IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG – campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO LEITEIRA Revisão de Literatura 1 2 LIMA, Eduardo Henrique Oliveira; NORONHA, Cássia Maria Silva; SOUSA, Edgar João Júnio¹. 1 Estudante do Curso Técnico em Agricultura e Zootecnia IFMG – campus Bambuí. 2 Professor Orientador – IFMG- Campus Bambuí 1. Resumo A produção de Leite de qualidade esta diretamente relacionada com o manejo e retirada do leite, por isto e importante ter procedimentos preventivos associados à contaminação do leite, são vária os fatores que afetam a qualidade do leite, que podem ir desde o ordenhador ao armazenamento inadequado, instalações, higiene pessoal, higiene da ordenha entre outros controles, o presente trabalho teve como objetivo averiguar quais as melhores formas de se obter um leite de qualidade e adotar novas praticas preventivas. Palavras-chave: Higienização, Qualidade, Sanidade Animal. 2. INTRODUÇÃO Os consumidores estão cada vez mais exigentes com a escolha dos produtos que irão consumir e com a sua saúde. A qualidade do leite produzido no Brasil ainda está muito aquém do tecnicamente recomendável, fazendo com que fique comprometida a inocuidade dos alimentos lácteos ofertados à população e também as possibilidades do Brasil se estabelecer como um forte competidor no mercado internacional. Existe potencial para competir no mercado externo, visto que os custos de produção no Brasil estão entre os mais baixos do mundo, mas a sanidade dos rebanhos e a qualidade intrínseca do leite poderão constituir-se em barreiras impostas pelos países importadores, caso não haja mudanças rápidas na cadeia como um todo (Embrapa, 2006). É muito importante o produtor ter conhecimento da necessidade de praticar e corrigir as práticas ocorridas dentro de sua propriedade rural para garantir um mínimo de qualidade do leite IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG – campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 3. Aspectos relacionados à Qualidade do Leite Para a Embrapa (2006) os produtores devem ter conhecimento sobre os seguintes aspectos relacionados a qualidade do leite: importância da qualidade, conhecimento da legislação (IN 51) e Perigos relacionados a qualidade do leite. Podemos afirmar que os principais microorganismos envolvidos com a contaminação do leite são as bactérias, sendo que vírus, fungos e leveduras têm uma participação reduzida, apesar de serem potencialmente importantes em algumas situações. 3.1 Instruções normativa 51 Uma leitura criteriosa dos regulamentos técnicos propostos pela instrução normativa revela que os fundamentos básicos são: • Sanidade animal manifesta por meio da exigência de ausência de zoonoses como a tuberculose e a brucelose nos rebanhos e pela obrigatoriedade de controle e prevenção da mastite sub clínica pela contagem de células somáticas (CCS) no leite. • Higiene durante todo o processo de ordenha e conservação do leite na propriedade, monitorada pela contagem bacteriana total (CBT) no leite de cada propriedade. • Refrigeração do leite imediatamente após a ordenha na propriedade rural, como estratégia básica de inibição do crescimento bacteriano no leite e monitorado também pela CBT. • Nutrição animal adequada, como forma de manter a saúde e o bem estar dos animais produtores, além de garantir a produção de leite com uma composição adequada para atender às demandas nutricionais da população consumidora. O monitoramento da qualidade do leite previsto na Instrução Normativa 51 envolve tanto as análises laboratoriais de rotina para fins de seleção e classificação do leite que chega à indústria nos caminhões tanque, assim como em novo conjunto de análises a partir de amostras mensais de leite coletadas em todas as propriedades. 3.2. Perigos que afetam a qualidade do leite 3.2.1Sanidade animal e zoonoses IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG – campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 O leite produzido nas glândulas mamárias é estéril, mas ao ser expelido através das tetas se contamina com um pequeno grupo de Microorganismos provenientes de canais excretores, que constituem parte do úbere. Entretanto, esses microorganismos não representam problemas significativos para o produto nem são nocivos ao ser humano. Somente quando a vaca está doente, há a passagem de microorganismos do sangue do animal para o leite. No caso de doenças ou infecção do úbere, mesmo o leite obtido higienicamente pode conter microorganismos patogênicos, ou seja, nocivos à saúde Embrapa (2006) .A mastite, definida como inflamação da glândula mamária, representa o maior desafio à exploração leiteira por se tratar de uma enfermidade de caráter multifatorial e de grande impacto econômico.. 3.3. Resíduos no leite Os resíduos de drogas veterinárias como antibióticos também podem contaminar o leite. Na maioria dos casos, seus efeitos sobre a saúde do ser humano, em longo prazo, não são conhecidos, mas podem, por exemplo, provocar fortes reações alérgicas em pessoas sensíveis. 3.4. Higiene Pessoal As pessoas que colhem, manipulam, armazenam, transportam, processam o leite são muitas vezes responsáveis por sua contaminação. O ordenhador pode ser um grande veículo de transmissão de microorganismos para o leite através de seu estado de saúde e de hábitos higiênicos e de trabalho incorretos Embrapa (2006). As mãos do ordenhador também podem atuar como contaminadores ou transportadores de micróbios de vaca a vaca, pelo que todo cuidado é pouco, principalmente quando estiver lidando com vacas suspeitas de terem mamite. 3.5.Contagem bacteriana total (CBT) Há vários métodos para avaliação da carga microbiana do leite na plataforma. O método mais tradicionalmente empregado é o da Contagem Bacteriana Total (CBT) ou Contagem Global, que, como o próprio nome sugere, é a contagem do número de colônias presentes numa dada amostra de leite – previamente incubada a 32 graus durante 48 horas. Raramente uma alta CBT é decorrente de problemas de mastite na propriedade, salvo IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG – campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 algumas exceções, quando há alta incidência de mastite causada por Streptococcus agalactiae, ou mesmo em surtos de Streptococcus uberis ou Escherichia coli. 4. Controle na limpeza do setor de ordenha e dos equipamentos Deve-se manter o setor de ordenha e os equipamentos em um estado de conservação adequado para facilitar todos os procedimentos de sanitização, A limpeza do local de ordenha pode ser realizada pelo uso separado ou combinado de métodos físicos como calor, esfregado, fluxo turbulento, limpeza a vácuo ou outros métodos sem o uso da água, e métodos químicos que utilizem detergentes álcalis ou ácidos. Em geral, limpeza e sanitização, quando necessária, envolvem: 1. Limpeza a seco 2. Pré-enxague ( rápido) 3. Aplicação de detergente (pode incluir esfregado) 4. Pós-enxague 5. Aplicação de sanitizante Na limpeza a seco é usada uma vassoura, ou uma escova para varrer as partículas e sujidades das superfícies. Às vezes, os processadores usam água e rodo para empurrar as partículas. 4.1 Controle no resfriamento do leite A refrigeração na propriedade leiteira não elimina microorganismos, apenas diminui sua velocidade de multiplicação. Com relação à taxa de multiplicação bacteriana, esta está intimamente relacionada com a temperatura de armazenamento do leite. Recomenda-se que a temperatura de armazenamento seja de no máximo 4 graus, dentro de duas horas após o término da ordenha, e menor que 10 graus, durante a adição de leite da ordenha consecutiva. Deve-se destacar a importância do correto funcionamento e dimensionamento do sistema de frio. 5. Resultado e Discussão/ Desenvolvimento IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG – campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 De acordo com Embrapa (2006) Atualmente existem vários métodos que podem ser usados para prevenir a deterioração do leite e produtos lácteos por bactéria psicrotróficas, porém a higiene e temperaturas de estocagem adequada em toda a cadeia produtiva são os mais importantes. Os problemas resultantes do crescimento de bactérias psicrotróficas no leite cru são prevenidos primariamente pela redução dos níveis de contaminação por meio de higiene adequada na ordenha e limpeza e sanificação adequada de equipamentos de ordenha e do tanque de refrigeração; pelo rápido resfriamento do leite imediatamente após a ordenha e manutenção da temperatura baixa até o momento do processamento térmico e pela estocagem do leite refrigerado por um tempo não muito longo. 6. Conclusão Com as medidas para melhoria da qualidade do leite adotadas na propriedade, pode se dizer que a porcentagem de contaminação no leite será muito menor podendo assim dizer que a melhoria da qualidade do leite está ligada à revisão de procedimentos adotados diariamente na propriedade. É muito importante, o produtor se conscientizarem da necessidade da adoção das boas práticas agrícolas para sua melhor produção. 7. Referências DA SILVA, CARLOS ARTHUR BARBOSA & FERNANDES, ALINE REGINA. Projetos de empreendimentos agroindustriais: produtos de origem animal. Viçosa, MG: UFV, 2003 DÜRR, JOÃO.WALTER. Estratégias para a melhoria da qualidade do leite. In: Carvalho, Limirio Almeida de; Zoccal, Rosângela; Martins, Paulo Carmo do; Arcuri, Pedro Braga & Moreira, Marne Sidney Paula de.Tecnologia e gestão na atividade leiteira. Juiz de Fora, MG: Editora Embrapa, 2005. p. 89-97. . RASZL, SIMONE MORAES; ORE, NANCY DIANA BEJARANO; CUELLAR, JUAN A & ALMEIDA, CLAUDIO R. HACCP: Instrumento essencial para a inocuidade de alimentos. Buenos Aires, Argentina: OPAS/INPPAZ, 2001. MENDES;MARCELO HENRUQUE ATTA FIGUEIRA; Produção higiênica do leite: Boas Práticas Agrícolas. UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU": Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal,Brasília 2006