Cumprimentos habituais.
Nesta intervenção que hoje vos trago aqui, tentei refletir de
forma responsável e isolado, sim isolado, para que essa reflexão
fosse desprovida de opções partidárias, de emoções (se
possível) e de sentimentos positivos ou negativos sobre alguém
ou sobre algo. Só assim seria possível refletir verdadeiramente.
Após esta reflexão Cheguei a uma conclusão óbvia e
verdadeiramente indiscutível:
Aquilo que este governo faz fala tão alto que
ninguém acredita naquilo que diz.
Este estado de autismo total, entre o mundo virtual, de alguns
e o real que é o meu, levou-me a concluir que o nosso Portugal
caminha a passos largos para o abismo, não a passos de coelho
mas sim a passos de raposa galopante.
Portugal é a quarta economia mais lenta do Mundo, no que diz
respeito ao crescimento económico, entre 2012 e 2017 a
economia Portuguesa crescerá, em média 0,7%, sim isso
mesmo 0,7%, contra um crescimento da economia mundial de
3,5% para este ano e 4,1% para 2013. Este fraco crescimento da
nossa economia terá efeitos devastadores nos próximos anos,
quer ao nível da criação de emprego bem como do aumento
alucinante da falta do mesmo, os custos sociais altíssimos que
isso implicará, a própria sustentabilidade da segurança social
no medio prazo, que antes não se colocava em causa, pois
serão mais a necessitarem de ajuda do que aqueles que
ajudarão a aumentar o seu superavit.
Este panorama a que assistimos é graças a uma política de
austeridade constante, de obsessão pelo défice, de indiferença
social e de falta de agenda económica, que este governo
PSD/CDSPP, teima em levar adiante e que conduzir-nos-á a um
retrocesso de mais de 30 anos ao nível do desemprego e ao
estado social do País.
Os últimos números da execução orçamental deste primeiro
trimestre, demonstram de forma inequívoca que esta não é, de
todo, a política a seguir. Neste primeiro trimestre passou-se de
um superavit de 560 milhões de euros em 2011 para um défice
de 486 milhões. Na segurança social o excedente cai para
metade. Isto, minhas senhoras e meus senhores, é fruto de
uma política cega da governação PSD/CDSPP, preocupada
apenas com o défice, relevando para segundo plano as políticas
de crescimento económico, assente apenas em politicas de
cobrança de impostos desmesuradas e não tendo a destreza de
compreender que a falta de crescimento económico implicará,
com toda certeza menos receitas fiscais, mais desemprego e
mais custos sociais. Não é com aumento de impostos
desmesurados que resolvemos os problemas, pois garanto-vos
sem crescimento económico o seu resultado será catastrófico!
Existe um limite de razoabilidade além do qual um aumento de
impostos significa menor receita fiscal.
Como se tudo isto não chegasse temos um governo que não
fala a uma só voz!
Uns refugiam-se em lapsos… outros são de uma incoerência
nunca antes vista … outros nem se dão por eles… e ainda bem…
e outros vêm a Guimarães atestar toda esta confusão de
governação.
O Primeiro-ministro de Portugal afirmou recentemente que,
passo a citar, “ o governo está a trabalhar para recuperar a
liberdade face ao exterior para que os portugueses possam
voltar a respirar e a decidir de acordo com o que são as suas
aspirações” fim de citação.
Recuperar a liberdade é segundo Passos Coelho, amordaçar as
pessoas, excluí-las socialmente de uma sociedade, retirar lhes
oportunidades de acesso à educação, independentemente da
sua condição social, negar o acesso ao serviço nacional de
saúde de forma responsável e salutar, construir verdadeiros
aglomerados de agrupamentos escolares, para poder diminuir
os seus custos e piorar a qualidade do seu ensino…
Recuperar a liberdade é, segundo Passos Coelho, retirar o
subsídio de férias e de natal aos portugueses, diminuindo assim
o rendimento disponível das famílias
Disse ainda Passos coelho , “ a coesão social é o bem mais
precioso e é aquele que preservaremos dentro de todas as
possibilidades. A politica não é feita para os governos, é feita
para as pessoas” fim de citação,
Então Sr. Primeiro Ministro a “coesão social é o bem mais
precioso dos portugueses” e sua excelência e o seu governo
neoliberal da coligação PSD/CDSPP, ousa proibir as reformas
antecipadas, onde milhares de Portugueses verão goradas as
suas expectativas construídas ao longo de uma vida.
“coesão social é o bem mais precioso dos portugueses” e sua
excelência insiste numa politica de austeridade que atiram
milhares e milhares de portugueses todos os dias para o
desemprego…
“Coesão social é o bem mais precioso dos portugueses” e este
governo impede os adultos, que procuram e pretendem obter
mais e melhores conhecimentos, acabando com os centros de
novas oportunidades….
Minhas senhoras e meus senhores, esta, não é de todo a matriz
de governação que pretendemos para o nosso País nem para o
nosso concelho!
Se por um lado temos um governo autista, alheado
completamente dos problemas das Pessoas, nós por cá, temos
uma direita irresponsável, com sede desenfreada de poder e
que não olha a meios para atingir os fins.
Uma direita que tentou colocar de forma irresponsável e
constante areia na engrenagem para que o projecto Capital
Europeia da Cultura 2012 não fosse um sucesso, são vários os
artigos publicados, por estes, do conhecimento público dos
Vimaranenses. O líder do principal partido da oposição, logo
nos primeiros dias da CEC 2012, prestou um mau serviço a
Guimarães, quando colocou em questão os dados sobre o
Turismo em Guimarães e a comparação feita com Braga e Viana
do Castelo.
Guimarães não precisa de derrotistas, de quem tem sede de
protagonismo, de quem comunica e projecta para o exterior o
que de menos bem, na sua opinião, se faz por cá, mas sim de
pessoas que projectam Guimarães como a cidade do
património, da cultura, do conhecimento e que sabe receber.
Só assim é possível projectar Guimarães na Europa e no
Mundo. Não é com atitudes de mero aproveitamento político
que lançamos Guimarães nas bocas do Mundo. É com atitudes
de entusiasmo, de esperança, de positivismo, de ambição, de
responsabilidade e de esperança que fazemos com que falem
de nós e os Vimaranenses agradecem.
Minhas senhoras e meus senhores,
O PSD diz que o executivo da câmara municipal é responsável
pela suspensão do processo da construção da piscina de
Serzedelo. Acusou até a Autarquia de preguiçosa e de ter uma
atitude discriminatória para com o projecto da construção da
referida piscina.
Propôs que a Câmara se endividasse, sim, que se endividasse
para construir a referida piscina, quando critica o executivo do
aumento do Passivo, que na realidade, praticamente não
existiu.
O que o PSD não disse foi que essa suspensão deveu-se à
irresponsabilidade do governo liderado pelo seu partido que
suspendeu as obras do QREN sem execução financeira há seis
meses. Não vemos o PSD concelhio a ter uma atitude de
exigência para com o Governo liderado pelo seu partido, esses
sim, são os principais responsáveis pela suspensão da referida
construção.
Curioso, ou não, é não vermos o PSD preocupado com outras
obras que estão suspensas, também pelos mesmos motivos,
nomeadamente,
Acesso Selho São Jorge – Selho São Cristóvão;
Biblioteca Itinerante;
Estrutura de implementação do programa de acção (no âmbito
da parceria para a regeneração urbana Campurbis);
Redução da factura energética na rede de iluminação Publica
de Guimarães;
Gestão, animação e comunicação no âmbito da parceria para a
regeneração urbana “centro histórico”
Não vemos também o PSD concelhio insurgir-se contra a
retenção de 5% do IMI por parte do Governo que vai ser feita
para financiar a reavaliação geral de imóveis. Esta retenção põe
em causa a autonomia do poder local. Esta receita é uma das
principais receitas, senão mesmo a principal, dos municípios. O
PSD nada diz… E a lei dos compromissos o que é que o PSD tem
a dizer sobre a mesma… sabemos qual a resposta. Não dirá
nada como até aqui tem feito.
Minhas senhoras e meus senhores,
Não haverá outro caminho a seguir?
Claramente que sim.
O País e o Concelho devem seguir politicas que visem o
crescimento económico, que fomentem a instalação de novas
empresas através de uma aposta clara no conhecimento,
integrando o mundo académico com o mundo empresarial, o
País e o concelho devem ser indutores e facilitadores na
desburocratização dos procedimentos que levem à instalação
dessas mesmas empresas, devem ter uma aposta evidente na
inovação constante nos bens que produzimos, devem incitar à
criação de marcas (pois são estas que acrescentam valor e
trazem um maior retorno no futuro), devem ter uma política
orientada sobre o princípio do design, não valorizando apenas a
sua função mas aquilo que acrescenta valor ao elemento, mas
para que tudo isto seja possível e possa ter êxito precisamos de
ter uma união Europeia que fale a uma só voz.
Necessitamos de uma UE que tenha uma harmonização Politica,
Económica e Financeira. Pois a génese da UE sofre de um
pecado original, foi ter uma moeda única sem uma política
económica e financeira única, deixando ao encargo de cada País
a sua política fiscal, para que seja esta a responsável na
reposição das desigualdades existentes nos diferentes estados
membros. Deve criar mecanismos de financiamentos uniformes
para todos os estados membros.
Sou um claro defensor dos eurobonds, pois estes permitem
financiar os estados a uma taxa de juro mais baixa,
beneficiando todos os países que fazem parte da UE, acabando
com as especulações, das subidas galopantes dos juros a cobrar
sobre as dívidas públicas emitidas pelos diferentes países,
tendo impactos directos nos juros a cobrar aos mesmos,
libertando os estados de uma significativa fatia de recursos que
podem ser usados para outros fins, nomeadamente, sociais,
acabando com os ataques cegos e ávidos daquilo que hoje se
denomina de mercados.
Os eurobonds seria um processo mais claro de financiar os
Países da União Europeia, evitando o endividamento de forma
individual de cada País, para poder financiar outro, pois na
pratica é isto que se passa, quando podiam ser todos a
caminhar num só sentido colocando o mercado sem opção de
escolha na hora de optar entre a divida do País A ou do País B,
mas sim optar pela Divida da UE em prejuízo de uma outra
divida qualquer.
Minhas senhoras e meus senhores,
O Mundo mudou e nós temos de mudar com Ele para que as
gerações vindouras possam não sofrer as consequências que
estamos a suportar por erros que se cometeram e que
insistentemente este governo teima em prosseguir!
Termino como comecei:
Aquilo que este governo faz fala tão alto que
ninguém acredita naquilo que diz.
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Aquilo que este governo faz fala tão alto que