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06-03-2009
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Sexta -feira, 6 de Mar ço 2009
I Guerra Mundial e exposição inédita iniciaram comemorações
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Depois das comemorações dos 90 anos sobre o Armistício da I Grande Guerra, que
decorreram em 11 de Novembro de 2008, e que "foram pouco comemorados em Portugal
apesar de noutras países da Europa a data ter sido bem assinalada", o comandante do
Regimento de Infantaria 14 (RI14), coronel Rui Moura, quis aproveitar o aniversário e fazer
dele tema para os festejos do Dia da Unidade.
Para dar início às comemorações, o Solar do Vinho do Dão abriu as portas a militares e civis,
que quiseram saber mais sobre os portugueses que estiveram na I Guerra Mundial e, mais
em concreto, do RI14 e de alguns viseenses.
A convidada, Isabel Pestana Marques, aproveitou a oportunidade para dar a conhecer "as
dificuldades por que passaram os militares que partiram para as trincheiras, quer a nível
material como pessoal e que, muita gente, acaba por desconhecer". "Muitos militares
morreram, não em combate, mas por causa de derivadas doenças, nomeadamente
problemas pulmonares e de pele, provocadas pelas diferenças de clima, como era o caso da
humidade ou neve e temos de ter em conta que alguns dos militares portugueses eram do Sul
e nem nunca tinham visto neve", explica.
Também a comida dos aliados britânicos e o fardamento dos militares portugueses se
mostraram problemáticos. "Os nossos militares estavam habituados a pão, chouriça e outros
condimentos que os britânicos não usavam e, em vez disso, comiam bolachas e, em vez do
vinho e do café, os britânicos davam a beber chá e, tudo isso provocou descontentamento e
desmotivação nos nossos militares", relata Isabel Pestana Marques.
"O fardamento dos nossos militares não era o mais adequado para aquele tipo de clima, que
acabou por provocar ainda mais algumas doenças", acrescentou. "O lado psicológico dos
militares também não ajudou porque, entre várias razões, havia o factor casa, porque,
enquanto os aliados iam visitar a família de três em três meses, os portugueses não tinham
transporte e chegaram a estar entre seis a 15 meses em França, dependendo do Batalhão
em que ingressavam".
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Participação do RI 14
"Uma forma de memória e gratidão para com os militares portugueses que estiveram na I
Guerra Mundial, de todo o país e, em concreto, os que partiram do RI 14, de onde se
registaram 152 mortos", diz o coronel.
O coronel Rui Moura realçou os militares do RI 14 que estiveram, essencialmente em Angola
e Moçambique e do capitão Vale de Andrade que acabou por falecer em 19 de Março de
1918, data que originou o Dia da Unidade.
O comandante também chamou a atenção para o número de militares do RI14, na sua
maioria viseenses, que acabaram por morrer em África. "Contabilizaram-se 152 mortos entre
os quais três oficiais, que os viseenses conhecem de nome, pelas art rias existentes na
cidade, mas muitos desconhecem quem são", aponta.
"Como é o caso do tenente de Infantaria Miguel Ponces, que morreu em Moçambique, do
capitão e médico do RI14 António Silva Pereira, que ficou desaparecido em combate e o
capitão Artur Homem Ribeiro, morto no Sul de Angola", especifica o comandante.
Exposição inédita
A mostra fotográfica inaugurada, ontem, no Solar do Vinho do Dão, estará patente a partir de
hoje, no Palácio do Gelo, até ao dia 22 de Março.
"Uma exposição inédita na região e pouco vista no país, uma vez que tem percorrido mais o
estrangeiro que propriamente Portugal. São fotografias do único jornalista que esteve nas
trincheiras, Arnaldo Rodrigues Garcez, a convite de um oficial", explica o coronel Rui Moura.
Arnaldo Rodrigues Garcez nasceu em Santarém, em 1885, e com 14 anos mudou-se, com a
família, para Lisboa. Começou como fotógrafo ?freelancer? em alguns jornais de Lisboa e,
em 1911, era já Isabel Marques Nogueira
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