Colégio Militar de Santa Maria Disciplina Língua Portuguesa 2º Ano do Ensino Médio 3º Bimestre/2010 Professora Asp Fabrícia CONCORDÂNCIA: VERBAL E NOMINAL Concordância verbal..... .... recapitulando.... Concordância verbal – regra geral O verbo e o núcleo do sujeito concordam em número e pessoa. Exemplos: O Procon recebe denúncias em suas sedes todos os dias. As sedes do Procon recebem denúncias todos os dias. Concordância verbal – singular ou plural? Ideia de retificação ou exclusão: conjunção OU Neste caso, o verbo deverá ser flexionado no singular. Exemplo: Pedro OU Paulo fará a denúncia. Obs.: quando a ação pode ser atribuída aos dois, verbo no plural. Exemplo: Só um pai ou só um tio compreenderiam o problema do menino. Ideia de gradação: permite a concordância do verbo com o último núcleo. Exemplo: Uma carta, um telefonema, uma visita ERA suficiente. Concordância verbal – singular ou plural? Quando o núcleo do sujeito é um substantivo só usado no plural, a concordância se faz de duas maneiras: a) se o substantivo estiver precedido de artigo no plural, o verbo irá para o plural. Ex.: As Memórias de um sargento de milícias são a melhor crônica do Brasil. b) SEM o artigo, o verbo ficará no singular. Ex.: Memórias de um sargento de milícias é a melhor crônica do Brasil. Concordância verbal – singular ou plural? Verbo ser: na maioria das vezes, é OPTATIVA, podendo ser feita tanto com o sujeito como com o predicativo, dependendo de qual termo se quer destacar. Exemplos: Na vida, nem tudo (sujeito) são flores. (predicativo) Nem tudo (sujeito) é flores (predicativo), mas quase tudo. Obs.: Se o predicativo ou o sujeito for um nome próprio ou indicar pessoa, ele prevalecerá, em termos de concordância. Exemplos: Fernando Pessoa (sujeito) é várias facetas de Portugal (predicativo). A América (sujeito) somos todos nós (predicativo). Concordância verbal – singular ou plural? Quando o núcleo do sujeito é o pronome relativo que, o verbo concorda em número e pessoa com o antecedente, isto é, com o termo que o pronome substitui. Ex.: O consumidor que fez a denúncia no Procon conseguiu a troca dos produtos que estavam com defeito. Concordância verbal – singular ou plural? Nos enunciados em que aparece a voz passiva sintética, formada por um verbo transitivo direto na 3ªpessoa mais o pronome apassivador SE, também se manifesta a concordância: o verbo se flexiona no singular ou no plural, concordando com o sujeito. Ex.: Consertam-se computadores. Aluga-se casa de praia Concordância verbal – singular ou plural? Não confundir a voz passiva sintética com esta construção semelhante, que indica indeterminação do sujeito: Precisa-se de operários. Aqui o SE é índice de indeterminação do sujeito; o verbo não é transitivo direto e aparece sempre na terceira pessoa do singular. Concordância verbal – singular ou plural? Quando o sujeito é oracional: constituído por uma oração (subordinada substantiva subjetiva), o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: É importante que os direitos dos consumidores sejam respeitados. Concordância verbal – verbos impessoais Verbos impessoais: não estabelecem concordância, pois NÃO têm SUJEITO e só aparecem na 3ª pessoa do singular. Os verbos que indicam fenômenos da natureza também se enquadram nessa categoria. Exemplos: Nevou muito no sul. Amanheceu. Choveu. Concordância verbal – verbos impessoais O verbo HAVER no sentido de EXISTIR/ACONTECER também é impessoal, sendo empregado apenas na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Houve queima de fogos na praia. Na versão original do presépio, havia apenas um burro e um boi. Concordância verbal – verbos impessoais Os verbos HAVER e FAZER, quando indicam TEMPO DECORRIDO, também são impessoais; só são usados, portanto, na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Faz anos que não visito a minha cidade natal. Estive com ela há dias. Em outros sentidos, os verbos haver e fazer aceitam plural (há sujeito). Concordância verbal – verbos impessoais Saiba mais... Indicação de horas: o verbo concorda com o número de horas. Exemplos: São duas horas. É uma hora. No sentido figurado, os verbos do tipo fenômenos de tempo aceitam flexão, pois possuem sujeito. Exemplo: Chovem impostos. Concordância verbal... ... NOVAS REGRAS... Concordância verbal – sujeito simples 1) Sujeito simples: o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. a) ordem indireta: Ex.: Chegaram, ontem à noite, vinte turistas. b) distância entre sujeito e verbo: Ex.: A torcida dos clubes paulistas, que estavam em péssima colocação no campeonato, quebrou toda a arquibancada. Concordância verbal – sujeito simples c) ordem indireta e a distância entre sujeito e verbo. Ex.: Restam, após um longo debate entre o povo e o governo, esperanças de que as coisas melhorem. d) palavras vizinhas ao núcleo do sujeito no plural. Ex.: A educação destas pessoas impediu um mal maior. e) voz passiva sintética. Ex.: Aceitam-se encomendas. Concordância verbal – sujeito composto 2) Sujeito composto a) em ordem direta: se os sujeitos estiverem na 3ª pessoa, o verbo vai para a 3ª do plural. Ex.: As almofadas e o banco chegaram. b) em ordem indireta: pode ir para o plural ou concordar com o mais próximo. Ex.: Chegou o banco e as almofadas. OU Chegaram o banco e as almofadas. Concordância verbal – sujeito composto c) núcleos são sinônimos ou há gradação: pode concordar com o mais próximo ou ir para o plural. Ex.: A maldade e a ruindade habitavam o ser. OU A maldade e a ruindade habitava o ser. OBS.: Exemplo de gradação: Retomar exemplo da revisão. d) sujeito composto seguido de aposto resumidor: concorda com o aposto. Ex.: Vinho, caviar, praia, tudo o fazia feliz. Concordância verbal – sujeito composto e) núcleos do sujeito pertencem a pessoas gramaticais diferentes: a 1ª prevalece sobre as demais (2ª e 3ª); no caso de haver a 2ª e a 3ª, o verbo pode apresentar-se na 2ª do plural ou na 3ª do plural. Exemplos: Eu e tu visitaremos o hospital. Eu e ele visitaremos o hospital. Tu e ele visitastes o hospital. Tu e ele visitaram o hospital. Concordância verbal – pronomes de tratamento 3) Vossa Excelência, Vossa Santidade, etc: o verbo e os pronomes devem ir para a terceira pessoa. Exemplo: Vossa Excelência está com seu paletó rasgado. Utiliza-se Vossa Excelência quando a fala é dirigida a ela; utiliza-se Sua Excelência quando ela não estiver presente. Concordância verbal – substantivo coletivo e expressões partitivas (grande parte, grande maioria, etc.) 4) Substantivo coletivo e expressões partitivas a) no singular, se “não” seguidos de substantivo no plural: Exemplos: O bando saiu desesperadamente. A maioria saiu desesperadamente. b) no singular ou no plural se seguidos de substantivo no plural. Exemplos: Um bando de marginais saiu. OU Um bando de marginais saíram. A maioria dos marginais saiu. OU A maioria dos marginais saíram. Concordância verbal – relativo “quem” 5. O relativo “quem”: o verbo pode concordar com o antecedente ou na 3ª do singular (concordando com este pronome). Exemplos: Somos nós quem pagamos a cerveja. (o verbo pagar concorda com o antecedente “nós”) OU Somos nós quem pagou a cerveja. (o verbo pagar concorda com o pronome “quem”). Concordância verbal – interrogativos ou indefinidos 6. Pronomes interrogativos ou indefinidos seguidos da expressão “de nós” ou “de vós” a) Se o pronome estiver no singular, o verbo também deverá estar. Exemplos: Qual de vós nunca errou? Qual de nós será o presidente? Nenhum de nós sumirá. b) Se o pronome estiver no plural, o verbo pode concordar na 3ª do plural ou com os pronomes “nós” e “vós”. Exemplos: Quais de nós ganharam? OU Quais de nós ganhamos? Concordância verbal – expressão “um dos que” 7. A expressão “um dos que” a) com o verbo no singular, destacando o indivíduo. Exemplo: Romário foi um dos jogadores que mais acertou no jogo contra o México. b) com o verbo no plural, destacando o grupo. Exemplo: Romário foi um dos jogadores que mais acertaram no jogo contra o México. Concordância verbal – expressão de realce “é que” 8) Expressão de realce “é que”: trata-se de expressão invariável: Exemplos: Nós é que vimos o crime. Os policiais militares é que fizeram a greve. Obs.: Se o verbo SER estiver distante da palavra “que” pode variar. Ex.: São os garotos que gritaram. Concordância verbal – expressão “haja vista” 9. Expressão “haja vista” a) no singular Exemplo: .... haja vista os dólares que gastaram! b) no plural Exemplo: ... hajam vista os dólares que gastaram! OBS.: A construção haja visto não é aceita. Concordância verbal – verbo parecer 10) Verbo parecer seguido de infinitivo a) flexiona-se o verbo parecer. Exemplo: Os homens parecem sofrer (loc. Verbal) de um mal desconhecido. b) flexiona-se o infinitivo. Exemplo: Os homens parece sofrerem de um mal desconhecido. Parece= oração principal. Os homens sofrerem de um mal desconhecido = Or. Sub. Substantiva subjetiva. Concordância verbal – verbos ter, vir, ver e derivados 11) Os verbos ter, vir, ver e derivados a) no singular: tem (ter), vem (vir), vê (ver), detém (deter), retém (reter), intervém (intervir), etc. Exemplo: Os professores da escola, que detém um patrimônio de 100 mil reais, estavam em greve. Obs.: Quem detém o patrimônio de 100 mil reais é a ESCOLA, o verbo DETER está no singular. Concordância verbal – verbos ter, vir, ver e derivados b) no plural: têm (ter), vêm (vir), veem (ver), detêm (deter), retêm (reter), intervêm (intervir). Exemplo: Os professores da escola que detêm um patrimônio de 100 mil reais estavam fora da greve. OBS.: São os professores que possuem um patrimônio de 100 mil reais, pois o verbo DETER está no plural. Estavam fora da greve apenas os professores que possuem esse patrimônio, a oração intercalada é adjetiva restritiva. Concordância verbal – expressões “mais de um” e “um ou outro” 12) Sujeito representado pelas expressões “mais de um” e “um ou outro”. Emprega-se no singular: Exemplos: Mais de um bandido escapou da prisão. Um ou outro policial foi ferido. Mas..... Concordância verbal – expressões “mais de um” e “um ou outro” Se houver reciprocidade, o verbo cujo sujeito é “mais de um” vai para o plural. Exemplo: Mais de um bandido agrediramse durante a rebelião. Se “mais de dois, mais de três, etc.”, o verbo irá naturalmente para o plural. Concordância verbal – verbos dar, bater e soar 13) Verbos dar, bater e soar a) O termo relógio (torre, igreja, etc.) é sujeito da oração, verbo no singular: Exemplo: O relógio deu três horas. b) O sujeito é o número de horas, o verbo concorda com o sujeito. Exemplo: Deram três horas agora na torre. Concordância verbal – núcleos do sujeito unidos por “com” 14) Núcleos do sujeito unidos por “com” a) No singular, quando se quer destacar o primeiro elemento OU quando o verbo vier anteposto. Exemplo: O técnico com seus jogadores assumiu a posição defensiva. b) No plural, quando se dá a mesma importância aos dois elementos citados. Exemplo: O pai com seus sete filhos construíram um castelo de verdade. Concordância verbal – núcleos do sujeito unidos por “nem” 15) Núcleos do sujeito unidos por “nem”: utiliza-se no plural, a não ser que o verbo venha anteposto ao sujeito. Exemplo: Nem a CPI nem o povo conseguiram derrubar o deputado. Não o expulsei nem eu nem minha vizinha. Concordância verbal – sujeitos correlacionados 16) Sujeitos correlacionados (tanto... Como; não só... mas também, etc.) Utiliza-se no plural: Exemplos: Não só a criança como também o adulto sofrem com a insensibilidade das autoridades. Outras concordâncias do verbo “ser” a) Sujeito é expressão de sentido partitivo ou coletivo: concorda-se com o predicativo no plural. Exemplos: A maioria são bandidos O resto são fragmentos. b) O predicativo é formado por expressões “é muito”, “é pouco”, “é mais que”, “é menos que”, “é demais” (preço, quantidade, medida...): essas expressões permanecem invariáveis. Exemplos: Vinte quilos é muito. Duzentos metros é demais. Vintes quilos é mais que necessito. Outras concordâncias do verbo “ser” c) Na indicação de horas, datas e distâncias, o verbo concorda com o numeral. Exemplos: São quatro horas. É uma hora e vinte. São vinte de agosto. São vinte metros. d) Na indicação de dia, pode-se utilizar o singular concordando com a palavra “dia” (subentendida). Exemplos: É dia seis de março. É seis de março. OU São seis de março. CONCORDÂNCIA NOMINAL Concordância nominal: regra geral Concordância nominal é a relação estabelecida entre um NOME (subst. ou palavra com valor de subst.) e as palavras a ele relacionadas: ADJETIVO ou palavras com valor de adjetivo (artigos, alguns numerais, pronomes adjetivos e particípios). Normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração e o adjetivo, como adjunto adnominal. Concordância nominal: quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo 1ª regra: primar pela clareza para evitar ambiguidades. 2ª regra: primar pela eufonia na concordância. Ao fazer a concordância de NÚMERO, duas opções são possíveis: adjetivo no plural OU concordância com o número do subst. mais próximo. Ex.: Vendem-se filmadora e câmera digitais. Vendem-se filmadora e câmera digital. Dúvida: ambas são digitais ou só a câmera??? Concordância nominal: quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo aparecerá no masculino ou concordará com o subst. mais próximo. Ex.: Vendem-se filmadora e tripé usados. Vendem-se filmadora e tripé usado. Dúvida: a filmadora e o tripé são usados ou apenas o tripé??? Concordância nominal: quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo Se o adjetivo vier ANTES dos substantivos, em geral, o adjetivo concorda com o subst. mais próximo. Ex.: Comprou uma barata filmadora e um tripé. OU Comprou um barato tripé e uma filmadora. Concordância nominal: quando o adjetivo se relaciona a mais de um substantivo Obs.: para maior clareza convém repetir o adjetivo. Ex.: Comprou umas baratas filmadoras e um barato tripé. Se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo irá para o plural, também em nome da clareza. Ex.: As meigas Valentina e Carla. Concordância nominal:observações importantes Em expressões: é necessário, é bom, é ótimo, é preciso, é proibido, é permitido... 1ª regra: ficam invariáveis se o substantivo a que se referem tem sentido genérico (não é precedido de artigo ou pronome que o determine). Ex.: É proibido entrada de estranhos. Concordância nominal:observações importantes 2ª regra: se o substantivo estiver determinado com um artigo, a concordância será marcada na flexão do adjetivo. Ex.: É proibida a passagem de pedestres. São proibidas as passagens de pedestres. Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? 1º) palavra “meio”: Quando exerce a função de adjetivo ou numeral flexiona-se, evidenciando a concordância. Na função de adjetivo: Ex.: “... já tinha estampado no rosto um meio riso de ironia.” • Adjetivo “meio”, na acepção de “incompleto, inacabado”, concorda com o subst. “riso”. • Se alterássemos, teríamos “meia risada”. Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? Na função de numeral: Ex.: Já é meio-dia e meia (hora) Numeral “meio”, na acepção de “metade”, concordará com o substantivo. Na função de advérbio: Ex.: Sinceramente, acho ela meio (caracteriza o adjetivo) autoritária. Advérbio “meio”, na acepção de pela metade, quase, um pouco, um tanto... Não flexiona, é invariável. Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? As palavras bastante, caro, barato, longe, muito, pouco. Na função de adjetivo: flexionam-se concordando com o substantivo a que se referem. Caminhou por longes (distantes, remotas) terras, áridas e estranhas. O resultado: bastantes (muitas) visitas de internautas do Brasil inteiro! Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? Viagens alternativas e baratas para todo o Brasil Roupas caras eram vendidas na feira. Eram muitas meninas, tia! Eram poucas ideias interessantes! Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? Na função de advérbio: são invariáveis. Os advérbios modificam: verbos, adjetivos e advérbios. A terra foi ficando longe (= a uma grande distância), até perder-se no horizonte. A primeira versão do blog era bastante (muito) tosca, mas tinha imagens culturais. Concordância nominal: flexionam-se ou não se flexionam? Viaje barato, viaje Turbrasil. Das 16 cidades pesquisadas, somente cinco vendem caro. As meninas eram muito doidas! As meninas eram pouco travessas, tio! Concordância nominal: a gente é / a gente somos Cada vez mais, a expressão a gente é empregada na função de pronome pessoal, ora para fazer referência à primeira pessoa do plural (nós), ora para fazer referência genérica, mas sempre com uma característica: o falante se inclui no conjunto referido. Ex.: A) A gente somos fracos mas com as nossas necessidades conseguimos levantar a folia dos Três Reis Magos. Concordância nominal: a gente é / a gente somos B) A gente vive juntos, brinca juntos, sofre juntos, sonha juntos, briga, por que não? Mas a gente enfrenta as barras que aparecem juntos. Nos dois casos com a referência à primeira pessoa do plural (nós). Em A: temos um caso de SILEPSE, isto é, de uma concordância que não se baseia nas regras dadas para tal processo sintático, mas sim na intencionalidade e nas ideias do falante, enfatizando ou suavizando o seu enunciado. Em B: a concordância é gramatical: substantivo no singular, verbo na terceira pessoa do singular. Concordância nominal: a gente fica junto, juntos, juntas. Quando a expressão a gente faz referência a “nós”, os pronomes possessivos que a ela se relacionam tomam a forma da 1ª pes. do pl., manifestando mais um caso de silepse. Ex.: Se nosso corpo é 70% de água, por que a gente não evapora? » ENTRETANTO.... Concordância nominal: a gente fica junto, juntos, juntas. Concordância com os adjetivos pode manifestar ou não essa primeira pessoa do plural; o emprego do mecanismo de flexão, nesses casos, depende da ênfase que se quer dar à marca da 1ª pes. do pl. Ex.: A gente está junto desde o ano passado. A gente vive juntos. A gente fica juntas. Concordância nominal: a gente = nós / a gente = eu Compare: a) A gente não sabe ainda as coisas que estão para vir. Ainda mais agora, com todo o processo tecnológico, informática... b) A gente é do jeito que o mundo cria a gente. Estou me vingando do mundo, que judiou muito de mim. Concordância nominal: a gente = nós / a gente = eu Em ambos os enunciados, a expressão “a gente” é empregada como equivalente a “as pessoas e eu”, “todo mundo, inclusive eu”. Porém, há uma sutil distinção: Em A: “a gente” equivale a um “nós ampliado”, isto é, “todo mundo”; Em B: “a gente” funciona como marca de impessoalidade, ou seja, há um “eu encoberto”. Nesta ocorre silepse, o falante ameniza a sua posição no enunciado com a inclusão de outros não identificados. Concordância nominal: a silepse não é optativa Observe os exemplos: Os professores reivindicam aumento de salários. Os professores reivindicamos aumento de salário. Eu gostei disso: os estudantes não pagam. Eu gostei disso: os estudantes não pagamos (o falante é estudante e não paga – caso de silepse). Conclusão: esse uso de concordância não é aleatório, e sim carregado de variações de sentido e de intencionalidade. Concordância nominal: outros casos Palavra “alerta”: é invariável Ex.: Os revolucionários estavam alerta. Palavras “anexo”, “em anexo”: o primeiro varia, o segundo não, é locução adverbial. Ex.: Seguem anexas ao meu livro minhas memórias. Seguem em anexo minhas memórias. Concordância nominal: outros casos Palavras “mesmo”, “próprio”: variam quando ligados ao nome, não variam quando ligados ao verbo (“mesmo” como “de fato”). Elas mesmas chegaram à conclusão. Elas próprias reconheceram a verdade dos fatos. Eles vieram mesmo. Concordância nominal: outros casos Palavras: “incluso” “lesa”: variam. Era crime lesa-pátria. A caixinha estava inclusa. Palavra: “obrigado”: varia. — Muito obrigado, disse o rapaz a Deus. — Muito obrigada, disse a mulher ao pai. Concordância nominal: outros casos Palavra “quite”: concorda com o sujeito. O professor estava quite com os alunos. Adjetivos na função de advérbio: trata-se de adjetivos que se transformam em advérbios (ligados ao verbo), por isso invariáveis (como adjetivos, variam). Elas falavam errado. / Eles agiram certo. Elas estavam erradas. / Eles estavam certos. Concordância nominal Aplicação: atividades da página 400 Diferenças entre complemento nominal e adjunto nominal Complemento nominal Adjunto adnominal Sempre regidos por preposição. Podem ser regidos ou não por preposição (locução adjetiva). Normalmente só completam o sentido de substantivos abstratos. Também podem completar o significado de adjetivos e advérbios. Só podem se referir a substantivos – concretos ou abstratos. Quando o substantivo abstrato representar o recebedor, o paciente ou o alvo da declaração expressa – paciente da ação. Quando o substantivo abstrato der nome a uma ação, o termo que é agente da ação expressa pelo nome – agente da ação. Diferenças entre complemento nominal e adjunto nominal A informação dos clientes foi clara. A informação aos clientes foi clara. O discurso do orador emocionou. Os adolescentes sentem necessidade de orientação. O menino ficou longe de casa. O pedido da firma foi atendido. O pedido de socorro foi atendido. A redação das revistas foi reativada. A redação do rapaz foi a melhor.