CIRCULAÇÃO FETAL E EXTRA - UTERINA Emily Monike Macedo da Silva1, Karine da Silva Pinto² e Anísio Francisco Soares3 Introdução O desenvolvimento do coração e dos vasos sanguíneos acontece muito cedo no período embrionário, eles são os primeiros sistemas orgânicos a se tornar funcional. O feto não respira e, portanto o sangue fetal não pode ser oxigenado nos pulmões. Uma outra estrutura, a placenta, deve substituir os pulmões para que o feto receba adequado suprimento de sangue oxigenado [1]. Como não existe respiração pulmonar no feto, os pulmões não estão expandidos e oferecem considerável resistência ao fluxo sanguíneo. O ventrículo direito trabalha contra esta resistência e contra a pressão da aorta, em virtude da comunicação entre a pulmonar e aorta, através do ducto arterioso. Deste modo, a parede do ventrículo direito é tão espessa quanto à do esquerdo, ou mais espesso, antes do nascimento [2]. O coração é formado por dois tubos simples que podem ser endoteliais ou endocárdicos. A forma externa do coração é tomada por volta do segundo mês de gestação. Através do ultra-som a circulação fetal pode ser estudada por volta da quinta semana de gestação. No coração em desenvolvimento a extremidade venosa caudal torna-se dorsal e cranial em relação à extremidade arterial. O coração fetal fisiologicamente é bastante distinto do pós-natal, por exemplo, a força do miocárdio, a velocidade de encurtamento e contração são maiores no coração fetal [3]. A hemoglobina fetal difere da adulta por apresentar maior afinidade pelo oxigênio facilitando a transferência deste da circulação materna para a fetal, a hemoglobina fetal é denominada Hemoglobina F, esta é oxigenada a custa da Hemoglobina A do outro lado da circulação placentária [4]. Assim, o sistema circulatório fetal também é diferente do pós-fetal. Pois, no primeiro não há presença de pulmão, e se obtém nutrientes e oxigênio pelo cordão umbilical, nessa circulação tomase o oxigênio da circulação materna na placenta; a maior parte do sangue rico em oxigênio segue a direção da cabeça e pescoço, e joga-se o sangue venoso dos pulmões para a placenta [5]. Após o nascimento haverá varias mudanças anatômicas na circulação do feto; as artérias umbilicais são obstruídas e formam o ligamento umbilical medial; o sangue venoso é dirigido aos pulmões para a oxigenação, em substituição à placenta; após um mês, o ventrículo esquerdo vai se tornar mais pesado que o direito [6]. Material e métodos O trabalho foi realizado tendo como base pesquisas em livros didáticos de ensino médio, superior e internet. Dentre os livros de ensino médio pesquisados está: Biologia no Terceiro Milênio, do autor José Luís Soares. Foram vistos vários livros de ensino superior, entre os quais podem ser citados: Corpo Humano Fundamentos de Anatomia e Fisiologia do autor Gerar J. Tortora, e Fisiologia, de Margarida de Mello Ares. A pesquisa na internet foi a mais ampla das duas anteriormente citadas. Alguns artigos estudados foram: Dopplervelocimetria dos Compartimentos Arterial e Venoso, da Circulação Fetal e Umbilical em Gestação de Auto, Avaliação da Vitalidade Fetal em Gestantes Diabéticas, Análises dos Resultados Neonatais, Fisiologia da Circulação Fetal e Diagnóstico das Alterações Funcionais do Coração do Feto. Assim os livros e artigos foram comparados a fim de nos auxiliar no esclarecimento sobre o assunto abordado no trabalho, sendo este a circulação fetal e pós-fetal. Resultados e Discussão Dentre os livros de ensino médio incluídos em nossa pesquisa, não foi encontrada abordada a circulação fetal associada ou não a uma patologia. No entanto, em relação aos materiais de ensino superior das áreas de Anatomia e Fisiologia observamos que estes retratam a circulação fetal de maneira clara e objetiva. Mas, foi observado também que essa abordagem sempre era exposta logo após a circulação extra- uterina. Em nenhum desses materiais foi mostrado o sistema cardiovascular organizado de maneira cronológica, dificultando, assim, o aprendizado do aluno. Os trabalhos científicos encontrados abordam a circulação na vida intra-uterina de maneira que quase sempre, esta mostra associado a alguma patologia. Foram poucos os materiais científicos que se preocuparam em diferir a circulação fetal da extra-uterina, por isso encontramos um pouco de dificuldade na exposição desse tema. Agradecimentos Aos que fazem o Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA), especificamente ao professor Dr. Anísio Francisco Soares, e a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização desse trabalho. Referências [1] Soares, José Luis. Biologia no Terceiro Milênio, vol.2. Primeira edição. Editora Scipione, São Paulo, 1999. ________________ 1. O primeiro autor é aluna graduanda do curso do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected] 2. O segundo autor é aluna graduanda do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. 3. O terceiro autor é Professor Adjunto I do departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Área de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. [2] [3] [4] em Gestantes Diabéticas, Análises dos Resultados Neonatais. .Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro, v.22, n.9, 200. [6] MATTOS, Sandra S. Fisiologia da Circulação Fetal e Diagnósticos das Alterações Funcionais do Coração do Feto. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.69, n.3, 1997. Ares, Margarida de Mello. Fisiologia. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2007. Tortora, Gerar J. Corpo Humano Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artimed Edtografia, São Paulo, 1997. ANDRADE, Joelma Queiroz; MILKA, Dahira SEIZO; ROSELI, Mieko Yamamoto et al. Dopplervelocimetria dos Compartimentos Arterial e Venoso, da Circulação Fetal e Umbilical em Gestação de Auto – Risco. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, 2002. [5] YAMAMOTO, Roseli Mieko; FRANCISCO, Rosana Pulcineli Vieira; SEIZO, Myadahira. Avaliação da Vitalidade Fetal Tabela 1. Resumo das principais características que diferenciam a circulação fetal da extra-uterina. Circulação fetal Circulação extra-uterina Pulmão Não é funcional. Portanto os fetos não respiram É funcional. Substituído pela placenta Orifício oval, ducto arterioso, ducto venoso Funcionantes Param de funcionar Vasos umbilicais Necessários Não necessário Esfíncter do ducto venoso Não contraído Contraído Pressão sanguínea na veia cava inferior e no átrio direito Alta em relação à extrauterina Queda em relação à circulação fetal Fluxo sanguíneo pulmonar Alta Baixa Parede das artérias Menos delgadas Mais delgadas Orifício oval Aberto Fechado Aorta Menos pressão Alta pressão Figura 1. Esquema da circulação extra-uterina. Figura 2. Representação do feto.