Psicologia
A gente se acostumou a usar o chavão “isso é psicológico” para muitas coisas, e realmente
sente que isso é algo que afeta profundamente nossa vida. Mas, não tem uma idéia muito
clara do que isso significa. Aquele significado que torna uma idéia útil para nós: posso não
saber exatamente o que é Matemática, mas sei que se trata de números e contas e onde
aplica-la no dia-a-dia e sei que preciso aprender algumas coisas de Matemática.
Mas, o que é e como afinal usar a idéia de Psicologia em nossas vidas do dia-a-dia?
O que acontece é que vivemos em uma sociedade materialista, que vive prestando atenção
na técnica e toda a complexa e longa educação a que somos submetidos, só trata do nosso
mundo circundante (o mundo “exterior” a nós) e das maneiras como modifica-lo, manipulalo... Qualquer colegial sabe mais Matemática que o Pitágoras, mais Física que Newton e
assim por diante, mas no que diz respeito ao nosso mundo interior... Estamos muito piores.
Não que não exista um conhecimento bom e válido sobre o nosso mundo interior, não que
não existam ferramentas para explorarmos e entendermos as nossas idéias e os nossos
sentimentos e todas essas coisas que acontecem com a gente.
O que acontece é que não incluem nada disso no currículo escolar, que é um currículo
voltado a formar transformadores do meio-ambiente e não liga muito para dar ferramentas
para que as pessoas sejam simplesmente felizes. Mas, isto está mudando aos poucos. Já
existem algumas matérias desse tipo nas escolas e, principalmente, as pessoas estão
sentindo necessidade desse tipo de conhecimento e estão indo buscar, por si mesmas, essas
informações.
Cuidar da cabeça é uma parte da higiene básica, não é? Afinal, “higiene” não é um conjunto
de procedimentos que a gente tem para melhorar a saúde e evitar a doença? Afinal, nossa
“cabeça” não é parte da gente também? Não precisamos escovar os dentes, lavar o rosto,
tomar banho, ter uma boa alimentação e essas coisas todas para termos saúde? E para ter
uma boa saúde não preciso também de ter sentimentos equilibrados? O que eu faço com os
sentimentos “sujeira”? E minhas idéias? Não preciso escova-las e mantê-las limpas e
asseadas? Como eu posso fazer essa higiene mental? O que é mais importante para eu ter
no meu ambiente? Que tipos de coisas eu preciso procurar e que tipo de coisas eu preciso
evitar? E quais são os sinais e sintomas de que eu não ando legal? Como saber direito
quando estou ficando “nóia”... “neura”...? Como identificar isso nos outros? O que fazer
quando não estou legal? Quem procuro? O que é isso de “psicoterapia”? Eu tenho um
problema físico, mas o médico me disse que é psicológico, o que eu faço? É só ir pescar?
Ter respostas adequadas a todas essas questões é básico para uma pessoa civilizada, assim
como ter noção da necessidade de escovar os dentes depois das refeições e lavar as mãos
antes de comer.
João Paulo Correia Lima
Psicólogo clínico – 4412-2416
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