CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA (EBT) MÓDULO: Negociação Comercial Formador: João Leitão (UBI) UBI FORMAÇÃO CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT (i) Identificar os diferentes tipos de negociação e de negociadores, e as fases do processo negocial, no contexto empresarial. (ii) Aplicar as estratégias e as técnicas de preparação, de condução e de auto-avaliação das negociações, em função das pessoas, objectos e objectivos envolvidos. (iii) Conhecer os mecanismos disponíveis para intervenção de terceiros no âmbito de processos negociais. 2 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT Objectivos 1. Negociação Programa 2. Processos Negociais Interpessoais Conteúdo Lista de Questões 3. Processos Negociais de Grupo 4. Intervenção de Terceiros na Negociação Relatório EBT 3 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1. Negociação: Roteiro 1.1. Características comuns 1.2. Motivações principais 1.3. Interdependência: Objectivos e Vectores 1.4. Conflito: Processos de Gestão 1.5. Modelo Dual de Preocupações 4 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1. Negociação 1.1. Características comuns Objectivos Programa Conteúdo Existem duas ou mais partes; Existe um conflito de interesses entre as partes; As partes negoceiam porque pensam que podem obter um negócio melhor, face à alternativa de tomarem, simplesmente, o que a outra parte lhes der. As partes preferem procurar o acordo, em vez de: Lista de Questões Lutar abertamente; Capitular; Quebrar, permanentemente, o contracto; Levar a sua disputa para uma terceira parte. Relatório EBT 5 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.1. Características comuns (cont.) As partes esperam dar e tomar. Apresentam, também, expectativas que ambos os lados venham a modificar os seus argumentos, pedidos ou procuras iniciais. A negociação com sucesso envolve: Objectivos Programa Conteúdo A Lista de Questões resolução de valores tangíveis (isto é, o preço ou os termos do acordo); A resolução de valores intangíveis (ou seja, as motivações psicológicas que são sublinhadas). Relatório EBT 6 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.2. Motivações principais Objectivos Criação de algo novo que nenhuma das partes poderia atingir por si própria (isto é, de forma autónoma). Resolução de um problema ou de uma disputa entre as partes. Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 7 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.3. Interdependência: Objectivos e Vectores Em negociação, a dependência mútua é denominada por interdependência. interdependência Objectivos Programa Os objectivos interdependentes são um aspecto fundamental da negociação. Win-Loose perdes. Win-Win (Ganhar-Ganhar): Oportunidades para ambas as partes ganharem. Conteúdo Lista de Questões Vectores principais: Relatório EBT (Ganhar-Perder): Eu ganho, tu V1: A Criação de Valor. V2: O Surgimento de Conflitos. 8 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.4. Conflito: Processos de Gestão 1. Contenda Objectivos Programa 2. Rendição Conteúdo Lista de Questões Os agentes mostram pouco interesse em atingir os seus resultados, estando mais interessados se a outra parte atinge os seus resultados. 3. Falta de Acção Relatório EBT Os agentes perseguem, fortemente, a consecução dos seus resultados, e mostram pouca preocupação relativamente à obtenção dos resultados da outra parte. Os agentes mostram pouco interesse em atingir os seus resultados e revelam uma preocupação diminuta sobre se a outra parte obtém os resultados a que se propôs. 9 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.4. Conflito: Processos de Gestão (cont.) Objectivos 4. Solução do Problema Programa Conteúdo 5. Compromisso Lista de Questões Os agentes mostram grande preocupação em atingir os seus resultados, assim como na consecução dos resultados da outra parte. Os agentes mostram uma preocupação moderada em obter os seus próprios resultados, assim como com a obtenção dos resultados pela outra parte. Relatório EBT 10 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 1.5. Modelo Dual de Preocupações Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT Grau de Preocupação Objectivos com os resultados da outra parte + Rendição Solução do Problema Compromisso Falta de Acção 0 Contenda Grau de Preocupação com os resultados próprios + 11 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2. Processos Negociais Interpessoais: Roteiro 2.1. Níveis de análise 2.2. Conceptualizações 2.3. Amplitude Negocial 2.4. Preparação da Negociação 2.5. Fases da Negociação 2.6. Elementos a recolher 2.7. Protocolo de Negociação 12 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2. Processos Negociais Interpessoais 2.1. Níveis de análise (i) Processos de negociação interpessoais, envolvem apenas dois participantes, ditos monolíticos, dado que actuam, exclusivamente, em função dos seus interesses individuais. (ii) Processos de negociação intragrupo, envolvem mais de dois participantes monolíticos. Estas negociações levam à formação de coligações (ou acordos tácitos). Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 13 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.1. Níveis de análise (cont.) (iii) Processos de Negociação Intergrupo, envolvem dois ou mais grupos e/ou organizações, sendo conduzidos por representantes dispondo de mandato variável. Pressupõem a articulação entre dois processos negociais que ocorrem no interior do grupo e têm também lugar entre cada um dos grupos. (iv) Processos de Negociação Assistida, envolvem a intervenção de terceiros, sob a forma de Mediação ou de Arbitragem (ver ponto 4 da formação). A intervenção de terceiros marca os limites da negociação ou, alternativamente, funciona como facilitador. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 14 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.2. Conceptualizações Ponto de Resistência: Preço de reserva ou limite mínimo/máximo aceitável pelo vendedor/comprador. Nível de Aspiração (ou expectativa do consumidor): Resultado ideal a alcançar. Amplitude de Negociação: Intervalo entre os pontos de resistência de cada uma das partes. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 15 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.3. Amplitude Negocial Reduzido Objectivos Programa Mínimo aceitável (Lv) P. Resistência do vendedor Elevado Máximo a pagar (Lc) P. Resistência do comprador Se Lv < Lc Exemplo de uma amplitude negocial positiva Reduzido Elevado Conteúdo Lista de Questões Máximo a pagar (Lc) P. Resistência do comprador Mínimo aceitável (Lv) P. Resistência do vendedor Se Lv > Lc Exemplo de uma amplitude negocial negativa Relatório EBT 16 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.4. Preparação da Negociação: Visão de Raiffa (1982) (1) Promover o auto-conhecimento Reunir os argumentos para conduzir as negociações: factos, dados numéricos, argumentos, racionalizações e critérios de decisão. (2) Conhecer os oponentes Saber quem são, qual a sua legitimidade, o seu ponto de resistência e a forma de negociar. (3) Ter em linha de conta as convenções da negociação As convenções dependem do contexto da negociação: comercial, laboral ou diplomática; e, mais, especificamente, da conjuntura económica, social, política e cultural. Estas normas contextuais condicionam o grau de abertura e as regras do jogo. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 17 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.4. Preparação da Negociação (cont.): Visão de Raiffa (1982) (4) Considerar os aspectos administrativos Quem deve negociar, onde e quando, em que língua e quem deve fornecer os tradutores. (5) Recorrer a um jogo de simulação Ensaiar e realizar exercícios do tipo learning by doing. (6) Pensar nas ofertas iniciais Evitar que a sua oferta possa sugerir âncoras ou estar atento aos efeitos de ancoragem. (7) Estudar o padrão de concessões Efectuar a coordenação entre o padrão próprio de concessões e as concessões do adversário. Fazer depender a agressividade e o bluff das normas contextuais, mas também do grau de relacionamento futuro entre as partes. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 18 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.5. Fases da Negociação 2.5.1. Actividades Principais Consulta Objectivos Programa Conclusão Contacto Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT Conciliação Confronto Objectivo: Transformar o conceito de negociação monofásica, baseada no confronto, num conceito de negociação onde se acrescenta valor, ao longo de várias etapas, quer sejam principais, quer sejam de suporte. 19 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.5. Fases da Negociação 2.5.2. Actividades de Suporte ou de Gestão Decisão Objectivos Programa Controlo Liderança Planeamento Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT Implementação Actividades Paralelas: Principais (conducentes ao fecho do negócio) e de Suporte (auxiliares para o fecho do negócio, com o máximo de eficiência). 20 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.6. Elementos a recolher A partir das décadas de 60 e 70, existe um consenso relativamente à necessidade de preparar a negociação, seguindo uma abordagem semelhante ao método científico recorrendo, designadamente, a: - Modelos, Guias e Check-lists (o mais completas possível). A preparação da negociação deve ser ajustada, em termos de: - Duração, detalhe e recursos. Conselhos práticos: - O número de documentos deve ser mínimo. - Os pontos da negociação devem ser concisos e claros. - O diagnóstico da situação deve ser sintético e conter interesses, prioridades, condicionantes, objectivos, iniciativas, opiniões, estratégia de concessões e de contra-resposta, argumentação, etc. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT 21 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 2.7. Protocolo de Negociação: Exemplificação (1) 5 m iniciais: fase de abertura contando com as apresentações e outras generalidades. (2) Sequência curta, onde se comentam, rapidamente, as motivações e o objecto da negociação. (3) 1.ª Exploração, de carácter geral, onde os negociadores começam a testar a outra parte. Objectivos (1), (2) e (3) → Ritual → Despoletar o processo de informação e de comunicação. Programa (4) 1.ª Análise dos problemas e pontos em discussão. (5) Argumentação (questões bem colocadas e, não tanto, sob a forma de argumentos que possam fazer aumentar o conflito). (4) e (5) → Expansão das Opções → Determinar o terreno e o quadro de negociação. Conteúdo Lista de Questões (6) Notoriedade das divergências e dos desacordos. (7) Procura activa de solução(ões). (6) e (7) → Influência → Revelar o processo de indução (do particular para o geral). Relatório EBT (8) Definição concreta da(s) solução(ões) ou constatação de desacordo. (8) → Ajustamento → Ilustrar o processo de “encaixe” dos interesses. 22 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 3. Processos Negociais de Grupo: Roteiro 3.1. Níveis 3.2. Coligações nas organizações 3.3. Recomendações para os negociadores 3.4. Posicionamento negocial por dimensão 23 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 3. Processos Negociais de Grupo: 3.1. Níveis Os processos que envolvem mais de 2 negociadores comportam a possibilidade de formação de coligações e de alianças. Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT (i) Nível Diádico - Negociadores monolíticos (em que apenas se representam a si próprios) (ii) Nível do Grupo - Negociadores representantes (em que representam um grupo) Ex. Negociação entre representantes sindicais e representantes patronais. - Grupos Negociais (dotados de porta-voz, de chefe de delegação ou de responsável pela condução da negociação, sendo os restantes membros consultores para assuntos específicos com capacidade de intervenção, caso seja necessário). Efeito de Audiência, o qual leva a uma maior radicalização das posições. 24 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 3.2. Coligações nas Organizações Axelrod (1984) Estratégia Tit-for-Tat: «olho por olho, dente por dente» Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões A ideia consiste no seguinte: Coopere na 1.ª jogada e, em seguida, faça o que o outro jogador fez na jogada prévia, seguindo uma abordagem com abertura condicional. Pontos a reter: - A estratégia começa por uma jogada cooperativa. - É extremamente importante ter a iniciativa da cooperação e a de retribuir. - A cooperação pode desenvolver-se a partir da não cooperação. Relatório EBT 25 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 3.3. Recomendações para os Negociadores Axelrod (1984) (1) Evitar o conflito desnecessário, cooperando desde que o outro coopere. Objectivos (2) Reagir com prontidão à provocação. Programa (3) Saber perdoar e pagar na mesma moeda, mas apenas uma vez, ou seja, evitar a retaliação massiva. Conteúdo (4) Deixar clara a estratégia pessoal de modo que o adversário perceba, rapidamente, o seu esquema de actuação. Lista de Questões (5) Esconder as nossas intenções num jogo de soma variável, nem sempre é conveniente. Relatório EBT (6) Os indivíduos acabam por aprender a cooperar. 26 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 3.4. Posicionamento Negocial por Dimensão Intergrupo Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT Interpessoal + Compromisso Conflito - + Conluio Apatia 27 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4. Intervenção de Terceiros na Negociação 4.1. Formas de controlo da solução final 4.2. Mediação 4.3. Arbitragem 28 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4. Intervenção de Terceiros na Negociação 4.1. Formas de Controlo da Solução Final Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Mediação: Controlo nas mãos dos negociadores, ou seja, eles decidem se aceitam, ou não, um acordo proposto pelo mediador. Não vinculativa, ocorre, regra geral, por iniciativa das partes em conflito. Arbitragem: Controlo nas mãos dos membros da comissão arbitral, isto é, eles tomam a decisão final. Assemelha-se à solução judicial. É objecto de legislação e pode ser imposta, nomeadamente, na área do conflito laboral. Relatório EBT 29 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.2. Mediação 4.2.1. Acções e Fases Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT - Acções fundamentais: Conquistar a confiança de ambas as partes. Aprofundar os pontos discordantes. Identificar as áreas de compromisso potencial. Encorajar as partes a realizar concessões. Fases da Mediação: (1) Foco no Processo - Obter a confiança das partes envolvidas (facilitação do processo). (2) Foco no Conteúdo - Identificar soluções substantivas (mediação substantiva). A fase (2) pode não existir. Neste caso, o mediador é um facilitador do processo de concessão e de resolução de problemas. 30 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.2.2. Graus de Intervenção e Tácticas Graus de Intervenção: Efeito de presença (o mediador toma notas e encoraja as partes a serem mais conciliatórias). Por exemplo, se a negociação for filmada para efeitos de demonstração posterior, então haverá lugar a mais concessões. Efeito de intervenção (o mediador intervém, de forma activa, no desenvolvimento do processo de negociação). Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT Tácticas: (i) Humor (desdramatizar as situações). (ii) Equilíbrio de poder (equilibrar o poder dos participantes, com soluções mais equitativas). (iii) Pressão do tempo (fixar prazos-limite para tirar partido deles). (iv) Atitudes recíprocas (melhorar as atitudes dos negociadores em relação uns aos outros, prevenindo estereótipos e alertando para efeitos de comportamentos rígidos na dinâmica da negociação). (v) Comunicação (melhorar a comunicação entre os participantes, de modo a desenvolver soluções integrativas). 31 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.3. Arbitragem 4.3.1. Definição e Modalidades Def.: Quando ambas as partes chegam a um impasse, estas apresentam as suas posições a um terceiro. Este último ouve ambas as partes e toma em seguida a solução. Objectivos Programa Os árbitros podem pronunciar-se sobre: (i) Um único ponto da discórdia. (ii) Um conjunto de questões. Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT A arbitragem pode ser: (1) Voluntária (as partes apresentam as suas posições a um árbitro, mas não são obrigadas a aceitar a sua decisão). (2) Vinculativa (as partes têm de cumprir a decisão ditada, ou porque a legislação assim o determina ou porque foi esse o compromisso previamente assumido). 32 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.3.2. Métodos de Arbitragem vinculativa A arbitragem vinculativa pode implicar a aplicação de: Objectivos (i) Método Convencional O árbitro tem a liberdade de recomendar qualquer acordo. Programa (ii) Método da Oferta Final Conteúdo Lista de Questões O árbitro tem de escolher entre uma das propostas finais apresentadas pelas partes, não sendo permitida a introdução de soluções alternativas. Ex. Resolução de conflitos laborais, assim como no sistema judicial. Relatório EBT 33 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.3.3. Factores favoráveis Dilema dos Negociadores Se fizerem concessões, então serão considerados fracos. Mas, se não as fizerem, então não conseguirão chegar a um acordo. Objectivos Programa O comportamento do negociador face à arbitragem pode ser influenciado pela avaliação que ele faça dos custos envolvidos no processo de arbitragem. Conteúdo Quando os negociadores têm uma percepção clara dos custos da Arbitragem, estes comportam-se de uma forma positiva para o processo de negociação (Neale, 1984). Lista de Questões => Diminuição da pressão sobre os representantes nas negociações. Relatório EBT C.c. o endurecimento das posições pode fazer deslocar o ónus das concessões para o Árbitro. 34 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT 4.3.4. Factores desfavoráveis Objectivos Programa Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT (1) O efeito de congelação A fixação em posições extremas, caso exista o medo de o árbitro vir a optar pela divisão das diferenças. => O recurso à oferta final é uma solução para este problema. (2) O efeito narcótico Em caso de fracasso, quando se antecipa a arbitragem os negociadores podem desinteressar-se do processo de negociação. (3) O favoritismo Os árbitros podem ter tendência a favorecer uma das partes em detrimento da outra, o que pode colocar em causa a sua imagem de imparcialidade. (4) A não aceitação das decisões Os conflitos arbitrados podem levar a uma menor aceitação das decisões. 35 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT Questões para desenvolvimento (A) Quais são as práticas de negociação implementadas na empresa e os respectivos responsáveis? Objectivos (B) Como são estruturados os processos negociais de decisão comercial e estratégica? Programa (C) Os processos negociais são estruturados de acordo com uma linha sequencial de fases? Quais são as fases referidas pelos responsáveis da empresa? Conteúdo Lista de Questões Relatório EBT (D) Existe um programa formal de formação/treino ao nível da Negociação Comercial? (E) Em termos históricos, houve necessidade de recorrer a terceiros para fazer evoluir ou resolver processos negociais? (F) Qual é o caso que os responsáveis da empresa desejam ver retratado e desenvolvido no Relatório EBT sobre Negociação Comercial? 36 CURSO DE CRIAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DE EBT Elementos do Relatório EBT (máx. 15 pág.) 1. Introdução (objectivo, método e estrutura) 2. Identificação das Práticas de Negociação Objectivos 3. Identificação de lacunas, ao nível da estruturação de processos negociais Programa 4. Proposta de estrutura de um processo negocial para a Empresa 4.1. Elementos de preparação 4.2. Actividades principais 4.3. Actividades secundárias Conteúdo Lista de Questões 5. Intervenção de Terceiros 6. Resultados alcançados Relatório EBT 37 Casos de Estudo Galp Energia Sonae UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR LICENCIATURA EM MARKETING O processo negocial de Franchising da GALP Energia Flávio Santos, Patrícia Vassalo e João Leitão UBI e Covilhã, Dezembro de 2005 39 Roteiro da apresentação 1. Franchising – Uma definição 2. Vantagens versus Desvantagens 3. Actividades Principais do Processo Negocial 4. Modelo Dual de Preocupações 5. Negociação Integrativa 6. A Cadeia de Valor 7. Galp Energia: Start your energy 8. Considerações Finais 40 Franchising: Uma definição Emerge no final do século XX como uma fórmula de expansão, assente num regime de negócio entre dois tipos de agentes. Estes mantêm um relacionamento por um período de tempo previamente estipulado onde o primeiro, o Franchisador, cede direitos ao segundo, o Franchisado. O Know-How corresponde ao conjunto de conhecimentos práticos não patenteados, decorrentes da experiência do Franchisador e por ele testado, é um exemplo. Teoria do Principal e do Agente Principal Agente Franchisador – Empresa que concede, a terceiros, direitos de utilização da marca e exploração da mesma através da transferência da sua experiência e conhecimentos. Franchisado - Empresa que adquire o direito para abertura de uma unidade própria, bem como a experiência técnica acumulada e conhecimentos adquiridos que permitem um saber – fazer (Know-how). 41 Vantagens vs Desvantagens Franchisador z z z z Rapidez de expansão Aumento da rentabilidade Redução de custos operacionais Maior cobertura geográfica z z z Perda de sigilo A selecção inadequada Maiores custos de supervisão Franchisado z z z z z Plano de negócio testado z Autonomia parcial Exclusividade territorial z Taxas de franquia Maior probabilidade de sucesso z Restrições na cessão do sistema Economias de escala em publicidade Economias de gama 42 Actividades Principais do Processo Negocial Consulta Pesquisar informação no mercado APF – Associação Portuguesa da Franchising; IFA – Associação Internacional de Franchising z Identificar a modalidade à qual melhor se adapte/ mais garantias z Contacto z z Conhecer o interlocutor Apresentar propostas Confronto z Procurar negociar as cláusulas do contrato (Franchise, Royalties) Conciliação z z Procurar o melhor Package (Produto + Benefícios) Envolver especialistas em Franchising Conclusão z z Fechar o contrato entre Franchisado e Franchisador ou Master Franchise Concretizar o Direito de Entrada (franchise/initial fee) 43 Modelo Dual de Preocupações Resultado relacional Resultado substantivo importante Sim Não Sim Max – Max Não Min – Max Max – Min Min – Min Processo negocial do tipo MAX – MAX: ¾ Preocupação com ganhos para ambas as partes ¾ Preocupação com o relacionamento futuro 44 Negociação Integrativa z Fluxos de informação z Interdependência de resultados z Criação de Sinergias ( 1 + 1 = 3) No caso Galp Energia as Royalties são determinadas como percentagem das vendas totais z 45 A Cadeia de Valor Infra – estruturas da empresa Actividades primárias e de Gestão Recursos Humanos Serviço ao cliente Actividades de I&D Compras Actividade de Suporte Logística de entrada Gestão de Operações Marketing E Publicidade Logística de saída M em g ar Actividades de Suporte Logística de entrada – Bombagem de matérias para o armazém Gestão de Operações – Processos aos quais é submetido o Petróleo Bruto Marketing e Publicidade – Melhorar e transmitir os serviços ao cliente Logística de saída - Expedição de Produtos para Parques de Armazenagem 46 Galp Energia Lojas M24 – maior oferta de produtos e serviços a toda a hora Lojas Tangerina - bebidas, publicações e um inovador conceito de cafetaria Lavagem Galp » Jet Wash - são equipamentos operados em self-service » Lavagem Automática Pórticos - Lavagem automática através de um arco com escovas e jactos de água a alta pressão z Túneis de lavagem - Não necessita da intervenção do condutor para mover a viatura z 47 Considerações finais z O sistema de Franchising foi escalonado para fornecer uma fórmula capaz de fomentar um negócio com sucesso e com custos de instalação inferiores z O candidato escolhe a melhor opção, atendendo ao seu perfil z A formação especializada e contínua constotui uma oportunidade para administrar um negócio com garantias e Know-how da Galp Energia, z A Galp Energia analisa o potencial de acordo com a região, assegura o projecto de arquitectura, a construção, os equipamentos, o sistema de informação, as politicas comerciais e as acções de Marketing OBRIGADO 48 Negotiation Processes: O Caso do Grupo Sonae João Leitão UBI e Covilhã, Outubro de 2006 49 1. Princípios de negociação Negociação Descentralizada Unidade de Negócio EG N O CI Ó al fic cí os Indirectos pe es e s ns ço ais Be rvi ers se sv an tr Centralizada Grupo os a iç os gs rv iç rv is din se se sa ol e e ver bh ns ns ns su Be B e t r a as m gu Centralizada Subholding Directos Tipo de produto ou serviço 50 2. Visão Estrutural do Grupo Sonae Indústria Modelo Continente Sonae Imobiliária Sonaecom Sonae Capital Indirectos Bens e serviços transversais Bens e serviços transversais a algumas subholdings Tipo de Produto ou Serviço Bens e serviços transversais a algumas subholdings Bens e serviços específicos Bens e serviços específicos NEGÓCIO NEGÓCIO Bens e serviços específicos NEGÓCIO Bens e serviços específicos NEGÓCIO Bens e serviços específicos NEGÓCIO Directos 51 3. Estruturas de Negociação ~ Fóruns do Grupo Sonae Fórum de Negociação Finco GC (Fórum para assuntos de Informática e de Comunicações) ~ Grupos de trabalho intra-subholding ~ Áreas de Negociação das empresas 52 3.1. Ponto de Situação inicial • Negociação descentralizada nas várias sub-holdings • Elevada percentagem de compras fora de contrato • Elevado número de fornecedores por categoria • Workflow de aprovação manual • Pedidos de cotação e Ordens de encomendas enviadas por fax/eMail • Follow up de entregas via telefone • Inexistência de informação detalhada de compras 53 3.2. Objectivos a atingir • Alavancar o potencial de compra do Grupo Sonae na negociação com os fornecedores. • Centralizar a negociação numa entidade única - Fórum de Negociação • Uniformizar as condições comerciais, independentemente da empresa compradora e sua localização geográfica • Uniformizar os processos de compra nas diversas Sub-holdings • Disponibilizar ferramentas que permitam aos gestores de topo o controlo efectivo e em tempo real de consumos • Reduzir drasticamente o ciclo de aprovisionamento 54 3.3. Fórum de Negociação ~ O Fórum de Negociação é uma estrutura formal, constituído por um representante de cada sub-holding do Grupo Sonae, em que a Bizdirect participa assessorando em todas as etapas da negociação ~ O Fórum de Negociação dispõe de uma equipa de trabalho executiva, composta por um elemento de cada sub-holding e da Bizdirect, responsável pela negociação e acompanhamento de grupos de gamas de produtos Sonae Indústria Modelo Continente Sonae Imobiliária Sonaecom Sonae Capital Áreas de negociação e compras Áreas de negociação e compras Fórum de Negociação Equipa de trabalho executiva Áreas de negociação e compras Áreas de negociação e compras Áreas de negociação e compras ~ O Fórum de Negociação tem acesso a relatórios de gestão, que permitem suportar as decisões nas áreas de controlo de custos e processos de negociação, produzidos pela Bizdirect 55 3.3.1. Fórum de Negociação: Estrutura ~ Administração: Seleccionar as categorias a negociar Definir e acompanhar as estratégias de negociação Participar nas negociações mais complexas Nomear um elemento da Sub-holding, para a equipa de negociação ~ Equipa de negociação: Garantir a aplicação das decisões Analisar e propor as categorias a negociar Efectuar o levantamento de fornecedores e consumos por categoria Identificar novos fornecedores (externos ao Grupo Sonae) Identificar especialistas por categoria a colaborar nas negociações Negociar com fornecedores e racionalizar gamas de produtos Assumir a liderança e acompanhamento das categorias atribuídas Resolver questões operacionais na sua Sub-holding Definição de catálogos e fluxos de aprovação Reportar à Administração a evolução das negociações 56 3.3.1. Fórum de Negociação: Estrutura (cont.) ~ Bizdirect: Centralizar as condições negociadas Operacionalizar tecnicamente o projecto (integração com fornecedores) Colaborar nas negociações Gestão de catálogos (distintos mesmo dentro de cada Sub-holding) Alargar o projecto às empresas e respectiva formação de utilizadores Centralizar as relações com fornecedores Acompanhar a evolução da adopção e reporting no Fórum de Negociação Questionários de avaliação ~ Outras colaborações: Fórum Ambiente (requisitos ambientais ex: reciclados) Finco (Fórum de Informática e comunicações) Especialistas por categoria 57 3.3.2. Princípios e Itens considerados ~ Princípios: Não exclusão de fornecedores (todos os fornecedores do Grupo são igualmente considerados) Dois ou mais fornecedores por categoria (possibilita a melhoria das condições após contrato) Analisar exaustivamente todas as vertentes da negociação incluindo vertente logística (estrutura interna - ilhas) Agregar informação de consumos, de forma a saber o impacto de cada produto na negociação Sempre que possível realizar contratos com os fabricantes (ex: Big deal - HP) ~ Itens considerados: Condições comerciais Oferta - gama de produtos/serviços Qualidade de serviço Relação histórica com o Grupo Sonae Apostar em relações de longo prazo Custos de mudança Capacidade de entrega nacional 58 3.3.3. Fornecedores ~ Contrato: Condições comerciais Preços Rappel Prazos de pagamento Prazos de entrega Direitos e Obrigações Penalizações Duração ~ Visão de parceria: Cumprimento das responsabilidades assumidas (pagamentos) Definição de valores mínimos de encomenda Ajuda e enriquecimento dos catálogos Identificação e alertas de atrasos “ Minimizando os custos dos fornecedores, potenciamos a redução de preços ” 59 3.3.4. Carteira de Negociações ~ Já realizadas: Economato Consumíveis de informática Informações comerciais Equipamentos de escritório (fotocopiadores e faxes) Copa (Café; Águas; Vending) Transportes (Logística, Mudanças, Expresso) ~ Em curso: Equipamento de segurança Material eléctrico Desinfestação ~ Identificadas: Consultoria Merchandising Higiene e limpeza “ Minimizando os custos dos fornecedores, potenciamos a redução de preços ” 60 4. Resultados alcançados ~ Redução significativa do preço de aquisição de produtos ~ Redução de fornecedores e de gamas de produtos ~ Adesão generalizada das empresas ~ Projecto de âmbito nacional ~ Maior rapidez na aplicabilidade dos contratos ~ Redução do prazo médio de aprovação das requisições internas ~ Redução do prazo médio de pagamento ~ Reengenharia do processo de aprovisionamento, passando de um processo centralizado, para descentralizado com controlo ~ Informação de Gestão, relativa a consumos é fundamental no sucesso dos processos de renegociação 61