S. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011. Oxford: Update Software. 21 ECR (3885 mulheres e 4269 bebês) CORTICOTERAPIA Redução de morte neonatal: RR = 0,68 (0,58 – 0,81) Redução de SDRN: RR = 0,66 (0,59 – 0,73) Redução de HPIV: RR = 0,54 (0,43 – 0,69) Redução de ECN: RR = 0,46 (0,29 – 0,74) Redução de infecção precoce: RR = 0,56 (0,38 – 0,85) Corticóide efetivo em amniorrexe prematura e préeclâmpsia CORTICÓIDE X SDRN Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICÓIDE X MORTE NEONATAL Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICÓIDE X SURFACTANTE Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICÓIDE X HPIV Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICOTERAPIA EFEITOS FAVORÁVEIS ADICIONAIS PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL DISPLASIA BRONCOPULMONAR RETINOPATIA DA PREMATURIDADE LEUCOMALACIA PERIVENTRICULAR PARALISIA CEREBRAL CORTICOTERAPIA IDADE GESTACIONAL X EFEITO CROWLEY, 1996; ROBERTS E DALZIEL, 2011 24- 26 semanas Gravidade da SDRN Efeitos sobre outros órgãos > 26 semanas Incidência e gravidade Efeitos sobre outros órgãos > 34 semanas Escassez de dados Casuísticas insuficientes CORTICÓIDE X IDADE GESTACIONAL X SDRN Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICÓIDE X IDADE GESTACIONAL X SDRN Roberts Devender, Dalziel Stuart R. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICOTERAPIA IDADE GESTACIONAL X EFEITO Emergência do problema dos RN pré-termo tardios (> 34 semanas) Incidência de problemas respiratórios pode chegar a 30% (TTRN, SDR) Evidências insuficientes para indicação ↑34 semanas ECR recente: PORTO, AMORIM e CORREIA, 2011 => sem efeito sobre morbidade respiratória em prétermo tardios MORBIDADE RESPIRATÓRIA EM PT TARDIOS NO IMIP DE ACORDO COM O USO DE CORTICÓIDE Variável CORTICOIDE (n=143) PLACEBO (n=130) RR IC 95% p N 36 % 25,2 N 30 % 23,1 1,09 0,72 – 1,66 0,69 RDS 2 1,4 1 0,8 1,82 0,17 – 19,8 0,54* TTN 34 23,8 29 22,3 1,07 0,69 – 1,65 0,77 Uso de surfactante 1 0,7 – – NE ** – 0,52* Suporte ventilatório 28 19,6 24 18,5 1,06 0,65 – 1,73 0,81 Morbidade respiratória PORTO et al., 2011 CORTICOTERAPIA DOSE ÚNICA X MÚLTIPLAS Doses repetidas: são necessárias? Podem ser prejudiciais? O número de cursos de corticóide foi inversamente relacionado a circunferência cefálica, peso ao nascer e distúrbios de comportamento aos 3 anos French et al, Am J Obstet Gynecol 1999; 180: 114-21 CORTICÓIDE: DOSE ÚNICA X MÚLTIPLAS COCHRANE REVIEW (CROWTHER E HARDING, 2011) Metanálise: 5 ECR (2000 pacientes) RR de SDRN: 0,82 (0,72– 0,93) Redução da gravidade dos distúrbios respiratórios Redução da necessidade de surfactante Redução de morbidade neonatal grave Ausência de efeitos sobre morte neonatal Redução do peso e da circunferência cefálica Evidências insuficientes dos efeitos em longo prazo DOSES REPETIDAS X ÚNICA X SDRN Crowther Caroline A, Harding Jane E. Repeat doses of prenatal corticosteroids for women at risk of preterm birth for preventing neonatal respiratory disease. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 DOSES REPETIDAS X ÚNICA X DOENÇA PULMONAR GRAVE Crowther Caroline A, Harding Jane E. Repeat doses of prenatal corticosteroids for women at risk of preterm birth for preventing neonatal respiratory disease. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 DOSES REPETIDAS X ÚNICA X MORBIDADENEONATAL COMPOSTA Crowther Caroline A, Harding Jane E. Repeat doses of prenatal corticosteroids for women at risk of preterm birth for preventing neonatal respiratory disease. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 DOSES REPETIDAS X ÚNICA X PIG Crowther Caroline A, Harding Jane E. Repeat doses of prenatal corticosteroids for women at risk of preterm birth for preventing neonatal respiratory disease. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CORTICOTERAPIA DOSE ÚNICA X MÚLTIPLAS Conclusões dos revisores Doses múltiplas de corticóide podem reduzir a gravidade da doença pulmonar do RN. As evidências sobre riscos e benefícios são insuficientes para recomendar doses repetidas em mulheres com risco de prematuridade. ECR são necessários Possível papel da dose de resgate! *** TIPO DE CORTICÓIDE COCHRANE REVIEW (BROWNFOOT ET AL., 2011) BETAMETASONA VS. DEXAMETASONA 10 ECR = 1089 mulheres e 1161 RN Dexametasona = menor risco de HPIV Betametasona = menor risco de admissão em UTI Não há evidências convincentes da superioridade de uma ou outra droga Necessários novos ECR sobre drogas e esquemas SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO COCHRANE REVIEW (DOYLE ET AL., 2011) 5 ECR = 6145 RN Redução do risco de paralisia cerebral (RR= 0,68; IC 95%= 0,54 – 0,87) Redução do risco de disfunção motora (RR=0,61; IC 95%= 0,44 – 0,85) NNT = 63 Não houve efeitos sobre a mortalidade infantil Melhor efeito: ataque 6g IV + manutenção 1g/h SULFATO DE MAGNÉSIO VS. PARALISIA CEREBRAL Doyle Lex W, Crowther Caroline A, Middleton Philippa, Marret Stephane, Rouse Dwight. Magnesium sulphate for women at risk of preterm birth for neuroprotection of the fetus. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 SULFATO DE MAGNÉSIO VS. DISFUNÇÃO MOTORA Doyle Lex W, Crowther Caroline A, Middleton Philippa, Marret Stephane, Rouse Dwight. Magnesium sulphate for women at risk of preterm birth for neuroprotection of the fetus. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 ANTIBIOTICOTERAPIA PARTO PREMATURO AMNIORREXE PREMATURA PREVENÇÃO DE STREPTOCCUS -HEMOLYTICUS DO GRUPO B (EGB) ANTIBIOTICOTERAPIA x PREMATURIDADE COCHRANE REVIEW (KING & FLENADY, 2011) 11 ECR (incluindo o ORACLE II (7428 mulheres) Não há benefícios da antibioticoterapia no parto prematuro com membranas íntegras Pode haver aumento do risco de morte neonatal associado ao uso de antibióticos Novos ECR são necessários para estabelecer se há um grupo de mulheres que poderiam se beneficiar da antibioticoterapia antes da RPM, e que antibióticos seriam mais efetivos PROFILAXIA DE S. -HEMOLYTICUS (EGB) Causa mais comum de sepse neonatal Alto risco: Parto pré-termo RPM > 18 horas Colonização materna Febre intra-parto RN acometido anteriormente AAP – ACOG – CDC PROFILAXIA DE EGB Cultura e iniciar antibióticos IV Cultura negativa em 48h: suspender antibiótico Cultura positiva: Duração de antibióticos? Trabalho de parto ativo – dar antibióticos Cultura negativa e não ocorrência de parto em 4 semanas: novo rastreamento COLONIZAÇÃO POR EGB EM GESTANTES COM TPP E/OU RPPTM (n = 93) TPP 25,4% RPPTM 30,6% Nomura, Passini e Oliveira. Selective versus non-selective culture medium for group B streptococcus detection in pregnancies complicated by preterm labor or preterm-premature rupture of membranes. Braz J Infect Dis. 2006;10(4):247-50. PROFILAXIA INTRAPARTO DE EGB INDICAÇÕES IG < 37 semanas Amniorrexe com tempo > 18 horas Febre materna intraparto História de neonato com infecção por EGB ITU por EGB na gestação atual Cultura positiva entre 35 e 37 semanas PROFILAXIA INTRAPARTO DE EGB PENICILINA CRISTALINA 5 milhões de unidades IV 2,5 milhões de unidades 4/4 horas AMPICILINA 2 g IV 6/6 horas Amplo espectro – maior risco de resistência microbiana PROFILAXIA DE EGB COCHRANE REVIEW (OHLSSON e SHAH, 2011) 3 ECR = 852 mulheres (elevado risco de bias) Redução de infecção precoce por EGB (RR=0,17; IC 95% = 0,04 – 0,74) NNT = 25 Não houve redução da mortalidade por EGB nem da mortalidade global UTILIZAÇÃO DE ANTIBIOTICOPROFILAXIA INTRAPARTO E SEPSE NEONATAL POR EGB Ohlsson Arne, Shah Vibhuti S. Intrapartum antibiotics for known maternal Group B streptococcal colonization. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011 CUIDADOS NO PARTO Monitorizar vitalidade Evitar amniotomia Não há evidências justificando a episiotomia de rotina Evitar uso do vácuo-extrator Uso judicioso do fórceps Apresentações anômalas: cesariana Incisão na cesariana VIA DE PARTO 6 estudos: 122 mulheres (cesárea eletiva x parto vaginal) SDR: OR 0.43, [0.18 - 1.06] Baixo pH cordão : OR 10.82, [1.60 - 73.24] Convulsão neonatal: 0/39 x 2/42 (NS) Morte neonatal: 2/62 x 6/60 (NS) Morbidade materna grave: 6.44, [1.48 27.89] Grant A, Glazener CMA. Elective caesarean section versus expectant management for delivery of the small baby (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011. Realizar cesárea eletiva como rotina para partos pré- termo está associada com morbidade materna e pode provocar um nascimento evitável, pois o TPP poderia ser bloqueado. Esta prática pode estar associada com efeitos benéficos significativos para algumas crianças, mas este benefício é pouco claro frente ao aumento dos riscos maternos James McGregor, 2001 " Eu não sou jovem o suficiente para saber tudo.“ Oscar Wilde “Na verdade, sabe-se somente quando se sabe pouco. Com o saber, crescem as dúvidas.” Goethe