18 Quinta-feira 6 de novembro de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre Política Editora: Paula Coutinho [email protected] Edgar Lisboa REFORMA POLÍTICA PMDB apresentará texto próprio no ano que vem Repórter Brasília [email protected] Orçamento impositivo atrasado ‘Congresso é o único palco para cuidar da matéria’, disse Michel Temer O Orçamento Impositivo vai demorar mais um pouco para sair. Líderes partidários adiaram para a semana que vem a votação da proposta de emenda à Constituição que obriga o governo federal a pagar emendas individuais de deputados e senadores até o limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, se reuniu com líderes da base aliada para tentar segurar a crise na base governista. A orientação é não aprovar projetos que signifiquem aumento nos gastos públicos. O Orçamento Impositivo é um deles. A preocupação do governo com a base não se limita aos gastos públicos. O grupo de insatisfeitos pode eleger um presidente da Câmara incômodo para o governo: o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ). Ele já articula a formação de um bloco para votar independente da orientação governista. Até o início do ano que vem, o PMDB pretende enviar ao Congresso Nacional uma sugestão de reforma política. A informação foi dada, nesta quarta-feira, pelo vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, após reunião do Conselho Nacional do PMDB, em Brasília, da qual participaram governadores, prefeitos, parlamentares e líderes da legenda. “A reforma política, há muito tempo, vem sendo maturada, e acho que agora já amadureceu suficientemente para ser votada no ano que vem. Convenhamos que, se não for votada no ano que vem, ficará difícil votá-la nos anos subsequentes”, afirmou Temer. Ele ressaltou que, com isso, Mais uma semana O impasse em torno do Orçamento Impositivo está relacionado à parte incluída pelo Senado que obriga a União a destinar no mínimo 15% da RCL para a saúde em 2018. Partidos de oposição argumentam que o percentual previsto na PEC é menor do que os 18,7% aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família em 2013. “Queremos mais uma semana de negociação para os destaques, com previsão de dois aumentos de investimento em saúde. Um foi negociado no Senado, com a participação do governo, enquanto o outro é da oposição, que reivindica aumento ainda maior para a área. Todos queremos o maior possível, mas isso deve ser feito passo a passo, de acordo com a possibilidade real”, disse o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT). o objetivo da legenda é apressar a discussão do tema. Temer não quis adiantar pontos já acertados da proposta, nem se ela apoiaria um referendo popular, como já defenderam líderes do próprio PMDB, como os presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), e do Senado, Renan Calheiros (AL). “Eu, pessoalmente, sou a favor da consulta popular e acho que referendar aquilo que o Congresso fará é uma mistura que a própria Constituição já fez entre a democracia representativa e a democracia direta. Ou seja, ela (sociedade) não teria só a palavra dos representantes populares, mas também a aprovação popular, seria extremamente útil”, afirmou. “O PMDB, como partido, está saindo na frente, está incumbindo um grupo da Fundação Ulysses Guimarães de formalizar um projeto de reforma política que deverá ser aprovado pelo partido e depois encaminhado ao Congresso Nacional, que é o palco próprio para cuidar dessa matéria”, disse Temer. Segundo nota divulgada após reunião do conselho, para a construção dessa proposta, o PMDB quer ouvir a sociedade civil na maior horizontalidade possível. Na lista estão acadêmicos, especialistas, lideranças sociais, representantes institucionais e diversos atores do setor. Conselho Nacional do PMDB se reuniu no Hotel Nacional para discutir o papel e a posição do partido BANRISUL/DIVULGAÇÃO/JC Uma exposição da artista gaúcha Marta Guedes (foto) abre o programa deste ano de valorização dos artistas do Rio Grande do Sul em Brasília. A promoção marca o Dia da Cultura, nascimento de Rui Barbosa, e vai até o dia 14 na Agência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul no shopping Pátio Brasil, em Brasília. O gerente-geral do Banrisul no Distrito Federal, Marcelo Famil Britto, disse que pretende realizar este ano quatro encontros que valorizem a pintura e a música. “É a oportunidade do Banrisul de exercer a responsabilidade social e mostrar aos brasilienses a cultura gaúcha.” Os produtos expostos feitos em cerâmica mostram trabalho de Marta Guedes, que é cega e consegue levar à cerâmica suas habilidades de quando ainda exercia plenamente as suas habilidades como arquiteta. MARCELO CAMARGO/ABR/JC Artistas gaúchos em Brasília EXAUSTÃO - VENTILAÇÃO - REFRIGERAÇÃO VENDA DE EQUIPAMENTOS SISTEMAS DE AR CONDICIONADO CENTRAL engeté[email protected] MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA (PMOC) Rua Vilela Tavares nº 300 - São João - Porto Alegre - Fones: (51) 3342.0298 / (51) 3342.5433 CÂMARA DOS DEPUTADOS Defesa de Vargas adia sessão que discutiria cassação Alvo de um processo de cassação, o deputado federal André Vargas (sem partido) conseguiu adiar pelo segundo dia consecutivo a análise de seu caso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A defesa entrou com um recurso alegando que não poderia comparecer à reunião devido a um compromisso pré-agendado de outro cliente em Belo Horizonte. O presidente da comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), acolheu o pedido sob o argumento de que é preciso assegurar durante todo o processo o amplo direito de defesa. Essa é a quinta vez que a análise do processo do ex-petista é adiada pela comissão. O processo deve voltar a ser discutido na próxima terça-feira. Vargas responde ao processo por quebra de decoro parlamentar devido ao seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef em dois episódios: um voo em um jatinho emprestado pelo doleiro e o suposto uso de influência do parlamentar junto ao Ministério da Saúde para viabilizar um contrato da Labogen com o órgão para a formalização de um contrato de R$ 35 milhões para produção de medicamentos. O parlamentar tem intensificado suas ações para tentar adiar a votação de seu caso até o fim das atividades da Câmara neste ano. A estratégia é evitar que, com a cassação, ele seja enquadrado na Lei da Ficha Limpa e fique inelegível por oito anos. A CCJ analisa um recurso do congressista contra decisão do Conselho de Ética que aprovou no dia 20 de agosto, por unanimidade, sua cassação. O deputado José Mentor (PT-SP) defendeu, na terça-feira passada, que a CCJ mande o processo de perda de mandato de Vargas de volta ao Conselho de Ética, a fim de que “seja corrigido”. Mentor apresentou à comissão um voto em separado, ou seja, um relatório alternativo ao do relator do recurso na CCJ, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ). Na semana passada, Zveiter apresentou parecer em que considerou corretos todos os procedimentos seguidos pelo conselho.