28 • Público • Sábado 27 Novembro 2010 Local Ciberescritas é o blogue de Isabel Coutinho http://blogs.publico.pt/ciberescritas Moradores querem novo acesso à Estação de Santa Apolónia para evitar rua insegura Inês Boaventura Passeio ao longo de 150 metros tem apenas meio metro de largura. Abertura de novo acesso não tem qualquer dificuldade ou custo, dizem os moradores a Os passeios estreitos e com obstáculos, a iluminação deficiente e a inexistência de passadeiras fazem da Rua dos Caminhos de Ferro, em Lisboa, uma artéria insegura para os peões. Mas é através dela que centenas de pessoas chegam diariamente à estação e ao metro de Santa Apolónia, o que levou à criação de um movimento na Internet defendendo uma entrada directa para a estação. Segundo Basílio Vieira, que reside na zona há dois anos, a fachada da estação virada a Norte tem mais de 900 metros de extensão e 13 portas, das quais está aberta ao público apenas uma, quase junto à entrada principal. Na prática isto significa que para apanhar um comboio, o metro ou um dos autocarros que circulam na Av. Infante D. Henrique a única hipótese para muitos é utilizar a Rua dos Caminhos de Ferro. “A acessibilidade actual da Estação de Santa Apolónia é propícia a acidentes por obrigar os utentes a percorrer 150 metros de uma rua com passeios de largura inferior a 50 centímetros”, diz-se no site st-apolonia. org. Como alternativa, Basílio Vieira, o impulsionador do movimento, propõe uma solução que diz ser “a mais óbvia, com pouca dificuldade de execução e sem impacto negativo na circulação automóvel”: a abertura de uma porta na Rua da Bica do Sapato [continuação da R. dos Caminhos de ferrro], no tal muro de 900 metros. “Há muita gente que se queixa disto há muitos anos. Não havia era ninguém que se levantasse e fizesse algo”, explica este morador que fez chegar a entidades como as juntas de freguesia, Câmara de Lisboa, Refer e CP a proposta da criar uma “entrada Norte”. A ideia já deu origem a uma petição (que ontem tinha 170 assinaturas) e tem uma página no Facebook com mais de 200 seguidores. PEDRO MARTINHO Acesso à estação pode ser aberto na parede do edifício, à direita na foto O presidente da junta de Santa Engrácia concorda com a necessidade de abrir um novo acesso, por considerar que a situação actual é de facto “perigosa” e não favorece a mobilidade dos peões. José Joaquim Pires falou com a Refer sobre o assunto e garante que houve “receptividade”, embora o representante da empre- sa lhe tenha dito que a solução mais viável seria abrir uma porta actualmente fechada (e que fica “para aí cem metros” mais distante da estação do que o local onde os moradores propõem uma nova entrada, que alguém já desenhou na parede). A Refer não respondeu às perguntas do PÚBLICO.