Goiânia, quinta-feira, 19 de março de 2015 Mestre de obras, braço direito dos engenheiros Nayara Reis Da editoria de Economia Dia 19 de março comemora-se o Dia do Mestre de Obras, profissional indispensável em áreas como a construção civil. Ele age como aliado do engenheiro e é quem coordena toda a execução dos trabalhos. De acordo com a Catho, seu ganho médio é de R$ 5 mil, seu papel também passa por liderar equipes de trabalho, controlar equipamentos e materiais, inspecionar qualidade de matériasprimas utilizadas e administra cronograma de obras. Sérgio Pereira, da Secretaria de Trabalho do Sine de Goiânia, afirmou que ontem foram liberados os cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), entre elas está o para mestre de obras. No entanto, ainda resta a listagem das grades de onde as aulas poderão ocorrer. O mestre de obras da Loft Construtora José Raimundo da Silva, 70, conta que trabalha na profissão desde 1990 e construção civil desde 1981. “Fui crescendo de cargo, primeiro carpinteiro, depois encarregado de carpintaria e assim sucessivamente. Hoje me orgulho da experiência que adquiri, minha formação foi nas obras pelas quais passei”, ressalta José. Ele lembra que em sua profissão, além de saber quanto aos trabalhos na obra, também é de suma importância ter um bom relacionamento pessoal. “Lido com muitas pessoas diariamente, desde os clientes da construção até os engenheiros e peões de obra. E mexer com pessoas nem sempre é fácil, portanto, para ser mestre de obras também é preciso ter jogo de cintura”, reflete. Para José Raimundo, nesse trabalho o respeito mútuo tem muita relevância, e por esse motivo ele diz tratar todos da melhor forma possível para não haver intrigas. “Meu trabalho é uma parceria, tanto com o pessoal da obra quanto com o engenheiro. Antes mesmo de ir para casa, reúno o pessoal e já passo a eles quais serão suas funções no dia seguinte. Pela manhã reforço com eles essa informação e começamos nosso dia na obra”, esclarece. Desde segmentar as funções até a análise do material utilizado, José Raimundo auxilia, orienta os demais operários e se reúne com engenheiro para eventuais mudanças na obra. “Durante uma conversa com o engenheiro, precisamos ouvir e ponderar a opinião um do outro para o bom desenvolvimento da obra. Sou muito exigente também quanto à limpeza e pontualidade. Meu trabalho é muito bem visto também nesse aspecto”, diz. Importância do cargo De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu último censo de 2010, a construção civil empregava quase 2,5 milhões de brasileiros; em 2012, este número poderia chegar a 3,4 milhões no País. Vale ressaltar que, hoje, não só homens estão nesse mercado, também há espaço para as mulheres, como aponta o portal do Ministério do Planejamento. Em entrevista a um site, a mestre de obras Márcia Cristina da Silva, de 42 anos, conta que trabalha no canteiro de obras do programa Minha Casa, Minha Vida, do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal. Segundo a publicação, a abertura do mercado auxilia também na redução da queda do desemprego para as mulheres brasileiras. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO), Carlos Alberto de Paula, o mestre de obras é a ligação principal dos engenheiros com as obras. “Ele é o apoio na produção, define estratégias com o engenheiro para melhor desempenho das obras e é aquele que faz essa comunicação e orientação aos demais colaboradores. É o que chamamos de chão de fábrica”, explica. Ele também ressalta o fato de este profissional estar sempre na construção, tratando de assuntos como na supervisão da segurança no trabalho. O presidente afirma que atualmente não há déficit desse profissional no mercado, até mesmo pela desaceleração da economia, mas normalmente há muita busca pelos mestres de obra em qualificação, tendo em vista que um profissional quanto mais especializado em sua função, mais valores agregados terá perante as instituições. “Um bom mestre de obras sabe lidar com todos os segmentos da obra, conversa e une sua equipe para um melhor desempenho”, afirma Carlos Alberto.