Curso de Gestão Ambiental
ECOLOGIA DO FOGO
FIRE ECOLOGY
Criselisson de lima cunha1, José Ivanaldo da Silva, Luís Carlos Spaziani2
1 Alunos do curso de Gestão Ambiental
2 Professor Orientador Luís Carlos Spaziani
Resumo
O homem sempre dependeu dos recursos naturais para manutenção e sobrevivência, desde as antigas civilizações até as atuais. O
objetivo deste estudo foi mostrar a interação que o fogo tem em um ambiente natural, levando em consideração a influência que esse
elemento trouxe ao bioma cerrado. Em que o método de pesquisa adotado possibilitasse um entendimento adequado da ecologia do
fogo Onde, todos os anos na estação seca passam por períodos críticos, devido à baixa umidade, utilização abusiva do fogo, seja em
ambientes rurais ou urbanos, geração e acúmulo de biomassa. Abordando tanto variáveis positivas, quanto negativas ao ecossistema
atingido pela queima. No qual as unidades de conservação têm um importantíssimo papel na manutenção da biodiversidade, pois
gestores de unidades estão adotando como forma de manejo a utilização do fogo, tanto na prevenção quanto no combate aos intensos
incêndios florestais, possibilitando a manutenção da vida silvestre em um ecossistema local.
Palavras-Chave: Ecossistema; Bioma; Biodiversidade, biomassa.
Abstract
Man has always depended on natural resources for maintenance and survival, from ancient civilizations to the present. The objective of
this study was to show the interaction that the fire has in a natural environment, taking into account the influence that this element
brought to the cerrado biome. In the research method adopted would enable a proper understanding of the ecology of fire where every
year in the dry season are in critical periods due to low humidity, improper use of fire, whether in rural or urban environments, generation
and biomass accumulation . Addressing both positive variables, and negative ecosystem achieved by burning. Where protected areas
have an important role in maintaining biodiversity, as managers units are adopting as a way to manage the use of fire, both the prevention and the fight against raging forest fires, enabling the maintenance of wildlife in an ecosystem site.
Keywords: Ecosystem; Biome; Biodiversity. Biomass
Contato: [email protected], [email protected]
Introdução
A sobrevivência humana no planeta sempre
esteve condicionada à sua interação com o meio
ambiente, mas, essa percepção nem sempre foi
muito nítida como nos dias atuais, uma vez que a
evolução dos conhecimentos foi lenta e gradual.
Desde seus primórdios, a humanidade vem
provocando modificações no meio natural em que
vive. Os vestígios dessas modificações sempre
fizeram parte da vida cotidiana das antigas
civilizações e são a herança que deixaram às
futuras gerações. As primeiras evidências
remontam há 60 mil anos atrás, época em que o
homem conseguiu dominar o fogo. Os primeiros
vestígios foram encontrados na floresta de
Kalambo, situada na Tanzânia, no continente
africano, onde os habitantes dessa região
utilizavam o fogo de forma deliberada para fazer
limpeza do terreno. (Bursztyn, 2001; Persegona,
2008; Melphi, 2004; Rousseau, 1755; Rodrigues,
2008).
Ao longo do tempo, o incorporou à sua vida
como algo necessário para o dia-a-dia, em ações
como aquecimento de alimentos e do ambiente,
industrialização de equipamentos, objetos e outras
utilizações não menos importantes, não sendo
possível a humanidade disponibilizar todas as
facilidades já existentes se o fogo deixasse de
existir.
Este elemento tão abundante tornou-se uma
ferramenta nas práticas agrícolas, fazendo com
que produtores rurais o utilizassem em benefício
de culturas, porém o uso inadequado traz danos
irreversíveis à natureza, podendo destruir
florestas, plantações e animais. Dando origem a
grandes
incêndios
florestais,
que
causa
desequilíbrio no ambiente, pois isso ocorre quando
o fogo foge do controle do homem. (Leopold
1963). Os incêndios florestais estão cada vez mais
sendo fator de atenção dos órgãos ambientais,
seja na esfera federal, estadual e municipal.
Devido ao poder de devastação que esse
fenômeno pode causar na biodiversidade,
queimadas estão cada vez mais intensas, seja em
áreas particulares ou públicas, pois, muitas dessas
áreas são de preservação ambiental.
Nas Unidades de Conservação – UC´s que
passam anos sem ter presença de queimadas, faz
com que haja acúmulo de matéria orgânica
(Biomassa) que torna esta Unidade vulnerável a
incêndios de grandes proporções, uma vez que
esse material armazenado, torna-se combustível.
Neste sentido algumas UC´s, por precaução
e prevenção, admitem manejo utilizando-se como
ferramenta o fogo monitorado, o chamado aceiro
negro, dessa forma os administradores das
1
unidades fazem desta prática uma forma de
controle aos incêndios florestais.
Metodologia
O método de pesquisa que proporcionou a
elaboração deste trabalho foi adotar medidas que
possibilitassem o entendimento adequado da
ecologia do fogo em um ambiente natural.
Buscando conhecimento adequado de forma a
garantir ao leitor as várias vertentes que o fogo
tem em nosso meio, em que possibilita desde a
manutenção da vida até a devastação do
ambiente, onde espécies nativas da fauna e flora
estão inseridas.
Desta forma, foi utilizado o método de
pesquisa bibliográfica em diversas fontes, sites
oficiais, artigos em que possibilitou um estudo
mais detalhado da interação que o fogo tem em
um ecossistema, também foram feitas pesquisas
de campo na Floresta Nacional de Brasília, onde
foram comprovados alguns eventos ocasionados
pelos incêndios florestais.
Desenvolvimento
As Unidades do Distrito Federal ficam em
estado de alerta no período de maio a setembro,
onde as queimadas acontecem com maior
freqüência. Em locais, onde dificilmente o fogo não
ocorre naturalmente e não possui certa estrutura
tecnológica de prevenção, pode ser utilizado o
fogo controlado que atua de forma importante
dentro dos objetivos de manejo, (controle de
pragas, manejo de espécies entre outros). O fogo
quando utilizado por pessoas capacitadas, faz
destas práticas uma ferramenta barata em
comparação a outros meios, contudo sua
aplicação depende de alguns fatores, tais como a
umidade do ar, velocidade e intensidade do vento
e temperatura são requisitos indispensáveis.
Áreas protegidas têm como principal função
a proteção dos recursos dentro de seus limites,
porém a urbanização e as propriedades rurais
vizinhas são os maiores problemas para as
Unidades de Conservação. Uma situação que
todos os anos as UC´s passam na estação seca,
como resultado do acúmulo de biomassa na
estação chuvosa, que torna a matéria orgânica
uma fonte ideal de ignição. Análise abordada por
(França 2010), quando discorreu sobre incêndios
ocorridos em parques nacionais.
Nesse sentido, a interação entre os
organismos e meio abiótico que formam o
ecossistema no qual são elementos essenciais
para manutenção da vida e também são capazes
de autorregulação. O homem por estar presente
neste meio faz com que todo o ambiente natural
seja modificado. O bioma a ser referido é o
cerrado, pois é a savana com maior biodiversidade
do planeta, abrigando milhões de espécies da
fauna e da flora, e também é o segundo maior
bioma do Brasil, possuindo uma área de
aproximadamente 2 milhões de quilômetros
quadrados, porém sofre constante degradação,
visto como seleiro de práticas agrícolas em
conjunto com uma ocupação urbana desordenada.
O cerrado apresenta quatro fisionomias, que
são subdivididas em cobertura arbórea: campo
limpo, quase 100% de gramíneas e ciperáceas
(plantas herbáceas), em solos úmidos, campo sujo
com cobertura arbórea até 10%, cerrado sensu
stricto e cerradão ambos arbóreos com 30 a 70%
de cobertura, mas não apresenta cobertura
contínua de gramíneas. (Eiten 1979-1994),
(Coutinho 1982), (Hoffman; Moreira 2002). Eles
discorrem que estas fisionomias são modificadas
pela presença do fogo.
Entendendo como as pessoas queimam
Quando as primeiras áreas protegidas foram
criadas, o paradigma ecológico era a idéia de que
a natureza é intocada, estava em equilíbrio, isto é,
a estabilidade do ambiente era mantida pelas
interações bióticas e abióticas e as ações
humanas
provocavam
distúrbios
a
essa
estabilidade. Essas percepções associadas ao
modo de como as áreas protegidas devam ser
manejadas, colocou os incêndios florestais em
primeiro plano com o objetivo em reduzir a área
queimada anualmente.
Ocorrência de Incêndios
Um dos principais desafios das UCs
brasileiras é reduzir a ocorrência de incêndios
florestais em suas áreas. Uma boa estratégia seria
o registro de ocorrência de incêndio, em que
permite conhecer o perfil dos incêndios florestais e
planejar a sua prevenção e combate. No entanto,
muitas das Unidades não apresentam tais
registros.
Existem no Brasil 1.641 Unidades de
Conservação (UCs) federais e estaduais, sendo
304 federais públicas, 502 estaduais públicas,
além de 494 Rservas Particulares de Patrimônio
Natural (RPPNs) vinculadas a esfera federal e 311
vinculadas a esfera estadual. Isto corresponde a
17% do território continental e, aproximadamente
1,5 milhão de Km² (ICMBIO, 2009).
Um dos desafios da gestão das UCs
brasileiras é a prevenção e o combate aos
incêndios florestais. Em geral, oriundo das
atividades antrópicas (Medeiros & Fiedler 2004,
Soares 2009). Entre as causas de incêndios
ligadas a atividades humanas ocorridas nas UCs
federais, a queima para a renovação de pastagem
é a mais freqüente, com 23% do total de
ocorrências em 2005, 40% em 2006, 38% em
2007 e 46% em 2008 (IBAMA 2009).
A preservação e a conservação do ambiente
são os dois eixos fortes do propósito das unidades
de conservação, dessa forma, a prevenção e o
2
combate a incêndios florestais devem ser
considerados de forma prioritária para garantir a
conservação das áreas protegidas (Milano et al.
1986).
Histórico
Incêndio
do
Registro
de
Ocorrência
de
O início do registro dos eventos de fogo em
Unidades de Conservação teve origem em 1979,
quando a iniciativa partiu das próprias equipes das
UCs e permitiu o registro dos primeiros dados
históricos sobre os incêndios florestais.
Ainda na década de 1990, parcerias com
outros países, como: os Estados Unidos, Chile,
Espanha e Canadá permitiram uma série de
inovações, prevenção e combate a incêndios
florestais em UCs brasileiras. Alguns exemplos
são capacitação e treinamento aos funcionários
das Unidades, formação e treinamento de
brigadistas, produção de material didático (Morais
2004, IBAMA 2009).
Outra importante atividade desenvolvida foi
à contratação de brigadas temporárias para
prevenção e combate a incêndios florestais em
períodos críticos nas UCs federais (Morais 2004).
Imagem de satélite AQUAUMD
(Fonte IBAMA)
Quantidade e distribuição dos focos
No dia 02 de Outubro de 2013 as imagens
de satélite AQUA UMD que recobriram o bioma
Cerrado detectaram 434 focos de um total de 929
em todo o território nacional, conforme pode ser
observado na figura 1.
(Fonte dos dados IBAMA, INPE, IBGE). Mapa
produzido
pelo
núcleo
de
pesquisa
e
monitoramento do PERVFOGO-IBAMA.
Interação entre fogo, Unidades de conservação
e o Homem
As queimadas por apresentarem diversos
problemas para a biodiversidade e para os
recursos naturais têm se mostrado um fator
importantíssimo para estudo e discussões a
respeito do plano de manejo para utilização do
fogo em áreas protegidas. Assunto este bastante
polêmico, pois o fogo por ser um elemento
essencial para a vida na terra, quando mal
manejado por pessoas, causa danos e perdas
irreversíveis ao ecossistema local.
O fogo por ser utilizado há muitos anos,
tornou-se cada vez mais um aliado do homem,
principalmente por aqueles que vivem da
agricultura e pecuária. Além disso, o fogo é um
dos causadores das mudanças climáticas, por
emitir gases de efeito estufa, causando prejuízos
materiais, ecológicos e sociais (Bowman et al.
2009). Este elemento por ser capaz de interferir na
diversidade de espécies e até mesmo na
regulação climática se mostra um fator de suma
importância nas pesquisas. As Unidades de
Conservação - UCs por proteger os recursos
dentro de seus limites tendem a repelir o uso total
do fogo. Atualmente as diretrizes que as UCs em
geral adotam o não uso do fogo, como forma de
manejo (BILBAO et al. 2010). Mesmo no cerrado,
onde o fogo teve um importante papel em sua
evolução e, também, em processos ecológicos é
visto como prejudicial pelas as instituições
ambientais e por alguns estudiosos (Pivello, 2006).
Linhas de pesquisas sobre a ecologia do fogo
indicam que a frequência de queimadas está além
do que os ambientes naturais suportam e isso
caracteriza risco à conservação de áreas nativas.
Mesmo as UCs não adotando este tipo de manejo,
não estão livres destas práticas, pois dividem
cercas com propriedades particulares e áreas
urbanizadas, no entanto essas áreas são atingidas
constantemente pelo fogo. Este ocorrido é quase
que previsível anualmente na estação seca. Com
o acúmulo de combustível, uma simples queima
pode dar origem a um incêndio florestal de
grandes proporções (França, 2010). Grande
parcela desses incêndios é iniciada por pessoas, e
muitos focos têm começo em áreas fora dos
limites da reserva florestal.
O incêndio florestal é um evento com
grande potencial devastador (França 2007),
representando uma ameaça ambiental (Campos
2006).
Os
efeitos
das
queimadas
nos
ecossistemas são bastante complexos, incluindo
desde a perda de biodiversidade (ICMBIO 2007), e
a redução ou eliminação da biomassa na
superfície do solo e impactando nos processos
físicos, químicos e biológicos abaixo da superfície
(Neary 1999).
No entanto, nem sempre os efeitos do fogo
são prejudiciais ao meio ambiente e estudos
mostram que alguns ecossistemas, como o
cerrado, dependem deste elemento para a sua
manutenção (Moreira 1996). Em alguns países,
em observação os Estados Unidos, as agências
3
responsáveis pelo manejo florístico dos parques
nacionais têm adotado uma política de queimas
prescritas para a redução de biomassa e
prevenção de grandes incêndios de difícil controle,
apesar de haver uma grande contradição a
respeito dessa medida adotada, com relação às
conseqüências que podem trazer ao ecossistema
(Caldararo 2002). No Brasil algumas experiências
estão sendo adotadas a respeito deste tipo de
manejo, com fogo, no Parque Nacional das Emas
(França 2007). Uma nova concepção a respeito
das ocorrências de queimadas e suas
conseqüências vêm sendo desenvolvida através
dos estudos sobre a ecologia do fogo.
Interação entre fogo e espécies vegetais
Este tópico aborda as interações entre as
comunidades vegetais e o fogo. Os processos de
base que determinam a forma como as plantas
são afetadas pela queima e os fatores que
controlam as respostas após o evento.
Resistência das plantas ao fogo
A resistência das plantas ao fogo depende de
características adaptativas, que permitam tolerar o
calor de forma a um eventual quantitativo de
tecidos mortos e mecanismos de reprodução, em
que consigam tolerar a exposição ao fogo. Uma é
de que as células vitais consigam suportar
temperaturas mais elevadas e a outra é através da
proteção desses tecidos, evitando que a
temperatura vital seja atingida (Whelan, 1995). A
morte dos tecidos das plantas devido ao fogo
depende da quantidade de calor expostos.
A capacidade que as células têm para
suportar temperaturas elevadas varia entre
espécies. A maioria das células vegetais se
atingirem temperaturas variando entre 50-55
ºCelsius (ºC) morrem (Hare 1961). Embora alguns
tecidos
de
plantas
consigam
suportar
temperaturas mais elevadas por período de tempo
curto. Estudos indicam que diversas espécies
resistem melhor ao fogo durante o inverno do que
durante o verão (Whelan, 1995). Além das
condições
meteorológicas
influenciarem
a
intensidade e o comportamento do fogo, bem
como o tempo necessário para que as células
atinjam uma temperatura letal. Contudo, o fogo
promove não apenas adaptações fisiológicas e
morfológicas nas plantas da biota, mas também
nos processos ecológicos, pois queimadas
periódicas estimulam a rebrota e o ciclo dos
nutrientes, onde proporciona a frutificação de
várias espécies. Ainda assim a freqüência de fogo
pode alterar de uma forma significativa a
fisionomia local, áreas com queimadas continuas
tendem a se tornar mais abertas, com uma grande
predominância de gramíneas, pois a alta
freqüência de queimadas na mesma localidade
afeta de forma negativa o estabelecimento e a
sobrevivência das comunidades vegetais jovens
(Moreira
2000).Além
dos
aspectos
já
mencionados, as reservas nutritivas que permitem
a recuperação dos indivíduos após o fogo também
variam entre espécies ao longo dos anos
(Zwolinski, 1990), deste modo o fogo que ocorre
em um determinado momento do ano pode ser
mais prejudicial para algumas espécies do que
para outras.
A maioria das espécies de gramíneas e
arbóreas têm capacidade de rebrota após a
queima (Gottsberger & Silberbauer 2006), essa
característica se dá principalmente em espécies
savânicas (Bond & Midgley 2001), assim as
espécies arbóreas e arbustivas do cerrado
apresentam uma casca espessa que protege os
tecidos
internos
de
altas
temperaturas
(Gottsberger & Silberbauer, 2006). No entanto a
capacidade de rebrota pode ser limitada a
quantidade e intensidade de fogo, queimadas
anuais faz com que diminui a massa verde, altura,
diâmetro e também faz com que aumente o índice
de mortalidade das espécies vegetais e também
favorece a dispersão de gramíneas exóticas.
(Medeiros & Miranda, 2008).
Poucas das espécies arbóreas conseguem
sobreviver a queimadas subseqüentes, pois não
há reposição de casca protetora em um curto
período. O fogo também prejudica o crescimento
radial, pode diminuir a reprodução sexual
(Hoffman 2002). A regeneração vegetativa após
fogo se da pelo isolamento térmico devido ao seu
estado fisiológico enfraquecido algumas espécies
ficam vulneráveis a ataques de insetos ou são
infectadas por doenças e fungos, proporcionando
um aumento considerável na mortalidade das
espécies (Littke e Gara 1986). Algumas plantas
que crescem mais em altura, espécies arbóreas,
podem conseguir proteger tecidos vitais como
sementes e gomos, pois se encontram acima das
chamas. No entanto incêndios de grandes
proporções podem atingir a copa das espécies
arbóreas, mais conhecido como fogo de copa. A
resistência
dos
troncos
ao
fogo
está
principalmente relacionada com a espessura da
casca, a qual varia com a espécie (Gill 1995).
Uma planta pode perder parte da superfície
(copa e tronco), mas ainda assim poderá
sobreviver. Isto acontece com os indivíduos das
espécies folhosas, porém a morte das raízes de
uma planta corresponde sempre a morte do
indivíduo. A morte das raízes está intimamente
interada com o tempo de resistência do fogo, que
por sua vez é influenciado pela quantidade, tipo e
teor de umidade dos combustíveis presentes na
superfície. A umidade do solo, também, se mostra
fator importante, pois retarda a penetração de
calor no solo, protegendo as estruturas
subterrâneas das plantas (Frandsen e Ryan 1986).
No entanto algumas espécies se beneficiam
com a passagem do fogo, fazendo com que ocorra
abertura de frutos, quebra da dormência das
4
sementes das seguintes espécies, Tristachya
leiostachya (capim-flecha) jacarnda decurrens),
que são indivíduos beneficiados, no sentido que
facilita a reprodução sexuada, (Cianciaruso et al
2010).
Em um estudo a campo foi constatado em
uma área de vereda, localizada na floresta
nacional de Brasília, área principal, área 1, onde
teve queimas subseqüentes, em que favoreceu a
dispersão do melinis minutiflora, popularmente,
capim gordura, e por ser uma planta com
propriedades oleogenosas superior a gramíneas
nativas, proporcionou queimadas com muito mais
intensidade, no qual algumas espécies arbustivas
da área estão sendo prejudicadas com o alto teor
de calor. (Relatado pelo o chefe da equipe de
brigadistas, Célio, da Floresta Nacional de
Brasília).
(Foto tirada pelos os estudantes, Criselisson e
José Ivanaldo, da Gestão Ambiental da Faculdade
Icesp, em uma área de vereda, localizada na
Floresta Nacional de Brasília).
O melinis minutiflora é uma gramínea de
origem africana que foi introduzida no Brasil,
devido o alto valor nutritivo, passou a ser utilizado
na formação de pastagem acarretando diversos
problemas para as espécies nativas.
Arbóreas e arbustos
A exposição dos gomos de muitas espécies
de árvores e arbustos são suscetíveis á morte, por
ação do fogo. A estrutura de uma planta lenhosa é
um dos fatores que mais interfere na probabilidade
do indivíduo a resistência, e que a sua parte aérea
seja afetada pela as chamas. Algumas
características da copa são a densidade e
dimensão dos ramos, a proporção entre material
vivo e morto, localização da base da copa em
relação aos combustíveis à superfície (Brown
1973). Por exemplo, a altura aumenta a
possibilidade de sobrevivência da copa, pois os
indivíduos de baixa estatura estão mais expostos
ao calor e com isso o índice de mortalidade
dessas espécies aumentam devido a temperatura
com relação a distância aos combustíveis, certas
plantas
que
crescem
mais
em
altura,
principalmente árvores, podem conseguir proteger
tecidos vitais, apenas porque estes se encontram
acima das chamas.
A eficácia da altura na proteção da copa
dependerá
da
continuidade
vertical
do
combustível, na própria árvore. Nas espécies de
árvores com desramação natural superior as
demais, em que os ramos inferiores que vão
morrendo caem naturalmente, a probabilidade do
fogo entrar nas suas copas é bem menor (Keeley
1998). Além dos aspectos já mencionados outros
fatores são determinantes na sobrevida da
vegetação, em que as reservas nutritivas é um
importante quesito pós fogo, o qual varia muito
com a espécie. O conteúdo de umidade também
influencia no poder de inflamabilidade das folhas e
ramos, e quanto maior este for, maior é a
quantidade de calor necessária para atingir
temperatura, a ponto de ignição. Em geral as
espécies folhosas têm folhas com maior conteúdo
de umidade, sendo superior as com poucos ramos
folhosos, sendo menos suscetível ao fogo de copa
(Wilgen 1996).
A dessecação da copa de uma árvore é
provocada pelo calor liberado pelo fogo, e é um
indicador do impacto na formação florística do
indivíduo, que pode ser notado logo nos dias
posteriores ao incêndio. A mortalidade de algumas
espécies de árvores está mais relacionada com a
proporção da copa dessecada, do que com danos
no tronco. Enquanto que em outras espécies
verifica o contrário (Ryan 1988).
Tronco
As árvores e arbustos podem morrer
quando a camada de crescimento ativa, entre a
casca e o lenho, é exposta há altíssimas
temperaturas. Diversos estudos indicam que
quando o tronco é submetido a uma fonte intensa
de calor, o tempo necessário para que as células
atinjam uma temperatura letal, varia muito com a
espessura da casca, e também com suas
propriedades térmicas, funcionando certamente
como um isolante (Whelan 1995). A morte do
câmbio (tecido vascular), se ocorrer na base do
tronco principal e em toda sua dimensão, na
maioria das vezes acarreta morte da parte aérea
(tronco e copa), Assim, a espessa camada de
súber (tecido formado por células mortas), que
envolvem troncos e galhos. O súber de certa
forma impede a intensidade das labaredas de
atingirem tecidos vivos mais internos dos caules.
Esse tecido vegetal está presente em várias
espécies lenhosas do cerrado. Isso pôde ser
observado em uma área a margem da BR-O40,
localizada no Park Way, em que a formação
vegetal predominante é de gramíneas exóticas,
mais precisamente capim Andropogon Gayanus,
5
espécies arbóreas e arbustos, também caracteriza
a área de cerrado ralo, onde ocorreu o incêndio
florestal, oriundo de uma limpeza de terreno,
(Relatado por um morador do local).
porém boa parte desses minerais pode ser perdida
pela ação do vento (Mistry 1998) e também é
importante ressaltar que os incêndios nestas áreas
são devastadores, uma vez que as vegetações
que predominam as veredas, não possuem
proteção natural ao fogo. E outra característica é a
predominância de solos turfosos em que são
comuns incêndios subterrâneos, caracterizados
por temperaturas muito altas, causando danos
severos ao solo (Maillard 2006).
(Fonte: IBAMA)
Combate a incêndios em solos turfosos, muita das
vezes se faz por meio de abertura de trincheiras.
(Foto tirada a margem da BR-040, Park Way, no
dia 14 de junho de 2015). O súber como é
formado por diversos tecidos mortos, funciona
como um excelente isolante térmico).
Fogo em Veredas
As veredas são fisionomias do Cerrado, que
desempenham papel essencial na proteção de
nascentes, ou seja, ocorre em solos hidromórficos,
geralmente ao longo de cursos d`água estreitos
(Ribeiro 2008), onde predomina o buriti, podendo
ocorrer outras espécies de palmeiras e geralmente
há um contraste com matas de galeria, matas
ciliares, podendo ocorrer outras formações
vegetais. No entanto algumas áreas de veredas
têm sido severamente modificadas por ações
antrópicas. Onde, o capim-dourado faz parte da
sua formação vegetal, em que sua exploração faz
da prática uma atividade bastante rentável para a
população local.
Porém, sua extração carrega consigo a
prática de queimadas semestrais, e também a
queima é recorrente em áreas úmidas para
proporcionar a rebrota das gramíneas, na qual
favorece a pecuária extensiva e isso tem ocorrido
durante anos em unidades de conservação
(Tubelis 2009). Evento ocorrido com maior
destaque no Parque Estadual do jalapão,
localizado no Tocantins.
De maneira geral as queimadas resultam
em solos inicialmente férteis, pelo o aumento de
potássio e outros minerais liberados pelas cinzas,
Além disso, o solo das veredas acumula
grandes quantidades de matéria orgânica e é
bastante sensível à erosão (Wantzen et al 2006). A
partir da retirada da vegetação superficial de uma
vereda, podem-se desenvolver erosões que
permanecerá por décadas (Wantzen 2003).
Durante chuvas intensas, que no Cerrado são
posteriores ao período crítico das queimadas,
onde favorece o aumento de erosões e também
aumentam de profundidade chegando ao fluxo de
água, em que carrea os sedimentos para dentro
dos
córregos
(Wantzen,
2006).
(Incêndio ocorrido no dia 14 de junho de 2015 a
margem da BR-040, próximo a reserva do
catetinho).
Além disso, as veredas são ecossistemas
6
diferenciados no bioma cerrado, possuindo
espécies, interações e processos ecológicos
(Tubelis 2009), além da manutenção hidrológica,
as veredas e seus campos úmidos representam
ambientes críticos para a conservação de
espécies ameaçadas, como as aves Culiciuora
caudacuta (Dornas 2011). As veredas são
formações também ciliares, sujeita a interações
com diferentes formações florísticas (mata de
galeria, campo sujo, cerrado stricto sensu), sendo
extremamente importante para a fauna do cerrado
e funcionando como um corredor para a vegetação
dos diferentes biomas brasileiros (Oliveira-Filho
1995).
Essas utilizações das veredas são hoje um
fator de grande desafio para a manutenção da
biodiversidade
do
cerrado
e
para
o
desenvolvimento sustentável para as populações
que habitam estas regiões. A pratica de queimar
veredas é comum nas UCs do Tocantins, onde
sofre com a exploração do popularmente chamado
capim-dourado, que tem se destacado no
comércio de artesãos. (França et al. 2011).
Esse ecossistema quando queimado e
modificado pelo o pisoteio do gado contribuem
também para o aquecimento global, pois liberam
quantidades consideráveis de gases do efeito
estufa para a atmosfera. A detecção e a avaliação
dos efeitos do fogo e forma de manejo ainda são
um desafio para as unidades de conservação
(França 2011).
forma indireta, constituem refúgio, alimentação. Os
efeitos há curto prazo ocorrem durante a fase de
combustão, logo em seguida os efeitos de médio e
longo prazo correspondem a fase de recuperação,
que pode durar semanas, meses ou até mesmo
anos.
O regime de queima leva em consideração
variáveis, que podem ser caracterizadas, através
de importantíssimos fatores, tais como, época do
ano, intensidade e freqüência do fogo, velocidade
de propagação. Que vão refletir nas populações
animais. Contudo Incêndios freqüentes podem
alterar a vegetação permanentemente e com isso
refletir nas comunidades animais endêmicos.
Incêndios com baixa intensidade podem favorecer
a herbivoria, com rebrota da vegetação há curto
prazo, propiciando parcelas de áreas sem ser
atingidas pelas chamas, onde servem de refúgio
para a fauna.
Além disso, incêndios com grandes
proporções provocam grandes índices de
mortalidade nos indivíduos que se encontram na
área atingida, devido a altíssimas temperaturas
(Prodon, 2000). A época do ano em que ocorre o
incêndio também pode determinar o grau de
afetação da fauna. Um incêndio de primavera que
ocorra durante a época de nidificação de uma
determina espécie de ave, em observação nas
espécies que nidificam em arbustos ou no solo,
terá muito maior impacto do que um incêndio no
mês de outono, quando nesta mesma área não há
mais ninho, ovos ou animais que não tenha
capacidade de voar.
Outro tipo de fator que influenciam o efeito
do fogo na fauna, diz respeito a característica
biológicas das espécies, incluindo os seus hábitos
e sua posição na cadeia alimentar e sua
capacidade de dispersão.
Efeito do fogo na fauna há curto prazo
(Foto tirada na Floresta Nacional de Brasília no dia
18 de Junho de 2015).
Interação entre fogo e espécies animais
A ação do fogo durante milhões de anos
sobre as espécies da fauna, constituem assim,
independentemente da sua origem (natural ou
humana), não só um importante fator ecológico,
mas também uma força evolutiva.
De certa maneira o efeito do Fogo sobre as
espécies animais têm grandes fatores, podendo
ser diretos ou indiretos. De maneira direta, temos,
mortalidade, ferimentos, fuga, movimentos. Já na
O efeito de suma importância é a
mortalidade das espécies. Alem disso o fogo pode
também provocar ferimentos ou levar os animais a
uma fuga as chamas, e com isso ocasionar
emigração para outra área.
A morte de mamíferos de grande porte está
associada a incêndios com alta intensidade, de
elevada velocidade de propagação, no qual geram
espessa cortinas de fumaça, ocasionando asfixia
do indivíduo, porém não é uma característica
somente desse grupo, podendo atingir mamíferos
de pequeno porte ou até mesmo animais de outros
gêneros.
No que diz respeito a características
biológicas, animais com maior capacidade de
deslocação (aves, invertebrados, mamíferos de
grande porte) levam vantagem na fuga. No
entanto, animais com menor capacidade de
mobilização e que vivem na superfície do solo
tornam-se vulneráveis as chamas. As aves em
geral apresentam grande capacidade de
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deslocação, porém na fase de recria esses
animais juvenis, no qual não tem capacidade de
voar são atingidos pelo o fogo, ocasionando a
morte do indivíduo. Espécies de animais
invertebrados tendem a se refugiar em zonas mais
profundas do solo, onde exista maior teor de
umidade e também animais que vivem em
superfície procuram áreas úmidas (veredas, mata
ciliares, mata de galeria), pois nestas localidades
há um quantitativo de água.
Fuga e Atração
Assim que o fogo é detectado, muitas
espécies voltam a área ardida, algumas espécies
são atraídas pelo calor, durante a fase de
combustão, logo em seguida a passagem da
queima, pois nestas áreas há uma certa
disponibilização de alimento (carcaça de animais)
ou até mesmo animais oportunistas, tais como
aves de rapina e animais necrófagos.Onde são
espécies predatórias que atacam suas prezas que
estão vulneráveis (Vacanti,1985).
zonas de vegetação que não arderam, geralmente
em áreas úmidas ou em formações rochosas.
(Lawrence 1966). As razões apontadas para esses
fenômenos também se constituem mecanismos de
proteção contra predadores (Vacante 1985). Além
disso, certas espécies são atraídas para estas
áreas, onde há uma grande disponibilização de
sementes ao solo, sementes caídas durantes e
logo após a passagem do fogo. As aves de rapina
e necrófagas são normalmente atraídas para estas
áreas, devido a maior abundância de alimento
(Parker 1974), e também há uma certa facilidade
em detectar insetos ou até mesmo roedores após
o regime de queima.
(Aves de rapina aproveitam o momento pós
queima para ir, em busca de alimento).
Muitas das espécies de aves abandonam o
seu
habitat, até mesmo por uma forma de
defesa para evitar ferimentos, e logo em seguida a
passagem do fogo, retornam. Isto acontece
quando há uma reduzida alteração em seu hábitat,
onde a queima foi proporcionalmente de baixa
intensidade.
Esse
comportamento
está
intimamente relacionado à sua área vital, de
alimentação. Em outra situação, certas espécies
de aves, no qual seu hábitat foi totalmente
modificado, quando não há mais possibilidade de
sobrevida desta espécie, proporcionando a
migração definitivamente para outras áreas (Adiar
1997).
Relativamente aos mamíferos, animais de
grande porte, possuem uma grande mobilidade,
proporcionando uma certa rapidez em sua
locomoção, podendo assim migrarem para áreas
não queimadas. Há também possibilidades de
mamíferos através de linha de fogo deslocarem
para áreas já queimadas. Christine, (1980). Já o
micro mamíferos tendem a procurar refúgio em
No reino dos insetos, destacam as espécies
de coleópteros (espécies que geralmente se
alimentam de tecidos vegetais vivos ou mortos),
no qual são perfuradores de troncos de árvores,
que selecionam as árvores hospedeiras (neste
caso árvores queimadas) (Raffa 1983), onde
depositam os seus ovos, de forma a garantir
alimento para suas larvas. O fato dessas espécies
terém constantemente várias gerações ao ano,
constituem também vetores de fungos, muitos dos
quais prejudiciais, levando ao aparecimento de
doenças nas formações florestais, podendo tornar
verdadeiras pragas e levar vários indivíduos
vegetais a morte
Métodos de Gestão para Minimizar Incêndios
Florestais
Este tópico aborda a forma de gestão com o
objetivo de minimizar os impactos dos incêndios
florestais. No qual são princípios e estratégias que
vão propiciar uma forma adequada de manejo do
fogo.
A população vegetal predominante da área
influencia na intensidade da combustão, pois o
acúmulo de biomassa proporciona o tipo de
queima. Em que o combustível vegetal é
comumente formado por carboidratos das plantas.
A possibilidade da ocorrência de incêndio,
em grande parte, depende da quantidade de
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combustível fino, umidade e continuidade do
combustível, que interferem nas características e
intensidade do fogo (Wright 1982).
Uma série de fatores rege as populações
acometidas por incêndios, como as espécies de
plantas afetadas, o tipo de fisionomia, a estação
do ano em que ocorre o incêndio, as condições
naturais antes e depois da queima, a herbivoria, a
frequência e o tempo desde a última queimada
(Silvia 1991).
O método mais utilizado baseia-se, manuais
ou mecânicos. Em que o corte da vegetação pode
ser utilizado através de roçagem, gradagem ou até
mesmo pelo o próprio fogo, onde este, controlado
(ou prescrito) se faz de uso planeado em que as
condições ambientais tornam-se compatíveis com
os objetivos de gestão. Sendo esse método um
dos mais utilizados no mundo, devido a sua
eficácia, versatilidade, possibilidade de uso em
escala, e também por motivos econômicos e
ecológicos (Graham 2004). Com isso reduz
efetivamente o combustível fino acumulado
minimizando o grau de intensidade do incêndio.
O fogo controlado pode ser definido em
duas formas, tanto aceiro negro, quanto contra
fogo. Aquele de certa forma se utiliza na
prevenção de um eventual incêndio, fazendo com
que a área principal da unidade não seja atingida
pelo o fogo, já este pode ser utilizado quando uma
eventual queima não pode ser mais controlada, de
forma manual, onde a equipe de combate lança
chamas em uma área contrária ao incêndio, onde
proporcionará o encontro do fogo, possibilitando
extinção da queima.
objetos e fenômeno que ocorrem na superfície
terrestre, sem que haja contato físico, no qual
utiliza sensores a bordo de satélites para aquisição
dessas informações. Com o avanço tecnológico
possibilita a utilização de imagens de satélites,
para detectar e localizar em tempo real focos de
incêndios florestais.
Gráficos dos focos acumulados por estados do
Brasil (mês de janeiro até agosto de 2014)
Mato grosso lidera o ranking dos estados
com maior numero de queimadas. Ao todo já são
7277 focos contra 5527 registrados no mesmo
período do ano passado.
(Fonte: INPE - Sistema de monitoramento e
queimadas).
Comparação do total de focos ativos
detectados, no período a cada mês, no período
de 1998 até 2014.
(Fonte: IBAMA)
Sensoriamento Remoto
Um sistema de uso eficiente para os órgãos
ambientais, que fazem o monitoramento das áreas
por meio de equipamentos tecnológicos, com o
objetivo essencial para a identificação dos
incêndios florestais em escala global.
Esta ferramenta soma-se a técnicas
destinadas a obtenção de informações sobre
(Fonte: INPE - Sistema de monitoramento e
queimadas.)
A tabela mostra uma certa sazonalidade dos
focos detectados, no período de julho de 2003,
2005 e 2010 mês que lideram o ranking. Já os
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meses de agosto e setembro mostraram o índice
altíssimo de queimadas nos anos de 2005 com
4746 focos, 2007 com 3236 focos, 2010 com 4684
focos, 2013 com 3243 focos.
Considerações Finais
O manejo de forma adequada em Unidades
de Conservação com prevenção a eventuais
incêndios florestais, reduziria drasticamente a
mortandade de espécies, tanto da fauna, quanto
da flora. Queimadas prescritas, em parcelas e com
regimes adequados, reduziriam os índices de
áreas atingidas por incêndios devastadores,
permitiriam as plantas completarem seus ciclos
biológicos, aumentariam a produtividade do
ecossistema
local,
acarretando
maior
disponibilidade de alimento aos animais, durante o
período crítico de seca.
No entanto, se grandes parcelas de áreas
ficam anos sem ter a presença de fogo, haverá
geração e acúmulo de biomassa e tornará estas
áreas vulneráveis a incêndios devastadores,
impossíveis de serem controlados.Neste sentido,
os efeitos ecológicos do fogo ao bioma cerrado
inserem várias vertentes, desde a devastação até
a manutenção da vida silvestre. Pois a exclusão
total do fogo ao cerrado seria uma mera utopia, no
qual é extremamente difícil manter áreas que não
foram queimadas.
O trabalho pôde mostrar as várias
influências que fogo pode ter em um ambiente
natural de forma a garantir a manutenção da vida
silvestre e propiciar o manejo das Unidades de
Conservação, utilizando o fogo como ferramenta
de manejo, pois este elemento cada vez mais
torna-se preocupação para órgãos ambientais,
visto que fora de controle causará danos
irreversíveis a natureza
Agradecimentos
Agradecemos, primeiramente a Deus por
nos darmos saúde e força para terminar essa
jornada acadêmica, aos nossos familiares que
sempre estiveram ao nosso lado.
Agradecemos ao nosso orientador, Luís
Carlos Spaziani, por toda dedicação e paciência a
nos ajudar a concluir esta pesquisa.
Agradecemos ao coordenador e todos
demais professores, que colaboraram com a
nossa formação e a todos os colegas que
estiveram conosco por todo esse período.
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Referências:
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2 - Graham; Basis for changing Brazilian florests, 2004.
3 - Hoffmann WA, The effects of fire, ecosystems and cover on seeding establishment in savanna. Journal of
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3 - Ibama – (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
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5 - Inpe- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- Sistema de detecção de focos de calor.
6 - Medeiros, M.B & F. Incêndio florestal no Parque Nacional da Serra da Canastra. Desafio para a
conservação da biodiversidade: Ciência Florestal. N.C.2004
7 – Milano MS, Rizzo NE. Princípios Básicos de manejo e administração de áreas silvestres. ITCF.55p.
8 - Morais JCM. Tecnologia de combate aos incêndios florestais. Floresta, vol34(2):211-216, 2004.
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10 – Oliveira Filho. A study of the origin o central Brazilian florists by the analysis of plant species.
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11 - Parker. Activity of red tailed Hawks at a corn stubble fire ecology, 1974.
12 - Pivello VR. Fire management for biological conservation in the Brazilian cerrado. P. 129-154, 2011.
13 - Prodon, R. Effects of fire and prescribed burning mammals in the Mediterranean, 2000.
14 - Raffa. The role host plant resistence in the colonization hebavior and ecology, 1983.
15 - Silvia. Diagnóstico das áreas de maior incidência de incêndios florestais em Unidades de Conservação,
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16 - Tubelis, D.P. Veredas e seu uso por aves no cerrado , America do Sul: Uma revisão. Biota Neotrópica
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17 - Vacanti. Recolonnization . of burned by meador, 1985.
18 - Whelan. The ecology of fire, R, J, 1995.
19 - Wright, H. A. & Bailey, A. W. Fire Ecology Brazilian, John Wiley & Sons, Inc. 1982. 501 p.
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