UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA LEITEIRA Fernando Uhlmann Soares Orientador: Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau GOIÂNIA 2012 ii FERNANDO UHLMANN SOARES ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA LEITEIRA Seminário apresentado à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de PósGraduação Doutorado, em da Ciência Escola de Animal, nível Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Área de Concentração: Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos Orientador: Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau - UFG Comitê de Orientação: Prof. Dr.ª Priscila Alonso dos Santos - IF GOIANO GOIÂNIA 2012 iii SUMÁRIO SUMÁRIO........................................................................................................... iii 1 LEITE: CARACTERIZAÇÃO ........................................................................... 1 1.1 A História do Leite ........................................................................................ 1 1.2 A Importância Nutricional do Leite................................................................ 3 1.3 Instruções Normativas e Qualidade do Leite. ............................................... 6 1.4 O Processo de Pasteurização ...................................................................... 8 2 CADEIA PRODUTIVA LEITEIRA .................................................................. 12 2.1 A Cadeia Produtiva Leiteira no Brasil ......................................................... 12 2.2 A Cadeia Produtiva Leiteira no Estado de Goiás ....................................... 15 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 22 4 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 23 iv LISTA DE ABREVIATURAS APL Arranjo Produtivo Local CBT Contagem Bacteriana Total CCS Contagem de Células Somáticas EPI Equipamentos de Proteção Individual FAEG Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás FAEG Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LP Leite Pasteurizado LV Longa Vida MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MERCOSUL Mercado Comum do Sul PPHO Procedimentos Padronizados de Higiene Operacional RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal TI Tecnologia da Informação UHT Ultra High Temperature 1 LEITE: CARACTERIZAÇÃO 1.1 A História do Leite A história do leite teve início 20 mil anos a.C a partir do primeiro contato humano com o mesmo. Somente por volta de 3 mil anos a.C. é que passa a ser usado como alimento até se confirmar como gênero essencial. Desenhos rupestres testemunham a aproximação do homo sapiens com o leite que teria ocorrido provavelmente com as cabras. A primeira ordenha data de 10 mil anos a.C., sendo que pode ter ocorrido na Mesopotâmia ou na Ásia. A partir de 3100 a.C. acontece o primeiro registro histórico e concreto da utilização do leite como alimento. Em uma peça, encontrada em Tell Ubaid no Iraque, conhecida como “friso dos ordenhadores” pode ser constatada não só a ordenha, mas também a filtragem do leite (CTENAS, 2000). Somam-se a esses outros relatos sobre os usos do leite dado pelas civilizações ao longo dos anos, tais como os preparos de pão pelos gregos e de queijo pelos etruscos, além da conotação religiosa pelos egípcios e dos famosos banhos de leite com os quais a rainha Cleópatra manteria a beleza. A Figura 1 retrata esse histórico na linha do tempo sobre o leite. Figura 1: A História do Leite (a.C.). (Elaborado pelo autor). 2 A partir da queda do império romano ocidental, por volta de 200 anos d.C., a produção de gêneros agrícolas tinha pouca relevância comercial. O leite servia ao consumo caseiro, mas nunca era consumido fora do local de produção em virtude das péssimas condições de higiene. Relata inclusive que coube aos mosteiros a manutenção e o aprimoramento das técnicas de criação de gado leiteiro, bem como a manufatura de queijos (CTENAS, 2000). Com a intensificação da atividade comercial, a partir do século XII os queijos curados passam a ter valor comercial importante e em 1267 são produzidos os primeiros fruitieres que são os antepassados das cooperativas de laticínios, na região de Doubs, na França. Durante as grandes navegações do século XVI, bovinos, cabras e ovelhas serviam para fornecer carne e leite, e o queijo era parte dos suprimentos regulares das embarcações. Por volta de 1650 enquanto as classes mais abastadas preferiam o café puro, a mistura de café com leite era popular. Durante o século XVII o leite teve importante papel nas preparações culinárias na alimentação da maior parte da população que era camponesa. Já na segunda metade do século XIX surgem os primeiros moldes modernos dos empreendimentos de laticínios, propiciados pela expansão territorial estadunidense a partir da criação de gado nas terras baratas na região oeste para alimentar a população em crescimento das cidades do leste. Com o passar do tempo e os avanços da Revolução Industrial foram criados novos instrumentos e processos na indústria de processamento do leite. O processo da pasteurização, um dos mais conhecidos, foi criado em 1864 por Louis Pasteur e, posteriormente, foi sugerido pelo químico microbiologista alemão Franz von Soxhlet para ser utilizado no leite em 1886. Estas inovações forneceram ao leite um aspecto mais saudável, tempo de conservação mais previsível e processamento mais higiênico. Na Figura 2 pode-se observar o período depois de Cristo pelo qual a história do leite transcorre. 3 Figura 2: A História do Leite (d.C.). (Elaborada pelo autor). 1.2 A Importância Nutricional do Leite. O leite cumpre como principal função a nutrição humana e animal dos bebês e filhotes até que eles sejam capazes de digerir outros alimentos. Protege, também, o trato gastrointestinal das crias contra antígenos, toxinas e inflamações e contribui para a saúde metabólica ao regular os processos de obtenção de energia e, em especial, o metabolismo da glicose e da insulina (GERMAN, 2004). Trata-se do único fluido que as crias dos mamíferos ou, no caso dos humanos o bebê de peito, ingerem até o desmame. Salienta que o leite dos animais domesticados como, principalmente, o de vaca, mas também de ovelha, cabra, égua, camela e outros, forma parte da alimentação humana adulta na maioria das civilizações. Nesse sentido, observa que o homem é o único animal que continua a tomar leite após atingir a idade adulta. Além da importante fonte de alimentação no início da vida, o leite é base de laticínios como a manteiga, o queijo e o iogurte. Além disso, o uso dos derivados do leite é muito frequente nas indústrias alimentícias, químicas e farmacêuticas para fabricação de produtos como o leite condensado, leite em pó, soro de leite, caseína ou lactose. 4 Para o Centro Integrado de Monitoramento da Qualidade dos Alimentos (CQUALI, 2008), o leite é possuidor de alto valor nutritivo e um alimento complexo constituído de água, carboidratos (basicamente lactose), gorduras, proteínas (principalmente caseína), minerais e vitaminas em diferentes estados de dispersão. Apesar de ser considerado um alimento completo, não possui quantidade de ferro e vitamina D suficiente para atender as exigências de uma nutrição completa. No Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), leite é o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. Assim, fatores como: espécie, raça, indivíduo, idade da vaca, estágio da lactação, alimentação, estações do ano, estado de saúde da vaca, dentre outros, afetam a composição do leite (BRASIL, 2012). Dentre os principais componentes do leito bovino, Figura 3, a água é o que existe em maior quantidade e onde estão dissolvidos, suspensos ou emulsionados os demais componentes. As proteínas são os componentes mais importantes. Classificadas em caseínas e proteínas do soro, conferem ao leite sua cor esbranquiçada opaca e, no caso da caseína, a importância industrial está na fabricação de queijos e leite em pó. Figura 3: Constituição do Leite (Elaborado pelo autor). Fonte: semlactose.com Quanto à gordura, o leite de vaca possui em média 35g de gordura/litro e quando em repouso permite a ascensão de uma camada de gordura ou nata. A lactose é o carboidrato do leite, responsável pelo seu sabor adocicado e o substrato para fermentação. É aproveitada no setor de laticínios para obtenção de subprodutos como: iogurte, queijos, requeijões e outros. 5 Ainda, o leite é uma importante fonte de vitaminas A, D, E e K. Também são encontradas no leite as vitaminas hidrossolúveis como: B1, B2, B6, B12, ácido pantotênico e niacina. Quanto aos sais minerais, o leite possui os essenciais à dieta humana e concentra em maior quantidade os fosfatos, citratos, carbonato de sódio, cálcio, potássio e magnésio (CQUALI, 2008). A importância nutricional do leite também pode ser verificada quando da sua distribuição entre os grupos da pirâmide alimentar. Nela, dividem-se os alimentos entre: energéticos, reguladores, construtores e energéticos extras. A Figura 4 mostra a quantidade de consumo para cada um deles. Figura 4: Pirâmide Alimentar Fonte: noticias.uol.com.br A base da pirâmide alimentar é composta pelos alimentos energéticos – pães, massas, cereais e arroz – que são importantes fontes de carboidratos e garantem energia para todas as atividades. No segundo nível da pirâmide estão os alimentos reguladores – frutas, verduras e legumes – fontes de vitaminas, minerais e fibras. São ricos em nutrientes que participam da manutenção do nosso organismo, bem como regulando as funções vitais de vários órgãos. 6 O terceiro nível, o dos construtores, possui alimentos ricos em proteínas e minerais (como o cálcio, fósforo, ferro, etc.) importantes para a constituição do organismo. Nele estão alimentos como leite (e seus derivados), peixes, carnes, frango e ovos; feijões, ervilhas e nozes. No topo da pirâmide as gorduras, óleos e doces podem servir como fonte de energia, mas não são a primeira opção do organismo podendo levar ao acúmulo desses nutrientes. 1.3 Instruções Normativas e Qualidade do Leite. Em 1º de janeiro de 2012 entrou em vigor a Instrução Normativa (IN) nº 62 que altera as normas de produção de leite. Até então, o setor produtivo utilizava a IN51/2002 como instrumento para adequação das normas de produção e qualidade de leite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2012). Assuntos como a supressão dos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos leites tipos “B” e “C”, o complemento ao controle sanitário de brucelose e tuberculose e, a obrigatoriedade da realização de análise para pesquisa de resíduos de inibidores e antibióticos no leite, foram inseridos no texto da IN62. Ainda, a legislação prevê novos parâmetros para Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS), refletindo negociações entre governo e setor produtivo. Com a atualização, os índices de CBT e CCS passam a ter como limite máximo dos antigos 750 mil/ml para os 600 mil/ml. Os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste precisam cumprir a determinação de imediato e os do Norte e Nordeste do país cumprem a mesma exigência a partir de janeiro de 2013. A edição da norma passa a escalonar os prazos e limites para a redução de CBT e CCS até o ano de 2016, chegando a 100 mil/ml e 400 mil/ml, respectivamente. Entende-se por CCS, o conjunto de células de origem do sangue (linfócitos, macrófagos e neutrófilos) e células epiteliais de descamação da própria glândula mamária presente no leite. Essas células podem ser usadas para distinguir uma glândula mamária infectada de uma sadia, pois são um indicativo da ocorrência de inflamação intramamária. A CCS tem sido considerada medida padrão de qualidade por estar relacionada com a composição, rendimento industrial e segurança alimentar do leite. Ainda, possui alta relevância para os produtores, pois indica o estado sanitário das 7 glândulas mamárias das vacas e pode sinalizar para perdas de produção e alterações da qualidade do leite (apud BUENO, 2005). A qualidade do leite cru pode ser influenciada por fatores produtivos como: sanidade, manejo, alimentação, genética dos rebanhos e; os relacionados à obtenção: resfriamento e armazenagem do leite. Dentre estes, a infecção da glândula mamária constitui uma das causas que desempenham maior influência negativa sobre a qualidade e quantidade do leite, resultando no aumento na contagem de células somáticas (apud ANDRADE, 2009). Já a Contagem Bacteriana Total (CBT) é o parâmetro utilizado para a qualidade microbiológica que pode ser definida como a estimativa da contaminação do leite por microorganismos. Está diretamente relacionada com a saúde da glândula mamária do rebanho e as condições gerais de manejo e higiene adotados na propriedade rural. Para Brito (2002), a CBT do leite cru é o teste empregado para avaliação da qualidade microbiológica do leite. O resultado fornece indicação dos cuidados de higiene empregados na obtenção e no manuseio do leite na propriedade. Altas contagens indicam falhas na limpeza dos equipamentos, na higiene da ordenha e/ou problemas na refrigeração do leite. Os principais microrganismos que contaminam o leite são as bactérias. Os vírus, fungos e leveduras têm participação reduzida, embora sejam importantes em determinadas situações. Conhecer a qualidade do leite é muito importante para as indústrias e produtores. Assim, as análises dos testes de avaliação dessa matériaprima visam a garantia de produtos com o menor risco possível para a população. Alguns critérios referentes à composição do leite definem a sua qualidade: constituição físico-química representada pelas partes úmida e sólida; a gordura; água e; densidade. Em relação à condição higiênico-sanitária, algumas análises são obrigatórias, tais como: a acidez, prova do álcool-alizarol, prova de redutase do azul de metileno e outras, como a contagem total de bactérias (VIEIRA, 2005). Ainda, dentre os fatores que afetam a qualidade do leite: a raça, alimentação e ordenha do rebanho; manejo do bezerro; local e ordem da ordenha e; cuidados com o animal. Ainda, o leite colostro; a saúde, os equipamentos e a capacitação do ordenhador; os utensílios e, principalmente, a própria ordenha que é geralmente onde o leite é contaminado. Para atender às demandas futuras sobre qualidade do leite, o governo instituiu um grupo de trabalho que está acompanhando o desenvolvimento do 8 Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite. O texto atualizou as exigências da IN nº 51/2002, que direcionou a proposta do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite surgido em 1996 na EMBRAPA Gado de Leite em Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais. Além do Plano Nacional, o MAPA e a EMBRAPA Gado de Leite firmaram parceria com o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), com os serviços nacionais de aprendizagem Rural (SENAR) e Industrial (SENAI) para implementar o Programa Alimentos Seguros focado na cadeia produtiva leiteira (PAS Leite). O programa visa oferecer condições adequadas para que os produtores e os laticínios atendam aos requisitos do mercado e da legislação nacional, contidas na Instrução Normativa nº 62/2011 do MAPA. 1.4 O Processo de Pasteurização De acordo Arroio (2006), Louis Pasteur e suas pesquisas deram início à chamada microbiologia. Nascido em 27 de dezembro de 1822, em Dole na região de Jura na França, o cientista propunha estudar e identificar cada micróbio responsável por infecções a fim de desenvolverem-se métodos e técnicas de combate ao agente infeccioso. Ao investigar com o uso de microscópios que os vinhos e cervejas azedavam em decorrência da levedura, solucionou esse problema ao identificar que o vinho deveria ser aquecido a 55ºC por alguns minutos para destruição de microorganismos. Com a nova descoberta ficou constatado que existe ação de microorganismos tanto no processo de fermentação, quanto no de decomposição. Assim, o processo descrito para combater microorganismos originou a atual técnica de pasteurização dos alimentos. Na Instrução Normativa nº 51 de 2002, o MAPA elaborou e colocou à disposição dos setores interessados o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado. O objetivo da IN51 foi de fixar a identidade e os requisitos mínimos de qualidade para o Leite Pasteurizado (LP), sendo permitida a produção de outros tipos de leite pasteurizado desde que definidos em regulamentos técnicos de identidade e qualidade específicos. 9 Para tanto, define o LP como sendo o leite fluido elaborado a partir do Leite Cru Refrigerado na propriedade rural, que apresente as especificações de produção, de coleta e de qualidade dessa matéria-prima contidas em Regulamento Técnico próprio e que tenha sido transportado a granel até o estabelecimento processador. No caso do processamento do Leite Longa Vida (LV), o leite passa antes pela homogeneização que evita a separação da gordura ou a formação da nata. Em seguida, o produto sofre a ultrapasteurização na qual tem sua temperatura elevada entre 140ºC e 150ºC por 2 a 4 segundos em fluxo contínuo e imediato. O resfriamento ocorre a uma temperatura inferior a 32ºC. Também conhecido como Leite UHT (Ultra High Temperature), o superaquecimento serve para eliminar todas as bactérias, tanto patogênicas quanto as saprófitas. Quanto aos colaboradores das unidades de produção, os mesmos devem utilizar rigorosamente seus Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e os equipamentos são esterilizados, bem como as salas de processamento isoladas para evitar contaminação. A Figura 5 exemplifica o processo de homogeneização do leite. O leite é forçado a passar por orifícios muito estreitos, sob alta pressão. Ele provoca a redução do tamanho dos glóbulos de gordura aumentando a estabilidade do leite e oferecendo a facilidade da digestão do lipídio pelo organismo humano. Figura 5: Processo de homogeneização do leite. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br Em relação ao leite pasteurizado, o Regulamento Técnico prevê que o produto deve ser classificado quanto ao teor de gordura como: integral, padronizado a 3%m/m (três por cento massa/massa), semidesnatado ou desnatado. Ainda, quando destinado ao consumo humano direto na forma fluida, deve ser submetido a tratamento térmico na faixa de temperatura de 72 a 75ºC durante 15 a 20 segundos em equipamento de pasteurização a placas e seguido de resfriamento imediato em aparelhagem a placas até temperatura igual ou inferior a 4ºC e envase em circuito fechado no menor prazo possível, sob condições que minimizem contaminações. 10 Conforme a Figura 6, o objetivo da pasteurização do leite é levá-lo ao aquecimento rápido e suficiente para eliminar bactérias patogênicas e diminuir a níveis aceitáveis as bactérias saprófitas ou alterantes. Em seguida, o resfriamento imediato impede a perda das qualidades e a proliferação das bactérias saprófitas ou alteradoras não eliminadas na pasteurização. Figura 6: Processo de pasteurização do leite. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br A Figura 7 mostra algumas diferenças entre os LP e LV. Figura 7: Diferenças entre os leites Pasteurizado e Longa Vida. Fonte: www.comevap.com.br 11 O RIISPOA aceita outros binômios para o tratamento térmico descrito do LP, equivalentes ao da pasteurização rápida clássica e de acordo com as indicações tecnológicas pertinentes, visando à destinação do leite para elaborar derivados. Em relação aos equipamentos de pasteurização, os mesmos devem cumprir com os requisitos ditados por aquele ou outro Regulamento Técnico Específico. O envase deve ser realizado em circuito fechado, no menor tempo possível e sob condições que minimizem contaminações. O acondicionamento deve ser realizado com materiais adequados que garantam a hermeticidade da embalagem e proteção apropriada contra a contaminação. Quanto à matéria-prima, deve satisfazer às especificações de qualidade estabelecidas pela legislação referente à produção de Leite Pasteurizado, excetuando-se a refrigeração do leite e o seu transporte a granel, quando o leite puder ser entregue em latões ou tarros e em temperatura ambiente ao estabelecimento processador no máximo 2 horas após o término da ordenha. O texto classifica o leite pasteurizado de acordo com o conteúdo de matéria gorda nos seguintes tipos: Leite Pasteurizado Integral; Leite Pasteurizado Padronizado; Leite Pasteurizado Semidesnatado; Leite Pasteurizado Desnatado. A utilização de aditivos e coadjuvantes de tecnologia/elaboração não é permitida. Os contaminantes orgânicos e inorgânicos presentes não devem superar os limites estabelecidos pela legislação específica. No quesito higiene, todos os equipamentos após a utilização devem ser cuidadosamente lavados e sanitizados, de acordo com Procedimentos Padronizados de Higiene Operacional (PPHO) e os procedimentos devem ser registrados. Em se tratando critérios macroscópicos e microscópicos se torna imprescindível a ausência de qualquer tipo de impurezas ou elementos estranhos. Para pesos e medidas deve ser aplicada legislação específica. Também, para a rotulagem em que o produto deve ser rotulado segundo o tipo correspondente e classificado anteriormente. O Leite Pasteurizado deve ser conduzido sob temperatura máxima de 4°C. O acondicionamento deve ser adequado e o produto distribuído utilizando-se veículos com carroçarias providas de isolamento térmico e unidade frigorífica de modo que cheguem aos pontos de venda com temperatura não superior a 7°C. Por fim, os métodos de análises recomendados estão indicados no Regulamento Técnico, mas podem ser utilizados outros métodos de controle operacional, mantida relação aos métodos de referência. Para as amostragens devem ser seguidos os procedimentos recomendados na norma FIL 50 C: 1995. 12 2 CADEIA PRODUTIVA LEITEIRA 2.1 A Cadeia Produtiva Leiteira no Brasil Conforme o sítio da Associação Brasileira dos Produtores de Leite a pecuária leiteira do Brasil nasceu em 1532 quando a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza trouxe da Europa para a então colônia portuguesa, precisamente para a vila de São Vicente, no litoral paulista, os primeiros bois e vacas. Nesses quase cinco séculos de existência a atividade caminhou morosamente sem grandes evoluções tecnológicas (LEITE BRASIL, 2010). A partir de 1950 e coincidindo com o surto da industrialização do país, a pecuária leiteira entra na sua fase moderna, mas mesmo assim o progresso continuou muito tímido e não foi verificado nenhum aspecto estrondoso que mudasse de forma radical a situação existente. No final da década de 60 o leite tipo B ganha expressão nacional e o rumo da produção leiteira começa a se alterar. Entretanto, o salto mais qualitativo da pecuária leiteira aconteceu somente por volta de 1980 quando o setor exibiu um dinamismo sem precedentes que possibilitou afirmar que os progressos que teve em apenas duas décadas foram maiores que o dos últimos 500 anos. Conforme o Centro de Inteligência do Leite, a partir de 1991 a atividade láctea no Brasil iniciou um processo de intensa transformação. Isto resultou na introdução dos conceitos de logística integrada e na reestruturação de todos os elos da cadeia produtiva. A busca por competitividade em um mercado aberto e com preços livres possibilitou que a produtividade fosse o principal fator a explicar o crescimento da produção, ao contrário do passado em que o aumento de produção se dava pelo aumento do rebanho (CILEITE, 2009). A produção de leite está distribuída por todo o país e a heterogeneidade do processo produtivo é marcante. Os produtores especializados investem em tecnologia e diferenciam seu produto recebendo mais pelo volume produzido e pela qualidade alcançada (CARVALHO e OLIVEIRA, 2006). A Figura 8 mostra os Estados da Federação Brasileira na qual os produtores com perfil tecnocientífico de produção se concentram. Portanto, as bacias leiteiras tradicionais nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná são aquelas nas quais verifica-se essa convergência. 13 Figura 8: Mapa das principais bacias leiteiras no Brasil. Fonte: Elaborado pelo autor. Verifica-se no âmbito da cadeia produtiva nacional do leite uma modificação da distribuição espacial do rebanho bovino em direção à região norte do país. Cita que no caso do sudeste, São Paulo apresentou maior queda do rebanho devido, principalmente, à expansão da área cultivada com cana-de-açúcar sobre as pastagens (CARVALHO e OLIVEIRA, 2006). Os autores complementam informando que houve queda do rebanho leiteiro também em outros estados, com destaque para Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Ainda, ressaltam que o crescimento da avicultura e suinocultura e a expansão da área cultivada com grãos explicam parte dessa redução. A indústria de laticínios brasileira é composta de empresas multinacionais, cooperativas e empresas nacionais, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais de leite, mas com baixa produtividade devido à utilização de vacas de raças impróprias para a produção de leite e pela não utilização de confinamento (Ribeiro, 1999). Na Figura 9, tem-se a classificação dos 12 maiores laticínios do país em captação de leite (em milhões de litros), bem como produção e variância. Figura 9: Maiores laticínios Fonte: Leite Brasil, CNA/Dcon, OCB/CBCL e Embrapa Gado de Leite 14 Assim, a baixa produtividade do leite no país é explicada pelo uso inadequado da tecnologia nas fazendas, da higiene e sanitização dos animais e do local das ordenhas. O investimento em controle genético, programas especiais de plantio de pastagens e controle sanitário são formas para se reverter essa situação e aumentar a produtividade leiteira no país. O comércio internacional, em especial com o Mercosul, estimula as empresas a se modernizarem e se integrarem para obter qualidade em seu processo e produtos. O trinômio qualidade, custo e diversificação de produtos que existe no âmbito internacional, obrigam muitas empresas a buscarem fusões ou parcerias para reduzir as desvantagens. Mesmo assim, fica evidente na Figura 10 o declínio sofrido pelas exportações brasileiras de lácteos em volume (kg). Figura 10: Exportações brasileiras de leite. Elaboração: MilkPoint Fonte: MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)/Sistema Alice. No caso da modernização da pecuária leiteira, os grandes pecuaristas pressionam as cooperativas para a adoção de novas tecnologias usadas por aqueles a fim de valorizar o produto final. A coleta a granel representa esse esforço, embora não tenha sido totalmente implantada no país. Nesse sentido, observa-se a manifestação de uma reação em cadeia em todo o setor lácteo. Ao serem pressionadas, as cooperativas incentivam seus produtores a investir em tecnologia e, assim, preparam projetos para financiar a compra de resfriadores e demais equipamentos, além de treinam seus produtores (RIBEIRO, 1999). O conhecimento da estrutura e da distribuição espacial da pecuária leiteira é de grande relevância para definição de políticas de infra-estrutura, transporte e logística, além de subsidiar estudos de viabilidade de projetos de desenvolvimento regional e setorial (CLEMENTE E HESPANHOL, 2009). 15 Dessa forma, o estudo da dinâmica da produção de leite de forma regionalizada visa proporcionar aos produtores mecanismos que atendam aos preceitos legais da cadeia produtiva. Os autores analisam o leite como uma boa alternativa para o pequeno produtor, pois esse pode ser explorado em pequenas áreas e com baixo risco comercial. Ainda, o risco tecnológico nos sistemas a pasto é reduzido, o fluxo de caixa mensal é atraente e há emprego da mão-de-obra familiar. Sobretudo e atentos às mudanças nas normas de qualidade de leite, os produtores devem se enquadrar na Instrução Normativa nº 62 do Mapa que versa sobre os critérios para leite cru refrigerado. Como forma de alcançar melhoria na qualidade do produto final a partir de cuidados na sanidade do rebanho, higiene da produção e coleta do leite. 2.2 A Cadeia Produtiva Leiteira no Estado de Goiás Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás já apresentou os maiores percentuais de evolução da produtividade e da produção leiteira. Durante o período de 1998 a 2003 o setor obteve um crescimento da produção na ordem de 27%, bem superior à nacional que foi de 19% (IBGE, 2010). Em 2003, Goiás produziu 2,5 bilhões de litros de leite, aproximadamente 11% da produção nacional, números que fizeram do Estado a 2ª maior Bacia Láctea do país. Nesse período a produção de leite por microrregião apresentou crescimento entre 2001 e 2003, sendo constatado que a microrregião com maior representatividade foi a do Meia Ponte, com 14,3%, seguida do Sudoeste Goiano com 11,8%. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) no Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Goiás, o pesquisador Sebastião Teixeira Gomes analisa o quadro mais contemporâneo utilizando-se da divisão por microrregiões geográficas (FAEG, 2009). O diagnóstico contempla inicialmente que as microrregiões do Sudoeste Goiano e Meia ponte continuam sendo as mais expressivas em termos de produção leiteira no estado goiano. A seguir, o mapa elaborado contém a divisão de cada uma das microrregiões analisadas pelo pesquisador da FAEG. 16 Fonte: Elaborado pelo autor. 17 No entanto, já nos anos seguintes o estado goiano vem declinando na posição nacional ao diminuir a produção de litros de leite. De acordo com o IBGE (2010), em 2007 o estado fica com a 4ª colocação entre os estados da federação ao participar com 10,10% do tal de leite produzido no país. Já para o ano de 2008, há uma tímida recuperação que se torna responsável por 10,42% da produção de leite brasileira e acaba ficando em 3º lugar. Em relação aos Estados da região Centro-Oeste do país, Goiás se mantém na liderança. Na Figura 11, o gráfico da esquerda representa o percentual efetivo de vacas ordenhadas nos Estados da região em questão. No gráfico da direita continua evidente superioridade de Goiás, agora em relação a quantidade de leite produzido. Todos os dados da figura são referentes ao ano de 2010. Figura 11: Gráficos da cadeia leiteira do centro-oeste Fonte: IBGE, 2012 Conforme a Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás (SEPLAN, 2010), a mesma faz parte da Rede Goiana de Arranjos Produtivos Locais (APLs), de acordo com o estabelecido no decreto Nº 5.990, de 12 de agosto de 2004. Define, assim, Arranjo Produtivo Local como sendo a aglomeração de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo espaço territorial, que apresentam, de maneira real ou potencial, vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem para a inovação tecnológica. No que tange a cadeia produtiva leiteira e demais forças produtivas o objetivo da Rede Goiana de APLs é o desenvolvimento de esforços e ações integradas para o fortalecimento dos arranjos produtivos locais, com incentivo ao associativismo e cooperativismo. Esta rede busca atuação ativa com o objetivo de detectar, avaliar e estimular todas as iniciativas econômicas capazes de promover o desenvolvimento social e econômico do Estado que resultem na geração de emprego e renda para a população e redução das desigualdades regionais. No mapa a seguir pode ser verificada a distribuição de todos os APLs. 18 Fonte: Elaborado pelo autor. 19 De acordo com o mapa elaborado, no Estado de Goiás existem três regiões contempladas com os APLs do setor lácteo. O primeiro deles, já implementado, é o APL Lácteo do Entorno Norte do Distrito Federal. Os outros dois, em fase de implantação das ações delineadas nas oficinas de planejamento estratégico, são o APL Lácteo da Região Norte de Goiás e o APL Lácteo Microrregião de São Luís de Montes Belos. Como focos tecnológicos a serem desenvolvidos em cada um deles propõem-se: a formação e qualificação dos produtores e da mão-de-obra; melhoria da qualidade do leite e dos produtos lácteos; uso da Tecnologia da Informação (TI) nos negócios e transferência de tecnologia. Ainda, busca atuar na melhoria genética e adotar boas práticas de produção e gestão de negócios. Entretanto, nota-se que nenhuma dessas APLs está direcionada às principais regiões de produção de leite que seriam as microrregiões do Sudoeste Goiano e Meia Ponte nos quais está havendo um processo de entrada da monocultura de cana-de-açúcar. Utilizando-se técnicas de geoprocessamento, os mapas a seguir traduzem a importância de se investir em novas regiões para atividade leiteira como no caso das APLs, mas também de voltar a atenção para as antigas microrregiões produtoras. No caso dos mapas de vacas ordenhadas por microrregiões observa-se, nas microrregiões do Sudoeste Goiano e Meia Ponte, para os anos de 2008 e 2010, pouco aumento nesse número, haja vista o número de municípios que alteraram sua condição. Por meio da espacialização dos dados, verifica-se nos mapas que apenas o município de Jataí no Sudoeste Goiano passou por mudança significativa da sua antiga situação tendo, portanto, aumentado o seu rebanho de vacas ordenhadas. Em relação aos mapas de produção de leite para as mesmas microrregiões e anos, observa-se que o município de Jataí teve aumento significativo na sua produção de leite no período de 2008 para 2010. De outro lado, Serranópolis e Aporé tiveram perdas de produção na mesma microrregião do Sudoeste Goiano. Em relação à microrregião Meia Ponte, o destaque em termos de crescimento de produção fica com o município de Morrinhos. Já, Piracanjuba se manteve no mesmo patamar de crescimento sendo a principal cidade em produção da referida microrregião. 20 Fonte: Elaborado pelo autor. 21 Fonte: Elaborado pelo autor. 22 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista a importância do leite enquanto produto alimentício para todas as sociedades, é necessário um melhor acompanhamento das atividades produtivas no Brasil e, principalmente, no Estado de Goiás. A perda de produtividade leiteira do estado goiano ao longo dos anos reflete a carência de políticas públicas para o setor. Nesse sentido, verifica-se a necessidade de esclarecer mais profundamente as causas da perda de produtividade, bem como estabelecer parâmetros e medidas que possam manter e ampliar a produção atual. O atual cenário do setor lácteo representa novos desafios. Se de país importador o Brasil assume a condição de exportador, nessa nova etapa as regiões de vocação devem facilitar ao setor produtivo e ao governo o acesso fácil às informações seguras para tomadas de decisões. Da mesma forma deve ser assegurada a produção local como garantia ao desenvolvimento econômico das microrregiões, além de atender às demandas internas. Diante desse contexto, é importante a disponibilização de informações que servirão de subsídio aos gestores públicos no planejamento e na formulação de políticas voltadas ao desenvolvimento do setor leiteiro como um todo e, em especial, do sudoeste goiano. Para tanto, a análise histórica dos dados e seus condicionantes é de suma importância estratégica para a cadeia produtiva do leite, na medida em que servirá para apoiar a tomada de decisão para investimentos no setor. 23 4 REFERÊNCIAS Andrade, U. V. C.; Hartmann, W.; Masson, M. L. Isolamento microbiológico, contagem de células somáticas e contagem bacteriana total em amostras de leite ARS VETERINARIA ,Jaboticabal,SP ,v.25, n.3, 129-135, 2009. Arroio, A. Louis Pasteur: um cientista humanista. Revista Eletrônica de Ciências. São Carlos, SP. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D30691.htm>. Brito, M. A. V. P.; Brito, J. R. F.; Portugal, J. A. B. Identificação de contaminantes bacterianos no leite cru de tanques de refrigeração. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 57, n. 327, p. 83-88, 2002. Bueno, V. F. 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