UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA
VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
FORMAÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS DE
SOJA EM FUNÇÃO DE ARRANJOS DE PLANTAS,
GENÓTIPOS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
ADILAR CHAVES
Tese apresentada ao Programa de
pós-graduação em Agronomia da
Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da UPF, para obtenção do
título de Doutor em Agronomia –
Área de Concentração em Produção
Vegetal
Passo Fundo, maio de 2012
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA
VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
FORMAÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS DE
SOJA EM FUNÇÃO DE ARRANJOS DE PLANTAS,
GENÓTIPOS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
ADILAR CHAVES
Orientador: Prof. Dr. Mauro Antônio Rizzardi
Tese apresentada ao Programa de
pós-graduação em Agronomia da
Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da UPF, para obtenção do
título de Doutor em Agronomia –
Área de Concentração em Produção
Vegetal
Passo Fundo, maio de 2012
CIP – Catalogação na Publicação
_____________________________________________________________________________
C512f
Chaves, Adilar
Formação do rendimento de grãos de soja em função de
arranjos de plantas, genótipos e épocas de semeadura /
Adilar Chaves. – 2012.
227 f. : il. ; 25 cm.
Orientação: Prof. Dr. Mauro Antônio Rizzardi.
Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade de
Passo Fundo, 2012.
1. Soja – Melhoramento genético. 2. Soja –
Sementes. 3. Soja – Plantio. I. Rizzardi, Mauro
Antônio, orientador. II. Título.
CDU: 633.34(816.5)
__________________________________________________________________________
Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857
iv
BIOGRAFIA DO AUTOR
Adilar Chaves, Licenciado em Ciências Agrícolas pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (1984), iniciou suas atividades
docentes na Escola Agrotécnica de Roraima onde atuou até 1990 nas
disciplinas de Culturas Anuais, Mecanização Agrícola e Agricultura I
(gênese do solo). No ano de 1990 transferiu-se para a Escola
Agrotécnica Federal de Sertão (atual IFRS- Câmpus Sertão) onde
ministrou a disciplina de Fruticultura e Silvicultura até o ano de 2004.
A partir de 2004 assumiu o Setor de Produção de Culturas Anuais
passando a ministrar aulas relacionadas ao manejo dessas culturas
para a 3ª série do Curso Técnico em Agropecuária. Ocupou, também,
a função de Coordenador do Setor de Cursos Técnicos Especiais da
Escola Agrotécnica Federal de Sertão, onde liderou diversas
atividades destinadas à formação complementar dos alunos desta
escola e da comunidade em geral. Como formação acadêmica, obteve
os títulos de Especialista em Proteção de Plantas pela Universidade
Federal de Viçosa (1992), Especialista em Didática Aplicada à
Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica
Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ) (1996) e de Mestre em
Agronomia – Área de concentração em Produção Vegetal pela
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de
Passo Fundo (2003). Atualmente é professor no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Câmpus
Sertão, em disciplinas da área de Produção Vegetal relacionadas ao
manejo de plantas de lavoura.
v
DEDICATÓRIA
Nossa vida e todas nossas conquistas não se constroem apenas a duas
mãos... são construídas com participação de muitos... a cada dia, a
cada momento... de diferentes formas.
Muitos participaram da construção deste trabalho, mas preciso
destacar uma pessoa em especial. Companheirismo... motivação...
amizade... compreensão... dedicação... paciência... coragem... força...
garra...
persistência...
perdão...
se
fizeram
presentes
e
se
personificaram em um nome: NIZETE, minha esposa.
... Por isso dedico inteiramente a ela este trabalho.
vi
AGRADECIMENTOS
- Ao Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS – Câmpus Sertão)
por ter viabilizado minha participação neste curso;
- Ao Professor Dr. Mauro Antônio Rizzardi, pela orientação,
motivação e compreensão necessárias durante a construção deste
trabalho;
- Aos demais professores do PPGAgro/UPF, pela amizade, respeito e
oportunidade de convívio e crescimento;
- À Nidera Sementes do Brasil, que forneceu as sementes para a
realização dos experimentos nos dois anos agrícolas;
- Ao colega Jônatas Galvan, uma mente inquieta na busca do
crescimento e uma pessoa de coração aberto para novas amizades;
- Aos demais colegas do PPGAgro, cujas amizades semeadas hão de
ser permanentes e produzir muitos frutos;
- Aos servidores e alunos do IFRS – Câmpus Sertão e da UPF pela
ajuda nas diferentes fases da instalação e condução dos experimentos,
cujos nomes gostaria de citar, mas evito por questão de espaço e risco
de omissão de algum;
- Aos alunos Jonas Lorençon, bolsista do Setor de Culturas Anuais do
IFRS- Câmpus Sertão e Luiz Fernando de Aguiar, da Disciplina de
Iniciação Científica da UPF, que participaram em todas as fases da
condução dos experimentos;
- A todas as mãos, mentes e corações que de perto ou longe
colaboraram e torceram para o sucesso deste trabalho;
- Aos meus filhos Rafael e Mateus, pelos dias de ajuda.
MUITO OBRIGADO.
vii
SUMÁRIO
página
LISTA DE TABELAS ............................................................
ix
LISTA DE FIGURAS .............................................................
xi
LISTA DE APÊNDICES ........................................................
xviii
RESUMO .................................................................................
20
ABSTRACT .............................................................................
22
INTRODUÇÃO .......................................................................
24
REVISÃO DA LITERATURA ..............................................
27
CAPÍTULO I
Distribuição vertical dos componentes do rendimento em
genótipos de soja submetidos a arranjos de plantas e
épocas de semeadura ..............................................................
32
Resumo .....................................................................................
32
Abstract .....................................................................................
33
Introdução .................................................................................
34
Material e Métodos ...................................................................
37
Resultados e Discussão .............................................................
43
Conclusões ................................................................................
76
CAPÍTULO II
Componentes do rendimento em função de populações de
plantas e épocas de semeadura para soja de crescimento
indeterminado .........................................................................
77
Resumo .....................................................................................
77
Abstract .....................................................................................
78
Introdução .................................................................................
79
Material e Métodos ...................................................................
84
Resultados e Discussão .............................................................
92
viii
Conclusões ................................................................................
112
CAPÍTULO III
Componentes do rendimento de grãos no caule e ramos de
soja no estádio R5 e na colheita em função de genótipos,
populações de plantas e épocas de semeadura .....................
113
Resumo .....................................................................................
114
Abstract .....................................................................................
114
Introdução .................................................................................
115
Material e Métodos ...................................................................
123
Resultados e Discussão .............................................................
128
Conclusões ................................................................................
152
CAPÍTULO IV
Produção e partição de matéria seca em genótipos de soja
em função de populações de plantas e épocas de
semeadura ................................................................................
154
Resumo .....................................................................................
155
Abstract .....................................................................................
155
Introdução .................................................................................
156
Material e Métodos ...................................................................
161
Resultados e Discussão .............................................................
167
Conclusões.................................................................................
190
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................
191
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................
192
ix
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Distribuição vertical dos componentes do rendimento em
genótipos de soja submetidos a arranjos de plantas e épocas de
semeadura
Tabela
1
-
2
-
Página
Datas de ocorrência dos estádios fenológicos considerados
críticos em relação à exigência hídrica, em dois genótipos de
soja
no
ano
agrícola
de
2009/2010,
em
Sertão/RS................................................................................... 44
Duração do ciclo e de subperíodos de desenvolvimento dos
genótipos em função das épocas de semeadura no ano
agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS....................................... 45
CAPÍTULO III
Componentes do rendimento de grãos no caule e ramos de soja no
estádio R5 e na colheita em função de genótipos, populações de
plantas e épocas de semeadura
Tabela
1-
2-
3-
4-
Página
Número de nós reprodutivos no caule por planta no
estádio R5, na média das populações de plantas, em
função das épocas de semeadura e genótipos (Passo
Fundo/RS, 2010/2011) .....................................................
Número de nós reprodutivos no caule por planta na
colheita, na média das populações de plantas, em função
das épocas de semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS,
2010/2011) .......................................................................
Número de legumes no caule da planta no estádio R5 na
média das populações de plantas, em função dos
genótipos e épocas de semeadura (Passo Fundo/RS,
2010/2011) .......................................................................
Número de legumes no caule da planta na época da
colheita, na média das populações de plantas, em função
dos genótipos e épocas de semeadura (Passo Fundo/RS,
136
138
141
142
x
2010/2011) .......................................................................
Número de legumes por nó reprodutivo no caule da
planta no estádio R5, na média das populações de
plantas, em função dos genótipos e épocas de semeadura
(Passo Fundo/RS, 2010/2011).......................................... 147
5-
CAPÍTULO IV
Produção e partição de matéria seca em genótipos de soja em
função de populações de plantas e épocas de semeadura
Tabela
1-
2-
3-
4-
5-
6-
Página
Matéria seca dos ramos com os pecíolos e sem os limbos
foliares de plantas no estádio R5 (g m-2), na média das
populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Matéria seca dos limbos foliares do caule de plantas no
estádio R5 (g m-2), na média das populações de plantas,
em função das épocas de semeadura e genótipos (Passo
Fundo/RS, 2010/2011)......................................................
Matéria seca aparente de plantas no estádio R5 (g m-2), na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011) ..........
Matéria seca de grãos produzidos no caule (g m-2), na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011) ..........
Matéria seca de 100 grãos (g) produzidos nos ramos, na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011).........
Matéria seca de resíduos do caule(g m-2), na média das
populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011).........
169
174
175
178
179
184
xi
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO I
Distribuição vertical dos componentes do rendimento em
genótipos de soja submetidos a arranjos de plantas e épocas de
semeadura
Figura
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Página
Estatura das plantas na média dos genótipos, em
função do espaçamento entre linhas e população de
plantas, com semeadura em 28 de outubro ..................
Estatura das plantas na média dos genótipos e
espaçamentos entre linhas em função da população de
plantas, com semeadura em 15 de dezembro ...............
Altura da inserção do primeiro legume na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de
outubro (a) e 15 de dezembro (b) .................................
Percentual de nós reprodutivos localizados no terço
superior das plantas na média dos genótipos e
espaçamentos, em função das populações de plantas,
com semeadura em 15 de dezembro ............................
Total de nós reprodutivos por metro quadrado na
média dos genótipos e espaçamentos entre linhas, em
função das populações de plantas, com semeadura em
28 de outubro (a) e 15 de dezembro (b) .......................
Número de legumes férteis por nó reprodutivo na
média dos genótipos e espaçamentos entre linhas, em
função das populações de plantas, com semeadura em
28 de outubro (a) e em 15 de dezembro (b) .................
Percentagem de legumes produzidos no terço basal das
plantas, na média das populações, em função dos
genótipos e espaçamentos entre linhas, com semeadura
em 28 de outubro ...........................................................
Percentagem de legumes produzidos no terço médio de
plantas na média dos genótipos, em função dos
espaçamentos entre linhas e populações de plantas,
com semeadura em 28 de outubro .................................
Número de legumes por metro quadrado na média dos
47
47
48
50
51
54
55
56
59
xii
10 -
11-
12 -
13 -
14 -
15 -
16 -
17 -
18 -
19 -
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de
outubro (a) e 15 de dezembro (b) ..................................
Número de grãos por legume no terço basal da planta,
na média dos espaçamentos entre linhas e genótipos,
em função das populações de plantas, com semeadura
em 28 de outubro .....................................................
Número de grãos por legume produzido no terço
superior na média dos espaçamentos entre linhas e
genótipos, em função das populações de plantas, com
semeadura em 28 de outubro .........................................
Número grãos por legume produzido no terço superior
da planta, na média dos espaçamentos, em função dos
genótipos e populações de plantas, com semeadura em
15 de dezembro .............................................................
Número de grãos por legume na planta na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de
outubro ...........................................................................
Número de grãos por legume na planta, na média dos
espaçamentos entre linhas, em função dos genótipos e
populações de plantas, com semeadura em 15 de
dezembro .......................................................................
Número de grãos por metro quadrado na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeaduras em 28 de
outubro (a) e 15 de dezembro (b) ..................................
Peso de 100 grãos produzidos no terço basal da planta
na média dos espaçamentos entre linhas, em função
dos genótipos e populações de plantas, com semeadura
em 28 de outubro (a) e 15 de dezembro (b) ...................
Peso de 100 grãos produzidos no terço médio da
planta, na média dos espaçamentos entre linhas, em
função dos genótipos e populações de plantas, com
semeadura em 28 de outubro (a) e 15 de dezembro (b).
Peso de 100 grãos produzidos no terço superior da
planta, na média dos espaçamentos entre linhas, em
função dos genótipos e populações de plantas, com
semeadura em 15 de dezembro ......................................
Peso de 100 grãos produzidos no conjunto dos terços
60
62
62
64
64
66
68
69
70
71
xiii
20 -
21 -
da planta, na média dos espaçamentos entre linhas e
genótipos, em função das populações de plantas, com
semeadura em 28 de outubro .........................................
Rendimento de grãos de soja na média das populações
de plantas, em função dos genótipos e espaçamentos
entre linhas, com semeadura em 15 de dezembro.
Sertão/RS, Safra 2009/2010 ..........................................
Rendimento de grãos na média dos espaçamentos entre
linhas, em função dos genótipos e populações de
plantas, com semeadura em 15 de dezembro.
Sertão/RS, 2009/2010 ....................................................
74
75
CAPÍTULO II
Componentes do rendimento em função de populações de plantas
e épocas de semeadura para soja de crescimento indeterminado
Figura
1-
2-
3-
4-
5-
6-
Página
Número de legumes por planta, na média das épocas
de semeadura, em função das populações de plantas e
genótipos de soja no ano agrícola de 2009/2010 em
Sertão/RS .......................................................................
Número de legumes por planta, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2010/2011
em Passo Fundo/RS .......................................................
Número de grãos por planta, na média das épocas de
semeadura e genótipos, em função das populações de
plantas nos anos agrícolas de 2009/2010 em Sertão/RS
(a) e 2010/2011 em Passo Fundo/RS (b) .......................
Número de grãos por legume, na média dos genótipos
em função das épocas de semeadura e populações de
plantas nos anos agrícolas de 2009/2010 em Sertão/RS
(a) e 2010/2011 em Passo Fundo/RS (b) .......................
Peso de 100 grãos na média das populações de plantas,
em função das épocas de semeadura e genótipos, no
ano agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS ....................
Peso de 100 grãos na média dos genótipos, em função
das épocas de semeadura e populações de plantas, no
ano agrícola de 2010/2011, em Passo Fundo/RS ..........
94
94
95
97
99
99
xiv
7-
8-
9-
10 -
11 -
12 -
13 -
Número de nós reprodutivos por metro quadrado, na
média das épocas de semeadura e genótipos, em
função das populações de plantas no ano agrícola de
2009/2010, em Sertão/RS ..............................................
Número de nós reprodutivos por metro quadrado, na
média dos genótipos, em função das épocas de
semeadura e populações de plantas no ano agrícola de
2010/2011, em Passo Fundo/RS ....................................
Número de legumes por metro quadrado, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2009/2010,
em Sertão/RS .................................................................
Número de legumes por metro quadrado, na média dos
genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas no ano agrícola de 2010/2011,
em Passo Fundo/RS .......................................................
Número de grãos por metro quadrado, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2009/2010,
em Sertão/RS .................................................................
Rendimento de grãos na média dos genótipos e épocas
de semeadura, em função das populações de plantas no
ano agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS ....................
Rendimento de grãos na média dos genótipos, em
função das épocas de semeadura e populações de
plantas no ano agrícola de 2010/2011, em Passo
Fundo/RS (10% de probabilidade de erro) ....................
103
103
105
105
107
109
109
CAPÍTULO III
Componentes do rendimento de grãos no caule e ramos de soja no
estádio R5 e na colheita em função de genótipos, populações de
plantas e épocas de semeadura
Figura
1-
2-
Página
Número de ramos por planta no estádio R5, na média
dos genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas. ......................................................
Número de ramos por planta na colheita, na média dos
genótipos, em função das épocas de semeadura e
129
130
xv
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10 -
11-
12 -
13 -
14 -
15 -
populações de plantas (7% de probabilidade de erro) ......
Número de nós reprodutivos por planta na colheita em
função dos genótipos e populações de plantas com
semeaduras em 12/11 (a) e 14/12 (b) ................................
Número de nós reprodutivos nos ramos por planta no
estádio R5, na média das épocas de semeadura e
genótipos, em função das populações de plantas .............
Número de nós reprodutivos nos ramos por planta na
colheita em função dos genótipos e populações de
plantas, com semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b) ............
Número de nós reprodutivos no caule por planta no
estádio R5 em função dos genótipos e populações de
plantas, na média das épocas de semeadura .....................
Número de nós reprodutivos no caule por planta na
colheita na média dos genótipos e épocas de semeadura,
em função das populações de plantas ...............................
Número de legumes nos ramos por planta em R5 na
média das épocas de semeadura e genótipos, em função
populações de plantas .......................................................
Número de legumes nos ramos por planta na colheita, na
média das épocas de semeadura, em função dos
genótipos e populações de plantas.....................................
Número de legumes no caule por planta no estádio R5 na
média dos genótipos e épocas de semeadura, em função
dos genótipos de plantas ...................................................
Número de legumes no caule por planta na colheita, na
média dos genótipos, em função das épocas de
semeadura e populações de plantas ..................................
Número de legumes por nó reprodutivo nos ramos de
plantas no estádio R5, na média das épocas de
semeadura, em função dos genótipos e populações de
plantas. ..............................................................................
Número de legumes por nó reprodutivo nos ramos na
época da colheita, na média das épocas de semeadura e
genótipos, em função das populações de plantas .............
Número de legumes por nó reprodutivo no caule das
plantas em R5, na média dos genótipos e épocas de
semeadura, em função das populações de plantas ............
Número de legumes por nó reprodutivo no caule na
época da colheita, na média das épocas de semeadura,
132
134
135
137
138
139
140
142
143
145
146
147
148
xvi
16 -
17 -
em função dos genótipos e populações de plantas ...........
Número de grãos por legume produzido nos ramos na
média dos genótipos e épocas de semeadura, em função
das populações de plantas .................................................
Número de grãos por legume produzido no caule em
função dos genótipos e populações de plantas, com
semeaduras em 12/11 (a) e 14/12 (b) ................................
150
151
CAPÍTULO IV
Produção e partição de matéria seca em genótipos de soja em
função de populações de plantas e épocas de semeadura
Figura
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
Página
Matéria seca do caule de plantas sem os limbos foliares,
em função dos genótipos e populações de plantas com
semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b) .................................
Matéria seca dos ramos sem os limbos foliares de plantas
no estádio R5, na média dos genótipos, em função das
épocas de semeadura e populações de plantas ..................
Matéria seca dos limbos foliares dos ramos, em função
dos genótipos e populações de plantas com semeadura
em 12/11 (a) e 14/12 (b), (a 7% de probabilidade de
erro) ..................................................................................
Matéria seca dos limbos foliares do caule, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas .......................................................
Matéria seca aparente de plantas no estádio R5, na média
dos genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas .......................................................
Matéria seca de grãos produzidos nos ramos, na média
das épocas de semeadura e genótipos, em função das
populações de plantas .......................................................
Matéria seca de grãos produzidos no caule, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas .......................................................
Matéria seca de 100 grãos produzidos nos ramos, na
média dos genótipos, em função das épocas de
semeadura e populações de plantas ..................................
Matéria seca de 100 grãos produzidos no caule, na média
170
171
173
174
176
177
179
180
181
xvii
10 -
11 -
12 -
13 14 -
dos genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas .......................................................
Matéria seca de resíduos do caule, na média das épocas
de semeadura, em função dos genótipos e populações de
plantas ...............................................................................
Matéria seca de resíduos dos ramos por metro quadrado,
em função dos genótipos e populações de plantas com
semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b) .................................
Rendimento de grãos de soja na média dos genótipos,
em função das populações de plantas e épocas de
semeadura .........................................................................
Rendimento de grãos na média das épocas de semeadura,
em função dos genótipos e populações de plantas ...........
Índice de colheita na média dos genótipos, em função
das épocas de semeadura e populações de plantas ...........
183
185
186
187
188
xviii
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE
1234567-
8-
9-
10 -
11 -
Página
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I,
experimento I ..................................................................
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I,
experimento II .................................................................
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II,
experimento I ..................................................................
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II,
experimento II ...........................................................
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo
III .....................................................................................
Resumo da análise de variância referente ao Capítulo
IV ....................................................................................
Precipitações pluviais verificadas por decêndio e
acumuladas por mês entre o mês da instalação do
experimento I e a colheita do experimento II, em
Sertão/RS no ano agrícola de 2009/2010 e médias
mensais históricas registradas na região segundo o
CNPT/Embrapa ...............................................................
Temperaturas médias mensais verificadas entre o mês
da instalação do experimento I e a colheita do
experimento II, em Sertão/RS no ano agrícola de
2009/2010 e médias mensais históricas registradas na
região segundo o CNPT/Embrapa ...................................
Precipitações pluviais verificadas por decêndio e
acumuladas por mês entre o mês da instalação do
experimento I e a colheita do experimento II, em Passo
Fundo/RS no ano agrícola de 2010/2011 e médias
mensais históricas registradas na região segundo o
CNPT/Embrapa ...............................................................
Temperaturas médias mensais verificadas entre o mês
da instalação do experimento I e a colheita do
experimento II, em Passo Fundo, RS no ano agrícola de
2010/2011 e médias mensais históricas registradas na
região ...............................................................................
Datas de verificação de estádios fenológicos críticos em
relação à disponibilidade hídrica em função de épocas
207
210
213
215
217
219
221
222
223
224
225
xix
12 -
13
de semeadura e genótipos no ano agrícola de 2009/2010
em Sertão/RS, e no ano agrícola de 2010/2011 em
Passo Fundo/RS ..............................................................
Duração dos períodos de desenvolvimento da soja
(dias) em função dos genótipos e épocas de semeadura
no ano agrícola de 2009/2010 em Sertão/RS e no ano
agrícola de 2010/2011 em Passo Fundo/RS (Passo
Fundo, RS, 2011) ............................................................ 226
Estádios fenológicos de desenvolvimento da soja
segundo a escala de Fehr e Caviness (1977) ................... 227
20
FORMAÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS DE
SOJA EM FUNÇÃO DE ARRANJOS DE PLANTAS,
GENÓTIPOS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
ADILAR CHAVES1
RESUMO - A distribuição espacial das plantas na lavoura interfere
diretamente no crescimento, ramificação, produção de matéria seca e
rendimento de grãos em soja. O arranjo que proporciona maior
rendimento varia em função do genótipo e época de semeadura.
Genótipos recentemente disponibilizados para uso têm ciclo curto e
hábito
de
crescimento
indeterminado,
no
que
diferem
dos
tradicionalmente cultivados no estado do Rio Grande do Sul, de ciclo
médio e crescimento determinado. O objetivo deste trabalho foi
caracterizar o efeito de arranjos de plantas e épocas de semeadura
sobre a distribuição dos componentes do rendimento e a distribuição
da matéria seca no caule, ramos no estádio R5 e na colheita, de
genótipos com diferentes hábitos de crescimento. No ano agrícola
2009/2010 avaliaram-se dois espaçamentos (34 e 50 cm entre linhas),
cinco populações de plantas (100, 170, 240, 310 e 380 mil plantas ha1
) em dois genótipos de soja de crescimento indeterminado (“NS 4823
RR” e “NA 5909 RG” ) em duas épocas de semeadura (28/10 e
15/12), em Sertão/ RS. No ano agrícola 2010/2011 avaliaram-se duas
épocas de semeadura (12/11 e 14/12), quatro genótipos (“NS 4823
RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411 RG” e “BR SUL LA”, os dois últimos,
1
Licenciado em Ciências Agrícolas, Mestre, Doutorando do Programa de PósGraduação em Agronomia da Universidade de Passo Fundo, professor do Instituto
Federal do Rio Grande do Sul - Câmpus Sertão (IFRS - Câmpus Sertão); e-mail:
[email protected].
21
de crescimento determinado) e cinco populações de plantas (100, 170,
240, 310 e 380 mil plantas
ha-1) no espaçamento de 50 cm entre
linhas em Passo Fundo/RS. A contribuição do terço médio vertical da
planta variou pouco entre os arranjos e épocas de semeadura,
enquanto a do terço basal reduziu e a do terço superior aumentou da
semeadura em outubro para a de dezembro, mais no genótipo “NA
5909 RG” que no “NS 4823 RR”. O número de nós reprodutivos por
área aumentou linearmente com o aumento das populações. O número
de legumes e de grãos por planta e por área foi proporcional ao
número de nós reprodutivos, com pequena compensação entre
população de plantas e legumes por nó. O peso de 100 grãos
produzidos no caule variou mais que o dos ramos em função das
épocas de semeadura e populações de plantas. Os maiores
rendimentos foram obtidos com semeadura em novembro e os
menores rendimentos ocorreram nas semeaduras tardias com menores
populações de plantas. As diferenças de rendimento em função de
épocas de semeadura e arranjos de plantas se devem principalmente à
ramificação resultante em cada genótipo, com pouca alteração nos
componentes do rendimento localizados no caule e variam mais em
função do genótipo que do hábito de crescimento.
Palavras chave: Matéria seca, manejo, ramificação, índice de
colheita, componentes do rendimento, peso seco.
22
COMPOSITION OF SOYBEAN YIELD AS A FUNCTION OF
PLANT ARRANGEMENTS, GENOTYPES AND PLANTING
DATES
ABSTRACT - The spatial distribution of plants in the field interferes
directly in the growth, branching, dry matter production and grain
yield in soybean. The arrangement that provides greater yield varies
according to genotype and sowing date. Genotypes recently become
available for use have short cycle and indeterminate growth habit,
which differ from the traditionally grown in the Rio Grande do Sul
State, with medium maturity and determinate growth habit. The
objective of this study was to characterize the effect of plant spacings
and sowing dates on the distribution of yield components and
distribution of dry matter in stems, branches in the R5 stage and at
harvest, in genotypes with different growth habits. In season growth
2009/2010 were evaluated two rows spacing (34 and 50 cm), five
populations (100, 170, 240, 310 and 380 000 thousand plants ha-1) in
two soybean genotypes of indeterminate growth ("NS 4823 RR" and
"NA 5909 RG") in two sowing dates (28/10 and 15/12), in Sertão/RS.
In season growth 2010/2011 were evaluated two sowing dates (12/11
and 14/12), four genotypes ("NS 4823 RR", "NA 5909 RG", "A 6411
RG" and "BR SUL LA" the last two, with determinate growth habit)
and five plant populations (100, 170, 240, 310 and 380 thousand
plants ha-1) at 50 cm spacing between rows in Passo Fundo/RS. The
contribution of the vertical middle third of the plant varied little
between the arrangements and sowing dates, while the reduced basal
third of upper and increased from October to December, in the
23
genotype "NA 5909 RG" more than "NS 4823 RR". The number of
reproductive nodes per area increased linearly with increasing
population. The number of pods and grains per plant and per area was
proportional to the number of reproductive nodes, with little trade-off
between plant population and vegetables per node. The weight of 100
grains produced in the stem varied more than of 100 grains produced
in the branches depending on the sowing dates and plant populations.
Highest yields were obtained with sowing in November and the lowest
yield occurred in the late sowing with lower plant populations. The
yield differences due to sowing dates and plant spacings are mainly
due to branching resulting in each genotype, with little change in yield
components located in the stem and vary according to genotype more
than the habit of growth.
Key words: Dry matter, management, branch, harvest index, yield
components, dry weight.
24
INTRODUÇÃO
A cultura da soja ocupa posição de destaque na agricultura
mundial sendo a segunda maior fornecedora de óleo vegetal para
alimentação humana e a principal fonte de proteínas para a
alimentação animal, principalmente de suínos e aves (NUNES, 2007).
O Brasil é o 2º maior produtor mundial com 68.688 mil
toneladas de grãos produzidos em 23.468 mil ha cultivados no ano
agrícola de 2010/2011 (CONAB, 2012).
O rendimento de grãos aumentou significativamente em
função do desenvolvimento de genótipos mais adaptados e produtivos,
aumento do uso de insumos, e da eficiência no funcionamento e uso
de máquinas que elevaram o padrão de manejo da cultura
(MUNDSTOCK & THOMAS, 2005).
Dentre os estados com maior produção destacam-se Mato
Grosso e Paraná com 18.777 mil e 14.079 mil toneladas anuais e
rendimentos de 3.015 e 3.139 kg ha-1, respectivamente. O estado do
Rio Grande do Sul onde, na década de 1940 iniciou o cultivo da soja
em escala comercial no Brasil, atualmente ocupa a 3ª posição em
produção com 10.219 mil t de grãos ano-1 e está entre os estados com
menores rendimentos no país, obtendo, na safra 2010/2011, a 13ª
posição entre 16 estados citados (CONAB, 2012).
As principais razões que levaram o rendimento de grãos
obtido no Rio Grande do Sul ser superado são condições climáticas
desfavoráveis (CUNHA et al., 2001) e baixa adoção de tecnologia em
comparação com outros estados produtores. O principal limitante,
entretanto, é a deficiência hídrica nos estádios reprodutivos da cultura
25
que pode ser minimizada com uso de genótipos adaptados às regiões e
épocas de semeadura que evitem coincidência dos períodos de maior
sensibilidade com os de deficiência hídrica (CUNHA et al., 2001;
RODRIGUES et al., 2001; RODRIGUES et al., 2007). Modificações
nas épocas de semeadura, entretanto, resultam em alterações na
arquitetura das plantas, no número de nós e no número e comprimento
dos ramos emitidos, o que afeta o número de nós reprodutivos
(BOARD & SETTIMI, 1986) com consequentes alterações na
distribuição dos componentes do rendimento (BOARD & SETTIMI,
1986; BOARD & HARVILLE, 1993; BOARD & HARVILLE, 1998;
SMITH, 2000; ROBINSON et al., 2009).
Para que estas alterações não reduzam o rendimento de
grãos é necessário adequar os arranjos de plantas a cada época de
semeadura (EGLI & WARDLAW, 1980; RODRIGUES et al., 2001;
RODRIGUES et al., 2006; RAY et al., 2008; PEDERSEN, 2011),
com vistas a proporcionar índice de área foliar em torno de 3,9 e
interceptação de cerca de 95% da radiação solar incidente quando a
planta atinge o estádio R2 (plena floração) (BOARD & HARVILLE,
1993) associada à alta taxa de crescimento entre os estádios R1 (início
da floração) e R3 (início da formação de legumes) (EGLI & ZHENWEN, 1991; BRUIN & PEDERSEN, 2009a). Estas condições
permitem, sob variações de condições ambientais durante o ciclo,
compensação
entre
componentes
primários
do
rendimento
(BERLATO & GONÇALVES, 1978; RASSINI & LIN, 1981b;
PIRES et al., 2000).
Os componentes primários do rendimento de grãos na
cultura da soja são o número de plantas por área, número de legumes
26
por planta (ou por área), número de grãos por legume e peso dos grãos
(MUNDSTOCK & THOMAS, 2005). Destes, o que sofre maior
influência de fatores ambientais é o número de legumes por área
(SCHÖFFEL et al., 2001; ROBINSON et al., 2009), que pode ser
parcialmente compensado por modificações no arranjo de plantas
(RAMBO, 2002), que pode ser usado também para compensar a
redução do porte em semeaduras tardias (HICKS et al., 1969;
RODRIGUES et al., 2006). Os arranjos ótimos variam em função da
região, época de semeadura, condições hídricas, fertilidade do solo e
genótipos. Bruin & Pedersen (2009a) descrevem uma resposta típica
da soja às populações de plantas que se caracteriza pelo crescimento
linear no rendimento com aumento da população até um teto situado
entre 25 e 35 plantas m-2 na região do Alto Meio Oeste e entre 8 e 25
plantas m-2 no Sul dos EUA.
Para o estado do Rio Grande do Sul são recomendados
espaçamentos de 20 a 50 cm entre linhas e média de 30 plantas m-2,
com variação de 20% para mais ou para menos no número de plantas
sendo as maiores populações e os menores espaçamentos indicados
para semeaduras tardias (REUNIÃO, 2009).
O objetivo deste trabalho foi caracterizar o efeito de
arranjos de plantas e épocas de semeadura sobre a distribuição do
rendimento de grãos e seus componentes na planta, e a distribuição da
matéria seca no caule e ramos no estádio R5 e na colheita de
genótipos de soja geneticamente modificadas com diferentes hábitos
de crescimento.
27
REVISÃO DA LITERATURA
No estado do Rio Grande do Sul ocorre algum nível de
deficiência hídrica durante o ciclo da soja em nove de cada vinte anos,
com diferenças de intensidade conforme o ano, local e época de
semeadura (MATZENAUER et al., 2003). Essa deficiência afeta o
ciclo (PORTO et al., 1979; MAEHLER et al., 2003a), o porte
(RASSINI & LIN, 1981a) e os componentes do rendimento da cultura,
com maior intensidade quando ocorre entre os estádios R3 (início da
formação de legumes) e R5 (início do enchimento de grãos) (SIONIT
& KRAMER, 1977; RASSINI & LIN, 1981a; RAMBO et al., 2002).
Quando ocorre a partir do estádio R2 (plena floração) reduz o peso e o
número de grãos produzidos (SALINAS et al., 1996).
Para reduzir efeitos negativos da deficiência hídrica, uma
das alternativas é adotar épocas de semeadura que evitem a
coincidência dos estádios de maior sensibilidade da cultura com
períodos de maior ocorrência de deficiência (CUNHA et al., 2001;
RODRIGUES et al., 2001). Existe, entretanto, um período ótimo para
a semeadura dentro do qual o rendimento de grãos é mantido
relativamente estável (BONATO et al., 1998) e cujos limites são
definidos por condições ambientais, principalmente temperatura e
fotoperíodo, pois a ação conjunta desses fatores determina o início da
floração (RODRIGUES et al., 2001).
Quando certos limites são extrapolados ocorrem alterações
no número e comprimento dos ramos, número de nós, número de nós
reprodutivos, número de legumes e de grãos produzidos (EGLI et al.,
28
1985) e no peso dos grãos (EGLI & WARDLAW, 1980) interferindo
sobre o rendimento de grãos.
O rendimento de grãos resulta da interação do índice de
área foliar (IAF) e duração da área foliar (RODRIGUES et al., 2006),
com fatores ambientais, genéticos e de manejo. O IAF aumenta
quando as temperaturas diurnas/noturnas na fase de desenvolvimento
vegetativo da soja sobem de 18/13 para 33/28ºC (EGLI &
WARDLAW, 1980) e o aumento no fotoperíodo na fase de floração
aumenta a duração da área foliar e amplia o período de enchimento de
grãos (KANTOLIC & SLAFER, 2007), o que não ocorre nas
condições do Rio Grande do Sul, onde a soja floresce entre janeiro e
fevereiro, quando o fotoperíodo reduz. Dentro dos limites citados,
temperatura noturna mais alta na fase inicial da cultura resulta em
maior crescimento vegetativo e reprodutivo das plantas, com aumento
no rendimento de grãos e índice de colheita (SEDDIGH & JOLLIFF,
1984).
Aumentos na temperatura média diária antecipam a
floração de cultivares de dias curtos (GANDOLFI et al., 1979;
RODRIGUES et al., 2001) e reduzem o índice de área foliar para
níveis abaixo dos mínimos necessários nesta fase para obter altos
rendimentos (RODRIGUES et al., 2007), ou, ainda, ocorre o inverso
nos genótipos de dias longos, onde as temperaturas altas retardam a
floração (GANDOLFI et al., 1983). O efeito continua em estádios
posteriores, onde elevações das temperaturas diurnas/noturnas de
18/13ºC para 27/22ºC aumentam a taxa de enchimento de grãos de 6,1
para 7,9 mg grão-1 dia-1, e temperaturas de 33/28ºC no período de
floração e diferenciação de legumes reduzem em 36% a taxa de
29
crescimento dos grãos verificada a seguir (EGLI & WARDLAW,
1980). No período de enchimento de grãos, temperaturas de 33/28ºC
antecipam a senescência das folhas e reduzem a duração deste período
em três dias em relação à de 18/13ºC (EGLI & WARDLAW, 1980).
Por outro lado, aumento no fotoperíodo a partir do estádio
R3 (início da formação de legumes) amplia o ciclo e aumenta o
número de nós por planta e número de legumes e de grãos por área
(KANTOLIC & SLAFER, 2007).
Épocas de semeadura que coincidam os estádios
reprodutivos com períodos de maior luminosidade favorecem
rendimentos mais elevados (ROBINSON et al., 2009).
Os efeitos da temperatura e fotoperíodo são menos
significativos em plantas com a característica denominada “período
juvenil longo” (RAY et al., 1995) pois estas necessitam maior período
de desenvolvimento vegetativo antes de iniciar a emissão de flores, o
que favorece a formação de maior número de ramos e nós
reprodutivos (WILKERSON et al., 1989). Além disso, a maioria dos
genótipos de soja produz grande quantidade de flores e ajusta o
potencial de rendimento durante os estádios reprodutivos pela
compensação entre número de nós e de legumes por nó, sem manter
relação entre número de flores e de legumes produzidos (NAVARRO
JUNIOR & COSTA, 2002b; PIRES et al., 2005). O momento e o
padrão de ajuste variam entre genótipos e variam com o arranjo de
plantas (PIRES et al., 2000).
Bonato et al. (1998) não verificaram diferenças de
rendimento entre semeaduras em outubro e novembro para genótipos
de ciclo precoce e semitardio/tardio, mas novembro foi melhor que
30
outubro para genótipos de ciclo médio. Na média de três genótipos de
ciclo precoce, nove médios e onze semitardios/tardios, dezembro
resultou em redução de 17,3%, 17,1% e 19,7%, respectivamente no
rendimento de grãos em relação à semeadura de novembro.
Egli & Cornelius (2009) analisaram 27 trabalhos
publicados em diferentes regiões dos EUA e constataram padrão
semelhante de resposta à época de semeadura havendo um período
relativamente longo onde o rendimento não é afetado e um momento
crítico a partir do qual começa ocorrer decréscimo. O momento crítico
variou entre regiões e as perdas foram de 1,2% dia-1 no extremo sul,
1,1% dia-1 no centro-sul e 0,7% dia-1 no meio oeste daquele país.
Parte das perdas provocadas com mudança na época de
semeadura pode ser evitada pelo ajuste das populações de plantas às
épocas de semeadura e características do genótipo (GANDOLFI et al.,
1979; BOARD & SETTIMI, 1986; KANTOLIC & SLAFER, 2007).
Semeaduras tardias reduzem o ciclo, independente do genótipo
(BOARD, 1985). Genótipos de crescimento indeterminado variam
mais a estatura em função da época de semeadura e toleram mais a
antecipação que os de crescimento determinado, resultando em
ampliação do período indicado, mas sob temperaturas altas reduzem o
período vegetativo e aumentam o reprodutivo, enquanto genótipos de
crescimento determinado aumentam o crescimento no período
vegetativo e reduzem no reprodutivo sob estas condições (WILCOX
& FRANKERBERGER, 1987).
A eficiência do uso da radiação fotossinteticamente ativa
para produção de matéria seca também varia com as épocas de
semeadura e o rendimento associa-se mais com a taxa de acúmulo que
31
com o total de matéria seca acumulada pela cultura (SHÖFFEL &
VOLPE, 2001).
Os arranjos de plantas que proporcionam rendimentos
mais elevados em geral implicam em aumento de populações
(QUEIROZ & MINOR, 1977) e redução no espaçamento entre linhas
(RAMBO, 2002; PEDERSEN, 2011) principalmente em semeaduras
tardias e condições de deficiência hídrica (PIRES et al., 2000;
PARCIANELLO et al., 2004; SEVERSIKE et al., 2009; WALKER et
al., 2010; COX & CHERNEY, 2011).
No Rio Grande do Sul, a época de semeadura para soja
situa-se entre o segundo decêndio de outubro e o terceiro decêndio de
dezembro (REUNIÃO, 2009). Rodrigues et al. (2007) indicam
espaçamento de 50 cm entre linhas e população de 30 plantas m-2 para
semeaduras
no
terceiro
decêndio
de
outubro
de
genótipos
desenvolvidas pela Embrapa, com hábito de crescimento determinado
e ciclo médio a tardio.
Entre as décadas de 1980 e 2000, predominou o uso de
genótipos com hábito de crescimento determinado no Brasil, sendo
escassos os trabalhos de pesquisa realizados com genótipos de
crescimento indeterminado, que podem apresentar resposta diferente
ao ambiente das de crescimento determinado.
32
CAPÍTULO I
DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DOS COMPONENTES DO
RENDIMENTO EM GENÓTIPOS DE SOJA SUBMETIDOS A
ARRANJOS DE PLANTAS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
Resumo - O rendimento de grãos na cultura da soja varia com os
arranjos de plantas e genótipos nas diferentes épocas de semeadura.
As cultivares atualmente em uso apresentam crescimento e ciclo
diferente das tradicionalmente usadas no RS, o que interfere na
distribuição dos componentes do rendimento na planta. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito de arranjos de plantas e épocas de
semeadura na distribuição vertical de componentes do rendimento em
genótipos de soja de crescimento indeterminado. Utilizaram-se
espaçamentos de 34 e 50 cm entre linhas, populações de 100, 170,
240, 310 e 380 mil plantas ha-1 e os genótipos “NS 4823 RR” (“1”) e
“NA 5909 RG” (“2”) semeados em 28/10/2009 (época I) e 15/12/2009
(época II), em Sertão/RS. O delineamento experimental foi em blocos
completamente casualizados com os tratamentos arranjados em
parcelas sub subdivididas, alocando-se os espaçamentos nas parcelas
principais, genótipos nas sub parcelas e populações nas sub
subparcelas. Na época I, os genótipos “1” e “2” apresentaram 28 e
19% dos nós no terço basal (TB), e 38 e 51% no terço médio (TM)
respectivamente. Na época II, os percentuais foram de 26 e 7% no TB
e 39 e 56% no TM nos genótipos “1” e “2” respectivamente. Parte dos
nós localizados no TB da época I foi transferida para o terço superior
(TS), com pouca variação no TM. As percentagens de legumes
33
variaram acompanhando o número de nós. O número de grãos por
legume variou diferentemente no terços. Genótipos e épocas de
semeadura afetaram mais a distribuição vertical do rendimento de
grãos que arranjos de plantas e os componentes mais afetados foram o
número de nós reprodutivos e de legumes. O NGL variou pouco.
Palavras chave: Glycine max (L.) Merryll; espaçamentos; população
de plantas.
VERTICAL DISTRIBUTION OF YIELD COMPONENTS IN
SOYBEAN GENOTYPES WHICH PLANT ARRAGEMENT
AND SOWING DATES USED
Abstract - Soybean grain yield varies according to plant arrangement
and genotypes in different sowing dates. The cultivars, in use
nowadays, present different growth and cycle from the ones
traditionally used in RS, which interferes in plant yielding
components. The objective of this work was to evaluate the effect of
plant arrangements and sowing dates in vertical distribution of
yielding components in soybean genotypes of indeterminate growth.
By using spacing of 34 and 50 cm among rows, populations of 100,
170, 240, 310 and 380 thousand plants ha-1 and genotypes “NS 4823
RR” (“1”) and “NA 5909 RG” (“2”) sowed in 10/28/2009 (sowing
date I) and 12/15/2009 (sowing date II), in Sertão/RS. The
experimental design was in blocks completely randomized with the
treatments arranged in sub subdivided plots, allocating the
arrangements in the main plots, Genotypes in the sub plots and
34
populations in sub subplots. In the sowing date I, the genotypes “1”
and “2” presented 28 and 19% of the nodes in the basal thirds (BT),
and 38 and 51% in the medium thirds (MT) respectively. In the
sowing date II, the perceptual was 26 and 7% in BT and 39 and 56%
in the MT in genotypes “1” and “2” respectively. Part of the nodes
localized in BT in the sowing date I was transferred to superior third
(ST), with little variation in MT. The legume percentage varied
following the node number. The number of grains per legume varied
in different ways in the thirds. Genotypes and sowing dates affected
more the vertical distribution of grain yield than plant arrangements
and most affected components were the number of reproductive nodes
and the legumes. O NGL varied not so much.
Key words: Glycine max (L.) Merryll, row spacing, plant population.
Introdução
O potencial de rendimento verificado em estádios
reprodutivos iniciais da soja é reduzido nos estádios seguintes devido
à quantidade limitada de fotoassimilados fornecidos às estruturas
reprodutivas em formação e desenvolvimento (MARCHEZAN &
COSTA, 1983; MARVEL et al., 1992; JIANG & EGLI, 1993; PIRES
et al., 2000; NAVARRO JUNIOR & COSTA, 2002a; PROULX &
NAEVE, 2009).
A produção de fotoassimilados depende da radiação solar
interceptada, resultado do número, tamanho e posição das folhas
(JIANG & EGLI, 1993; RAKOCEVIC et al., 2010), e é limitada pela
35
disponibilidade hídrica (BERLATO et al., 1992), pela disponibilidade
de nutrientes (BORKER et al., 1994), pelo auto sombreamento
(PARCIANELLO et al., 2004), e pela duração da área foliar
(KANTOLIC & SLAFER, 2007).
O ajuste do potencial de rendimento à disponibilidade de
fotoassimilados ocorre inicialmente pelo número de nós, depois pelo
número de flores emitidas e finalmente pela abscisão de flores e
legumes (JIANG & EGLI, 1993; RAMBO, 2002). Quando a
disponibilidade é alterada após a fixação de legumes, o ajuste ocorre
também pelo número de grãos por legume e pelo peso dos grãos
(KOLLMANN et al., 1974; PARCIANELLO et al., 2004; PROULX
& NAEVE, 2009). Em genótipos de crescimento indeterminado a
menor disponibilidade de fotoassimilados afeta principalmente os
componentes do rendimento nos nós apicais da planta (JIANG &
EGLI, 1993).
O número de grãos por área aumenta com a taxa de
crescimento da cultura nos estádios reprodutivos e a taxa de
enchimento de grãos reduz linearmente com aumento no número de
grãos por planta, diferindo ambas entre genótipos (EGLI & ZHENWEN, 1991).
Com espaçamentos de 20 a 50 cm entre linhas e
populações entre 20 e 40 plantas m-2, o rendimento concentra-se no
terço médio da planta (RAMBO, 2002), principalmente entre os nós
seis, sete, oito e nove, contados a partir do nó cotiledonar
(MARCHEZAN & COSTA, 1983).
36
Hansen & Shibles (1978) verificaram maior percentual de
legumes maduros em relação ao número de flores e legumes formados
nos nós superiores que nos nós inferiores do caule e nos ramos.
Estudos realizados com doze genótipos de soja, oriundos
de regiões localizadas em latitudes entre 31º e 35º N, demonstraram
que a planta apresenta três gemas em cada nó (GAI et al., 1984). A
gema central origina um ramo primário nos nós basais ou um rácemo
primário nos nós apicais e as gemas laterais dão origem a ramos ou
rácemos secundários. Rácemos primários só se originam em nós
localizados acima da inserção dos ramos primários (GAI et al., 1984).
Em semeaduras tardias, as plantas reduzem o porte (RAY
et al., 2008) tornando necessário aumentar as populações para
compensar as perdas no rendimento (QUEIROZ & MINOR, 1977).
Temperaturas diurnas/noturnas entre 24/19 e 30/25ºC não
afetam a duração do período de enchimento dos grãos, mas acima ou
abaixo destes limites, reduzem o tamanho final dos mesmos (EGLI &
WARDLAW, 1980). Este é um dos fatores que limita a amplitude da
época de semeadura em regiões de clima temperado.
Genótipos lançados na década de 1990 apresentam maior
taxa de crescimento entre os 85 e 105 dias após a emergência que os
da década de 1970 (BONATO et al., 2000; BRUIN & PEDERSEN,
2009a) e os de lançamento na década de 1990 apresentam maior
potencial de rendimento que os cultivados anteriormente devido à
maior duração do período fotossinteticamente ativo, tolerância a
populações mais elevadas e melhor resposta às tecnologias, com
pouco acréscimo na eficiência fotossintética (EVANS & FISCHER,
1999).
37
Kahlon
et
al.
(2011)
compararam
os
principais
componentes do rendimento de genótipos lançados entre 1953 e 1999
e concluíram que o aumento de 20 a 30 kg ha-1 ano-1 verificado no
rendimento durante este período é explicado na maioria dos casos,
pelo aumento no número de nós reprodutivos que resultou em
aumento no número de legumes e de grãos por área.
A soja tolera variações significativas na população de
plantas sem sofrer modificações no rendimento (QUEIROZ &
MINOR, 1977) No Rio Grande do Sul, apesar das populações
indicadas situarem-se entre 20 e 40 plantas m-2, muitos produtores têm
obtido elevados rendimentos com populações em torno de 100 mil
plantas ha-1, em genótipos com características de maior precocidade e
hábito de crescimento indeterminado.
Neste estudo avaliou-se o efeito de arranjos de plantas
sobre a distribuição vertical dos componentes do rendimento em soja
de crescimento indeterminado em duas épocas de semeadura.
Material e Métodos
Foram conduzidos dois experimentos na área de produção e
pesquisa do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Câmpus Sertão,
no município de Sertão/RS, sob as coordenadas geográficas de
28º02’S, 52º15’W e 735 m de altitude (APOLO XI, 2009), no ano
agrícola 2009/2010.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico Húmico (STRECK et al., 2002) cuja análise
química revelou: pHH2O = 5,8; pHSMP = 6,1; Al+++ = 0,0 cmolc dm-3;
38
Ca++ = 8,0 cmolc dm-3; Mg++ = 2,9 cmolc dm-3; P = 9 mg dm-3; K =
238 mg dm-3; S = 12 mg dm-3; MO = 2,3 %.
Os experimentos foram conduzidos sob sistema de semeadura
direta, em área coberta com aveia preta cujo manejo constou da
aplicação prévia de glifosato a 1080 g e. a. ha-1 no dia 19 de outubro
de 2009, quando a aveia encontrava-se no estádio de grão leitoso
apresentando 3,2 t de matéria seca aparente ha-1.
Experimento I
Os tratamentos constaram de dois espaçamentos entre
linhas (34 e 50 cm), dois genótipos (“NS 4823 RR” e “NA 5909 RG”)
e cinco populações de plantas (100; 170; 240; 310 e 380 mil plantas
ha-1).
O
delineamento
experimental
foi
em
blocos
completamente casualizados com quatro repetições e os tratamentos
arranjados em parcelas sub subdivididas com os espaçamentos nas
parcelas principais, genótipos nas subparcelas e populações nas sub
subparcelas.
Cada sub subparcela constou de seis metros de
comprimento e oito linhas no espaçamento de 50 cm ou 12 linhas no
espaçamento de 34 cm.
Os
genótipos
utilizados
apresentam
as
seguintes
características: “NS 4823 RR” - ciclo de 42 dias da emergência à
floração e 116 dias da emergência à colheita, estatura = 78 cm e altura
do primeiro legume = 14 cm, e média capacidade de ramificação; “NA
5909 RG” - ciclo de 57 dias da emergência à floração e 124 dias da
39
emergência à colheita, estatura = 106 cm, altura do primeiro legume =
19 cm e alto potencial de ramificação, ambas com hábito de
crescimento indeterminado (dados fornecidos pela detentora dos
direitos sobre esses genótipos no Brasil).
No dia 27 de outubro de 2009, véspera da semeadura, foi
realizada uma dessecação complementar com glifosato a 360 g de e. a.
ha-1.
As sementes foram tratadas no dia da semeadura com
fungicida carboxim + thiram (0,6 + 0,6 g i. a. kg-1 de sementes),
inseticida fipronil (0,5 g i. a. kg-1 de sementes) e inoculadas com
Bradyrhizobium japonicum em meio turfoso (3 g p. c. kg-1 de
sementes).
A
semeadura
foi
realizada
em
28/10/2009
com
semeadora/adubadora comercial marca Semeato, modelo SHM com
quatro linhas de soja instaladas nos espaçamentos previstos para o
experimento.
O número de sementes foi ajustado para a parcela de
população máxima, considerando-se o poder germinativo mais um
adicional de 20%. O ajuste da população em cada sub subparcela foi
realizado manualmente, quando cerca de 50% das plantas se
encontravam no estádio V2 da escala de Fehr e Caviness (1977)
(primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida).
A adubação constou de 4 kg de N ha-1, 60 kg de P2O5 ha-1
e 30 kg de K2O ha-1, aplicados na linha, concomitante com a
semeadura.
O controle de plantas daninhas em pós-emergência foi
realizado com glifosato na dose de 720 g e. a. ha-1. Plantas daninhas
40
remanescentes ou reinfestantes foram eliminadas manualmente
conforme a necessidade.
Para o controle de pragas foi utilizado thiametoxan +
lambda-cialotrina e triflumuron conforme a necessidade, seguindo as
indicações para a cultura da soja.
O controle de doenças foi realizado com aplicações de
azoxistrobina + ciproconazol (60 + 24 g ha-1) e epoxiconazol +
piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1).
A duração dos estádios de desenvolvimento fenológico foi
avaliada a partir do início da floração, por observação semanal de
plantas representativas selecionadas ao acaso nas subparcelas,
adotando-se a escala proposta por Fehr & Caviness (1977)
(APÊNDICE 13).
A colheita do genótipo “NS 4823 RR” foi realizada no dia
16/03/2010 e do “NA 5909 RG” no dia 05/04/2010.
Para quantificar o rendimento de grãos, as amostras foram
colhidas manualmente nos quatro metros centrais de seis e quatro
linhas em cada sub subparcela correspondente aos espaçamentos de 34
e 50 cm entre linhas, resultando em áreas colhidas de 8,16 e 8,00 m-2,
respectivamente.
Os grãos obtidos das amostras para determinação de
rendimento foram limpos, pesados e a umidade medida com
determinador digital devidamente calibrado, convertendo-se os dados
de rendimento para kg ha-1 na umidade de 13%.
O peso de 100 grãos no conjunto da planta foi
determinado a partir de amostras retiradas dos grãos resultantes da
determinação do rendimento, também ajustado para umidade de 13%.
41
Para as avaliações de estatura, altura do primeiro legume e
distribuição dos componentes do rendimento em cada terço, foram
utilizadas cinco plantas retiradas no dia da colheita, ao acaso das
linhas restantes nas sub subparcelas, exceto as bordaduras e as usadas
para determinação do rendimento de grãos.
As plantas retiradas foram cortadas com tesoura de poda
rente à superfície do solo e, no galpão, realizadas as avaliações de
estatura da planta e altura da inserção do primeiro legume.
Considerou-se estatura a distância entre o ponto do corte e a
extremidade superior do caule e como altura da inserção do primeiro
legume, a distância entre o ponto do corte e o primeiro nó com
presença de legume encontrado no caule ou nos ramos, independente
da presença de grão neste legume.
Após, as plantas foram divididas por dois planos paralelos
e equidistantes, perpendiculares à estatura, formando três estratos
(terços basal, médio e superior). Para a divisão dos estratos, os ramos
foram agrupados manualmente em torno do caule de cada planta, e os
estratos separados pelo corte com tesoura de poda, seguindo os dois
planos divisórios.
Em cada estrato foi contado o número de nós férteis e o
número de legumes com grão. Considerou-se nó fértil aquele com
pelo menos um legume apresentando grão normal.
De cada estrato foram separados 50 legumes com grão,
que debulhados, contados e pesados foram usados para determinar o
número de grãos por legume e o peso de 100 grãos produzidos no
estrato.
42
O número de nós reprodutivos e o número de legumes por
estrato foram transformados em percentagem do total apurado em
cada planta, visando representar a distribuição proporcional desses
componentes do rendimento entre os estratos.
O número de grãos por estrato foi obtido multiplicando-se
o número de legumes pelo número de grãos por legume apurado no
respectivo estrato.
O total de nós reprodutivos, número de legumes e número
de grãos por metro quadrado foram obtidos somando-se os dados
obtidos por planta em cada um dos estratos e multiplicando-se o total
pelo número de plantas por metro quadrado.
Os dados obtidos diretamente e os derivados foram
submetidos a análise de variância, e quando apresentaram diferença
significativa, aos devidos desdobramentos e submetidos ao teste de
Tukey a 5% de probabilidade de erro e o efeito das populações foi
avaliado por análise de regressão, testando-se os modelos de ajuste
linear, quadrático e logarítmico. Todas anaálises foram realizadas com
auxílio do programa estatístico Sisvar da Universidade Federal de
Lavras.O esquema da análise de variância realizada e os quadrados
médios resultantes são apresentados no APÊNDICE 1.
Experimento II
O experimento II constou dos mesmos tratamentos e
avaliações descritas para o experimento I, diferindo apenas nas datas
de realização. O manejo adotado para a cultura também foi
semelhante, com as diferenças destacadas a seguir em função da
43
época,
necessidades
ou
condições
meteorológicas
diferentes
verificadas nesta época.
Na dessecação complementar em pré-semeadura utilizouse glifosato a 720 g e. a. ha-1, três dias antes da semeadura.
A semeadura foi realizada em 15/12/2009 de maneira
idêntica a descrita para o experimento I.
Pragas foram mantidas sob controle com lambdacialotrina, thiametoxan + lambda-cialotrina e triflumuron conforme a
necessidade e recomendações para a cultura da soja.
O controle de doenças foi realizado com Epoxiconazol +
Piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1). A estiagem verificada no período
crítico reduziu a pressão de doenças tornando suficiente apenas uma
aplicação com fungicida.
O genótipo “NS 4823 RR” foi colhido em 05/04/2010 e o
“NA 5909 RG” em 30/04/2010.
Todas as demais características, avaliações e análises
estatísticas realizadas seguiram os mesmos procedimentos descritos
para o Experimento I. O esquema da análise de variância realizada e
os quadrados médios resultantes são apresentados no APÊNDICE 2.
Resultados e Discussão
Com exceção do mês de novembro de 2009, que
apresentou mais de duas vezes a altura média mensal de chuvas para a
região, o ano agrícola de 2009/2010 se caracterizou por chuvas abaixo
da média na maior parte do ciclo da cultura, além da distribuição
irregular que ocasionou restrição hídrica especialmente no terceiro
44
decêndio de fevereiro e primeiro decêndio de março (APÊNDICE 8),
época correspondente ao período reprodutivo crítico da cultura no
Experimento II (Tabela 1). Por outro lado, as temperaturas médias
mensais ficaram acima da média histórica na maioria dos meses, com
destaque para o mês de novembro que, associado à alta precipitação
pluvial, apresentou também temperaturas elevadas (APÊNDICE 9).
Conforme mostra a Tabela 2, a semeadura em 15 de
dezembro reduziu a duração do ciclo total de 139 para 111 dias no
genótipo “NS 4823 RR”, e de 159 para 136 dias no “NA 5909 RG”,
em relação à semeadura em 28 de outubro, com a maior redução
verificada na duração do subperíodo R2-R5 em ambos os genótipos.
O genótipo “NS 4823 RR” semeado em 28 de outubro
alcançou o estádio R2 mais rapidamente que o semeado em 15 de
dezembro por ter recebido, já no início de dezembro, condições
fotoperiódicas capazes de induzir a floração, sem que a antecipação
deste estádio resultasse em encurtamento do ciclo total (Tabela 2). O
subperíodo entre R2 e R5 foi alongado, possivelmente pela ocorrência
de dias mais longos após o início da floração.
Tabela 1 - Datas de ocorrência dos estádios fenológicos considerados
críticos em relação à exigência hídrica, em dois genótipos
de soja no ano agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS
GENÓTIPO
NS 4823 RR
NA5909 RG
Época
1
2
1
2
Semeadura
28/10/09
15/12/09
28/10/09
15/12/09
R2
07/12/09
01/02/10
02/01/10
13/02/10
R5
04/02/10
18/02/10
18/02/10
16/03/10
Colheita
16/03/10
05/04/10
05/04/10
30/04/10
R2 = Pelo menos uma flor aberta em um dos quatro últimos nós com trifólio
completamente desenvolvido no ápice da planta; R5 = Pelo menos um legume
apresentando grão com mais de 3 mm em um dos quatro últimos nós com folha
trifoliolada completamente desenvolvida no ápice da planta.
45
A diferença na duração do ciclo resulta do efeito do
fotoperíodo na indução floral (MUNDSTOCK & THOMAS, 2005;
KANTOLIC & SLAFER, 2007) e também de diferenças na
temperatura (GANDOLFI et al., 1979; GANDOLFI et al., 1983;
RODRIGUES et al., 2001), com resposta específica de cada genótipo
a estes fatores (MUNDSTOCK & THOMAS, 2005).
Tabela 2 - Duração do ciclo e de subperíodos de desenvolvimento dos
genótipos em função das épocas de semeadura no ano
agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS
GENÓTIPO
Data da
semeadura
Duração (dias)
Semeadura Ciclo
R2-R5
R5-Col
R2
total
28/10/09
40
59
40
139
NS 4823 RR
15/12/09
48
17
46
111
28/10/09
66
47
45
159
NA 5909 RG
15/12/09
60
31
45
136
R2 = Pelo menos uma flor aberta em um dos quatro últimos nós com trifólio
completamente aberto no ápice da planta; R5 = Pelo menos um legume apresentando
grão com mais de 3 mm de comprimento em um dos quatro últimos nós com trifólio
completamente aberto no ápice da planta.
A duração do período entre R5 e a colheita tem pouco
controle genético, sendo mais influenciada pelo ambiente (SALADONAVARRO et al., 1985), e aumenta com a ocorrência de dias longos
entre o estádio R3 e a colheita (KANTOLIC & SLAFER, 2007). O
genótipo “NS 4823 RR” atingiu o estádio R2 aos 14 dias antes do dia
mais longo do ano na região o que explica a maior duração do
subperíodo R2-R5.
Paralelamente às alterações na duração do ciclo e dos
subperíodos de desenvolvimento, variaram a estatura das plantas, o
rendimento de grãos e a distribuição de seus componentes.
46
Na semeadura de outubro, a estatura das plantas diferiu
entre genótipos, com interação de populações e espaçamentos. O
genótipo “NA 5909 RG” atingiu 93 cm em média, e superou o “NS
4823 RR” que atingiu 68 cm. No espaçamento de 34 cm entre linhas,
a estatura das plantas aumentou linearmente e, no de 50 cm, não
diferiu com o aumento das populações (Figura 1).
Na semeadura de dezembro a estatura diferiu entre
genótipos e populações, sem diferenças entre espaçamentos ou
interação dos fatores. O genótipo “NA 5909 RG” atingiu 67 cm de
estatura, superando o “NA 4823 RR” que atingiu 51 cm. O incremento
nas populações provocou aumento linear da estatura nesta época de
semeadura independente do espaçamento entre linhas (Figura 2).
A semeadura de dezembro resultou em redução de 27,9%
na estatura do genótipo “NA 5909 RG” e 25% na do “NS 4823 RR”
em relação à de outubro.
Os resultados verificados concordam em parte com
Queiroz & Minor (1977) que não verificaram diferença de estatura
entre plantas do mesmo genótipo em diferentes populações com
semeadura em outubro, porém com semeadura em dezembro
observaram maior estatura e menores diferenças desta entre os
genótipos. Estão de acordo com Hicks et al. (1969) que verificaram
aumento na estatura das plantas com redução no espaçamento e
aumento nas populações, principalmente nos genótipos de porte baixo.
A altura da inserção do primeiro legume diferiu entre
genótipos e populações, sem diferença entre espaçamentos ou
interação dos fatores, em ambas as épocas de semeadura. Foi de 20,0 e
21,4 cm no genótipo “NA 5909 RG” e de 10,3 e 8,6 cm no “NS 4823
47
RR” nas semeaduras de outubro e dezembro, respectivamente. Nas
duas épocas de semeadura cresceu linearmente com o aumento das
populações de plantas (Figura 3a e 3b).
Figura 1- Estatura das plantas na média dos genótipos, em função do
espaçamento entre linhas e população de plantas, com
semeadura em 28 de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
Figura 2 - Estatura das plantas na média dos genótipos e espaçamentos
entre linhas em função da população de plantas, com
semeadura em 15 de dezembro. Sertão/RS, 2009/2010.
48
No genótipo “NS 4823 RR”, sob população de 100 mil
-1
plantas ha e semeadura em dezembro, a altura do primeiro legume
foi 7,0 cm, com riscos de perda de grãos na colheita mecanizada.
Figura 3 - Altura da inserção do primeiro legume na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de outubro (a)
e 15 de dezembro (b). Sertão/RS, 2009/2010.
49
Os percentuais de nós reprodutivos nos terços basal e médio
diferiram
entre
genótipos e não foram influenciados pelos
espaçamentos entre linhas e populações de plantas na semeadura de
outubro. Na média dos espaçamentos e populações, 27,7 % dos nós se
localizaram no terço basal e 38,4% no terço médio no genótipo “NS
4823 RR”. No “NA 5909 RG” 19,4% no se localizaram terço basal e
51,4% no terço médio.
No terço superior, o percentual de nós reprodutivos do
genótipo “NS 4823 RR” superou o do “NA 5909 RG” com 33,6 e
29,2% dos nós respectivamente, sem diferenças entre espaçamentos e
populações de plantas.
Com semeadura em dezembro, os percentuais de nós
reprodutivos dos terços basal e médio diferiram entre genótipos, sem
diferença entre espaçamentos e populações. No genótipo “NS 4823
RR”, 26,4 % foram localizados no terço basal e 39,1% no terço médio.
No “NA 5909 RG”, 6,6% se localizaram no terço basal e 55,6 % no
médio. Observa-se que parte dos nós reprodutivos do terço basal na
semeadura de outubro foi transferida para o terço superior, e, em
menor escala para o terço médio, na semeadura de dezembro no
genótipo “NA 5909 RG”.
No terço superior, o percentual de nós reprodutivos reduziu
linearmente com o aumento das populações de plantas (Figura 4) e
não diferiu entre espaçamentos e genótipos na semeadura de 15/12.
O total de nós reprodutivos por metro quadrado diferiu entre
espaçamentos e genótipos e aumentou linearmente com as populações
de plantas sem interação dos fatores na semeadura de outubro (Figura
5a). Na média das populações e genótipos, foi maior no espaçamento
50
de 50 cm (804) que no de 34 cm (752) e na média das populações e
espaçamentos, o genótipo “NA 5909 RG” superou o “NS 4823 RR”
com 864 e 692 nós reprodutivos m-2, respectivamente.
Figura 4 - Percentual de nós reprodutivos localizados no terço superior
das plantas na média dos genótipos e espaçamentos, em
função das populações de plantas, com semeadura em 15 de
dezembro. Sertão/RS, 2009/2010.
Com semeadura em 15 de dezembro os genótipos não
diferiram, e os espaçamentos de 50 e de 34 cm resultaram em 710 e
667 nós reprodutivos m-2, respectivamente, diferindo estatisticamente.
O incremento no número de plantas aumentou linearmente o número
de nós reprodutivos m-2 (Figura 5b).
Os resultados obtidos discordam de Board & Harville
(1998) que relatam maior número de nós m-2 com o uso de
espaçamentos menores nas semeaduras tardias.
51
Figura 5 - Total de nós reprodutivos por metro quadrado na média dos
genótipos e espaçamentos entre linhas, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de outubro (a)
e 15 de dezembro (b). Sertão/RS, 2009/2010.
Diferem também de Rambo (2002) que verificou redução
linear no número de nós reprodutivos, legumes e grãos m-2 com o
aumento de 20 para 40 plantas m-2, em genótipos com hábito de
crescimento determinado sob espaçamento de 34 cm entre linhas. As
52
diferenças podem estar associadas às condições hídricas, uma vez que
Rambo (2002) utilizou irrigação, ao contrário dos resultados aqui
apresentados, obtidos em ano com altura de chuvas abaixo da média
nos meses de janeiro e fevereiro (APÊNDICE 8) que limitaram o
crescimento das plantas, e por consequência, o auto sombreamento
mesmo nas populações mais elevadas.
Na comparação das épocas de semeadura, o número de
nós reprodutivos m-2 variou de forma diferente entre genótipos. Na
semeadura de outubro diferiu entre genótipos e aumentou linearmente
com incremento das populações, sem diferenças entre espaçamentos.
Na semeadura de dezembro, não houve diferença entre genótipos, o
que indica que este componente varia diferentemente entre estes em
resposta à época de semeadura.
O aumento linear no número de nós reprodutivos por
metro quadrado com o incremento das populações em ambos os
genótipos e espaçamentos (Figura 5) indica que as populações não
atingiram o limite capaz de causar auto competição e limitar o número
de nós emitidos por área em nenhuma das épocas de semeadura.
O maior número de nós reprodutivos verificado na
semeadura de outubro concorda com Wilcox & Frankenberger (1987)
que relatam redução do número de nós reprodutivos nos genótipos de
hábito de crescimento indeterminado com semeaduras em épocas
tardias.
O número de legumes por nó reprodutivo no conjunto da
planta diferiu entre genótipos e populações de plantas e não foi
afetado pelos espaçamentos.
Na média dos espaçamentos e
populações, foi maior no genótipo “NS 4823 RR” (2,05) que no “NA
53
5909 RG” (1,82) e reduziu linearmente com aumento das populações
nas duas épocas de semeadura (Figuras 6a e 6b). O número de
legumes por nó, entretanto, exerce menor influência sobre o
rendimento que o número de nós reprodutivos por área (BOARD &
MARICHERLA, 2008).
Os resultados concordam com Pires et al. (2000) que
constataram diferenças entre genótipos no padrão de ajuste do
rendimento durante a ontogenia.
Com semeadura em outubro, o percentual de legumes
produzido no terço basal foi influenciado pela interação de genótipos e
espaçamento (Figura 7), sem diferir entre populações de plantas. Na
semeadura de dezembro, o percentual de legumes não diferiu entre
espaçamentos e populações. O genótipo “NS 4823 RR” superou o
“NA 5909 RG” com 23,36% e 4,80% dos legumes neste terço,
respectivamente.
O percentual de legumes no terço médio do genótipo “NA
5909 RG” superou o do “NS 4823 RR” com 52,9 e 44,8%,
respectivamente, e com interação de população e espaçamento na
semeadura de outubro. No espaçamento de 50 cm não diferiu entre
populações, e no de 34 cm aumentou em função quadrática até a
população de 216 mil plantas ha-1 (Figura 8). Em menores populações,
o espaçamento de 34 cm permitiu maior penetração de luz para
camadas inferiores do dossel, incrementando a interceptação da luz, a
atividade fotossintética e a fixação de legumes neste terço com
aumento das populações. A partir de 216 mil plantas ha-1 este efeito
foi neutralizado.
54
Figura 6 - Número de legumes férteis por nó reprodutivo na média dos
genótipos e espaçamentos entre linhas, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de outubro (a)
e em 15 de dezembro (b). Sertão/RS, 2009/2010.
Na semeadura de dezembro, o genótipo “NA 5909 RG”
produziu 53,6% dos legumes no terço médio superando o “NS 4823
55
RR” que produziu 41,6% sem diferenças entre espaçamentos e
populações de plantas.
Letras maiúsculas comparam espaçamentos dentro de um mesmo genótipo e letras
minúsculas comparam genótipos dentro do espaçamento;letras diferentes indicam
diferença significativa pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Figura 7 - Percentagem de legumes produzidos no terço basal das
plantas, na média das populações, em função dos
genótipos e espaçamentos entre linhas, com semeadura
em 28 de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
O percentual de legumes no terço superior não variou com
nenhum dos fatores em nenhuma época de semeadura. Os resultados
obtidos estão de acordo com Hicks et al. (1969) que constataram
maior número de legumes próximo à superfície do solo nos genótipos
de menor estatura.
56
Figura 8 - Percentagem de legumes produzidos no terço médio de
plantas na média dos genótipos, em função dos
espaçamentos entre linhas e populações de plantas, com
semeadura em 28 de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
A diferença entre genótipos na distribuição dos legumes
entre os terços resulta do nível de sombreamento proporcionado pelas
características de crescimento em associação com a distribuição das
plantas na área. No genótipo “NA 5909 RG”, de maior estatura,
possivelmente o sombreamento provocado pelo maior número de
plantas dentro da linha no espaçamento de 50 cm, tenha reduzido a
brotação e induzido maior crescimento dos entre nós basais com
consequente redução no percentual de legumes do terço inferior. No
espaçamento de 34 cm, onde a disposição mais equidistante das
plantas permite maior penetração de luz em camadas inferiores do
dossel, aumenta a ramificação e reduz o comprimento dos inter nós
(SMITH, 2000), com consequente aumento no número de nós e
57
legumes no terço basal como ocorreu no genótipo “NS 4823 RR”, de
menor estatura.
Possivelmente a melhor penetração de luz no espaçamento
de 34 cm foi potencializada pelos baixos volumes de precipitação
pluvial verificados durante a condução do experimento, que não
permitiram crescimento suficiente para provocar sombreamento em
nenhuma das populações utilizadas, diferindo dos resultados obtidos
por Rambo (2002) com genótipos de crescimento determinado. O
autor relata redução no número de legumes no terço inferior da planta
com aumento da população de 20 para 40 plantas m-2 sob
espaçamento de 20 cm entre linhas e boa disponibilidade hídrica em
todo o ciclo da cultura.
Egli et al. (1985), avaliando genótipos de hábito de
crescimento determinado e indeterminado de grupos de maturação
entre II e V, verificaram aumento constante no número de legumes
com grão em enchimento até um número máximo de grãos
característico para cada genótipo, nó e posição ser atingido,
independente da época de semeadura, o que indica a existência de um
número de legumes e de grãos em cada posição da planta,
característico para cada genótipo. Esta característica também pode ter
contribuído para as diferenças na distribuição dos legumes entre os
estratos nos genótipos.
Marchezan & Costa (1983) relatam maior número de
legumes nos nós seis, sete, oito e nove contados a partir do nó
cotiledonar, em genótipos de crescimento determinado no arranjo de
50 cm entre linhas e 20 plantas m-1. Os referidos nós correspondem
aproximadamente ao terço médio da planta desenvolvida nas
58
condições ambientais predominantes no Rio Grande Sul, o que está de
acordo com os resultados obtidos no presente trabalho.
A diferença na distribuição dos legumes entre os terços
acompanhou a distribuição dos nós reprodutivos nas épocas de
semeadura, indicando que o número de legumes por nó varia pouco
em função da época.
Com semeadura em dezembro o genótipo “NA 5909 RG”
reduziu o número de nós e de legumes no terço inferior mais que o
“NS 4823 RR” em relação à semeadura de outubro. O percentual de
legumes do terço médio se manteve praticamente inalterado nos dois
genótipos e a redução verificada no terço inferior do “NA 5909 RG”
foi transferida para o terço superior onde o percentual de legumes
aumentou significativamente da semeadura em outubro para a de
dezembro.
O número de legumes por metro quadrado não diferiu
entre genótipos e espaçamentos e aumentou linearmente com as
populações de plantas em ambas as épocas de semeadura (Figuras 9a e
9b). Board & Maricherla (2008) verificaram, a partir da análise de
diferentes trabalhos realizados nos Estado Unidos, que este
componente aumenta de forma quadrática até 400 e se estabiliza a
partir de 600 nós reprodutivos m-2, o que não foi constatado no
presente estudo.
As diferenças de resultados podem estar relacionadas ao
fator local e às condições hídricas verificadas durante a safra, pois
segundo Cunha et al. (2001) a fase mais crítica da cultura da soja em
relação à deficiência hídrica situa-se entre os estádios R2 e R6,
quando ocorre a fixação de legumes, formação e enchimento de grãos,
59
condição verificada no presente estudo (APÊNDICE 8). Momen et al.
(1979) afirmam que deficiência hídrica nos estádios imediatamente
após o início da floração e até 22 dias após reduz o número de
legumes fixados, e a partir dos 36 dias após o início da floração reduz
o tamanho dos grãos..
Figura 9 - Número de legumes por metro quadrado na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de outubro
(a) e 15 de dezembro (b). Sertão/RS, 2009/2010.
60
Porto et al. (1979) respaldam esta teoria ao relatarem que
o uso de irrigação aumenta o número de legumes por planta,
independente do número de nós.
O número de grãos por legume no terço basal não diferiu
entre os genótipos e espaçamentos e reduziu em escala logarítmica
com aumento da população de plantas (Figura 10) na semeadura de
outubro. Esta redução, possivelmente, se explica pela menor oferta de
fotoassimilados devido à redução da fotossíntese em função do autosombreamento nos estádios reprodutivos mais avançados.
Figura 10 - Número de grãos por legume no terço basal da planta, na
média dos espaçamentos entre linhas e genótipos, em
função das populações de plantas, com semeadura em 28
de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
A igualdade de números de legumes neste terço entre as
populações descarta a possibilidade de efeito de sombreamento em
estádios anteriores. Rambo (2002) relata maior participação do terço
basal na composição do potencial de rendimento no estádio R5 que
61
em R8, evidenciando a possibilidade do sombreamento limitar o
aporte de fotoassimilados para o desenvolvimento de estruturas
reprodutivas neste terço apenas em estádios reprodutivos mais
avançados.
Na semeadura de dezembro o genótipo “NS 4823 RR”
produziu 2,14 grãos por legume no terço basal sem diferir do “NA
5909 RG” com 2,19. Espaçamentos e populações de plantas também
não diferiram.
O genótipo “NS 4823 RR” produziu mais grãos por
legume no terço basal na semeadura de dezembro que na de outubro,
enquanto o “NA 5909 RG” produziu menos grãos por legume na
semeadura de dezembro.
O número de grãos por legume no terço médio não foi
influenciado pelas populações e espaçamentos, e o genótipo “NS 4823
RR” superou o “NA 5909 RG” com produção de 2,49 e 2,28 grãos por
legume, respectivamente, na semeadura de outubro. Na semeadura de
dezembro, genótipos, espaçamentos e populações não diferiram, com
média geral de 2,30 grãos por legume.
No terço superior, o número de grãos por legume foi
maior no genótipo “NS 4823 RR” que no “NA 5909 RG” e reduziu
linearmente com aumento das populações, sem diferenças entre
espaçamentos ou interação dos fatores na semeadura de outubro
(Figura 11). Com semeadura em dezembro os espaçamentos não
diferiram e houve interação de genótipos e população de plantas. O
genótipo “NA 5909 RG” reduziu linearmente enquanto o “NS 4823
RR” não diferiu com aumento das populações (Figura 12).
62
Figura 11 - Número de grãos por legume produzido no terço superior
na média dos espaçamentos entre linhas e genótipos, em
função das populações de plantas, com semeadura em 28
de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
Figura 12 - Número grãos por legume produzido no terço superior da
planta, na média dos espaçamentos, em função dos
genótipos e populações de plantas, com semeadura em
15 de dezembro. Sertão/RS, 2009/2010.
63
Estes resultados possivelmente estão mais associados à
disponibilidade hídrica nos momentos críticos para os genótipos que
ao sombreamento. O volume de chuvas se manteve abaixo da média
histórica em diferentes estádios do desenvolvimento em cada genótipo
e época de semeadura (APÊNDICES 7 e 11), o que afetou de forma
diferenciada a fixação de legumes e formação de grãos.
Elevadas populações de plantas demandam maior volume
de água aumentando a deficiência e o consequente aborto de grãos,
que foi mais grave no genótipo “NA 5909 RG” por ter atingido o
estádio R5 em 18 de fevereiro, início de um período superior a 20 dias
sem ocorrência de chuvas significativas. O genótipo “NS 4823 RR”,
atingiu este estádio no dia 04 de fevereiro, cujo decêndio seguinte
apresentou precipitação pluvial normal.
Com semeadura em outubro, o número de grãos por
legume no conjunto da planta foi maior no genótipo “NS 4823 RR”
que no “NA 5909 RG” que produziram 2,44 e 2,21 grãos por legume,
respectivamente. O aumento das populações reduziu linearmente o
número de grãos por legume, sem diferenças entre espaçamentos ou
interação de fatores (Figura 13).
Com semeadura em dezembro os espaçamentos não
afetaram o número de grãos por legume no conjunto da planta, e os
genótipos interagiram com populações de plantas. No genótipo “NS
4823 RR” este não diferiu enquanto no “NA 5909 RG” reduziu
linearmente com aumento das populações (Figura 14).
64
Figura 13 - Número de grãos por legume na planta na média dos
espaçamentos entre linhas e genótipos, em função das
populações de plantas, com semeadura em 28 de outubro.
Sertão/RS, 2009/2010.
Figura 14 - Número de grãos por legume na planta, na média dos
espaçamentos entre linhas, em função dos genótipos e
populações de plantas, com semeadura em 15 de
dezembro. Sertão/RS, 2009/2010.
65
Os resultados obtidos concordam com Maehler et al.
(2003b) que não constataram efeito do espaçamento entre linhas sobre
os componentes do rendimento. Concordam também com Board &
Maricherla (2008) que verificaram redução de 12% no número de
grãos por legume quando o número de legumes m-2 aumentou de 200
para 1600. Navarro Junior & Costa (2002a), também constataram
relação inversa entre número de legumes e número de grãos por
legume.
O conjunto de resultados relatados converge para a
competição por fotoassimilados como causa para redução do número
de grãos por legume. No genótipo “NA 5909 RG” o aumento da
população de plantas, resultou em maior competição por água e
agravou a deficiência hídrica limitando a oferta de fotoassimilados na
fase de fixação dos legumes e definição no número de grãos por
legume.
O número de grãos m-2 acompanhou o número de legumes
crescendo linearmente com aumento nas populações sem diferir entre
genótipos e espaçamentos em nenhuma época de semeadura (Figuras
15a e 15b).
Estes resultados concordam com Board & Maricherla
(2008) que constataram relação entre número de grãos e de legumes
por área com pouca influência do número de grãos por legume, e com
relatos de Pires (2002) que verificou pequena diferença no número de
grãos por legume ao comparar componentes do rendimento em plantas
localizadas em pontos com diferentes potenciais produtivos na área.
66
Figura 15 - Número de grãos por metro quadrado na
espaçamentos entre linhas e genótipos, em
populações de plantas, com semeaduras
outubro (a) e 15 de dezembro (b).
2009/2010.
média dos
função das
em 28 de
Sertão/RS,
67
O aumento linear no número de legumes e de grãos por
área com aumento das populações indica que a população ideal para o
número máximo de grãos em ambos os genótipos, arranjos de plantas
e épocas de semeadura está acima dos limites utilizados neste
experimento. Este comportamento pode ser consequência do regime
hídrico verificado durante o ano agrícola, que não proporcionou à
planta, condições hídricas ideais no período de crescimento
vegetativo, e limitou o número de legumes e grãos produzidos por
planta.
O peso de 100 grãos produzidos no terço basal não diferiu
entre espaçamentos e sofreu efeito da interação de genótipos e
populações de plantas na semeadura de outubro. O genótipo “NS 4823
RR” não diferiu, enquanto o “NA 5909 RG” aumentou o peso de 100
grãos no terço basal em função quadrática com aumento das
populações até 290 mil plantas ha-1 (Figura 16a). Na semeadura de
dezembro o genótipo “NS 4823 RR” novamente não sofreu efeito do
aumento das populações, enquanto o “NA 5909 RG” aumentou
linearmente o peso de 100 grãos no terço basal (Figura 16b).
O peso de 100 grãos produzidos no terço médio também
não diferiu entre os espaçamentos e sofreu efeito da interação de
genótipos e populações na semeadura de outubro. No genótipo “NA
5909 RG” aumentou em função quadrática até 335 mil plantas ha-1,
enquanto no “NS 4823 RR” não diferiu com o aumento das
populações (Figura 17a). Com semeadura em 15 de dezembro, não
diferiu entre espaçamentos e houve interação de genótipos e
populações de plantas. No genótipo “NA 5909 RG” aumentou em
função quadrática até a população de 305 mil plantas ha-1, enquanto
68
no “NS 4823 RR” não diferiu com aumento das populações (Figura
17b).
Figura 16 - Peso de 100 grãos produzidos no terço basal da planta na
média dos espaçamentos entre linhas, em função dos
genótipos e populações de plantas, com semeadura em 28
de outubro (a) e 15 de dezembro (b). Sertão/RS,
2009/2010.
69
Figura 17 - Peso de 100 grãos produzidos no terço médio da planta, na
média dos espaçamentos entre linhas, em função dos
genótipos e populações de plantas, com semeadura em 28
de outubro (a) e 15 de dezembro (b). Sertão/RS,
2009/2010.
70
O peso de 100 grãos produzidos no terço superior foi de
15,67 g na média dos genótipos, espaçamentos e populações e não
diferiu entre os fatores na semeadura de outubro. Com semeadura em
dezembro, não diferiu entre espaçamentos e interagiu com genótipos e
populações de plantas. O genótipo “NA 5909 RG” aumentou o peso
de 100 grãos em função quadrática até 284 mil plantas ha-1 enquanto
o “NS 4823 RR” aumentou linearmente com o aumento das
populações (Figura 18).
Figura 18 - Peso de 100 grãos produzidos no terço superior da planta,
na média dos espaçamentos entre linhas, em função dos
genótipos e populações de plantas, com semeadura em 15
de dezembro. Sertão/RS, 2009/2010.
Uma possível redução no peso de 100 grãos no terço
superior esperada no genótipo “NS 5909 RG” em função da
deficiência hídrica, pode ter sido compensada pelo menor número de
grãos por legume, pois segundo Egli et al. (1983) pequenas reduções
71
no número de grãos por legume podem ser compensadas pelo aumento
no peso dos grãos.
O peso de 100 grãos no conjunto da planta não diferiu
entre genótipos e espaçamentos, e aumentou em função quadrática até
302,5 mil plantas ha-1 com semeadura em outubro (Figura 19). Com
semeadura em dezembro, diferiu apenas entre genótipos, onde o “NA
5909 RG” obteve 14,44 g 100 grãos-1, com diferença significativa para
o “NS 4823 RR” que obteve foi 12,14 g 100 grãos-1.
Figura 19 - Peso de 100 grãos produzidos no conjunto dos terços da
planta, na média dos espaçamentos entre linhas e
genótipos, em função das populações de plantas, com
semeadura em 28 de outubro. Sertão/RS, 2009/2010.
O comportamento quadrático observado no peso dos grãos
na semeadura de outubro, entretanto, pode ser explicado pelo número
de ramos emitidos pela planta, que é maior em menores populações,
resultando em competição por água e nutrientes e, na fase de
72
enchimento dos grãos, limita a disponibilidade de fotoassimilados
para cada grão.
A redução no peso dos grãos verificada nas populações
mais elevadas no presente trabalho também pode resultar da
deficiência hídrica, pois Queiroz & Minor (1977) não verificaram
diferença no peso de 100 grãos com o uso de diferentes populações de
plantas e Egli et al. (1983) avaliando o efeito de estresse hídrico em
diferentes estádios de desenvolvimento, constataram que deficiências
antes do estádio R5 resultam em diminuição no número de legumes e
de grãos e pequeno aumento no peso dos grãos, e após este estádio
provocam redução no peso dos grãos.
Os resultados obtidos diferem dos relatados por Rambo
(2002), que obteve maior peso de 100 grãos nos três terços da planta
no espaçamento de 20 cm que de 40 cm entre linhas e, no de 20 cm,
com as menores populações de plantas. Por outro lado, estão de
acordo com Board et al. (1995) que não verificaram diferença no peso
de 100 grãos em função de diferentes níveis de sombreamentos
artificiais impostos sobre plantas entre os estádios R1 e R5.
As diferenças de resultado também podem ser devido
condições ambientais presentes e passadas, pois o enchimento de
grãos resulta da fotossíntese corrente e da realocação de reservas da
haste, pecíolos e limbos que pode compensar pequenas reduções da
atividade fotossintética na fase de enchimento de grãos quando a
planta apresenta grande volume de reservas (BOARD & HARVILLE,
1998).
O rendimento de grãos variou diferente nas épocas de
semeadura. Com semeadura em outubro, genótipos e espaçamentos
73
diferiram entre si, sem efeito significativo das populações. Na média
dos espaçamentos e populações, o genótipo “NS 4823 RR” produziu
4.273 Kg ha-1 de grãos e diferiu do “NA 5909 RG” que produziu
3.831 kg ha-1. Na média das populações e genótipos, o espaçamento
de 34 cm rendeu 4.313 kg ha-1, superior ao de 50 cm que rendeu 3.790
kg ha-1.
Na semeadura de dezembro, genótipos, espaçamentos e
populações de plantas diferiram, com interação de genótipos e
espaçamentos (Figura 20) e de genótipos e populações (Figura 21). O
rendimento de grãos foi maior no genótipo “NS 4823 RR” sob
espaçamento de 34 cm na média das populações, e aumentou
linearmente com aumento destas, independente do espaçamento entre
linhas neste genótipo. No “NA 5909 RG” o rendimento de grãos não
diferiu entre espaçamentos e reduziu em função quadrática até a
população de 231,4 mil plantas ha-1 (Figura 21). Estes resultados
concordam em parte com Rambo (2002), que verificou interação de
espaçamentos e populações de plantas e obteve maior rendimento de
grãos no espaçamento de 20 cm entre linhas e com 20 plantas m-2, sob
condições de boa disponibilidade hídrica em todo o ciclo da cultura.
Concordam também com Parcianello et al. (2004) que obtiveram,
rendimentos 21% superiores no espaçamento de 20 cm em relação ao
de 40 cm. Discordam de Pires et al. (2000) que não constataram
diferença entre as populações no espaçamento de 40 cm, ao avaliar o
potencial de rendimento em diferentes estádios reprodutivos da soja
sob espaçamentos de 20 e 40 cm e populações de 30 e 40 plantas m-2
para genótipos de crescimento determinado.
74
Letras maiúsculas diferentes indicam diferença entre genótipos dentro do mesmo
espaçamento e letras minúsculas diferentes indicam diferença entre espaçamentos
dentro da mesma genótipo pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro
Figura 20 - Rendimento de grãos de soja na média das populações de
plantas, em função dos genótipos e espaçamentos entre
linhas, com semeadura em 15 de dezembro. Sertão/RS,
Safra 2009/2010.
Ambos os genótipos reduziram o rendimento de grãos com
semeadura em dezembro em relação a outubro, o que está de acordo
com Bonato et al. (1998). Concorda também com Queiroz & Minor
(1977) que verificaram aumento no rendimento de grãos com o
incremento das populações de plantas nas semeaduras tardias e
alertam para a necessidade de estabelecer populações e espaçamentos
específicos para os diferentes genótipos e épocas de semeadura.
Concordam, ainda, com Seversike et al. (2009) que indicam, para anos
agrícolas com deficiência hídrica na fase de crescimento vegetativo e
75
início da fase reprodutiva e boa disponibilidade hídrica na fase
reprodutiva mais adiantada, populações mais elevadas (até 40 plantas
m-2) para que os melhores rendimentos sejam obtidos.
Figura 21 - Rendimento de grãos na média dos espaçamentos entre
linhas, em função dos genótipos e populações de plantas,
com semeadura em 15 de dezembro. Sertão/RS,
2009/2010.
Os resultados discordam, entretanto, de Rodrigues et al.
(2007) que indicam, para genótipos de ciclo médio a tardio e com
hábito de crescimento determinado, 30 plantas m-2 e espaçamento de
50 cm entre linhas como o melhor arranjo de plantas para a semeadura
em outubro no Rio Grande do Sul.
76
Conclusões
A distribuição vertical dos componentes do rendimento
varia em função dos genótipos e épocas de semeadura e é pouco
afetada pelo espaçamento entre linhas. O maior percentual encontra-se
no terço médio, independente do arranjo, genótipo e época de
semeadura.
Para o genótipo “NS 4823 RR”, o espaçamento de 34 cm
entre linhas proporciona maior rendimento de grãos que o de 50 cm,
independente da população de plantas e época de semeadura. O
rendimento do genótipo “NA 5909 RG” não varia entre os
espaçamentos de 34 e 50 cm.
A semeadura no final de outubro resulta em maior
rendimento de grãos que a de dezembro independente do genótipo. Na
semeadura de dezembro, o genótipo “NS 4823 RR” aumenta o
rendimento de grãos com populações até 380 mil plantas ha-1.
77
CAPÍTULO II
COMPONENTES DO RENDIMENTO EM FUNÇÃO DE
POPULAÇÕES DE PLANTAS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
PARA SOJA DE CRESCIMENTO INDETERMINADO
Resumo - Os componentes do rendimento de grãos em soja são o
número de plantas por área, número de legumes por planta, número de
grãos por legume e o peso dos grãos. Neste trabalho avaliou-se, em
dois anos agrícolas, o efeito de cinco populações de plantas (100, 170,
240, 310 e 380 mil plantas ha-1), duas épocas de semeadura em cada
safra (28/10 e 15/12 em 2009 e 12/11 e 14/12 em 2010), em dois
genótipos de soja de hábito de crescimento indeterminado (“NS 4823
RR” e “NA 5909 RG”) sobre o rendimento de grãos e seus
componentes. O número de legumes por planta interagiu com
genótipos e populações sem diferenças entre épocas de semeadura no
ano agrícola de 2009/2010 e no de 2010/2011, foi maior na semeadura
de 12/11 que na de 14/12 sem diferir entre genótipos e populações. O
número de grãos por metro quadrado foi proporcional ao número e
legumes com pequena compensação entre população de plantas e
número de legumes por nó, independente da época de semeadura e
genótipo. O rendimento de grãos se correlacionou diretamente com o
número de nós reprodutivos por área, não variou com as populações
de plantas nas semeaduras precoces e aumentou linearmente com o
aumento das populações nas semeaduras tardias. Em semeaduras entre
outubro e início de novembro, é possível reduzir as densidades de
semeadura no estado do RS.
78
Palavras chave: Glycine max (L.) Merrill, densidades, arranjos de
plantas.
YIELD CONPONENTS AS FUNCTION OF PLANT
POPULATION PLANTING DATES FOR INDETERMINATE
SOYBEAN GROWTH
Abstract - The components of yield in soybeans are the number of
plants per area, number of pods per plant, number of grains per pod
and grain weight. The number of pods is directly correlated with the
number of reproductive nodes and varies with the distribution of
plants in the area and sowing time to affect the growth of main stem
and branches. During the cycle, the plant adjusts the yield
compensating
components
as
conditions
environmental
and
management. In this work were evaluated in two years, the effect of
five plant populations (100, 170, 240, 310 and 380 000 plants ha-1),
two planting dates in each year (28 Oct and 15 Dec./2009 and 12 Nov
and 14 Dec./ 2010) in two soybean Genótipos of indeterminate growth
(“NS 4823 RR” and “NA 5909 RG”) on grain yield and its
components. The number of pods per plant was lower in the genótipos
“NS 4823 RR” in low populations and among Genótipos equaled the
highest populations in the year 2009/2010 with no differences in time
planting. In the year 2010/2011 was greater in the sowing on 12
November than 14 December and did not differ between Genótipos.
The number of grains per plant decreased in a logarithmic scale with
increasing populations and did not differ among Genótipos and
79
seasons in both years. The number of grains per pod and weight of
100 grain varied differently in the years and planting dates. The
number of nodes reproductive per square meter increased linearly with
increasing populations in both times of sowing in the agricultural year
2009/2010 and at 2010/2011, increased with plant populations in the
sowing of 12/11 and did not differ between those in the 14/12. The
number of grains per square meter was proportional to the number of
reproductive nodes and pods with small trade-off between plant
population and number of pods per node, regardless of planting date
and GENÓTIPO. The yield was higher and did not vary with the
population of plants in the earlier sowings. In 2009/2010 harvest,
water deficit during plant growth, increased linearly with increasing
populations in the later sowing. The yield is directly correlated with
the number of reproductive nodes per area and increases linearly with
the increase of population in the later sowings in years of low rainfall.
In most of the early sowings, populations of plants interact with the
genotypes. With sowing in October and early November, it is possible
to reduce seeding rates in the Rio Grande do Sul State.
Key words: Glycine max (L.) Merrill, density, plant arrangement.
Introdução
Os principais componentes do rendimento de grãos em
soja são o número de plantas por área, número de legumes por planta
(ou por área), número de grãos por legume e peso dos grãos
(MUNDSTOCK & THOMAS, 2005).
80
O rendimento de grãos resulta da capacidade da planta
interceptar, absorver e utilizar a radiação fotossinteticamente ativa
para produzir e fornecer fotoassimilados à formação, fixação e
desenvolvimento de estruturas reprodutivas (MARCHEZAN &
COSTA, 1983; EGLI et al., 1985; JIANG & EGLI, 1993; EGLI &
CORNELIUS, 2009; PROULX & NAEVE, 2009) e se correlaciona
linearmente com o número de grãos por área. O número de legumes
por área influencia mais o rendimento de grãos que o número de grãos
por
legume
(BOARD
&
HARVILLE,
1994;
BOARD
&
MARICHERLA, 2008).
A maior eficiência produtiva da soja ocorre quando no
estádio de desenvolvimento R2 (plena floração), cerca de 95% da
radiação incidente é interceptada pelo dossel, em associação com
índice de área foliar em torno de 3,9 (BOARD & HARVILLE, 1993).
Estes valores estão associados com as características do genótipo
(SEVERSIKE et al., 2009), o arranjo de plantas (BOARD &
SETTIMI, 1986; LIMA et al., 2000; MENDONÇA et al., 2002), a
época de semeadura (SMITH, 2000) e o regime hídrico (CUNHA et
al., 2001; RODRIGUES et al., 2007).
A planta ajusta o potencial de rendimento durante o ciclo
conforme a disponibilidade de fotoassimilados, inicialmente pelo
número de nós, depois pelo número de flores emitidas, pela abscisão
de flores e legumes (JIANG & EGLI, 1993; RAMBO, 2002) e, em
estádios reprodutivos finais, pelo peso dos grãos produzidos
(SALINAS et al., 1996). O estádio de desenvolvimento no qual o
rendimento é ajustado varia em função das condições ambientais
(MOMEN et al., 1979), arranjos de plantas (PIRES et al., 2000;
81
MAEHLER et al., 2003b) e genótipos (NAVARRO JUNIOR &
COSTA, 2002b; PIRES et al., 2005) .
Menor produção de fotoassimilados entre os estádios R4 e
R6 reduz o rendimento de grãos mais pela redução do número de
legumes por nó do que pelo número de grãos por legume (BOARD &
HARVILLE, 1993). Para Mundstock & Thomas (2005) o número de
grãos por legume varia entre 1 e 4, sendo mais frequente a ocorrência
de 2 a 3.
No Rio Grande do Sul o principal limitante para altos
rendimentos de grãos é a deficiência hídrica nos estádios reprodutivos
(CUNHA et al., 2001). Uma das alternativas para evitar a coincidência
do período crítico da cultura com períodos de deficiência hídrica é a
alteração na época de semeadura (BERLATO et al., 1992;
RODRIGES et al., 2001).
A época de semeadura, entretanto, afeta o número de nós e
em consequência o número de legumes e de grãos produzidos
(BOARD, 1985). Semeaduras antes da época ideal aumentam o ciclo
da cultura (WILCOX & FRANKENBERGER, 1987) e reduzem o
percentual de nós férteis e, após a época ideal, reduzem o total de nós
produzidos e aumentam o peso dos grãos (ROBINSON et al., 2009).
Kantolic & Slafer (2007) verificaram aumento no período
entre R3 e a colheita e no número de nós, legumes e grãos por área
quando aumentaram o fotoperíodo entre R3 e R6 para genótipo de
soja de crescimento indeterminado pertencente ao grupo de maturação
V. Esta pode ser uma das consequências da alteração na época de
semeadura.
82
Reduções no número de legumes e de grãos são
parcialmente compensadas por aumentos no peso dos grãos (BOARD
& HARVILLE, 1998), mas quando a fonte de fotoassimilados é
reduzida em função de sombreamento no início do período
reprodutivo, o número de grãos por área é reduzido sem alterar o peso
dos grãos (EGLI & ZHEN-WEN, 1991).
Genótipos lançados na década de 1990 tem maior
potencial de rendimento em relação aos lançados em décadas
anteriores em função de alterações introduzidas pelo melhoramento,
com
destaque
para
o
aumento
na
duração
do
período
fotossinteticamente ativo, redução no porte, tolerância a populações
mais elevadas e melhor resposta às altas tecnologias. O acréscimo na
eficiência fotossintética foi pouco significativo (EVANS & FISCHER,
1999).
Genótipos precoces lançados na década de 90 tem maior
desenvolvimento inicial em relação aos lançados até a década de 70,
reduzindo com isso a desvantagem do baixo porte verificado nas
semeaduras em outubro (BONATO et al., 1998). Bruin & Pedersem
(2009a) relatam maior taxa de crescimento entre 85 e 105 dias após a
emergência nos genótipo de soja lançadas após o ano 2000 em relação
aos lançados em décadas anteriores.
Kahlon
et
al.
(2011)
compararam
os
principais
componentes do rendimento de genótipos lançadas entre 1953 e 1999
e verificaram aumento de 20 a 30 kg ha-1 ano-1 no rendimento durante
este período em Baton Rouge/EUA, explicado pelo aumento no
número de nós reprodutivos, legumes e grãos produzidos por área.
83
Em densidades de semeadura elevadas, a soja promove um
auto ajuste nas populações de plantas de acordo com as condições
ambientais, e mantém baixa correlação entre as populações iniciais e o
rendimento de grãos. As populações que proporcionam maior
rendimento dependem do espaçamento entre linhas (WALKER et al.,
2010).
O peso de 100 grãos aumenta com a redução das
populações de 40 para 20 plantas m-2 (RAMBO et al., 2004). Maehler
et al. (2003a) verificaram que a irrigação aumenta o número de grãos
por legume em genótipos com hábito de crescimento indeterminado.
Zhe et al. (2010) testaram 68 genótipos de soja em
diferentes regiões do estado de Wisconsin/EUA e constataram
interação de genótipos, ambientes e anos. Os genótipos transgênicos
variaram mais o rendimento de grãos em função de diferenças
ambientais.
A época de semeadura que proporciona maiores
rendimentos varia com o genótipo e região (CUNHA et al., 2001;
RODRIGUES et al., 2001; RODRIGUES et al., 2007) e interage com
populações de plantas (NOGUEIRA et al., 1983; NOGUEIRA et al.,
1984; PEDERSEN, 2011).
Observa-se atualmente no Rio Grande do Sul tendência
para o uso de semeaduras precoces e genótipos de ciclo curto, com
hábito de crescimento indeterminado cujo padrão de resposta às
condições ambientais e de manejo difere dos de crescimento
determinado, tradicionalmente usados (MAEHLER et al., 2003a).
Neste trabalho avaliou-se o efeito de épocas de semeadura
e populações de plantas sobre os componentes do rendimento em dois
84
genótipos de soja de hábito de crescimento indeterminado,
geneticamente modificados, com indicação para cultivo no estado do
Rio Grande do Sul.
Material e Métodos
Foram conduzidos dois experimentos, um no ano agrícola de
2009/2010 (Experimento I) e outro no de 2010/2011 (Experimento II).
Experimento I
Conduzido na área de produção e pesquisa do Instituto
Federal do Rio Grande do Sul - Câmpus Sertão (IFRS-Câmpus
Sertão), município de Sertão/RS sob as coordenadas geográficas de
28º02’S e 52º15’W e 735 m de altitude (APOLO XI, 2009).
Foram testados dois genótipos (“NS 4823 RR” e “NA
5909 RG”), duas épocas de semeadura (28/10 e 15/12/2009) e cinco
populações de plantas (100, 170, 240, 310 e 380 mil plantas ha-1).
O
delineamento
experimental
adotado
em
blocos
completamente casualizados com arranjo dos tratamentos em parcelas
sub subdivididas, e quatro repetições. A época de semeadura foi
alocada na parcela principal, o genótipo na subparcela e as populações
de plantas nas sub subparcelas. Cada sub subparcela consistiu de oito
linhas com 5 m de comprimento, distanciadas 50 cm entre si.
Os
genótipos
utilizados
apresentam
as
seguintes
características: “NS 4823 RR” - ciclo de 42 dias da emergência à
floração e 116 dias da emergência à colheita, estatura = 78 cm, altura
85
do primeiro legume = 14 cm e médio potencial de ramificação; “NA
5909 RG” - ciclo de 57 dias da emergência à floração e 124 dias da
emergência à colheita, estatura = 106 cm, altura do primeiro legume =
19 cm e alto potencial de ramificação, ambos com hábito de
crescimento indeterminado (dados fornecidos pela detentora dos
direitos sobre esses genótipos no Brasil).
O solo da área experimental é classificado como
Latossolo Vermelho Distrófico Húmico (STRECK et al., 2002) e
apresentou as seguintes características químicas em análise realizada
antes da instalação dos experimentos: pHH2O = 5,8; pHSMP = 6,1; Al+++
= 0,0 cmolc dm-3; Ca++ = 8,0 cmolc dm-3; Mg++ = 2,9 cmolc dm-3; P = 9
mg dm-3; K = 238 mg dm-3; S = 12 mg dm-3; MO = 2,3 %.
O experimento foi instalado sob sistema de semeadura
direta em solo com cobertura de aveia preta apresentando 3,2 t ha-1 de
matéria seca aparente. O manejo da cobertura consistiu de duas
aplicações de glifosato. A primeira realizada no dia 19 de
outubro/2009 em toda a área do experimento (1.080 g e. a. ha-1),
quando a aveia se encontrava no estádio de grão leitoso e a segunda
no dia 27/10/2009 (360 g de e. a. ha-1) nas parcelas correspondentes a
época de semeadura I e, no dia 12/12/2009 (720 g de e. a. ha-1) nas
parcelas correspondentes à época de semeadura II.
As sementes utilizadas em cada época foram tratadas no
dia da semeadura com fungicida carboxim + thiram (0,6 + 0,6 g i. a.
kg-1 de sementes), inseticida fipronil (0,5 g i. a. kg-1 de sementes) e
inoculadas com Bradyrhizobium japonicum em meio turfoso (3 g p. c.
kg-1 de sementes).
86
A semeadura foi realizada em 28/10/2009 (época I) e em
15/12/2009 (época II) com semeadora/adubadora comercial marca
Semeato, modelo SHM com 4 linhas de soja instaladas no
espaçamento de 50 cm entre linhas.
O número de sementes foi ajustado para as sub
subparcelas de população máxima corrigida pelo poder germinativo
mais um adicional de 20%. A população em cada sub subparcela foi
ajustada por raleio manual quando as plantas se encontravam no
estádio V2 (primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida).
A adubação constou de 4 kg de N, 60 kg de P2O5 e 30 kg
de K2O ha-1, aplicados na linha, concomitante com a semeadura.
Para o controle de plantas daninhas em pós-emergência foi
realizada aplicação de glifosato a 720 g e. a. ha-1 em 23/11/2009 nas
parcelas referentes à época I, e em 05/01/2010 nas parcelas referentes
à época II. Plantas daninhas remanescentes ou reinfestantes foram
eliminadas manualmente conforme a necessidade.
As pragas foram mantidas sob controle utilizando-se os
inseticidas thiametoxan + lambda-cialotrina e triflumuron conforme a
necessidade.
Para o controle de doenças, nas parcelas correspondentes à
época I, foi realizada uma aplicação com azoxistrobina + ciproconazol
(60 + 24 g ha-1) em 15/01/2010 e outra com epoxiconazol +
piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1) em 18/02/2010. Nas parcelas
correspondentes à época II foi realizada apenas uma aplicação com
epoxiconazol + piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1) em 18/02/2010. A
estiagem verificada no período crítico (APÊNDICES 7 e 11) reduziu a
pressão de doenças eliminando a necessidade de novas aplicações.
87
Os estádios de desenvolvimento fenológico foram
avaliados a partir do início do período reprodutivo, mediante
observações semanais de plantas representativas escolhidas ao acaso
nas subparcelas, adotando-se a escala de Fehr & Caviness (1977)
(APÊNDICE 13).
Para as aplicações de herbicida, inseticida ou fungicida
não
foi
considerada
a
diferença
de
ciclo
ou
estádio
de
desenvolvimento dos genótipos, aplicando–se no mesmo dia em toda a
parcela referente à cada época de semeadura.
Nas parcelas semeadas em 28/10/2009 (época I), o
genótipo “NS 4823 RR” foi colhido em 16/03/2010 e o “NA 5909
RG” em 05/04/2010.
Com semeadura em 15/12/2009 (época II), as colheitas
dos genótipos “NS 4823 RR” e “NA 5909 RG” ocorreram em 05/04 e
30/04/2010, respectivamente.
Para determinação do rendimento de grãos, as amostras
foram colhidas manualmente nos quatro metros centrais de quatro
linhas em cada sub subparcela, totalizando oito m-2 de área colhida.
Os grãos obtidos destas amostras foram limpos, pesados e
a umidade medida com determinador digital devidamente calibrado,
convertendo-se os dados de rendimento para kg ha-1 à umidade de
13%.
Para a determinação do peso dos grãos foram utilizadas
amostras de 100 grãos obtidas daquelas usadas na determinação do
rendimento, sendo os resultados também convertidos à umidade de
13%.
88
Para as demais avaliações foram utilizadas cinco plantas
representativas, retiradas ao acaso no dia da colheita, das linhas
restantes na sub subparcela exceto as bordaduras, cortando-se cada
planta com tesoura de poda, rente à superfície do solo.
Nas plantas retiradas foram avaliados:
- número de legumes com pelo menos um grão por planta;
- número de grãos por legume, determinados a partir de 100 legumes
retirados de diferentes alturas da planta;
- número de nós férteis por metro quadrado, considerado como fértil,
o nó com presença de pelo menos um legume com grão; e
- número de legumes com pelo menos um grão por metro quadrado.
Os dados por metro quadrado foram obtidos a partir da
média por planta multiplicada pelo número de plantas por metro
quadrado.
Os dados obtidos diretamente e os derivados foram
submetidos à análise de variância e quando apresentaram diferença
significativa, aos devidos desdobramentos, e submetidos ao teste de
Tukey a 5% de probabilidade de erro e o efeito das populações foi
avaliado por análise de regressão testando-se os modelos de ajuste
linear, quadrático e logarítmico, ambos com auxílio do programa
estatístico Sisvar da Universidade Federal de Lavras. O esquema da
análise de variância realizada e os quadrados médios resultantes estão
no APÊNDICE 3.
89
Experimento II
Conduzido na área experimental do Centro de Extensão e
Pesquisa Agropecuária - Cepagro/UPF, município de Passo Fundo/RS
sob as coordenadas 28º21’S e 52º39’W e 687 m de altitude (APOLO
XI, 2009), durante o ano agrícola de 2010/2011, com características
semelhantes ao experimento I.
Foram utilizados o mesmo espaçamento, genótipos, e
populações de plantas do experimento I.
Cada sub subparcela consistiu de sete linhas distanciadas
de 50 cm entre si e com 5 m de comprimento.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico Húmico (STRECK et al., 2002) e apresentou as
seguintes características químicas em análise realizada antes da
instalação dos experimentos: pHH2O = 6,0; pHSMP = 6,2; Al+++ = 0,0
cmolc dm-3; Ca++ = 9,6 cmolc dm-3; Mg++ = 4,0 cmolc dm-3; P = 27,2
mg dm-3; K = 238 mg dm-3; S = 13 mg dm-3; MO = 3,3 %.
O experimento foi instalado sob sistema de semeadura
direta em solo com cobertura de 4,2 t ha-1 de matéria seca aparente de
aveia preta.
O manejo da cobertura consistiu de uma aplicação de
glifosato a 1.080 g e. a. ha-1 no dia 19 de outubro/2010 em toda a área
do experimento, quando a aveia se encontrava no estádio de grão
leitoso. Como manejo complementar de plantas daninhas em présemeadura foi realizada uma aplicação com diurom + dicloreto de
paraquate (200 + 400 g de i. a. ha-1), no dia 11/11/2010 nas parcelas
90
correspondentes a época de semeadura I e, no dia 11/12/2010 nas
parcelas correspondentes à época de semeadura II.
As sementes utilizadas em cada época foram tratadas no
dia da semeadura com fungicida carboxim + thiram (0,6 + 0,6 g i. a.
kg-1 de sementes) e inoculadas com Bradyrhizobium japonicum em
meio líquido na dose de 3 mL de p. c. kg-1 de sementes.
A semeadura foi realizada em 12/11/2010 (época I) e em
14/12/2010 (época II) com semeadora/adubadora comercial marca
Kuhn Metasa, modelo PDM com sete linhas para semeadura de soja
instaladas no espaçamento 50 cm.
A adubação constou de 13 kg de N, 64 kg de P2O5 e 64 kg
de K2O ha-1, aplicados na linha, concomitante com a semeadura.
Para controle de plantas daninhas em pós-emergência nas
parcelas referentes à época de semeadura I foi realizada uma aplicação
de glifosato a 1000 g e. a. ha-1 em 09/12/2010. Devido a ocorrência de
reinfestação, foi realizada outra aplicação de glifosato em pósemergência a 864 g de e. a. ha-1 em 23/12/2010. Nas parcelas
referentes à época II, as aplicações ocorreram em 05/01/2011 e em
28/01/2011, com doses iguais às utilizadas nas parcelas da época I.
Plantas daninhas remanescentes ou reinfestantes após a segunda
aplicação foram eliminadas manualmente conforme a necessidade.
O
controle
de
pragas
foi
realizado
utilizando-se
tiametoxan e triflumuron, conforme a necessidade seguindo as
indicações técnicas para a cultura da soja.
Para o controle de doenças foram realizadas duas
aplicações de epoxiconazol + piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1) nos
91
dias 14/01/2011 e 11/02/2011 nas parcelas referentes à Época I, e em
11/02/2011 e 09/03/2011 nas parcelas referentes a Época II.
As datas de ocorrência dos estádios fenológicos foram
determinadas a partir do início da floração, por observações semanais
realizadas em cinco plantas escolhidas ao acaso em cada subparcela,
adotando-se a escala de Fehr & Caviness (1977) (APÊNDICE 13).
As avaliações realizadas obedeceram aos seguintes
procedimentos:
Numerando-se as linhas de plantas de um a sete conforme
a ordem de posição nas sub subparcelas, as linhas um, três e sete
foram consideradas bordaduras.
Na
maturação,
foram
eliminadas
as
plantas
das
extremidades das linhas quatro, cinco e seis utilizando-se os quatro
metros centrais (6 m-2 de área útil) para as determinações de
rendimento.
A colheita foi realizada mecanicamente com colhedora
apropriada para parcelas experimentais e os grãos obtidos, foram
limpos, pesados e a umidade medida com determinador digital
devidamente calibrado, convertendo-se os dados de rendimento para
kg ha-1 à umidade de 13%.
Todos os demais procedimentos de condução do
experimento, amostragens, avaliações e análise estatística foram
idênticos aos descritos para o experimento I.
O esquema da análise de variância realizada e os
quadrados médios resultantes deste experimento estão no APÊNDICE
4.
92
Resultados e Discussão
Com exceção do mês de novembro de 2009 que
apresentou volume de chuvas superior a duas vezes a média histórica
mensal para a região, o período da safra 2009/2010 se caracterizou por
chuvas abaixo da média na maior parte do ciclo da cultura,
especialmente no terceiro decêndio de fevereiro e primeiro decêndio
de março (APÊNDICE 7) que coincide com o período reprodutivo
crítico da cultura semeada na Época II (APÊNDICE 11).
Por outro lado, as temperaturas médias mensais ficaram
acima da média histórica na maioria dos meses, com destaque para o
mês de novembro que, associado ao maior volume de chuvas,
apresentou temperaturas também elevadas (APÊNDICE 8).
No ano agrícola de 2010/2011 o volume de chuvas se
manteve próximo ou acima das médias mensais históricas durante o
período de condução do experimento, mas a distribuição foi irregular.
Novembro apresentou baixas precipitações nos primeiros decêndios
antes da semeadura da época I, mas no final do segundo e no terceiro
decêndios, estas estiveram próximas a média para o período. Entre
dezembro e fevereiro, as precipitações mantiveram-se acima das
médias mensais e a distribuição permitiu bons níveis de compensação
entre os decêndios evitando períodos prolongados de deficiência
hídrica aparente grave. Março foi o mês mais crítico e, apesar de
apresentar precipitações acima da média para o mês, esta foi
concentrada apenas no final do segundo e no terceiro, registrando um
período de estiagem entre o primeiro e o segundo decêndios
(APÊNDICE 9).
93
As temperaturas médias mensais também se mantiveram
próximo às médias históricas para a região, com exceção de janeiro
que apresentou temperatura em torno de 1ºC acima da média histórica,
e abril, que também apresentou temperaturas acima da média
(APÊNDICE 10).
O número de legumes por planta (NLP) variou de forma
diferente nos anos agrícolas. Em 2009/2010, as épocas de semeadura
não diferiram entre si e houve interação de genótipos e populações de
plantas. O genótipo “NS 4823 RR” produziu menor NLP nas
populações mais baixas e se igualou ao “NS 5909 RG” em populações
acima de 240 mil plantas ha-1 independente da época de semeadura. O
aumento das populações reduziu o NLP em escala logarítmica em
ambos os genótipos (Figura 1).
Em 2010/2011, o NLP diferiu entre épocas de semeadura e
populações de plantas, sem diferenças entre genótipos ou interação de
fatores. A semeadura de 12/11 superou a de 14/12, com 72,6 e 68,0
legumes por planta na média dos genótipos, respectivamente. Com o
aumento das populações o NLP reduziu em escala logarítmica na
média das cultivares (Figura 2).
A redução no NLP com aumento das populações concorda
com relatos de resultados obtidos por Hicks et al. (1969) em genótipos
com diferentes hábitos de crescimento, Queiroz & Minor (1977) sob o
espaçamento de 60 cm entre linhas, Rambo (2002) nos espaçamentos
de 20 e 40 cm entre linhas e Kuss et al. (2008), sob diferentes sistemas
hídricos.
O número de grãos por planta (NGP) reduziu em escala
logarítmica com o aumento das populações de plantas e não diferiu
94
entre genótipos e épocas de semeadura nos anos agrícolas de
2009/2010 (Figura 3a) e 2010/2011 (Figura 3b).
Figura 1- Número de legumes por planta, na média das épocas de
semeadura, em função das populações de plantas e
genótipos de soja no ano agrícola de 2009/2010, em
Sertão/RS.
Figura 2 - Número de legumes por planta, na média dos genótipos e
épocas de semeadura, em função das populações de
plantas no ano agrícola de 2010/2011, em Passo
Fundo/RS.
95
Figura 3 - Número de grãos por planta, na média das épocas de
semeadura e genótipos, em função das populações de
plantas no ano agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS (a)
e no ano agrícola de 2010/2011, em Passo Fundo/RS (b).
96
Os resultados discordam de Board (1985) que verificou
redução no número de legumes e de grãos por área em semeaduras
tardias com iguais populações de plantas o que se explica pela redução
da radiação interceptada por cada planta (BOARD et al., 2010).
O número de grãos por legume (NGL) diferiu entre
genótipos e apresentou interação de populações de plantas e épocas de
semeadura em ambos os anos agrícolas, discordando de relatos de
Board (1985) que não verificou diferença no NGL em função das
épocas de semeadura.
No ano agrícola de 2009/2010 o NGL reduziu linearmente
com o aumento das populações em ambas as épocas de semeadura,
sendo a redução mais intensa na semeadura de 15/12 que na de 28/11
(Figura 4a). Na média das populações e épocas de semeadura, o
genótipo “NS 4823 RR” com 2,38 grãos por legume superou o “NA
5909 RG” que produziu 2,19 grãos por legume.
No ano agrícola de 2010/2011, o NGL reduziu em função
quadrática na semeadura de 12/11, atingindo o mínimo em populações
de 287,3 mil plantas ha-1 enquanto na semeadura de 14/12 não diferiu
entre as populações (Figura 4b). Neste ano agrícola, o genótipo “NS
4823 RR” superou o “NS 5909 RG” com 2,39 e 2,23 grãos por
legume, respectivamente, na média das épocas de semeadura e
populações.
O NGL variou de forma independente do número de
legumes, diferindo dos resultados relatados por Schöffel et al. (2001) e
Navarro Junior & Costa (2002b) que observaram efeito de
compensação entre o número de legumes e de grãos por legume
97
Figura 4 - Número de grãos por legume, na média dos genótipos em
função das épocas de semeadura e populações de plantas
nos anos agrícolas de 2009/2010 em Sertão/RS (a) e
2010/2011 em Passo Fundo/RS (b).
Os resultados diferem também de Board & Maricherla
(2008) que relatam pequena influência do NGL na definição do
número de grãos por área. Estas diferenças podem ser explicadas pelo
98
hábito de crescimento dos genótipos que, no experimento em questão
são de crescimento indeterminado, enquanto as utilizadas pelos
autores citados tinham crescimento determinado.
As diferenças no NGL entre épocas de semeadura e entre
os anos agrícolas, verificadas de forma independente da variação do
número de legumes por planta resultam, também, da influência do
ambiente (MUNDSTOCK & THOMAS, 2005), demonstrando que
esta influência pode ser significativa, apesar deste ser o componente
do rendimento com maior herdabilidade (SHARMA & LAY, 1990).
Porto et al. (1979) verificaram que a boa disponibilidade hídrica
proporcionada pela irrigação aumenta o número de legumes e resulta
em redução no NGL e Maehler et al. (2003a) relatam aumento no
NGL em genótipos de hábito de crescimento determinado em função
da irrigação.
O peso de 100 grãos (PCG) variou entre os anos agrícolas.
Em 2009/2010, apresentou interação de genótipos e épocas de
semeadura sem diferir entre populações de plantas. Na semeadura de
28/10, o genótipo “NA 5909 RG” apresentou maior PCG que o “NS
4823 RR”, enquanto na semeadura de 15/12, não houve diferença
entre genótipos (Figura 5). No ano agrícola de 2010/2011, diferiu
entre épocas de semeadura e apresentou interação de populações de
plantas e épocas de semeadura, sem diferir entre genótipos. Na
semeadura de 12/11, reduziu linearmente, enquanto na de 14/12
aumentou linearmente com o aumento das populações de plantas
(Figura 6).
99
Letras maiúsculas comparam épocas dentro do mesmo genótipo e letras minúsculas
comparam genótipos dentro da mesma época; ns – diferença não significativapelo
teste d eTukey a 5% de probabilidade de erro.
Figura 5 - Peso de 100 grãos na média das populações de plantas, em
função das épocas de semeadura e populações, no ano
agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS.
Figura 6 - Peso de 100 grãos na média dos genótipos, em função das
épocas de semeadura e populações de plantas, no ano
agrícola de 2010/2011, em Passo Fundo/RS.
100
O menor PCG verificado no genótipo “NS 4823 RR”, com
semeadura em 28/10 em 2009/2010 é explicado pelo volume de
chuvas que ficou abaixo da média histórica para a região durante o
período de enchimento de grãos, em oposição à semeadura de 15/12
que coincidiu o menor volume de chuvas com a floração e fixação de
legumes e chuvas próximas à média no período de enchimento de
grãos.
Os comportamentos inversos do PCG verificados entre as
épocas de semeadura no em 2010/2011 em função das populações
(Figura 6) pode ser efeito secundário das populações de plantas cujo
aumento implica em maior consumo de água com consequente
limitação do crescimento do grão. Com semeadura em 12/11, a melhor
disponibilidade hídrica no período reprodutivo inicial permitiu fixação
de maior número de legumes que, com a deficiência verificada na fase
posterior, foi compensada pela redução do PCG.
Com semeadura em 14/12, houve efeito inverso, com
baixa disponibilidade hídrica na floração e fixação dos legumes e
melhor disponibilidade no enchimento de grãos, resultando em maior
peso dos grãos. Esta teoria é respaldada por Proulx & Naeve (2009)
que verificaram aumento em escala quadrática no PCG quando
removeram diferentes percentuais de legumes das plantas, mas o
rendimento reduziu em escala linear e por Board et al. (1995) que, ao
reduzirem em 28% a relação fonte/dreno por meio de diferentes
mecanismos de controle e verificaram redução de 12% no rendimento
por legume, sendo 7,7% da redução atribuída ao número de grãos e
4,5% devido ao tamanho do grão. Queiroz & Minor (1977) e Cox &
Cherney (2011) não verificaram alterações no PCG em função das
101
populações indicando diferenças de respostas que podem ser devidas a
outras fontes de variação.
Sionit & Kramer (1977) verificaram redução no PCG
quando aplicaram estresse hídrico sobre plantas no período de
enchimento dos grãos. Momen et al. (1979) constataram que estresse
aplicado a partir de 36 dias após a floração reduz o tamanho dos grãos
e estresses anteriores reduzem o número de legumes podendo
aumentar o tamanho dos grãos. Egli et al. (1983) obtiveram pequeno
aumento no PCG quando a soja foi submetida à deficiência hídrica
antes do estádio R5; quando o estresse foi aplicado entre R5 e a
maturação fisiológica, houve efeito inverso.
Maehler et al. (2003b) obtiveram maior percentagem de
grãos classificados como grandes quando irrigaram a cultura em todo
o ciclo em comparação com a ausência de irrigação ou irrigação até os
estádios reprodutivos iniciais. Kuss et al. (2008) constataram maior
PCG na população de 400 que na de 200 mil plantas ha-1, e nas
parcelas sem irrigação em um ano em que houve pequena deficiência
hídrica apenas no início do período reprodutivo.
Bruns (2011) relata redução de 23% no peso dos grãos
sem diferença entre populações de 20 e 50 plantas m-2 e nem entre
linhas simples e linhas pareadas espaçadas de 102 cm e 25 x 102 cm,
respectivamente, em um ano quente e seco na fase reprodutiva.
Egli & Zhen-Wen (1991) não verificaram variações no
PCG em função de sombreamentos artificiais de 30 e 60% em
Kentuky/EUA e de sombreamento provocado por espaçamentos
reduzidos na China.
102
As diferenças entre épocas de semeadura também podem
resultar do efeito da temperatura. Egli & Wardlaw (1980) obtiveram
redução de 200 para 151 mg grão-1 quando submeteram plantas de
soja entre a floração e a fixação de legumes à temperaturas
diurnas/noturnas de 18/13ºC ou 33/28ºC em relação às plantas
mantidas entre 24/19 e 30/25ºC.
O número de nós reprodutivos por metro quadrado
(NRepMQ) variou diferentemente nos anos agrícolas. No de
2009/2010, o genótipo “NS 5909 RG” superou o “NS 4823 RR”,
respectivamente com 830 e 684 NRepMQ, que aumentaram
linearmente com as populações de plantas e sem diferir entre épocas
de semeadura (Figura 7). Em 2010/2011 houve interação de
populações de plantas e épocas de semeadura, sem diferença entre
genótipos. Na semeadura de 12/11, aumentou linearmente com o
incremento das populações e foi maior que na semeadura de 14/12,
quando não variou entre as populações (Figura 8). A variação foi
maior entre populações e nas populações mais elevadas no ano
agrícola de 2009/2010 que no de 2010/2011.
Os resultados do ano agrícola de 2010/2011, sob
condições meteorológicas mais próximas à média histórica da região,
concordam com os obtidos por Wilcox & Frankenberger (1987) e
Settimi & Board (1988) que relatam redução do número de nós por
planta como efeito da redução no fotoperíodo logo após o início do
período reprodutivo, resultante de semeaduras tardias nos genótipos
de crescimento indeterminado (KANTOLIC & SLAFER, 2007).
103
Figura 7 - Número de nós reprodutivos por metro quadrado, na média
das épocas de semeadura e genótipos, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2009/2010, em
Sertão/RS.
Figura 8 - Número de nós reprodutivos por metro quadrado, na média
dos genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas no ano agrícola de 2010/2011, em
Passo Fundo/RS.
104
Resultados diferentes são reportados por Robinson et al.
(2009), que não constataram diferenças no número de nós m-2 quando
semearam soja em seis épocas sob o mesmo arranjo de plantas.
O número de legumes m-2 aumentou linearmente com o
aumento nas populações de plantas, sem diferenças entre genótipos ou
épocas de semeadura no ano agrícola de 2009/2010 (Figura 9). No de
2010/2011, diferiu entre épocas de semeadura, com interação de
população de plantas e épocas de semeadura. Aumentou linearmente
com as populações na semeadura de 12/11 e não diferiu entre estas na
de 14/12 (Figura 10). Os genótipos não diferiram entre si.
No ano agrícola de 2010/2011, a semeadura de 12/11, com
precipitações pluviais próximas ao normal para a região, proporcionou
maior
crescimento
inicial
antes
do
início
da
competição
intraespecífica permitindo o desenvolvimento normal de nós mesmo
nas maiores populações.
Na semeadura de 14/12, temperaturas mais altas
permitiram rápido desenvolvimento inicial nas populações mais
baixas que ramificaram mais igualando o número de nós das
populações mais elevadas (SMITH, 2000) e, as populações elevadas
tiveram aumento no número de nós limitado pela falta de chuvas que
reduziu o crescimento na fase reprodutiva.
O aumento linear verificado no número de legumes m-2
com o aumento das populações, discorda de Board & Maricherla
(2008) que a partir da análise de diversos trabalhos publicados, citam
aumento em função quadrática no número de legumes com o aumento
para até 400 nós m-2.
105
Figura 9 - Número de legumes por metro quadrado, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2009/2010, em
Sertão/RS.
Figura 10 - Número de legumes por metro quadrado, na média dos
genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas no ano agrícola de 2010/2011, em
Passo Fundo/RS.
106
A partir deste nível, o aumento no número de legumes vai
reduzindo até se tornar nulo a partir de 800 nós m-2. De forma indireta,
entretanto, concorda com parte dos relatos destes autores que
verificaram maior variação no número de nós reprodutivos e de
legumes por área que no número de legumes por nó.
Cox & Cherney (2011) testaram populações entre 321 mil
e 469 mil plantas ha-1 e espaçamentos entre 19 e 76 cm entre linhas
para genótipos pertencentes aos grupos de maturação I e II no estado
de Nova Iorque/EUA e não constataram diferença no número de
legumes m-2 entre as populações em nenhum dos genótipos, porém
houve interação de genótipos e espaçamentos, onde um genótipo
reduziu linearmente o número de legumes m-2 e outro apresentou
comportamento quadrático.
O maior número de legumes com semeadura em 12/11 no
ano agrícola de 2010/2011 está de acordo com Board (1985) que
constatou redução do número de legumes por área em genótipos
pertencentes a diferentes grupos de maturação semeados antes e após
o período ideal e associou este resultado à redução no número de nós
reprodutivos em ambas as situações.
O número de grãos m-2 aumentou linearmente com as
populações de plantas e não diferiu entre épocas de semeadura e
genótipos no ano agrícola de 2009/2010 (Figura 11). Em 2010/2011
diferiu entre épocas de semeadura, sem diferença entre genótipos e
populações de plantas. Na média dos genótipos e populações, a
semeadura de 12/11 superou a de 14/12 com 3.449 e 3.021 grãos m-2,
respectivamente.
107
Estes resultados demonstram que o número de grãos
acompanha o número de nós e de legumes por área e concordam com
os obtidos por Board (1985) que verificou redução no número de
grãos por área com as semeaduras antes e após a época ideal,
principalmente devido à redução do número de nós reprodutivos.
Figura 11 - Número de grãos por metro quadrado, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas no ano agrícola de 2009/2010, em
Sertão/RS.
O aumento linear no número de grãos com aumento das
populações no ano 2009/2010 indica que a faixa de populações
testadas não atingiu o limite suficiente para causar sombreamento e
limitar o número de grãos. Egli & Zhen-Wen (1991) verificaram
redução no número de grãos por área quando submeteram plantas de
dois genótipos de soja a 30 e 60% de sombreamento artificial a partir
do estádio R1 no Estado de Kentucky/EUA e a sombreamento por uso
108
de espaçamentos reduzidos na China. Segundo estes autores, o
número de grãos por área aumenta linearmente com a taxa de
crescimento da cultura na fase reprodutiva.
O rendimento de grãos variou diferentemente nos dois
anos agrícolas. Em 2009/2010, diferiu entre épocas de semeadura e
aumentou linearmente com o aumento das populações sem diferir
entre os genótipos (Figura 12). Na média dos genótipos e populações,
a semeadura de 28/10 superou em 61% a de 15/12 com produção de
3.790 e 2.341 kg ha-1, respectivamente.
Em 2010/2011, diferiu apenas entre épocas de semeadura.
Os maiores rendimentos foram obtidos com semeadura em 12/11
(4.120 kg ha-1), que superou em 23,68% os obtidos com semeadura
em 14/12 (3.331 kg ha-1).
Apesar de não ser constatada ao nível de 5%, quando
admitido o limite de 10% de probabilidade de erro, constata-se
interação de épocas de semeadura e populações de plantas. Na média
dos genótipos, as populações não afetaram o rendimento com a
semeadura em 12/11 e, com a semeadura em 14/12 houve aumento em
função quadrática até 267,2 mil plantas ha-1 (Figura 13).
A amplitude das diferenças verificadas entre épocas de
semeadura nos dois anos agrícolas sofreu interferência das condições
climáticas, mas revela comportamento consistente para obtenção de
rendimentos maiores com semeaduras em novembro, em concordância
com as indicações técnicas para a cultura da soja (REUNIÃO, 2009).
.
109
Figura 12 - Rendimento de grãos na média dos genótipos e épocas de
semeadura, em função das populações de plantas no ano
agrícola de 2009/2010, em Sertão/RS.
Figura 13 - Rendimento de grãos na média dos genótipos, em função
das épocas de semeadura e populações de plantas no ano
agrícola de 2010/2011, em Passo Fundo/RS (10% de
probabilidade de erro)
110
Os resultados obtidos na semeadura em 28/10 (ano
agrícola 2009/2010) e 12/11 (ano agrícola 2010/2011) demonstram
capacidade de compensação em ampla faixa de populações de plantas
quando a semeadura é feita dentro da época indicada. Em semeaduras
tardias esta capacidade reduz, exigindo melhor ajuste das populações,
pois ocorre redução do ciclo (APÊNDICE 12), porte, número de nós e
legumes por planta (WILCOX & FRANKENBERGER, 1987;
SETTIMI & BOARD, 1988) e consequentemente da capacidade de
ajuste do rendimento em diferentes populações.
A resposta ao aumento das populações verificada na
semeadura de dezembro, em ambos os anos agrícolas, pode estar
relacionada à evolução da disponibilidade hídrica registrada durante o
ciclo da cultura. Segundo Berlato et al. (1992) o consumo relativo de
água,
obtido
pela
relação
entre
evapotranspiração
real/
evapotranspiração potencial, explica 86 e 89% das diferenças de
rendimento de grãos nos genótipos de ciclo médio e precoce,
respectivamente.
Seversike et al. (2009), testaram populações entre 5 e 80
plantas m
-2
para genótipos com três e sete folíolos, em
Favetteville/EUA
(36º05’N
e
94º10’W),
e
obtiveram
maior
rendimento de grãos com 40 plantas m-2 em ano com deficiência
hídrica na fase de crescimento, enquanto em outro, com boa
disponibilidade na fase de crescimento e deficiência na fase
reprodutiva, o melhor rendimento foi obtido com 16 plantas m-2.
Bruin
&
Pedersen
(2009b),
analisaram
trabalhos
publicados em diferentes épocas nos EUA e constataram que a
produção individual das plantas de genótipos modernos não difere dos
111
genótipos antigos e o aumento no potencial de rendimento dos
genótipos modernos se deve à maior tolerância às altas populações,
sendo esta condição fundamental para que estes se expressem. Zhe et
al. (2010) classificam o rendimento como a característica agronômica
da soja com maior susceptibilidade aos efeitos das condições
ambientais.
O aumento linear no rendimento de grãos com o aumento
da população de plantas na semeadura de 15/12 em 2009/2010 pode
estar relacionado à maior interceptação de radiação obtida nas maiores
populações. Bruin & Pedersen (2009b) constataram aumento de cerca
de 40% na CIPAR utilizada entre R1 e R6 quando aumentaram a
população de plantas de 4,9 para 44,5 plantas m-2 e segundo Bruin &
Pedersen (2009a) a produção de grãos aumenta com a matéria seca
acumulada até um limite de 1.200 g m-2 no estádio R2 raramente
obtido com baixas populações de plantas em semeaduras tardias.
Egli & Cornelius (2009) analisaram 27 trabalhos
realizados em diferentes regiões dos Estados Unidos e constataram
padrão definido de redução no rendimento que chegou a 1,2% dia-1 de
atraso no plantio no extremo Sul, 1,1% dia-1 no meio sul, e 0,7% dia-1
no meio oeste daquele país.
No Brasil não há estudos claros quantificando as perdas,
mas Cunha et al. (2001), Rodrigues et al. (2001) e Rodrigues et al.
(2007) citam redução no rendimento com semeaduras tardias.
Board (1985) relata redução no rendimento de grãos
independente do grupo de maturação dos genótipos com retardo da
época de semeadura para período além do considerado ideal e atribui a
redução ao menor número de ramos e nós emitidos nas semeaduras
112
tardias. Em semeaduras antes do período ideal, genótipos com período
juvenil longo reduzem menos o rendimento que aqueles sem esta
característica.
Conclusões
Populações de plantas e épocas de semeadura interagem
na definição do número de nós reprodutivos por área.
O número de grãos por planta e de grãos m-2 é
proporcional ao de nós reprodutivos e de legumes, com pequena
compensação entre população de plantas e número de legumes por nó.
A melhor época para semeadura dos genótipos “NS 4823
RR” e “NA 5909 RG” é o mês de novembro e as populações de
plantas atualmente indicadas para o Rio Grande do Sul podem ser
reduzidas na semeadura desta época, sem prejuízos ao rendimento de
grãos.
113
CAPÍTULO III
COMPONENTES DO RENDIMENTO DE GRÃOS NO CAULE
E RAMOS DE SOJA NO ESTÁDIO R5 E NA COLHEITA EM
FUNÇÃO DE GENÓTIPOS, POPULAÇÕES DE PLANTAS E
ÉPOCAS DE SEMEADURA
Resumo - O potencial de rendimento da soja é ajustado durante o
ciclo, inicialmente pelo número de nós emitidos, depois pelo número
de legumes, número de grãos por legume e peso dos grãos. O número
de nós varia com o número de ramos. Neste trabalho, objetivou-se
caracterizar a participação do caule e dos ramos na formação do
rendimento de genótipos de soja com diferentes hábitos de
crescimento, em função de épocas de semeadura e populações de
plantas. Utilizaram-se os genótipos “NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”,
“A 6411 RG” e “BR SUL LA”, com semeaduras em 12/11 (época I) e
14/12 (época II), em populações de 100, 170, 240, 310 e 380 mil
plantas ha-1, na Universidade de Passo Fundo, RS. O delineamento
experimental foi em blocos completamente casualizados, e os
tratamentos arranjados em parcelas sub subdivididas. O nº de ramos
férteis foi maior em R5 que na colheita. O nº de nós reprodutivos nos
ramos em R5 foi maior na época I que na II com interação de
genótipos e populações na época 2. Os componentes do rendimento
verificados nos ramos e no caule em R5 diminuíram entre este estádio
e a colheita. As maiores reduções ocorrem nos ramos, em baixas
populações de plantas e em semeaduras mais tardias, com interação do
genótipo e população, independente do hábito de crescimento.
114
Palavras chave: Glycine max (L.) Merril, ramificação, legumes, nós
reprodutivos, arranjos.
YIELD COMPONENTS IN THE STEM AND BRANCHES OF
SOYBEAN GENÓTIPOS AFFECTED BY PLANT
POPULATIONS AND SOWING DATES
Abstract - Soybean yielding potential is adjusted during the cycle,
initially by the emission of node numbers, later by the number of
legumes, number of grains per legume and weight of grains. The
number of nodes will vary with the number of branches. The objective
of this work was to characterize stem and branch participation in the
formation of yielding soybean genotypes with different growth habit,
as for the sowing date and plant populations. By using Genotypes
“NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411 RG” and genotype BR SUL
LA, with sowing dates em 12/11 (sowing date I) and 14/12 (sowing
date II), in populations of 100, 170, 240, 310 and 380 thousand plants
ha-1, at Universidade de Passo Fundo, RS. The experimental design
was in completely randomized blocks, and the treatments arranged in
subplots. The number of fertile branches was bigger in R5 than in the
harvest. The number of reproductive nodes in the branches in R5 was
bigger in sowing date I than II with interaction of genotypes and
populations in sowing date 2. The yielding components checked in the
branches and stem in R5 are decreased between this stage and the
harvest. The biggest reductions occurred in the branches, in low
115
populations of plants and in late sowing dates, with genotype and
population interaction, independent of growth habit.
Key words: Glycine max (L.) Merrill, branching, pods, reproductive
nodes, arrangements.
Introdução
Rendimento potencial é o máximo rendimento possível
para um genótipo em condições ideais de ambiente e manejo durante
todo o ciclo, enquanto potencial de rendimento é o máximo
rendimento possível a partir das condições apresentadas pelas plantas
em determinado momento de seu desenvolvimento (EVANS &
FISCHER, 1999).
O potencial de rendimento é ajustado durante o ciclo da
cultura da soja conforme as condições ambientais e de manejo (PIRES
et al., 2000; NAVARRO JUNIOR & COSTA, 2002a; NAVARRO
JUNIOR & COSTA, 2002b MAEHLER et al., 2003a; PIRES et al.,
2005). O ajuste se dá inicialmente pelo número de ramos e de nós,
depois pelo número de flores emitidas e a seguir pela abscisão de
flores e legumes (JIANG & EGLI, 1993). Em estádios mais avançados
de desenvolvimento, o ajuste ocorre pelo número e tamanho do grão
(KOLLMANN et al., 1974).
Rendimentos elevados são obtidos quando a cultura
apresenta entre os estádios R1 e R5 (início da floração e início do
enchimento de grãos, respectivamente) taxa de crescimento de 15 g
m-2 dia-1 e peso total acumulado de matéria seca (MS) no estádio R8
116
(maturação de colheita) em torno de 800 g m-2 (BOARD &
HARVILLE, 1994). Segundo esses autores, para cada 100 g de MS
acumulada em R8, até 600 g m-2, são produzidos 200 legumes. Entre
600 e 800 g de MS m-2 o aumento é de 135 legumes para cada 100 g
de MS. Estes índices variam com as populações de plantas
(SEVERSIKE et al., 2009), épocas de semeadura, características do
genótipo (SALINAS et al., 1996; RODRIGUES et al., 2001),
temperatura nos estádios iniciais de crescimento (SEDDIGH &
JOLLIFF, 1984; SETTIMI & BOARD, 1988; RODRIGUES et al.,
2006) e disponibilidade hídrica (SIONIT & KRAMER, 1977;
RASSINI & LIN, 1981a; RODRIGUES et al., 2007).
No sul do Brasil, o maior limitante para obtenção de
elevados rendimentos de grãos é a disponibilidade hídrica (THOMAS
& COSTA, 2010). Deficiência hídrica no período reprodutivo provoca
redução no número de legumes, número de grãos e tamanho dos grãos
quando ocorre a partir dos 4, 22 e 36 dias após a floração,
respectivamente (MOMEN, et al., 1979). Deficiência antes do estádio
R1 (início da floração) reduz o desenvolvimento vegetativo e o
número de nós por planta, mas os maiores prejuízos ao rendimento
ocorrem com deficiência entre os estádios R3 (início da formação de
legumes) e R6 (máximo enchimento de grãos) (RASSINI & LIN,
1981b).
As perdas podem ser diminuídas com semeaduras em
épocas que evitem a coincidência das fases de maior sensibilidade da
cultura com períodos de déficit hídrico (RODRIGUES et al., 2007;
THOMAS et al., 2010). A época de semeadura, entretanto, interfere
nas características agronômicas da cultura.
117
Em semeaduras precoces, dentro do período tolerado pelo
genótipo, o ciclo aumenta permitindo maior número de ramos, nós
reprodutivos nos ramos (SETTIMI & BOARD, 1988; KANTOLIC &
SLAFER, 2007), e legumes por planta (ROBINSON et al., 2009), mas
aumentam a estatura das plantas e o risco de acamamento nos
genótipos de porte alto (RAY et al., 2008). Semeaduras após a época
ideal resultam em menor número de ramos, nós reprodutivos, legumes
e grãos por planta, e menores rendimentos que semeaduras na época
ótima, independente do genótipo (BOARD, 1985).
Os genótipos respondem diversamente à época de
semeadura (LIMA et al., 2000; MENDONÇA et al., 2002). Lima et al.
(2000) identificaram genótipos com estabilidade de rendimento em
ampla época de semeadura e outros com potencial mais elevado para a
semeadura em época específica.
A concentração da semeadura em uma época aumenta os
riscos de oscilações de rendimento entre safras, e pode ser inviável em
função de limitações ambientais ou de disponibilidade de máquinas
(THOMAS et al., 2010).
Em semeaduras tardias, o aumento da população de
plantas compensa o menor crescimento nos estádios iniciais
(QUEIROZ & MINOR, 1977). Genótipos com hábito de crescimento
indeterminado reduzem mais o porte em semeaduras tardias que os de
crescimento determinado (WILCOX & FRANKENBERGER, 1987).
A definição de arranjos de plantas específicos para cada
genótipo e época de semeadura permite obter rendimentos mais
elevados. O melhor arranjo é aquele que proporciona área foliar
suficiente para interceptar 64 a 88% da radiação solar incidente
118
quando a planta atinge o estádio R1 (plena floração) (BOARD &
HARVILLE, 1994).
A planta de soja apresenta três gemas em cada nó do
caule. Da gema central se origina um ramo primário nos nós basais, ou
um rácemo primário nos nós localizados acima da inserção dos ramos
primários. Das gemas laterais se originam ramos ou rácemos
secundários (GAI et al., 1984). O número e crescimento dos ramos
variam em função da radiação solar incidente e do sombreamento
resultante da competição inter ou intraespecífica (SMITH, 2000).
Genótipos modernos apresentam rendimentos mais altos
em relação aos mais antigos por produzirem maior número de nós
reprodutivos, legumes e grãos por área (KAHLON et al., 2011) e
tolerarem populações mais elevadas, restando dúvidas se o maior
rendimento é devido à maior interceptação da radiação, uma vez que
genótipos modernos e antigos apresentam um teto semelhante de
rendimento em resposta ao total de radiação interceptada (BRUIN &
PEDERSEN, 2009b).
As populações ideais variam em função do espaçamento
entre linhas (WALKER et al., 2010). Em semeaduras tardias,
espaçamentos reduzidos podem proporcionar maior número de nós
reprodutivos por área, com rendimentos mais elevados que os obtidos
nos espaçamentos tradicionais (BOARD & HARVILLE, 1993;
THOMAS et al., 2010).
O número de ramos por planta reduz linearmente com
aumento nas populações, e é o principal mecanismo de compensação
do rendimento quando as populações variam; o índice de área foliar e
a matéria seca acumulada por área até o estádio R5 estão mais
119
relacionados com espaçamento entre linhas que com população de
plantas (COX & CHERNEY, 2011). Os efeitos da competição
intraespecífica aparecem a partir do estádio R2 e são mais evidentes
na parte aérea que no sistema radicular (MARVEL et al., 1992).
Marchezan & Costa (1983) constataram diferenças entre
genótipos de soja na percentagem de fixação e na distribuição dos
legumes entre o caule e os ramos, quando submetidos às mesmas
populações e espaçamentos entre linhas. No início da floração,
genótipos precoces apresentam menor número de nós no caule que
genótipos tardios (JIANG & EGLI, 1993).
Plantas com período juvenil longo apresentam maior
número e comprimento dos ramos que as pertencentes aos grupos de
maturação V, VI e VII, e cerca de 65% do comprimento dos ramos se
desenvolve entre os estádios R1 e R5, havendo pouco crescimento
entre R5 e R8 (BOARD & SETTIMI, 1986).
O número de ramos, número de nós e o balanço entre
desenvolvimento do caule e ramos é determinado pela quantidade e
qualidade da luz que atinge as diferentes partes da planta. Menor
luminosidade induz maior crescimento vegetativo e maior número de
folhas (SMITH, 2000). A contribuição dos ramos para o rendimento
de grãos é maior em espaçamentos maiores, mas espaçamentos
menores proporcionam rendimentos mais elevados (SANTOS FILHO
et al., 1976).
A expansão da folha individual é mais controlada pela
temperatura que pela população de plantas, mas em menores
populações há maior alocação de fotoassimilados para os ramos,
aumentando a área foliar por planta (BRUIN & PEDERSEN, 2009b).
120
O número de folhas é menor sob temperaturas
diurnas/noturnas consideradas intermediárias (24/24ºC) e aumenta em
temperaturas mais altas (30/24ºC) ou mais baixas (24/18ºC)
(GANDOLFI et al., 1983). Em temperaturas mais altas aumenta
também a diferença de estatura entre genótipos (GANDOLFI et al.,
1979). Os maiores índices de área foliar são obtidos com semeaduras
em épocas intermediárias (SCHÖFFEL & VOLPE, 2001).
Dybing (1994) não constatou relação entre número de
folhas, matéria seca de folhas e número de flores emitidas com o
rendimento de grãos e destaca a necessidade de considerar diversas
variáveis para prever o rendimento a partir de características
observadas no período de floração da soja. Para Board & Harville
(1993), entretanto, a redução no número de folhas entre R1 e R5
resulta em redução similar no número de legumes quando a desfolha
ocorre próximo ao estádio R1, ou redução no tamanho do grão quando
a desfolha se aproxima do estádio R6, ambas reduzindo o rendimento
de grãos. Desfolhamento antes da quarta semana após o início do
enchimento de grãos reduz o número de grãos, em menor proporção
nos desfolhamentos menos intensos ou mais tardios (BOARD et al.,
2010).
O número de legumes por planta reduz linearmente com
aumento das populações (HICKS et al., 1969; KUSS et al., 2008).
Quando a população é elevada para níveis capazes de provocar
autossombreamento, ocorre redução no número de grãos produzidos
por área, sem afetar o peso dos grãos (EGLI & ZHEN-WEN, 1991).
Proulx & Naeve (2009), entretanto, verificaram redução no peso dos
grãos em escala linear com o aumento nos níveis de sombreamento
121
artificial aplicados no estádio R5 da cultura, o que indica redução no
peso dos grãos quando o sombreamento ocorre em estádios
reprodutivos mais avançados.
Redução no número de legumes sem redução na área
foliar provoca pequeno aumento no número de grãos por legume e no
tamanho dos grãos (NAVARRO JUNIOR & COSTA, 2002a) e,
redução na radiação incidente entre R1 e R5 reduz o número de nós no
caule, e, nos ramos, reduz o número de nós reprodutivos e o número
de legumes por nó (BOARD et al., 1995).
A oferta de fotoassimilados determina o número de
legumes que se desenvolve até a maturação em cada nó, havendo
pouca compensação entre diferentes nós, e a abscisão dos legumes
excedentes ocorre antes que estes atinjam 1,6 cm de comprimento
(HEITHOLT et al., 1986). Hansen & Shibles (1978) verificaram
maior percentual de legumes maduros em relação ao número de flores
e legumes formados, nos nós superiores que nos nós inferiores do
caule e nos ramos.
Segundo Board & Harville (1993) a redução da
interceptação da radiação entre R4 e R6 reduz o rendimento de grãos
principalmente por diminuir o número de legumes, pois o número de
grãos por legume e o peso dos grãos não são afetados. Para estes
autores, o número de nós e de nós reprodutivos variam pouco, sendo a
maior diferença verificada no número de legumes por nó.
O número de legumes por área aumenta em função
quadrática com o aumento para até 400 nós reprodutivos m-2; a partir
de 600 nós, não há acréscimo no número de legumes e no rendimento;
o número de grãos é mais influenciado pelo número de legumes por
122
área que pelo número de grãos por legume (BOARD &
MARICHERLA, 2008).
Bruin & Pedersen (2009a) citam o estádio R5.5 como
momento crítico para definição do número de grãos por área e
afirmam que o maior rendimento em genótipos modernos é explicado
pelo maior acúmulo de matéria seca na fase vegetativa, que promove a
fixação de maior número de legumes e grãos com consequente
manutenção do dreno ativo e da atividade fotossintética por mais
tempo. Genótipos modernos apresentam maior rendimento de grãos
devido à maior produção por planta e a maior tolerância à altas
densidades que genótipos mais antigos (BRUIN & PEDERSEN,
2009b).
Nas condições do Rio Grande do Sul, os ajustes mais
significativos nos potenciais de rendimento ocorrem entre os meses de
janeiro, fevereiro e março, quando as condições meteorológicas
demonstram maiores níveis de correlação com os resultados da safra
(FONTANA et al., 2001). As maiores perdas de rendimento ocorrem
com deficiência hídrica em janeiro e diminuem com as deficiências
em fevereiro e março (KRÜGER et al., 2007).
Thomas et al. (2010) destacam a importância de
caracterizar os componentes secundários do rendimento (número de
ramos, número de nós reprodutivos e número de legumes por nó)
como conhecimento básico necessário ao aperfeiçoamento de técnicas
de manejo para a cultura da soja.
Este trabalho teve o objetivo de caracterizar a participação
do caule e dos ramos na formação do rendimento de genótipos de soja
123
de diferentes hábitos de crescimento em função de épocas de
semeadura e populações de plantas.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na área experimental do
Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária - Cepagro/UPF,
município de Passo Fundo/RS sob as coordenadas 28º21’S e 52º39’W
e 687 m de altitude (APOLO XI, 2009), no ano agrícola de
2010/2011.
Foram utilizadas duas épocas de semeadura (12/11 e 14/12
de 2010), quatro genótipos (“NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411
RG” e “BR SUL LA”) e cinco populações de plantas (100, 170, 240,
310 e 380 mil plantas ha-1).
O delineamento experimental adotado foi o de blocos
completamente casualizados com quatro repetições e os tratamentos
arranjados em parcelas sub subdivididas com a época de semeadura na
parcela principal, os genótipos nas subparcelas e as populações de
plantas nas sub subparcelas. Cada sub subparcela constou de sete
linhas distanciadas de 50 centímetros entre si e com cinco metros de
comprimentos.
Os
genótipos
utilizados
apresentam
as
seguintes
características: “NS 4823 RR” - ciclo de 42 dias da emergência à
floração e 116 dias da emergência à colheita, hábito de crescimento
indeterminado, porte médio e médio potencial de ramificação; “NA
5909 RG” - ciclo semiprecoce, hábito de crescimento indeterminado e
alto potencial de ramificação; “A 6411 RG” - ciclo semiprecoce,
124
hábito de crescimento determinado aspecto semiereto e alto potencial
de ramificação; genótipo “BR SUL LA” - ciclo semiprecoce, hábito
de crescimento determinado (em fase de estudos de adaptação para as
condições do Rio Grande do Sul) (dados fornecidos pela detentora dos
direitos sobre esses genótipos no Brasil).
O solo da área experimental é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico Húmico (STRECK et al., 2002) e apresentou as
seguintes características químicas em análise realizada antes da
instalação do experimento: pHH2O = 6,0; pHSMP = 6,2; Al+++ = 0,0
cmolc dm-3; Ca++ = 9,6 cmolc dm-3; Mg++ = 4,0 cmolc dm-3; P = 27,2
mg dm-3; K = 238 mg dm-3; S = 13 mg dm-3; MO = 3,3 %.
O experimento foi instalado em sistema de semeadura
direta em solo com cobertura de 4,2 t ha-1 de matéria seca aparente de
aveia preta.
O manejo da cobertura consistiu da aplicação de glifosato
a 1.080 g e. a. ha-1, 24 dias antes da primeira semeadura, em toda a
área do experimento, quando a aveia se encontrava no estádio de grão
leitoso. Dessecação complementar foi realizada nas parcelas
correspondentes às épocas de semeadura I e II nos dias 11/11/2010 e
11/12/2010, respectivamente, com diurom + dicloreto de paraquate na
dose de 200 + 400 g de i. a. ha-1.
As sementes utilizadas em cada época foram tratadas no
dia da semeadura com carboxim + thiram (0,6 + 0,6 g i. a. kg-1 de
sementes) e inoculadas com Bradyrhizobium japonicum em meio
líquido (3 mL de p. c. kg-1 de sementes).
A semeadura foi realizada em 12/11/2010 (época I) e
14/12/2010 (época II), ambas com semeadora/adubadora comercial
125
marca Kuhn Metasa, modelo PDM com sete linhas instaladas para
semeadura de soja no espaçamento 50 cm. O número de sementes foi
ajustado para as parcelas de população máxima corrigido para o poder
germinativo das sementes mais um adicional de 20%. O ajuste da
população em cada sub subparcela foi realizado por desbaste manual
quando as plantas se encontravam no estádio V2 (primeira folha
trifoliolada totalmente desenvolvida).
A adubação constou de 13 kg de N, 64 kg de P2O5 e 64 kg
de K2O ha-1, aplicados na linha, concomitante com a semeadura.
O controle de plantas daninhas em pós-emergência foi
realizado com glifosato (1000 g e. a. ha-1) em 09/12/2010 e
05/01/2011, nas parcelas correspondentes às épocas de semeadura I e
II, respectivamente. Devido o alto índice de reinfestação foi realizada
outra aplicação de glifosato (864 g de e. a. ha-1) em 23/12/2010 e
28/01/2011 nas parcelas correspondentes às épocas de semeadura I e
II, respectivamente. Plantas daninhas remanescentes ou reinfestantes
foram eliminadas manualmente conforme a necessidade.
O controle de pragas em ambas as épocas de semeadura
foi realizado conforme a necessidade utilizando-se tiametoxan e
triflumuron, seguindo as recomendações para a cultura da soja.
Para o controle de doenças foram realizadas aplicações de
epoxiconazol + piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1) em 14/01/2011 e
11/02/2011 nas parcelas referentes à Época I, e em 11/02/2011 e
09/03/2011 nas parcelas referentes a Época II.
A evolução dos estádios fenológicos foi avaliada segundo
a escala de Fehr e Caviness (1977) (APÊNDICE 13) realizando-se
126
observações semanais a partir do início da floração em dez plantas por
parcela. Os dados obtidos encontram-se nos APÊNDICES 11 e 12.
Cada linha de plantas recebeu um número entre um e sete,
conforme a ordem de localização na sub subparcela. As linhas um,
três e sete foram consideradas bordaduras.
Quando as plantas atingiram o estádio R5 (pelo menos um
legume apresentando grão com mais de 3 mm de comprimento em um
dos últimos quatro nós com trifólio completamente desenvolvido no
ápice da planta), foram selecionadas na linha dois, cinco plantas em
sequência, regularmente distribuídas de forma representativa da
população correspondente à sub subparcela.
As plantas selecionadas foram cortadas com tesoura de
poda, rente ao solo e recolhidas para posterior avaliação.
Das plantas recolhidas, os ramos foram separados do caule
e avaliados:
- Número de ramos com mais de um nó visível;
- Número de nós reprodutivos (nós apresentando pelo menos um
legume ou flor aberta) nos ramos;
- Número de legumes com mais de 1,2 cm nos ramos;
- Número de nós reprodutivos (nós apresentando pelo menos um
legume ou flor aberta) no caule; e
- Número de legumes com mais de 1,2 cm no caule;
No dia da colheita de cada genótipo, foram colhidas outras
cinco plantas localizadas em sequência na linha dois, posicionadas de
forma representativa da população correspondente à sub subparcela e
respeitando-se a o mínimo de 50 cm de distância das posições das
plantas usadas na avaliação do estádio R5.
127
Das plantas selecionadas na colheita, os ramos foram
separados do caule e avaliados:
- Número de ramos com pelo menos um nó fértil (nó apresentando
pelo menos um legume);
- Número de nós reprodutivos por planta;
- Número de nós reprodutivos (nós com pelo menos um legume) nos
ramos;
- Número de legumes com um, dois, três e quatro grãos, nos ramos;
- Número de nós reprodutivos (apresentando pelo menos um legume)
no caule;
- Número de legumes com um, dois, três e quatro grãos no caule; e
- Número de grãos por legume no caule e nos ramos, obtido pela
aplicação da seguinte equação em cada caso:
NGL =
(L1G x 1) + (L2G x 2) + (L3G x 3) + L4G x 4
LIG + L2G +L3G +L4G
Onde:
NGL = número de grãos por legume;
L1G = número de legumes com um grão;
L2G = número de legumes com dois grãos;
L3G = número de legumes com tres grãos;
L4G = número de legumes com quatro grãos.
O número de nós reprodutivos por planta foi obtido pela
soma do número de nós reprodutivos nos ramos ao número de nós
reprodutivos no caule.
Para o número de legumes por nó reprodutivo, dividiu-se o
número de legumes pelo número de nós reprodutivos.
128
Os dados obtidos diretamente e os derivados foram
submetidos a análise de variância, e quando apresentaram diferença
significativa, aos devidos desdobramentos e submetidos ao teste de
Tukey a 5% de probabilidade de erro e o efeito das populações foi
avaliado por análise de regressão, testando-se os modelos de ajuste
linear, quadrático e logarítmico, ambos com auxílio de programa
estatístico Sisvar da Universidade Federal de Lavras. O esquema da
análise de variância realizada e os quadrados médios resultantes estão
no APÊNDICE 5.
Resultados e Discussão
As precipitações pluviais mantiveram-se próximo ou
acima das médias mensais durante o período do experimento, mas a
distribuição foi irregular. Novembro apresentou pouca precipitação no
primeiro e no início do segundo decêndio, antes da semeadura da
época I, mas no final do segundo e no terceiro decêndios estas
estiveram próximas à média para o período. Entre dezembro e
fevereiro, a precipitação se manteve acima das médias mensais e a
distribuição permitiu bons níveis de compensação entre os decêndios
evitando períodos prolongados com baixa precipitação. Em março,
apesar das precipitações acima da média para o mês, estas se
concentraram apenas no final do segundo e no terceiro decêndio,
ocorrendo um período de estiagem entre o primeiro e o segundo
decêndios (APÊNDICE 9).
As temperaturas também se mantiveram próximas às
médias mensais, com exceção de janeiro que apresentou temperatura
129
em torno de 1ºC acima da média histórica, e do mês e abril que
também apresentou temperaturas acima da média (APÊNDICE 10).
O número de ramos por planta (NRP) no estádio R5
diferiu entre genótipos e populações, sem diferenças entre épocas de
semeadura ou interação dos fatores. O genótipo “NA 5909 RG”
apresentou maior número de ramos (8,01) neste estádio, seguido pelo
“A 6411 RG” (6,05) e pelo “BR SUL LA” (5,84) que não diferiram
entre si e superaram o “NS 4823 RR” (4,18). O aumento das
populações reduziu linearmente o NRP (Figura 1).
Figura 1 - Número de ramos por planta no estádio R5, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Na colheita, o NRP diferiu entre épocas de semeadura,
genótipos e populações de plantas sem interação dos fatores. A
semeadura de 12/11 proporcionou maior NRP (5,44) que a de 14/12
(4,84). Na média das épocas de semeadura e populações, o maior NRP
130
foi do genótipo “NA 5909 RG” (6,5) seguido pelo “A 6411 RG”
(5,49), “BR SUL LA” (4,94) e “NS 4823 RR” (3,62) com diferença
entre todos. Nas duas épocas de semeadura o aumento das populações
reduziu em escala logarítmica o NRP na colheita, porém a redução foi
maior na semeadura de dezembro, cuja diferença é detectada ao nível
de 7% de probabilidade de erro, onde se constata interação de épocas
de semeadura e populações de plantas (Figura 2).
Figura 2 - Número de ramos por planta na colheita, na média dos
genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas (7% de probabilidade de erro).
Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Os resultados obtidos concordam com Ludwig et al.
(2010) que observaram interação de genótipos, populações e épocas
de semeadura. Concordam também com Board (1985) que observou
redução no NRP com semeaduras tardias.
131
Diferenças entre populações estão de acordo com Cox &
Cherney (2011) que observaram redução linear no NRP com aumento
nas populações independente dos espaçamentos entre linhas.
O número de nós reprodutivos por planta na colheita
diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas,
com interação dos fatores. Em ambas épocas de semeadura, reduziu
em escala logarítmica com aumento das populações em todos os
genótipos. Não diferiu entre estes nas menores populações na
semeadura de 12/11 e reduziu mais no “BR SUL LA” que nos demais
genótipos com aumento das populações (Figura 3a). Na semeadura de
14/12, foi maior nos genótipos “NA 5909 RG” e “NS 4823 RR”, de
hábito de crescimento indeterminado, nas menores populações e se
igualou entre os genótipos em populações mais elevadas (Figura 3b).
A redução do número de nós por planta com semeadura
tardia em genótipos de hábito de crescimento indeterminado concorda
com Wilcox & Frankerberger (1987) e a interação de genótipos e
populações está de acordo com Ludwig et al. (2010).
Bruns (2011), entretanto, não observou diferença no
número total de nós por planta ao testar populações entre 20 e 50
plantas m-2, o que pode indicar diferença de resposta dos genótipos ou
que as populações afetam mais a percentagem de nós férteis que o
número total de nós por planta.
132
Figura 3 - Número de nós reprodutivos por planta na colheita em função dos genótipos e populações de plantas com
semeaduras em 12/11 (a) e 14/12 (b). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
132
133
O número de nós reprodutivos nos ramos por planta em
R5 (NRepRP-R5) diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e
populações de plantas, sem interação dos fatores. As semeaduras de
12/11 e 14/12 resultaram em 27 e 22 NRepRP-R5, diferindo entre si.
Na média das épocas, os genótipos “NA 5909 RG” e “A 6411 RG”
não diferiram entre si e superaram o “NS 4823 RR” e o “BR SUL
LA”, que também não diferiram entre si com 30, 28, 20 e 21 NRepRPR5, respectivamente. O aumento das populações resultou em redução
do NRepRP-R5 em escala logarítmica (Figura 4).
O número de nós reprodutivos nos ramos por planta na
colheita (NRepRP-C) diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e
populações de plantas, com interação dos fatores. Na semeadura de
12/11, todos os genótipos reduziram o NRepRP-C em escala
logarítmica (Figura 5a), enquanto na de 14/12, o genótipo “NS 4823
RR” reduziu linearmente e os demais mantiveram redução em escala
logarítmica com o aumento nas populações (Figura 5b).
Na semeadura de 12/11, o genótipo “NA 5909 RG”
desenvolveu mais nós reprodutivos nos ramos que os demais
genótipos em todas as populações (Figura 5a), enquanto na de 14/12,
se igualou ao “A 6411 RG” em populações superiores a 310 mil
plantas ha-1 (Figura 5b). O número total de nós reprodutivos por planta
esteve associado ao genótipo, independente do hábito de crescimento.
Os resultados obtidos estão de acordo com Board (1985)
que observou redução no número de nós férteis por planta, devido à
diminuição no número e comprimento dos ramos e na proporção de
nós férteis com semeadura fora do período ideal, com diferença de
resposta entre genótipos.
134
Figura 4 - Número de nós reprodutivos nos ramos por planta no
estádio R5, na média das épocas de semeadura e
genótipos, em função das populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
As diferenças entre épocas de semeadura concordam com
Settimi & Board (1988) que verificaram maior comprimento e número
de nós nos ramos com semeadura em época intermediária que em
época tardia, e com Kantolic & Slafer (2007) que observaram
aumento no número de nós no caule e nos ramos do genótipo “A 6411
RG” com aumento do fotoperíodo entre os estádios R3 e R6, situação
similar à da semeadura em 12/11 em relação à de 14/12.
135
Figura 5 - Número de nós reprodutivos nos ramos por planta na colheita em função dos genótipos e populações de
plantas, com semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
135
136
O número de nós reprodutivos no caule no estádio R5
(NRepC-R5) apresentou interação de épocas de semeadura e
genótipos e de populações de plantas e genótipos. O genótipo “NA
5909 RG” semeado em 12/11 apresentou menos NRepC-R5 que o
semeado em 14/12. Os demais genótipos responderam inversamente,
com mais NRepC-R5 na semeadura de 12/11 que na de 14/12 (Tabela
1). Na média das épocas de semeadura, o genótipo “NS 4823 RR”
reduziu linearmente o NRepC-R5 enquanto os demais não diferiram
com o aumento das populações (Figura 6).
Na colheita, o número de nós reprodutivos no caule
(NRepC-C) diferiu entre populações de plantas e entre genótipos com
interação de genótipos e épocas de semeadura. O genótipo “NA 5909
RG” apresentou maior NRepC-C com semeadura em 14/12 que em
12/11 e o “NS 4823 RR” comportou-se de forma inversa, com mais
NRepC-C na semeadura de 12/11. Os genótipos “A 6411 RG” e “BR
SUL LA”, não diferiram entre épocas (Tabela 2).
Tabela 1 - Número de nós reprodutivos no caule por planta no estádio
R5, na média das populações de plantas, em função das
épocas de semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS,
2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 13,32 a
B 12,17 a
NA 5909 RG
B 8,27 c
A 9,65 b
A 6411 RG
A 10,27 b
B 9,12 b
BR SUL LA
A 10,67 b
B 8,75 b
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
137
Figura 6 - Número de nós reprodutivos no caule por planta no estádio
R5 em função dos genótipos e populações de plantas, na
média das épocas de semeadura. Passo Fundo/RS,
2010/2011.
Os resultados estão de acordo com Nogueira et al. (1983)
que observaram diferenças no número de nós por planta entre
genótipos e épocas de semeadura, com o máximo sendo obtido nas
semeaduras entre 05/10 e 14/11 variando com o genótipo. Concordam
também com Nogueira et al. (1984) que consideram número de nós e
o número de legumes por planta como os componentes do rendimento
que mais variam com as épocas de semeadura.
O aumento das populações de plantas provocou redução
linear no NRepC-C sem interação dos fatores (Figura 7).
Os resultados concordam, também, em parte com Egli et
al. (1985) que verificaram maior número de nós no caule com
semeaduras no cedo e com Navarro Júnior & Costa (2002a) que não
verificaram diferença no número de nós no caule e na planta inteira
138
entre genótipos. Discordam, entretanto, de Martins et al. (1999) que
verificaram maior número de nós no caule nos genótipos tardios,
semeados em época normal.
Tabela 2 - Número de nós reprodutivos no caule por planta na
colheita, na média das populações de plantas, em função
das épocas de semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS,
2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 13,28 a
B 12,04 a
NA 5909 RG
B 7,85 b
A 9,50 b
A 6411 RR
A 9,18 b
A 8,69 b
BR SUL LA
A 8,73 b
A 8,55 b
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Figura 7 - Número de nós reprodutivos no caule por planta na colheita
na média dos genótipos e épocas de semeadura, em função
das populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
139
As diferenças entre genótipos, apesar de significativas,
tornaram-se menores na semeadura de dezembro, o que concorda com
Martins et al. (2011) que verificaram maior efeito do ambiente que do
genótipo no número final de nós no caule e ausência de diferenças
entre genótipos com semeaduras em dezembro e janeiro.
O número de legumes nos ramos por planta em R5 (LRPR5) diferiu entre genótipos e populações de plantas, sem diferenças
entre épocas de semeadura ou interação dos fatores. Na média das
épocas de semeadura e populações de plantas, o “A 6411 RG”, o “NA
5909 RG” e o “BR SUL LA” produziram, respectivamente, 60, 56, e
50 LRP-R5, sem diferirem entre si e superaram o “NS 4823 RR” que
produziu 38 LRP-R5.
Na média das épocas de semeadura e genótipos, o
aumento das populações reduziu o número de LRP-R5 em escala
logarítmica (Figura 8).
Figura 8 - Número de legumes nos ramos por planta em R5 na média
das épocas de semeadura e genótipos, em função
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
140
O número de legumes nos ramos por planta na colheita
(LRP-C) diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e populações
de plantas, com interação de genótipos e populações. A semeadura de
12/11 resultou em maior número de legumes nos ramos (45,8) que a
de 14/12 (38,5).
Todos os genótipos reduziram o número de LRP-C em
escala logarítmica com o aumento das populações, porém a redução
foi menor no genótipo “NS 4823 RR”. Este genótipo foi inferior aos
demais nas populações de 100 e 170 mil plantas ha-1, mas se igualou a
estes nas populações mais elevadas (Figura 9).
Figura 9 - Número de legumes nos ramos por planta na colheita, na
média das épocas de semeadura, em função dos genótipos
e populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
O número de legumes no caule no estádio R5 (NLC-R5)
diferiu entre populações de plantas, com interação de genótipos e
épocas de semeadura. Na semeadura de 12/11, os genótipos “NS 4823
RR” e “BR SUL LA” não diferiram entre si e foram superiores ao “A
141
6411 RG” que também foi superior ao “NA 5909 RG”. Na semeadura
de 14/12, os genótipos “NS 4823 RR” e “BR SUL LA” não diferiram
entre si e foram superiores aos “A 6411 RG” e “NA 5909 RG” que
também não diferiram entre si. Na comparação das épocas, o genótipo
“NS 4823 RR” produziu maior NLC-R5 na semeadura de 12/11,
enquanto os demais tiveram comportamento inverso, com maior NLCR5 na semeadura de 14/12 (Tabela 3).
Tabela 3 – Número de legumes no caule da planta no estádio R5 na
média das populações de plantas, em função dos genótipos
e épocas de semeadura (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 41,07 a
B 36,62 a
NA 5909 RG
B 20,78 c
A 28,88 b
A 6411 RR
A 30,55 b
A 29,53 b
BR SUL LA
A 39,95 a
A 38,53 a
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
O número de legumes no caule na colheita (NLC-C)
diferiu entre genótipos e populações de plantas, com interação de
genótipos e épocas de semeadura e de épocas de semeadura e
populações de plantas.
O aumento da população de plantas reduziu linearmente o
NLC-R5 (Figura 10).
Na semeadura de 12/11, os genótipos “NS 4823 RR” e
“BR SUL LA” não diferiram no NLC-C e foram superiores ao “A
6411 RG” que também superou o “NA 5909 RG”. Com semeadura em
142
14/12, o genótipo “NS 4823 RR” não diferiu do “BR SUL LA”. Este
não diferiu do “A 6411 RG” que também não diferiu do “NA 5909
RG” (Tabela 4).
Figura 10 - Número de legumes no caule por planta no estádio R5 na
média dos genótipos e épocas de semeadura, em função
das populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Tabela 4 – Número de legumes no caule da planta na época da
colheita, na média das populações de plantas, em função
dos genótipos e épocas de semeadura (Passo Fundo/RS,
2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 38,56 a
B 34,85 a
NA 5909 RG
B 20,18 c
A 26,62 c
A 6411 RR
A 29,51 b
A 29,61 bc
BR SUL LA
A 36,48 a
B 33,17 ab
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
.
143
O aumento das populações de plantas provocou redução
linear no NLC-C nas duas épocas de semeadura, mas na semeadura de
14/12, a redução foi mais intensa que na de 12/11, principalmente
entre as populações de 240 e 310 mil plantas ha-1 (Figura 11).
Os resultados demonstram maior estabilidade no número
de legumes produzidos no caule pelo genótipo “A 6411 RG”
independente da época de semeadura e das populações de plantas e
demonstram que a redução no número de legumes por planta
verificada por Hicks et al. (1969) em função do aumento nas
populações de plantas se deve mais à redução do número de legumes
nos ramos que no caule.
Figura 11 - Número de legumes no caule por planta na colheita, na
média dos genótipos, em função das épocas de
semeadura e populações de plantas. Passo Fundo/RS,
2010/2011.
144
A interação de genótipos e épocas de semeadura indica
que os resultados obtidos por Settimi & Board (1988), que não
observaram diferenças no número de legumes produzidos no caule
entre épocas de semeadura não podem ser extrapoladas para todos os
genótipos.
Os resultados concordam com Marchezan & Costa (1983)
que verificaram diferença entre genótipos na distribuição dos legumes
entre caule e ramos onde os percentuais de fixação foram,
respectivamente, 14 e 19% das flores emitidas.
A redução do número de legumes por planta com aumento
das populações concorda com Queiroz & Minor (1977), e com
Peixoto et al. (2000) que constataram, ainda, interação de genótipos e
populações de plantas com semeadura em época normal.
O número de legumes por nó reprodutivo nos ramos no
estádio R5 (NLNRepR-R5) diferiu entre genótipos e populações de
plantas com interação destes fatores e não diferiu entre épocas de
semeadura. Foi maior no genótipo “BR SUL LA” sob a população de
100 mil plantas ha-1 e reduziu em escala logarítmica com o aumento
das populações inclusive no “NS 4823 RR” e “A 6411 RG”, mas se
igualou aos demais em populações iguais ou superiores a 170 mil
plantas ha-1. O “NA 5909 RG”, reduziu o NLNRepR-R5 em função
quadrática até 283,3 mil plantas ha-1 (Figura 12).
Na colheita, o número de legumes por nó reprodutivo nos
ramos (NLNRepR-C) diferiu entre épocas, genótipos e populações de
plantas, sem interação dos fatores.
145
Figura 12 - Número de legumes por nó reprodutivo nos ramos de
plantas no estádio R5, na média das épocas de
semeadura, em função dos genótipos e populações de
plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Na média das populações e genótipos as semeaduras em
14/12 e 12/11 proporcionaram, respectivamente, 2,09 e 1,82 legumes
por nó reprodutivo nos ramos na colheita, diferindo entre si. Os
genótipos “BR SUL LA” e “A 6411 RG”, não diferiram do “NA 5909
RG” que também não diferiu do “NS 4823 RR” com 2,10; 2,08; 1,90
e 1,82 LNRepR-C, respectivamente. O aumento das populações de
plantas provocou redução em função quadrática no NLNRepR-C até
297 mil plantas ha-1 (Figura 13).
O desempenho dos genótipos quanto ao NLNRepR-C
pode ter sido influenciado pelas precipitações pluviais que foram
distribuídas irregularmente durante o ano agrícola, com redução no
período mais tardio (APÊNDICE 9). Os genótipos com hábito de
146
crescimento determinado mostraram tendência para maior número de
legumes por nó reprodutivo nos ramos em baixas populações, mas
esta diferença não se manteve nas populações mais elevadas e o maior
número de legumes por nó não se confirmou na época da colheita.
Figura 13 - Número de legumes por nó reprodutivo nos ramos na
época da colheita, na média das épocas de semeadura e
genótipos, em função das populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
O número de legumes por nó reprodutivo no caule no
estádio R5 (NLNRepC-R5) diferiu entre populações de plantas e
apresentou interação de genótipos e épocas de semeadura. Foi maior
na semeadura de 14/12 que na de 12/11 exceto no genótipo “NS 4823
RR” que não diferiu entre as épocas. O “BR SUL LA” produziu maior
NLNRepC-R5 em ambas épocas de semeadura, sem diferença entre os
demais na semeadura de 14/12. Na semeadura de 12/11 os genótipos
“NS 4823 RR” e “A 6411 RG” não diferiram entre si e superaram o
“NA 5909 RG” (Tabela 5).
147
Tabela 5 – Número de legumes por nó reprodutivo no caule da planta
no estádio R5, na média das populações de plantas, em
função dos genótipos e épocas de semeadura (Passo
Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 3,08 b
A 3,00 b
NA 5909 RG
B 2,50 c
A 3,00 b
A 6411 RR
B 2,95 b
A 3,24 b
BR SUL LA
B 3,78 a
A 4,42 a
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
O NLNRepC-R5 reduziu linearmente com o aumento das
populações independente da época de semeadura e dos genótipos
(Figura 14).
Figura 14 – Número de legumes por nó reprodutivo no caule das
plantas em R5, na média dos genótipos e épocas de
semeadura, em função das populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
148
O número de legumes por nó reprodutivo no caule na
colheita (NLNRepC-C) diferiu entre genótipos e populações de
plantas com interação de genótipos e populações de plantas, sem
diferir entre épocas de semeadura. O genótipo “BR SUL LA”
produziu maior NLNRepC-C mas apresentou redução linear enquanto
as demais não diferiram com o aumento das populações (Figura 15)
Figura 15 - Número de legumes por nó reprodutivo no caule na época
da colheita, na média das épocas de semeadura, em função
dos genótipos e populações de plantas. Passo Fundo/RS,
2010/2011.
A redução no NLNRepC-C com o aumento das
populações é esperada devido ao sombreamento provocado nos nós
inferiores em populações mais elevadas, pois Heitholt et al. (1986)
verificaram que o número de legumes fixados é controlado pela
disponibilidade de fotoassimilados em cada nó, com pequena
compensação entre os números de legumes em diferentes nós. Jiang &
149
Egli (1993) verificaram redução no número de legumes por nó, com
diferença de intensidade entre genótipos em função de sombreamento
artificial aplicado entre os estádios R1 e R8 na cultura da soja.
Board & Harville (1993) verificaram diminuição no
número de legumes por nó reprodutivo ao reduzirem a fonte de
fotoassimilados pelo desfolhamento de plantas entre os estádios R4 e
R5.5.
O número de grãos por legume produzido nos ramos
(NGLPR) diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e populações
de plantas, sem interação dos fatores. Foi maior na semeadura de
12/11 (2,20) que na de 14/12 (2,11) e, na média das épocas de
semeadura e populações, no genótipo “NS 4823 RR” que superou o
“NA 5909 RG” e o “BR SUL LA” que não diferiram entre si e foram
superiores ao “A 6411 RG”, com 2,34; 2,16; 2,21 e 1,92,
respectivamente. Na média dos genótipos e épocas de semeadura, o
aumento das populações reduziu o NGLPR em escala logarítmica
(Figura 16).
O número de grãos por legume produzido no caule
(NGLPC) apresentou interação de épocas de semeadura, genótipos e
populações de plantas. Com semeadura em 12/11, o genótipo “NS
4823 RR” reduziu linearmente enquanto o “BR SUL LA” apresentou
comportamento inverso, aumentando linearmente o NGLPC com o
aumento nas populações. O “NA 5909 RG” reduziu em função
quadrática, até 262,5 mil plantas ha-1 enquanto o “A 6411 RG” não
diferiu entre populações (Figura 17a). Com semeadura em 14/12, as
populações não diferiram em nenhum dos genótipos (Figura 17b).
150
Figura 16 - Número de grãos por legume produzido nos ramos na
média dos genótipos e épocas de semeadura, em função
das populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Estes resultados discordam de Nogueira et al. (1984),
Board (1985) e Robinson et al. (2009) que não observaram diferenças
no número de grãos por legume entre épocas de semeadura, e
demonstram que os resultados obtidos por Kuss et al. (2008) e Cox &
Cherney (2011) que não observaram diferença no número de grãos por
legume com o aumento das populações não podem ser extrapolados
para todos os genótipos e épocas de semeadura.
151
Figura 17 - Número de grãos por legume produzido no caule em função dos genótipos e populações de plantas, com
semeaduras em 12/11 (a) e 14/12 (b). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
151
152
A interação dos fatores explica a diferença de resultados
obtidos por Tourino et al. (2002) que não observaram diferença ao
contrário de Ludwig et al. (2011) que relatam redução no número de
grãos por legume com o aumento das populações de plantas, e indica
que há diferença entre os genótipos. Indica também que a
compensação entre número de grãos por legume e número de legumes
por planta descrita por Navarro Júnior & Costa (2002b) não ocorre
quando o número de legumes é reduzido pelo aumento nas populações
de plantas.
Conclusões
A participação do caule e dos ramos na formação do
rendimento de grãos na soja varia entre genótipos, épocas de
semeadura e populações de plantas, com maior variação nos ramos
que no caule. As populações afetam mais os componentes do
rendimento nos ramos na semeadura de novembro, que na de
dezembro.
A distribuição dos componentes do rendimento entre o
caule e os ramos varia mais entre genótipos sem relação com o hábito
de crescimento.
O número de nós reprodutivos por planta é o componente
mais influenciado pelas populações de plantas e épocas de semeadura.
O número de legumes por nó compensa parcialmente as populações de
plantas.
As diferenças entre componentes do potencial de
rendimento verificadas no estádio R5 em função de épocas de
153
semeadura, genótipos e populações de plantas diferem das observadas
na colheita. O potencial de rendimento reduz mais nos ramos que no
caule entre R5 e a colheita.
154
CAPÍTULO IV
PRODUÇÃO E PARTIÇÃO DE MATÉRIA SECA EM
GENÓTIPOS DE SOJA EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE
PLANTAS E ÉPOCAS DE SEMEADURA
Resumo - O rendimento de grãos de soja aumenta com o acúmulo de
matéria seca em R5 e com a taxa de crescimento durante os estádios
reprodutivos iniciais. A contribuição do caule e dos ramos para a
formação do rendimento varia com o arranjo de plantas e com o
genótipo. O objetivo deste trabalho foi avaliar o acúmulo e a partição
da matéria seca (MS) no caule e nos ramos no estádio R5 e na
colheita, em função de duas épocas de semeadura (12/11 e 14/12),
quatro genótipos (“NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411 RG” e
“BR SUL LA”) e cinco populações de plantas (100, 170, 240, 310 e
380 mil plantas ha-1) em Passo Fundo/RS. O delineamento
experimental foi em blocos completamente casualizados com os
tratamentos arranjados em parcelas sub subdivididas. A matéria seca
(MS) dos limbos foliares do caule, MS dos limbos foliares dos ramos,
MS dos ramos e caules sem os limbos foliares e a MS aparente em R5
interagiram com genótipos, épocas de semeadura e populações de
plantas. A distribuição do rendimento de grãos entre o caule e os
ramos e as MS de resíduos dos ramos e do caule variaram mais em
função do genótipo e da época de semeadura que do hábito de
crescimento. A semeadura em 12/11 resultou em maior rendimento de
grãos, matéria seca de resíduos dos caules e ramos e menor índice de
colheita que a semeadura de 14/12. As diferenças no acúmulo de MS
155
entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas
ocorrem principalmente nos ramos e a adequação das populações pode
compensar as diferenças entre genótipos.
Palavras Chave: Glycine max (L.) Merril, índice de colheita; arranjos
de plantas; densidades; rendimento, partição de fotoassimilados.
PRODUCTION AND DRY MATTER PARTITIONING IN
SOYBEAN GENOTYPES DUE TO PLANT POPULATIONS
AND SOWING DATES
Abstract - Soybean grain yield increases with dry mass matter
accumulation in R5, and with a growing index during initial
reproductive stages. Stem and branches contribution considering
yielding formation varies according to plant arrangements and
genotype. The objective of this work was to evaluate the accumulation
and partitioning of dry matter (DM) in the stem and branches in stage
R5 and harvest, as for the two sowing dates (12/11 and 14/12), four
genotypes (“NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411 RG” and “BR
SUL LA”) and five plant populations (100, 170, 240, 310 and 380
thousand plants ha-1) in Passo Fundo/RS. The experimental design
was completely randomized with treatments arranged in subplots. The
dry matter (DM) of aerial parts of stem, DM of aerial parts of the
branches, and DM of branches, stem without aerial part and apparent
DM in R5 interacted with genotypes, sowing dates and plant
populations. Yield grain distribution between stem and branches and
DM residues of branches and stem varied more as for genotype and
156
sowing date than for growth habit. The sowing date of 12/11 resulted
in better grain yield, dry matter from branches and stem residues and
smaller harvest index than the sowing date of 14/12. The differences
in DM accumulation between sowing dates, genotypes and plant
population occurred mainly in the branches and population adaptation
may compensate genotype differences.
Key words: Glycine max (L.) Merrill, harvest index, plant
arrangement, density, yield, carbon partitioning.
Introdução
O rendimento de grãos na cultura da soja aumenta com o
acúmulo de matéria seca (MS) (COLASSANTE & COSTA, 1981;
PIRES, 2002). Board e Harville (1994) observaram, na década de
1990, que com até 600 g MS m-2 são produzidos cerca de 200 legumes
100 g-1, e entre 600 e 800 g MS m-2 aumenta 135 legumes para cada
100 g de MS acumulada, mas o rendimento de grãos varia com a taxa
de crescimento entre R1 e R5 (início da floração e enchimento de
grãos, respectivamente). Schöffel & Volpe (2001) relatam aumentos
no rendimento com acúmulos de 1.092 a 1.747 g de MS m-2 em
associação com a taxa de crescimento nos estádios reprodutivos
iniciais. Bruin & Pedersen (2009a) obtiveram os maiores rendimentos
com acúmulo de 1.200 g MS m-2.
A eficiência da produção, expressa em gramas de grãos
por grama de MS acumulada em R5, reduz de 0,96 para 0,32 g de grão
g-1 de MS acumulada com o aumento de 200 para 800 g MS m-2. Com
157
200 g de MS m-2 são produzidos oito grãos g-1 MS e, com 800 g m-2 a
produção reduz para três grãos g-1 MS (BOARD & MARICHERLA,
2008).
A partição de fotoassimilados para os diferentes órgãos da
planta é controlada pela quantidade e qualidade da radiação incidente
(SMITH, 2000). O ciclo, porte, número de nós, número de folhas,
número e comprimento dos ramos e o total de MS acumulada variam
com o índice de área foliar desenvolvido em função da época de
semeadura (NOGUEIRA et al., 1983; RODRIGUES et al., 2007),
temperatura e fotoperíodo (SILVA et al., 2007). O índice de área
foliar atingido com a semeadura em determinada época também difere
entre genótipos (RODRIGUES et al., 2006; STÜLP, 2009) e
influencia a taxa de crescimento, número de legumes, tamanho dos
grãos e índice de colheita (BOARD & HARVILLE, 1998).
Nas condições ambientais predominantes no Rio Grande
do Sul, a soja atinge os maiores índices de área foliar no estádio R1,
considerado crítico para definição do rendimento, quando semeada no
início de dezembro (RODRIGUES et al., 2006). No Paraná, Stülp et
al. (2009), obtiveram os melhores rendimentos nas semeaduras entre o
final de setembro e início de outubro, com interação de genótipos e
época de semeadura.
Quando há competição por luz, a planta reduz a matéria
seca acumulada (MARVEL et al., 1992). Sombreamento entre os
estádios R1 e R7 reduz a taxa de crescimento na mesma proporção do
sombreamento, reduzindo a produção de legumes. O número de grãos
por legume e o índice de colheita não são afetados (BOARD et al.,
1995).
158
O número de folhas, matéria seca total acumulada e a
relação entre matéria seca e número de folhas no estádio R1
correlacionam-se diferentemente com o rendimento de grãos entre os
genótipos (DYBING, 1994).
Para
a
mesma
população
de
plantas,
menores
espaçamentos entre linhas proporcionam maior produção de matéria
seca por área (RODRIGUES et al., 2007), maior índice de área foliar e
antecipação no fechamento das entre linhas, com maior interceptação
da radiação solar em menores populações (HEIFIG et al., 2006;
HOCK et al., 2006).
O equilíbrio entre acúmulo de matéria seca e crescimento
durante a fase reprodutiva, capaz de proporcionar os maiores
rendimentos de grãos ocorre em populações de plantas específicas
para cada genótipo (COLASANTE & COSTA, 1981), época de
semeadura e condições ambientais (CHEN & WIATRAK, 2011) e o
rendimento de grãos varia em função do nível de adaptação do
genótipo ao ambiente (ROCHA & VELLO, 1999)
Para Bruin & Pedersen (2009a) os maiores rendimentos de
grãos em genótipos modernos se explicam pela maior duração da área
foliar com maior crescimento e acúmulo de matéria seca entre os 84 e
105 dias após a emergência. Também foram constatados maior
número de nós reprodutivos, legumes e grãos por metro quadrado
(KAHLON et al., 2011) associadas ao uso de populações mais
elevadas e melhor manejo da cultura em relação às condições
encontradas nas décadas de 40 e 50 (BRUIN & PEDERSEN, 2009b).
No Rio Grande do Sul, apenas os genótipos de ciclo médio
e tardio apresentaram ganhos de rendimento entre as décadas de 1970
159
e 1990 e o aumento não foi na mesma proporção nas diferentes
regiões produtoras (LANGE & FEDERIZZI, 2009).
Os rendimentos de soja são influenciados pelos arranjos de
plantas (PIRES et al., 2000; SEVERSIKE et al., 2009), épocas de
semeadura (BERLATO et al., 1986; SALINAS et al., 1996),
disponibilidade hídrica (SIONIT & KRAMER, 1977; RASSINI &
LIN, 1981b; BERLATO et al., 1992; RODRIGUES et al., 2007) e
pelos genótipos que, em conjunto, determinam o índice de área foliar,
a radiação solar interceptada, a intensidade da atividade fotossintética
resultante e a quantidade de matéria seca produzida (ZHE et al.,
2010). O diâmetro do caule, número de legumes e número de ramos
por planta reduzem em escala linear com aumento das populações de
plantas e não variam em função de espaçamentos entre linhas (HICKS
et al., 1969). A matéria seca acumulada resulta da interação de
espaçamento entre linhas e população de plantas (COX & CHERNEY,
2011).
O maior crescimento dos ramos ocorre entre os estádios
R1 e R5 independente do genótipo e, para a mesma época de
semeadura os ramos de genótipos de ciclo longo crescem mais que os
de genótipos precoces (BOARD & SETTIMI, 1986). Genótipos com
maior matéria seca nos ramos apresentam vantagem competitiva com
plantas daninhas em relação aos demais (BIANCHI et al., 2006).
O comprimento total e o número de nós produzidos nos
ramos são menores em semeaduras tardias (SETTIMI & BOARD,
1988). Em condições semelhantes de cultivo, genótipos com maior
ramificação apresentam ramos mais curtos (NAVARRO JUNIOR &
COSTA, 2002a).
160
A distribuição dos legumes entre caule e ramos varia com
espaçamentos, disponibilidade hídrica (SANTOS FILHO et al., 1976),
genótipos (MARCHEZAN & COSTA, 1983) e épocas de semeadura
(BOARD, 1985).
A redução do número de legumes por nó reduz o índice de
colheita, mas o peso individual dos grãos compensa parcialmente a
redução do número de legumes (KOLLMANN et al., 1974).
Genótipos com grãos grandes produzem menor número de grãos e
vice-versa (GULDAN & BRUN, 1985).
A soja tolera amplas faixas de épocas de semeadura sem
efeitos no rendimento de grãos, mas existe um momento crítico
variável para cada região a partir do qual o rendimento começa a
decair (EGLI & CORNELIUS, 2009). Épocas de semeadura que
permitam a coincidência da floração com dias longos proporcionam
maior número de nós, legumes e grãos por área (KANTOLIC &
SLAFER, 2007; ROBINSON et al., 2009).
O ciclo da cultura reduz em semeaduras tardias
(MUNDSTOCK E THOMAS, 2005). O tempo transcorrido entre a
emissão de dois nós subsequentes, e o total de nós emitidos pela
planta também reduzem quando a semeadura é retardada de novembro
para janeiro no sul do Brasil (MARTINS et al., 2011).
Egli et al. (1985) não constataram variação na partição de
fotoassimilados entre grãos e estruturas vegetativas em função da
época de semeadura. Para Board & Harville (1994) e Ludwig et al.
(2010), entretanto, o rendimento biológico reduz e o índice de colheita
aumenta nas semeaduras tardias. O tamanho dos grãos também
aumenta (RAY et al., 2008).
161
Para as condições do Rio Grande do Sul, semeaduras a
partir do segundo decêndio de dezembro resultam em menores
rendimentos de grãos que semeaduras em novembro, independente do
ciclo do genótipo (BONATO et al., 1998), mas as perdas de
rendimento podem ser minimizadas com aumento das populações de
plantas (QUEIROZ & MINOR, 1977).
O objetivo deste trabalho foi quantificar a matéria seca
produzida e a distribuição desta entre ramos, caules e limbos foliares
em R5 e entre grãos e resíduos, no caule e nos ramos em função dos
genótipos, populações de plantas e épocas de semeadura.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na área experimental do
Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária - Cepagro/UPF,
município de Passo Fundo/RS sob as coordenadas 28º21’S e 52º39’W
e 687 m de altitude (APOLO XI, 2009), no ano agrícola de
2010/2011.
Foram utilizadas duas épocas de semeadura (12/11 e 14/12
de 2010), quatro genótipos (“NS 4823 RR”, “NA 5909 RG”, “A 6411
RG” e “BR SUL LA”) e cinco populações de plantas (100, 170, 240,
310 e 380 mil plantas ha-1).
O delineamento experimental adotado foi o de blocos
completamente casualizados com quatro repetições e os tratamentos
arranjados em parcelas sub subdivididas com a época de semeadura na
parcela principal, os genótipos nas subparcelas e as populações de
plantas nas sub subparcelas. Cada sub subparcela constou de sete
162
linhas distanciadas de 50 centímetros entre si e com cinco metros de
comprimentos.
Os
genótipos
utilizados
apresentam
as
seguintes
características: “NS 4823 RR” - ciclo de 42 dias da emergência à
floração e 116 dias da emergência à colheita, hábito de crescimento
indeterminado, porte médio e médio potencial de ramificação; “NA
5909 RG” - ciclo semiprecoce, hábito de crescimento indeterminado e
alto potencial de ramificação; “A 6411 RG” - ciclo semiprecoce,
hábito de crescimento determinado aspecto semiereto e alto potencial
de ramificação; genótipo “BR SUL LA” - ciclo semiprecoce, hábito
de crescimento determinado (em fase de estudos de adaptação para as
condições do Rio Grande do Sul) (dados fornecidos pela detentora dos
direitos sobre esses genótipos no Brasil).
O solo da área experimental é classificado como Latossolo
Vermelho Distrófico Húmico (STRECK et al., 2002) e apresentou as
seguintes características químicas em análise realizada antes da
instalação do experimento: pHH2O = 6,0; pHSMP = 6,2; Al+++ = 0,0
cmolc dm-3; Ca++ = 9,6 cmolc dm-3; Mg++ = 4,0 cmolc dm-3; P = 27,2
mg dm-3; K = 238 mg dm-3; S = 13 mg dm-3; MO = 3,3 %.
O experimento foi instalado em sistema de semeadura
direta em solo com cobertura de 4,2 t ha-1 de matéria seca aparente de
aveia preta.
O manejo da cobertura consistiu da aplicação de glifosato
a 1.080 g e. a. ha-1, 24 dias antes da primeira semeadura, em toda a
área do experimento, quando a aveia se encontrava no estádio de grão
leitoso. Dessecação complementar foi realizada nas parcelas
correspondentes às épocas de semeadura I e II nos dias 11/11/2010 e
163
11/12/2010, respectivamente, com diurom + dicloreto de paraquate na
dose de 200 + 400 g de i. a. ha-1.
As sementes utilizadas em cada época foram tratadas no
dia da semeadura com carboxim + thiram (0,6 + 0,6 g i. a. kg-1 de
sementes) e inoculadas com Bradyrhizobium japonicum em meio
líquido (3 mL de p. c. kg-1 de sementes).
A semeadura foi realizada em 12/11/2010 (época I) e
14/12/2010 (época II), ambas com semeadora/adubadora comercial
marca Kuhn Metasa, modelo PDM com sete linhas instaladas para
semeadura de soja no espaçamento 50 cm. O número de sementes foi
ajustado para as parcelas de população máxima corrigido para o poder
germinativo das sementes mais um adicional de 20%. O ajuste da
população em cada sub subparcela foi realizado por desbaste manual
quando as plantas se encontravam no estádio V2 (primeira folha
trifoliolada totalmente desenvolvida).
A adubação constou de 13 kg de N, 64 kg de P2O5 e 64 kg
de K2O ha-1, aplicados na linha, concomitante com a semeadura.
O controle de plantas daninhas em pós-emergência foi
realizado com glifosato (1000 g e. a. ha-1) em 09/12/2010 e
05/01/2011, nas parcelas correspondentes às épocas de semeadura I e
II, respectivamente. Devido o alto índice de reinfestação foi realizada
outra aplicação de glifosato (864 g de e. a. ha-1) em 23/12/2010 e
28/01/2011 nas parcelas correspondentes às épocas de semeadura I e
II, respectivamente. Plantas daninhas remanescentes ou reinfestantes
foram eliminadas manualmente conforme a necessidade.
164
O controle de pragas em ambas as épocas de semeadura
foi realizado conforme a necessidade utilizando-se tiametoxan e
triflumuron, seguindo as recomendações para a cultura da soja.
Para o controle de doenças foram realizadas aplicações de
epoxiconazol + piraclostrobina (30 + 66,2 g ha-1) em 14/01/2011 e
11/02/2011 nas parcelas referentes à Época I, e em 11/02/2011 e
09/03/2011 nas parcelas referentes a Época II.
A evolução dos estádios fenológicos foi avaliada segundo
a escala de Fehr e Caviness (1977) (APÊNDICE 13) realizando-se
observações semanais a partir do início da floração em dez plantas por
parcela. Os dados obtidos encontram-se nos APÊNDICES 11 e 12.
Cada linha de plantas recebeu um número entre um e sete,
conforme a ordem de localização na sub subparcela. As linhas um,
três e sete foram consideradas bordaduras.
Quando as plantas atingiram o estádio R5 (pelo menos um
legume apresentando grão com mais de 3 mm em um dos últimos
quatro nós com trifólio completamente desenvolvido no ápice da
planta), foram selecionadas na linha dois, cinco plantas em sequência,
regularmente distribuídas de forma representativa da população
correspondente à sub subparcela.
As plantas selecionadas foram cortadas com tesoura de
poda, rente ao solo e recolhidas para as avaliações em laboratório.
Para as avaliações, os ramos foram separados do caule e,
de cada um, destacaram-se os folíolos no ponto de inserção com os
pecíolos, criando-se quatro categorias: ramos + pecíolos sem os
limbos foliares; caules + pecíolos sem os limbos foliares; limbos
165
foliares provenientes dos ramos e limbos foliares provenientes dos
caules.
As categorias assim separadas foram secas em estufa com
circulação forçada de ar a 60ºC, por 72 horas.
Após a secagem foi avaliada a matéria seca de cada
categoria e os valores convertidos para metro quadrado. As variáveis
obtidas foram: matéria seca de ramos sem os limbos foliares
(MSRSLF), matéria seca dos caules sem os limbos foliares
(MSCSLF), matéria seca de limbos foliares dos ramos (MSLFR),
matéria seca de limbos foliares dos caules (MSLFC) e matéria seca
aparente (MSApa), obtida pela soma das matérias secas das categorias
anteriores.
No dia da colheita de cada genótipo, foram colhidas cinco
plantas localizadas em sequência na linha dois, posicionadas de forma
representativa da população correspondente à sub subparcela e
respeitando-se o mínimo de 50 cm de bordadura nas extremidades da
linha.
Das plantas selecionadas, os ramos foram destacados do
caule e os legumes com um, dois, três e quatro grãos contados.
Legumes provindos do caule e dos ramos foram debulhados
separadamente.
Os grãos obtidos dos ramos e dos caules, e os resíduos de
ramos e de caules junto aos respectivos resíduos de legumes
resultantes da debulha dos grãos, foram secos em estufa com
circulação forçada de ar a 60ºC por 72 horas.
Avaliou-se então a matéria seca de grãos produzidos nos
ramos (MSGPR), grãos produzidos no caule (MSGPC), resíduos dos
166
ramos (MSResR) e resíduos do caule (MSResC). Os dados foram
convertidos para metro quadrado conforme os procedimentos
descritos para as avaliações realizadas no estádio R5.
As matérias secas de 100 grãos produzidos nos ramos
(MSCGPR) e no caule (MSCGPC) foram obtidas pela aplicação da
equação:
MSCG =
MSGP x 100
(L1G x 1) + (L2G x 2) + (L3G x 3) + (L4G x 4)
Onde:
- MSCG = Matéria seca de 100 grãos produzidos nos ramos ou no
caule (g 100 grãos-1);
- MSGP = Matéria seca de grãos produzidos nos ramos ou no caule
(g);
- L1G, L2G, L3G, L4G = número de legumes com um, dois, três e
quatro grãos, respectivamente, produzidos nos ramos ou no caule.
O índice de colheita foi obtido pela aplicação da equação:
ICap =
MSGPR + MSGPC
MSGPR + MSGPC + MSResR + MSResC
x 100
Onde:
- ICap = Índice de colheita aparente;
- MSGPR = matéria seca de grãos produzidos nos ramos;
- MSGPC = matéria seca de grãos produzidos no caule;
- MSResR = matéria seca de resíduos dos ramos;
- MSResC = matéria seca de resíduos do caule.
Para a determinação do rendimento de grãos foram
colhidos com colhedora apropriada para parcelas experimentais, os
quatro metros centrais das linhas quatro, cinco e seis de cada sub
167
subparcela. Os grãos obtidos foram limpos, pesados, e a umidade
medida com determinador eletrônico devidamente calibrado e os
dados de rendimento foram convertidos para kg ha-1 na umidade de
13%.
Os dados obtidos diretamente e os derivados foram
submetidos a análise de variância, e quando apresentaram diferença
significativa, aos devidos desdobramentos e submetidos ao teste de
Tukey a 5% de probabilidade de erro e o efeito das populações foi
avaliado por análise de regressão, testando-se os modelos de ajuste
linear, quadrático e logarítmico, ambos com auxílio de programa
estatístico Sisvar da Universidade Federal de Lavras. O esquema da
análise de variância realizada e os quadrados médios resultantes estão
no APÊNDICE 6.
Resultados e Discussão
As precipitações pluviais se mantiveram próximo ou
acima das médias mensais durante o período do experimento, mas a
distribuição foi irregular. Novembro apresentou precipitação abaixo
da média nos primeiros decêndios antes da semeadura da época I, mas
no final do segundo e no terceiro decêndios estas estiveram próximas
à média para o período. Entre dezembro e fevereiro, a precipitação se
manteve acima das médias mensais e a distribuição permitiu bons
níveis de compensação entre os decêndios evitando períodos
prolongados com baixa precipitação. Março foi o mês mais crítico e,
apesar de apresentar precipitações acima da média para o mês, esta se
concentrou apenas no final do segundo e no terceiro decêndio,
168
registrando um período de estiagem entre o primeiro e o segundo
decêndios (APÊNDICE 9).
As temperaturas também se mantiveram próximas às
médias mensais, com exceção de janeiro quando esteve em torno de
1ºC acima, e do mês e abril que também apresentou temperaturas
acima da média histórica (APÊNDICE 10).
A matéria seca do caule sem os limbos foliares (MSCSLF)
diferiu com a interação de épocas de semeadura, genótipos e
populações de plantas. Com semeadura em 12/11, não diferiu entre
genótipos nas populações de 100 e 170 mil plantas ha-1, mas nas
populações de 240, 310 e 380 mil plantas ha-1 o genótipo “BR SUL
LA” apresentou maior MSCSLF que os demais. Na semeadura de
14/12, o “BR SUL LA” superou os demais na população de 310 mil
plantas ha-1, sem diferenças entre aqueles nas demais populações.
Todos os genótipos aumentaram a MSCSLF linearmente
nas duas épocas de semeadura, porém as diferenças entre os genótipos
aumentaram mais com aumento das populações na semeadura de
12/11 (Figura 1a), que na de 14/12 (Figura 1b).
A matéria seca de ramos sem os limbos foliares
(MSRSLF) teve a interação de épocas de semeadura e genótipos e
épocas de semeadura e populações de plantas. Os genótipos “NA 5909
RG”
e “A 6411 RR” não diferiram entre épocas de semeadura
enquanto o “NS 4823 RR” e o “BR SUL LA” produziram maior
MSRSLF com semeadura em 12/11 que em 14/12. Na semeadura de
12/11, o genótipo “NA 5909 RG”
produziu mais MSRSLF sem
diferença para o “A 6411 RR” que também não diferiu do “NS 4823
RR” e do “BR SUL LA”. Na de 14/12, os genótipos “A 6411 RR” e
169
“NA 5909 RG” não diferiram entre si e foram superiores ao “NS
4823 RR” e ao “BR SUL LA” que também não diferiram entre si
(Tabela 1). O aumento das populações de plantas reduziu linearmente
a MSRSLF nas duas épocas de semeadura, mas a redução foi mais
drástica na semeadura de 14/12 que na de 12/11 (Figura 2).
Os resultados obtidos concordam com Board & Settimi
(1986) que observaram maior número e comprimento de ramos no
início do estádio R5 em semeaduras na época normal e com Martins et
al. (1999) que verificaram redução no número de ramos por planta em
todos os genótipos e maior diferença entre genótipos em semeaduras
tardias.
Tabela 1 - Matéria seca dos ramos com pecíolos e sem os limbos
foliares de plantas no estádio R5 (g m-2), na média das
populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 233,0 b
B 164,6 b
NA 5909 RG
A 324,9 a
A 291,1 a
A 6411 RG
A 271,0 ab
A 315,8 a
BR SUL LA
A 216,8 b
B 161,6 b
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
As diferenças entre populações de plantas concordam com
Bruin & Pedersen (2009b) que relatam maior partição de matéria seca
para os ramos em baixas populações e explicam a capacidade dos
genótipos manterem o rendimento de grãos em diferentes populações.
170
Figura 1 - Matéria seca das hastes principais de plantas sem os limbos foliares, em função dos genótipos e
populações de plantas com semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
170
171
As diferenças entre genótipos aumentaram menos com o
incremento das populações na semeadura tardia porque os ramos
crescem menos, inclusive naqueles com maior capacidade de
ramificação e em baixas populações (NAVARRO JUNIOR &
COSTA, 2002a).
A matéria seca dos limbos foliares dos ramos (MSLFR)
diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas.
Foi maior na semeadura de 12/11 (112 g m-2) que na de 14/12 (74 g
m-2) e, na média das épocas de semeadura e populações, os genótipos
“NA 5909 RG” e “A 6411 RG” não diferiram entre si e superaram o
“NS 4823 RR” e o “BR SUL LA” que também não diferiram entre si
com 119; 120; 69 e 65 g m-2 de MSLFR, respectivamente.
Figura 2 - Matéria seca dos ramos sem os limbos foliares de plantas
no estádio R5, na média dos genótipos, em função das
épocas de semeadura e populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
172
Apesar de não haver interação de épocas de semeadura,
genótipos e populações de plantas ao nível de 5% de probabilidade de
erro, onde a MSLFR reduziu linearmente com o aumento das
populações, esta é detectada ao nível de 7%. A 7% de probabilidade
de erro, os genótipos “NS 4823 RR” e “BR SUL LA” reduziram
linearmente enquanto o “NA 5909 RG” não diferiu com o aumento
das populações e o “A 6411 RG” aumentou em função quadrática até
181,9 mil plantas ha-1
na semeadura de 12/11 (Figura 3a). Na
semeadura de 14/12 o genótipo “A 6411 RG” comportou-se de forma
inversa reduzindo a MSLFR até 323,6 mil plantas ha-1, enquanto os
demais reduziram linearmente com o aumento das populações (Figura
3b).
A matéria seca dos limbos foliares dos caules (MSLFC)
diferiu entre genótipos e populações de plantas, com interação de
épocas de semeadura e genótipos. Na semeadura de 12/11, o genótipo
“BR SUL LA” produziu mais MSLFC que o “A 6411 RG” que não
diferiu do “NS 4823 RR” e ambos foram superiores ao “NA 5909
RG”. Na de 14/12, os genótipos “BR SUL LA” e “A 6411 RG” não
diferiram entre si e foram superiores ao “NS 4823 RR” e ao “NA 5909
RG” que também não diferiram entre si. Os genótipos “NS 4823 RR”
e “A 6411 RG” não diferiram entre épocas de semeadura, enquanto o
“BR SUL LA” produziu mais MSLFC com a semeadura em 12/11, e o
“NA 5909 RG” teve comportamento inverso, produzindo mais na de
14/12 (Tabela 2).
Na média dos genótipos e épocas de semeadura, a MSLFC
aumentou linearmente com o aumento das populações de plantas
(Figura 4).
173
Figura 3 - Matéria seca dos limbos foliares dos ramos, em função dos genótipos e populações de plantas com
semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b), (a 7% de probabilidade de erro). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
173
174
Tabela 2 - Matéria seca dos limbos foliares do caule de plantas no
estádio R5 (g m-2), na média das populações de plantas,
em função das épocas de semeadura e genótipos (Passo
Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 133,8 b
A 122,7 b
NA 5909 RG
B 108,1 c
A 124,1 b
A 6411 RG
A 135,3 b
A 146,3 a
BR SUL LA
A 159,8 a
B 145,2 a
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Figura 4 - Matéria seca dos limbos foliares do caule, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
A interação de épocas de semeadura e genótipos para a
MSLFC indica que os resultados obtidos por Rodrigues et al. (2006),
cuja semeadura em início de dezembro resultou em maior índice de
área foliar que a semeadura no início de novembro não é válida para
175
todos os genótipos ou que a diferença entre épocas de semeadura é
maior nas folhas dos ramos que da haste principal.
A matéria seca aparente no estádio R5 (MSApa) diferiu
entre genótipos e populações de plantas, com interação de épocas de
semeadura e genótipos. O genótipo “A 6411 RR” produziu mais
MSApa na semeadura de 14/12, enquanto o “NS 4823 RR” e o “BR
SUL LA”, produziram mais na de 12/11 e o “NS 5909 RG” não
diferiu entre épocas. Na semeadura de 12/11, todos os genótipos se
igualaram e, na de 14/12, o “A 6411 RG” se igualou ao “NA 5909
RG” e ambos superaram o “BR SUL LA” e o “NS 4823 RR” que
também não diferiram entre sí (Tabela 3). A MSApa aumentou
linearmente com incremento das populações, sem diferir entre as
épocas de semeadura (Figura 5).
Tabela 3 - Matéria seca aparente de plantas no estádio R5 (g m-2), na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 788,4 ns
B 702,3 b
NA 5909 RG
A 863,2
A 854,3 a
A 6411 RG
B 833,2
A 926,2 a
BR SUL LA
A 836,8
B 686,2 b
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
A interação de genótipos e épocas de semeadura para a
MSApa concorda com Schöffel & Volpe (2001). A ausência de
diferença entre épocas, entretanto, difere destes autores que relatam
176
maior MSApa na semeadura de novembro, que em semeaduras mais
tardias.
Figura 5 - Matéria seca aparente de plantas no estádio R5, na média
dos genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
A matéria seca de grãos produzidos nos ramos (MSGPR)
diferiu entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas,
sem interação dos fatores. Foi maior na semeadura de 12/11 (273 g
m-2) que na de 14/12 (176 g m-2) e, na média das épocas de semeadura
e populações, os genótipos “A 6411 RG” e “NA 5909 RG” não
diferiram entre si e superaram o “BR SUL LA” e o “NS 4823 RR”,
com 267, 261, 262 e 181 g m-2, respectivamente.
Na média dos genótipos e épocas de semeadura a MSGPR
reduziu linearmente com o aumento das populações de plantas (Figura
6).
177
Resultados similares são relatados por Board (1985) que
obteve menor número de grãos, nós reprodutivos e rendimento de
grãos com semeadura após o período ideal e por Board & Settimi
(1986) que obtiveram menor comprimento total, número total de nós e
rendimento de grãos nos ramos em semeaduras tardias.
Figura 6 - Matéria seca de grãos produzidos nos ramos, na média das
épocas de semeadura e genótipos, em função das
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
A matéria seca de grãos produzidos no caule (MSGPC)
diferiu entre populações de plantas com interação de épocas de
semeadura e genótipos. Os genótipos “NS 4823 RR” e “BR SUL LA”
produziram mais MSGPC na semeadura de 12/11 que na de 14/12
enquanto o “A 6411 RG” não diferiu entre épocas e o “NA 5909 RG”
produziu mais com a semeadura em 14/12. Na semeadura de 12/11, o
genótipo “NS 4823 RR” superou o “BR SUL LA”, o “A 6411 RG” e o
“NA 5909 RG”, com todos diferindo entre si. Com semeadura em
178
14/12, o genótipo “NS 4823 RR” não diferiu do “BR SUL LA” e este
não diferiu do “A 6411 RG”. Os dois últimos superaram o “NA 5909
RG” (Tabela 4). O incremento das populações de plantas aumentou
linearmente MSGPC independente da época de semeadura e genótipos
(Figura 7).
Diferenças entre genótipos no padrão de distribuição de
legumes entre o caule e ramos foram observadas por Marchezan &
Costa (1983) e explicam a diferença na produção de grãos nestes
segmentos da planta.
Os resultados obtidos concordam com Board (1985) que
relata a manutenção da produção de grãos e com Settimi & Board
(1988) que não verificaram diferença no número de legumes
produzidos no caule em função das épocas de semeadura.
Tabela 4 - Matéria seca de grãos produzidos no caule (g m-2), na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 308,8 a
B 278,7 a
NA 5909 RG
B 153,8 d
A 195,7 c
A 6411 RG
A 230,5 c
A 224,8 b
BR SUL LA
A 265,5 b
B 222,2 ab
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
A matéria seca de 100 grãos produzidos nos ramos
(MSCGPR) apresentou interação de épocas de semeadura e genótipos,
e populações de plantas e épocas de semeadura. No genótipo “A 6411
179
RG”, não variou entre as épocas semeadura, e foi maior que nos
demais em ambas as épocas de semeadura. Os demais genótipos não
diferiram entre si em nenhuma das épocas de semeadura e tiveram
maior MSCGPR na semeadura de 14/12 que na de 12/11 (Tabela 5).
Figura 7 - Matéria seca de grãos produzidos no caule, na média dos
genótipos e épocas de semeadura, em função das
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Tabela 5 - Matéria seca de 100 grãos (g) produzidos nos ramos, na
média das populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
12/11
14/12
NS 4823 RR
A 14,0b
B 12,9b
NA 5909 RG
A 14,9b
B 12,9b
A 6411 RG
A 16,4a
A 16,3a
BR SUL LA
A 13,9b
B 12,0b
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
180
O aumento das populações não provocou variação com a
semeadura de 12/11, e com a de 14/12 provocou aumento em função
quadrática até a população de 268,3 mil plantas ha-1 da MSCGPR
(Figura 8).
Figura 8 - Matéria seca de 100 grãos produzidos nos ramos, na média
dos genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
A matéria seca de 100 grãos produzidos no caule
(MSCGPC) diferiu entre genótipos com interação de épocas de
semeadura e populações de plantas. Na média das populações e
épocas, o genótipo “A 6411 RG”, superou o “NS 4823 RR” e o “NA
5909 RG” que não diferiram entre si e superaram o “BR SUL LA” ,
com 16,5; 14,7; 14,1 e 13,2 g 100 grãos-1, respectivamente. Nas
populações de 100 e 170 mil plantas ha-1, a semeadura de 12/11
resultou em maior MSCGPC que a de 14/12. Entre 240 e 380 mil
plantas ha-1, não houve diferença entre épocas. Na média dos
181
genótipos, a MSCGPC reduziu em função quadrática até 243 mil
plantas ha-1 com a semeadura em 12/11 e com a semeadura em 14/12
comportou-se de forma inversa, aumentando até 330 mil plantas ha-1
(Figura 9).
Os resultados diferem dos relatados por Peixoto et al.
(2000), Ray et al. (2008) e Robinson et al. (2009) que obtiveram
maior peso de 100 grãos nas semeaduras do tarde. Discordam,
também, de Tourino et al. (2002) que obtiverm aumento linear e de
Rambo et al. (2004) que relatam efeito contrário, com redução linear
no peso de 100 grãos em função do aumento das populações, mas está
de acordo com Queiroz & Minor (1977), Egli & Zhen-Wen (1991) e
Cox & Cherney (2011) que não verificaram diferenças no peso de 100
grãos entre genótipos de soja em função das populações de plantas.
Figura 9 – Matéria seca de 100 grãos produzidos no caule, na média
dos genótipos, em função das épocas de semeadura e
populações de plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
182
A diversidade de resultados encontrados evidencia a forte
influência de outros fatores na definição deste componente do
rendimento.
A matéria seca de resíduos do caule (MSResC) diferiu
entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas, com
interação de épocas de semeadura e genótipos e populações de plantas
e genótipos. A semeadura de 12/11 resultou em maior MSResC que a
de 14/12 em todos os genótipos, porém na semeadura de 12/11 os
genótipos “A 6411 RG” e “BR SUL LA” não diferiram entre si e
superaram o “NS 4823 RR” e o “NA 5909 RG” que também não
diferiram entre si na média das populações. Na semeadura de 14/12, o
genótipo “A 6411 RG” não diferiu do “NA 5909 RG” que também
não diferiu do “BR SUL LA”. O “NS 4823 RR” se igualou ao “BR
SUL LA” e foi inferior ao “NS 5909 RG” (Tabela 6).
Todos os genótipos aumentaram linearmente a MSResC
m-2 com aumento das populações independente da época de
semeadura, mas o aumento foi maior no “A 6411 RG” e menor no
“NS 4823 RR” (Figura 10) possivelmente devido diferença no volume
de fotoassimilados que são realocados aos ramos nas menores
populações em função da capacidade de ramificação.
Os resultados obtidos concordam com Settimi & Board
(1988), que observaram maior crescimento e número de nós no caule
com semeaduras precoces e com Gandolfi et al. (1979) e Gandolfi et
al. (1983) que verificaram diferença entre genótipos em resposta às
alterações no fotoperíodo.
183
Figura 10 - Matéria seca de resíduos do caule, na média das épocas de
semeadura, em função dos genótipos e populações de
plantas. Passo Fundo/RS, 2010/2011.
A matéria seca de resíduos dos ramos (MSResR) diferiu
entre épocas de semeadura, genótipos e populações de plantas, sem
interação dos fatores. Foi maior na semeadura de 12/11 que na de
14/12 e nos genótipos “NA 5909 RG” e “A 6411 RG” que não
diferiram entre si e foram superiores ao “BR SUL LA” e ao “NS 4823
RR”.
Apesar da ausência de interação de fatores ao nível de 5%,
esta é detectada ao nível de 7% de probabilidade de erro, onde o
genótipo “NA 5909 RG” produziu mais MSResR que o “A 6411 RG”
e ambos não variaram com o aumento das populações de plantas. O
“BR SUL LA” não diferiu do “NA 5909 RG” e do “A 6411 RG”, e foi
superior ao “NS 4823 RR” na população de 100 mil plantas ha-1 e
todos reduziram linearmente a MSResR com o aumento das
populações na semeadura de 12/11.
184
Tabela 6 - Matéria seca de resíduos do caule (g m-2), na média das
populações de plantas, em função das épocas de
semeadura e genótipos (Passo Fundo/RS, 2010/2011)
Época de semeadura
Genótipo
NS 4823 RR
NA 5909 RG
A 6411 RG
BR SUL LA
A
A
A
A
12/11
228,1
237,0
263,2
275,3
b
b
a
a
14/12
B 185,5
B 220,5
B 230,4
B 202,6
c
ab
a
bc
Letras maiúsculas antecedendo as médias comparam épocas de semeadura no
genótipo e letras minúsculas sucedendo as médias comparam genótipos na época de
semeadura; médias antecedidas de letras maiúsculas ou sucedidas de letras
minúsculas iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Na semeadura de 14/12, todos os genótipos reduziram
linearmente a MSResR com o aumento das populações, e os genótipos
“NA 5909 RG” e “A 6411 RG” não diferiram entre si e superaram o
“NS 4823 RR” e o “BR SUL LA” que também não diferiram entre si
(Figura 11). Os resultados concordam com Board (1985) e com Board
& Settimi (1988), que observaram menor crescimento e produção nos
ramos em semeaduras tardias.
O rendimento de grãos diferiu entre épocas de semeadura
e genótipos com interação de populações de plantas e épocas de
semeadura e populações de plantas e genótipos. Foi maior na
semeadura de 12/11 e, na média das populações de plantas e épocas de
semeadura, no genótipo “A 6411 RG” sem diferença para o “BR SUL
LA” que por sua vez, não diferiu do “NA 5909 RG” e do “NS 4823
RR”. Na média dos genótipos, o rendimento de grãos reduziu em
função quadrática até 271,3 mil plantas ha-1 com a semeadura em
12/11 e aumentou em escala logarítmica com o aumento das
populações na de 14/12 (Figura 12).
185
Figura 11 - Matéria seca de resíduos dos ramos por metro quadrado em função dos genótipos e populações de
plantas com semeadura em 12/11 (a) e 14/12 (b). Passo Fundo/RS, 2010/2011.
185
186
Figura 12 - Rendimento de grãos de soja na média dos genótipos, em
função das populações de plantas e épocas de semeadura.
Passo Fundo/RS, 2010/2011.
Na média das épocas de semeadura, os genótipos “A 6411
RG” e “BR SUL LA” reduziram o rendimento de grãos em função
quadrática até 253 mil e 252 mil plantas ha-1, respectivamente,
enquanto o “NA 5909 RG” não diferiu e o “NS 4823 RR” aumentou
em escala logarítmica com o incremento das populações (Figura 13).
Os resultados concordam com Board (1985) e Egli &
Cornelius (2009) que verificaram redução no rendimento de grãos
com a semeadura após a época ideal, diferindo no índice de redução
entre os genótipos e com Bonato et al. (1998)
que obtiveram
rendimentos menores na semeadura de dezembro que na de novembro
em diferentes regiões do Rio Grande do Sul, mas discordam de
Tourino et al. (2002) que verificaram redução no rendimento com
187
aumento das populações de 10 para 22 plantas m-1, no espaçamento de
45 cm entre linhas. Walker et al. (2010) também não observaram
diferenças entre populações de 247 e 592 mil plantas ha-1.
Figura 13 - Rendimento de grãos na média das épocas de semeadura,
em função dos genótipos e populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
Ludwig et al. (2011) verificaram interação de populações
e genótipos considerados modernos que produziram mais grãos nas
maiores populações em semeaduras tardias, o que discorda do efeito
quadrático verificado no “NS 4823 RR” na semeadura de 14/12. A
diferença verificada, entretanto, é explicada pelo baixo volume de
precipitação pluvial verificado no período reprodutivo crítico para este
genótipo (APÊNDICES 9 e 11) que, segundo Chen & Wiatrak (2011),
limitam a plena expressão do potencial de rendimento em altas
populações.
188
O índice de colheita aparente (ICapa) diferiu entre
genótipos e interagiu com épocas de semeadura e populações de
plantas. Na média das épocas e populações, o genótipo “NS 4823 RR”
apresentou 60,3%, superando o “BR SUL LA” e o “A 6411 RG”, que
não diferiram entre si e foram superiores ao “NA 5909 RG”, com
55,4% e 54,6% e 51,7%, respectivamente.
Com semeadura em 12/11, o ICapa reduziu em escala
logarítmica com o aumento das populações e com semeadura em
14/12, reduziu em função quadrática até 280 mil plantas ha-1 (Figura
14).
Figura 14 - Índice de colheita na média dos genótipos, em função das
épocas de semeadura e populações de plantas. Passo
Fundo/RS, 2010/2011.
Os resultados obtidos concordam com Board & Harville
(1994) e com Board et al. (1995) que obtiveram IC mais altos com
semeaduras tardias. Concordam, ainda, com Ludwig et al. (2010), que
verificaram maiores IC em genótipos com menor matéria seca
189
aparente em R5. Este comportamento se explica pelas temperaturas
noturnas mais altas verificadas durante o ciclo da cultura com a
semeadura em época tardia, que aumentam a proporção de
fotoassimilados destinados à formação de grãos (SEDDIG &
JOLLIFF, 1984).
Os índices de colheita aparente verificados em todas as
situações testadas são numericamente superiores aos obtidos por
Colasante & Costa (1981), podendo resultar de características
introduzidas pelo melhoramento genético da soja da época daquele
trabalho aos dias atuais.
A variação no ICapa em função das populações de plantas
na maioria dos genótipos resulta da redução do comprimento e
número de ramos nas altas populações, pois Board et al. (1995) não
observaram variação no IC em função do sombreamento.
A proporção de grãos em relação ao total de matéria seca
acumulada isoladamente no caule e nos ramos não foi estatisticamente
analisada, mas foi numericamente maior nos ramos que no caule,
atingindo, respectivamente 61,6% e 50,5%, na média das épocas de
semeadura, genótipo e populações de plantas.
A relação entre as matérias secas dos limbos foliares e
matérias secas dos ramos e dos caules sem os limbos foliares
verificadas em R5 foram maiores na semeadura de 12/11 que na de
14/12, o que indica que a planta destina maior proporção de matéria
seca para crescimento de áreas fotossintetizantes na semeadura de
12/11. Este comportamento foi observado em todos os genótipos,
exceto no “NA 5909 RG”.
190
A relação entre matéria seca de limbos foliares e matéria
seca de grãos nos ramos e no caule, respectivamente, variou pouco
entre épocas de semeadura e foi maior no caule que nos ramos em
todos os genótipos e populações, o que indica a necessidade de maior
matéria seca de limbos foliares no caule que nos ramos para produzir
igual matéria seca de grãos.
Na semeadura de 14/12, a planta reduz sua estrutura
vegetativa, principalmente nos ramos, e direciona maior proporção de
fotoassimilados para a formação de grãos.
Conclusões
A semeadura de novembro proporciona maior matéria
seca de ramos e de limbos foliares nos ramos em R5, mas menor
número de legumes no caule e índice de colheita que a semeadura de
dezembro.
A matéria seca aparente no estádio R5 não difere entre as
semeaduras em torno do 2º decêndio de novembro e o 2º decêndio de
dezembro, mas varia em função dos genótipos e populações de
plantas. O rendimento de grãos é maior com a semeadura em
novembro e a diferença entre as épocas de semeadura se estabelece
entre o estádio R5 e a colheita e se deve principalmente à maior
variação verificada nos ramos.
O peso dos grãos produzidos nos ramos varia menos que o
dos produzidos no caule em função das populações, mas na média, os
produzidos no caule são mais pesados que os produzidos nos ramos.
191
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As variações que ocorrem na distribuição vertical e na
distribuição entre o caule e os ramos em função de épocas de
semeadura, genótipos e arranjos de plantas dificultam as amostragens
tornando-as complexas e de baixo alcance, com necessidade de
critérios específicos para cada situação de ambiente e genótipo. A
grande plasticidade da soja e sua capacidade de modular os
componentes do rendimento em resposta às condições ambientais
limita o estabelecimento antecipado de correlação entre os
componentes do rendimento e o rendimento de grãos.
Dentro de um genótipo de soja, a distribuição vertical do
rendimento de grãos depende da ramificação emitida pela planta.
Fatores que aumentam a ramificação aumentam também a produção
de grãos na camada inferior do dossel.
A participação do caule na formação do rendimento de
grãos não aumenta na mesma proporção que a dos ramos sob
condições ambientais favoráveis. O peso de grãos por unidade de peso
seco de limbos foliares dos ramos é maior que o peso seco de grãos
obtido por unidade de peso seco dos limbos foliares do caule no
estádio R5.
Diferenças entre genótipos podem ser detectadas em R5,
mas a evolução das diferenças varia em função da época de
semeadura.
Cabem novos estudos com outros genótipos e sob outras
condições ambientais para a confirmação destes resultados.
192
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206
APÊNDICES
207
APÊNDICE 1 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I, experimento I (IFRS – Câmpus Sertão, RS,
2009/2010)
QUADRADOS MÉDIOS
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
Espaçamento
1
129,541
0,578
46,879
58,259
0,628
Erro (A)
3
14,721
3,747
70,345
57,672
98,022
Genótipo
1
12715,92*
1901,25*
1376,97*
3375,97*
440,719*
Esp. x genótipo
1
40,044
1,77E-0015
147,968
31,162
43,350
Erro (B)
9
15,751
2,396
42,571
43,047
51,219
Populações
4
82,146*
18,719*
18,223
18,082
22,972
Pop. x esp.
4
69,637*
2,899
8,844
36,278
33,269
Pop. x genótipo
4
27,803
2,286
54,297
39,715
48,764*
Pop. x esp. x genótipo
4
7,166
3,176
8,101
7,027
16,058
Erro (C)
45
15,612
3,169
30,273
24,960
18,504
Total
79
Erro (A)
4,77
12,77
35,62
16,90
26,09
Erro (B)
4,93
10,21
27,71
14,60
26,51
Erro (C)
4,91
11,74
23,37
11,12
16,30
ESTATURA
19,716
ALT1ºLEGUME
2,207
%NRepTB
131,283
%NRepTM
27,237
%NRepTS
42,569
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
207
* Valores significativos ao nível de 5%.
208
APÊNDICE 1 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I, experimento I (IFRS – Câmpus Sertão, RS,
2009/2010)... continuação
QUADRADOS MÉDIOS
NGLTS
MCGTB
0,2632
0,6658
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
NGLTB
0,0354
Espaçamento
1
0,0845
0,0217
0,0720
Erro (A)
3
0,1357
0,2136
0,1759
Genótipo
1
0,5056
Esp. x genótipo
1
0,0192
0,0156
0,0304
0,4545
0,0086
3,7152
Erro (B)
9
0,1064
0,1089
0,1076
2,8252
2,5982
1,6099
Populações
4
0,3276*
0,0689
1,8868
0,9082
Pop. x esp.
4
0,03276
0,0742
0,1267
0,7845
1,1071
Pop. x genótipo
4
0,0168
0,0387
0,1104
Pop. x esp. x genótipo
4
0,0398
0,0202
0,2341
0,3783
0,5912
0,3905
Erro (C)
45
0,0206
0,0382
0,1081
0,9028
0,5923
1,0007
Total
79
Erro (A)
16,61
19,89
18,23
16,19
12,60
5,24
Erro (B)
14,88
13,85
14,26
11,79
10,66
8,10
Erro (C)
6,54
8,21
14,30
6,66
5,09
6,38
NGLTM
0,0949
0,8405*
2,1255*
0,3553*
MCGTM
2,3594
MCGTS
0,9602
12,285
3,8063
0,0002
5,3307
3,6318
0,6752
3,5913
3,1233*
0,7680
3,1980*
3,6253*
3,0350*
0,0994
1,8823
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
208
* Valores significativos ao nível de 5%.
209
APÊNDICE 1 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I, experimento I (IFRS – Câmpus Sertão, RS,
2009/2010)... continuação
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
NLMQ
6890,6
QUADRADOS MÉDIOS
NGMQ
NLNRepP
NGLP
246361,2
0,1511
0,0894
3
NNRepMQ
62196,7*
MCGGeral
1,7557
REND
1910400,1*
Espaçamento
1
55051,5
289923,2
977545,0
0,0137
0,0428
0,4805
5470674,1*
Erro (A)
3
4239,0
121505,6
1965807,8
0,1011
0,1247
1,5232
120703,8
Genótipo
1
591164,1*
356551,8
1,21
1,0263*
1,0557*
0,6994
3906325,3*
Esp. x genótipo
1
588,61
2064,5
2719,1
0,0212
0,0023
0,0022
12140,1
Erro (B)
9
40848,0
97298,9
1232176,7
0,0549
0,0672
1,1959
131688,2
Populações
4
411378,2*
998050,6*
3376079,3*
0,1913*
Pop. x esp.
4
42333,2
44727,8
309908,4
0,1042
0,1710*
1,3436*
199573,8
0,0141
0,5505
155063,6
Pop. x genótipo
4
32650,4
72675,2
743834,8
0,0105
0,0107
0,9424
166318,1
Pop. x esp. x gen.
4
30917,5
10551,7
68577,8
0,0808
0,0443
0,1126
45884,2
Erro (C)
45
18333,0
53982,1
81680,5
0,0580
0,0253
0,4508
226439,7
Total
79
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
8,37
23,82
41,26
16,40
15,16
8,11
8,57
Erro (B)
25,98
21,31
32,66
12,08
11,13
7,18
8,96
Erro (C)
17,40
15,87
18,18
12,42
6,83
4,41
11,74
209
* Valores significativos a nível de 5%.
210
APÊNDICE 2 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo I, experimento II (IFRS – Câmpus Sertão,
RS, 2009/2010)
QUADRADOS MÉDIOS
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
Espaçamento
1
Erro (A)
3
20,87
9,566
14,77
65,92
135,36
Genótipo
1
5068,9*
2784,80*
7802,6*
5474,9*
205,57
Esp. x genótipo
1
24,20
5,408
9,39
25,01
3,70
Erro (B)
9
12,60
7,590
24,56
87,78
168,94
Populações
4
282,24*
39,971*
64,69
13,64
99,80*
Pop. x esp.
4
27,75
3,109
16,85
18,81
5,84
Pop. x genótipo
4
6,85
4,254
11,32
23,98
31,70
Pop. x esp. x genótipo
4
11,04
1,474
28,39
15,40
13,31
Erro (C)
45
14,76
2,944
34,31
26,66
30,48
Total
79
Erro (A)
7,69
21,32
23,31
17,14
Erro (B)
5,97
18,99
30,06
19,77
Erro (C)
6,47
11,83
35,53
10,90
32,2
0
35,9
7
15,2
8
ESTATURA
256,39*
127,01
ALT1ºLEG
6,265
0,578
%NRepTB
62,32
4,90
%NRepTM
31,34
26,67
%NRepTS
41,06
8,71
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
210
* Valores significativos ao nível de 5%
211
APÊNDICE 2 – Resumo da análise de variância referente ao capítulo I, experimento II (IFRS – Câmpus Sertão, RS,
2009/2010)... continuação
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
NGLTM
0,0606
QUADRADOS MÉDIOS
NGLTS
MCGTB
0,0091
1,5777
3
NGLTB
0,0403
Espaçamento
1
0,1620
0,0022
0,0014
0,0221
Erro (A)
3
0,0275
0,0399
0,0283
Genótipo
1
0,0520
0,1361
1,5401*
Esp. x genótipo
1
0,0245
0,0004
Erro (B)
9
0,0222
Populações
4
Pop. x esp.
MCGTM
2,8819
MCGTS
1,4261
1,6160
0,1684
0,4294
4,6987
0,8527
164,82*
142,338*
0,0432
2,2278
5,4549
0,2050
0,0509
0,0303
0,7931
2,0381
0,4150
0,0380
0,0525
0,0769
2,3462
4
0,0144
0,0300
0,0162
0,7805
Pop. x genótipo
4
0,0372
0,0313
0,1085*
3,2710*
Pop. x esp. x gen.
4
0,0310
0,0313
0,0361
1,8862
0,3561
0,2459
Erro (C)
45
0,0261
0,0295
0,0387
1,1792
0,7512
1,0767
Total
79
4,9430*
0,5071
3,6872*
170,79*
3,7433*
0,7077
1,6942
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
CV 1 (%)
7,65
8,66
7,52
5,18
16,05
6,63
CV 2 (%)
6,88
9,79
7,79
7,04
10,57
4,63
CV 3 (%)
7,46
7,45
8,80
8,59
6,42
7,45
211
* Valores significativos ao nível de 5%.
212
APÊNDICE 2 – Resumo da análise de variância referente ao capítulo I, experimento II (IFRS – Câmpus Sertão, RS,
2009/2010).... continuação.
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
QUADRADOS MÉDIOS
NGMQ
NLNRepP
1051211,9
0,0372
3
NNRepMQ
34677,9
NLMQ
188692,2
NGLP
0,0268
MCGGeral
0,7367
REND
521268,4
Espaçamento
1
37014,4*
104864,2
902392,0
0,0011
0,0065
0,4220
2237269,9*
Erro (A)
3
706,8
15945,8
103857,8
0,0522
0,0070
2,1543
19490,7
Genótipo
1
65299,6
10071,1
427940,7
105,0424*
3507031,2*
Esp. x genótipo
1
62742,4
337636,1
718400,2
0,0211
0,0157
0,0383
2480192,4*
Erro (B)
9
24620,1
92743,1
456541,1
0,0283
0,0149
1,2857
163100,9
Populações
4
194849,9*
520671,7*
2574507,3*
0,0552*
0,0533*
Pop. x esp.
4
17624,8
123493,4
622260,7
0,0488*
0,0104
0,0930
88848,2
Pop. x genótipo
4
7715,1
39403,1
746692,6
0,0402
0,0357
0,6000
457236,9*
Pop. x esp. x genótipo
4
11338,1
14319,4
71493,6
0,0288
0,0201
0,3465
202610,1
Erro (C)
45
16969,0
65905,7
390419,5
0,0195
0,0143
0,3262
94923,1
Total
79
0,9174*
0,3406*
0,8886*
490959,6*
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
3,86
9,78
11,14
12,12
3,70
11,04
5,57
Erro (B)
22,80
23,59
23,35
8,92
5,42
8,53
16,10
Erro (C)
18,93
19,89
21,60
7,41
5,31
4,30
12,28
212
* Valores significativos ao nível de 5%.
213
APÊNDICE 3 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II, experimento I (IFRS – Câmpus Sertão,
Sertão, RS, 2009/2010)
QUADRADOS MÉDIOS
NGP
NGLP
1888,48
0,0546
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
NLP
231,02
Época
Erro (A)
1
3
1460,34
233,00
11396,7
3582,63
0,0366
0,1760
Genótipo
1
1379,46
1264,76
0,7125*
32,080*
Epoca. x genótipo
1
4,51
12,28
0,0183
22,860*
Erro (B)
9
303,01
2952,36
0,0818
0,7422
Populações
4
11664,0*
71816,3*
0,0865*
0,6064
Pop. x época
4
25,97
555,45
0,0423*
0,0620
Pop. x genótipo
4
577,95*
2911,50
0,0174
0,8680*
Pop. x época x genótipo
4
22,76
286,67
0,0269
0,3510
Erro (C)
45
167,11
1340,10
0,0153
0,3545
Total
79
22,26
25,38
18,85
37,74
34,26
23,08
18,37
12,52
5,42
4,98
6,07
4,20
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
Erro (B)
Erro (C)
PCG
1,7150
74,42*
0,4982
* Valores significativos ao nível de 5%.
213
214
APÊNDICE 3 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II, experimento I (IFRS – Câmpus Sertão,
RS, 2009/2010)... continuação
3
NNRepMQ
12521,1
QUADRADOS MÉDIOS
NLMQ
NGMQ
74642,1
686488,7
Época
1
178983,2
774486,7
5189925,1
42011308,4*
Erro (A)
3
36271,1
128142,8
1862801,2
1284217,3
Genótipo
1
421951,2*
266458,6
4911,76
1421423,2
Epoca. x genótipo
1
20608,2
1259,28
15210,1
799934,0
Erro (B)
9
52001,8
138229,2
1257661,0
596545,2
Populações
4
457784,7*
960705,0*
Pop. x época
4
25772,6
Pop. x genótipo
4
Pop. x época x genótipo
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
REND
295506,1
3344369,4*
222379,4*
22765,8
181718,2
213878,5*
4967,22
42549,4
424365,6
89747,6
4
12003,8
17071,3
204776,7
25007,5
Erro (C)
45
15692,2
57046,9
395694,8
47100,5
Total
79
Erro (A)
25,16
4,98
41,94
36,96
Erro (B)
30,13
6,07
34,46
25,19
Erro (C)
16,55
4,20
19,33
7,08
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
214
* Valores significativos ao nível de 5%.
215
APÊNDICE 4 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II, experimento II (Cepagro/UPF. Passo
Fundo, RS, 2010/2011)
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
Época
1
419,528*
Erro (A)
3
Genótipo
NLP
36,4780
QUADRADOS MÉDIOS
NGP
401,494
NGLP
0,0258
PCG
0,2053
3726,45*
0,0031
26,0376*
40,863
415,563
0,0031
1,1045
1
0,072
2294,08
0,5184*
1,4311
Epoca. x genótipo
1
428,738
2540,26
0,0031
1,3210
Erro (B)
9
130,663
944,646
0,0079
0,8851
Populações
4
104681,0*
0,0102
0,7853
Pop. x época
4
227,662
632,046
0,0280*
Pop. x genótipo
4
51,021
279,216
0,0062
0,6175
Pop. x época x genótipo
4
204,019
1647,422
0,0186
0,2823
Erro (C)
45
123,800
720,632
0,0086
0,6606
Total
79
18569,9*
3,7380*
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
9,10
12,53
2,40
7,45
Erro (B)
16,27
18,90
3,85
6,67
Erro (C)
15,84
16,51
4,02
5,76
215
* Valores significativos ao nível de 5%.
216
APÊNDICE 4 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo II, experimento II (Cepagro/UPF. Passo
Fundo, RS, 2010/2011)... continuação
QUADRADOS MÉDIOS
NLMQ
10353,9
CAUSAS DE VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
Época
1
602565,6*
Erro (A)
3
21163,2
15501,2
144295,6
1076,59
Genótipo
1
27624,7
32,004
1000699,6
91503,4
Epoca. x genótipo
1
425,964
97790,1
441490,6
10090,4
Erro (B)
9
26891,4
42013,2
325649,4
30902,2
Populações
4
51891,0*
185547,3*
770674,8
43563,0
Pop. x época
4
51625,1*
194462,0*
827710,1
Pop. x genótipo
4
6505,717
26779,4
139613,6
34597,4
Pop. x época x genótipo
4
26177,3
23009,0
248800,0
26742,5
Erro (C)
45
14835,2
65850,5
368892,9
24968,6
Total
79
Erro (A)
22,95
8,87
11,74
0,87
Erro (B)
25,87
14,60
17,64
4,68
Erro (C)
19,21
18,28
18,78
4,21
NNRepMQ
7122,48
607505,2*
NGMQ
51481,3
REND
16684,8
3662738,5*
10581196,9*
54461,2*
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
216
* Valores significativos ao nível de 5%.
217
APÊNDICE 5 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo III (Cepagro/UPF. Passo Fundo, 2010/2011)
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
3
NRP-R5
4,238
Época
1
15,650
Erro (A)
3
3,623
Genótipo
3
98,166*
Epoca. x Genótipo
3
Erro (B)
NRP-C
0,5758
14,001*
QUADRADOS MÉDIOS
NNRepR-R5
NNRepRP-C
90,009
31,934
NLRP – R5
413,350
NLRP-C
126,574
999,900*
1855,52*
3692,84
2128,68*
49,619
55,287
381,972
24,967
57,820*
974,907*
392,888*
3451,58*
1767,18*
4,475
1,101
19,590
7,141
18,403
26,940
21
1,777
0,6411
40,986
31,381
287,899
78,578
Populações
4
75,934*
119,559*
5997,43*
6041,25*
40489,8*
Pop. x época
4
2,770
2,837
70,996
6,173
243,861
146,027
Pop. x genótipo
12
1,785
1,491
34,048
29,249
357,528
324,201*
Pop. x época x genótipo
12
1,774
0,8392
36,610
63,219*
210,798
103,877
Erro (C)
93
1,365
1,227
41,247
29,448
268,737
149,744
Total
159
Erro (A)
31,62
17,47
28,73
36,51
38,31
11,87
Erro (B)
22,14
15,58
26,11
27,51
33,26
21,05
Erro (C)
19,41
21,54
26,19
26,65
32,13
29,06
0,8069
39880,1*
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
217
* Valores significativos ao nivel de 5%.
218
APÊNDICE 5 – Resumo da análise de variância referente ao Capítulo III (Cepagro/UPF. Passo Fundo, 2010/2011)
...continuação
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
QUADRADOS MÉDIOS
3
LNRepR-R5
0,0600
LNRepR-C
0,1313
LNRepC-R5
0,1932
LNRepC-C
0,0424
NRepP-C
38,471
GLC
0,0167
GLR
0,0141
Época
1
0,0207
2,8918*
4,4656*
0,1762
1891,11*
0,0207
0,3089*
Erro (A)
3
0,2956
0,1915
0,3243
0,4215
55,006
0,0025
0,0246
Genótipo
3
1,5946*
1,0675*
13,803*
14,025*
Epoca. x genótipo
3
0,0491
0,0058
0,9872*
0,6324
17,956
0,0300
0,0085
Erro (B)
21
0,0888
0,2505
0,1631
0,6665
32,117
0,0154
0,0128
Populações
4
2,5884*
3,5942*
0,7291*
1,0894*
6401,62*
0,0188
0,1041*
Pop. x época
4
0,0088
0,4840
0,0252
0,3728
9,123
0,0169
0,0172
Pop. x genótipo
12
0,2845*
0,2666
0,1620
0,5496*
25,575
0,0179
0,0131
Pop. x época x gen.
12
0,0469
0,2097
0,1192
0,1361
64,391*
Erro (C)
93
0,0421
0,2306
0,1839
0,2548
30,900
0,0107
0,0165
Total
159
292,585*
1,320*
0,0202*
1,2432*
0,0233
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
27,80
22,36
17,55
19,89
24,65
2,26
7,27
Erro (B)
15,24
25,57
12,45
25,01
18,83
5,56
5,23
Erro (C)
10,50
24,53
13,21
15,47
18,47
4,64
5,96
218
* Valores significativos ao nível de 5%.
219
APÊNDICE 6 – Resumo da análise de variância das variáveis referentes ao Capítulo IV (Cepagro/UPF. Passo
Fundo, 2010/2011)
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
Bloco
GL
QUADRADOS MÉDIOS
MSCSLFMQ
MSRSLFMQ
MSLFRMQ
MSLFCMQ
3
627,228
17740,3
2440,79
MSApaMQ
MSGPRMQ
214,757
36478,2
7293,58
Época
1
32437,6
31680,3
60132,27*
Erro (A)
3
9720,57
19878,6
3044,98
297,081
Genótipo
3
13706,1*
153770,0*
36289,0*
9886,57*
Época. x gen.
3
38090,0*
25702,1
1501,04
2372,12*
Erro (B)
9
1476,49
4210,34
614,142
Populações
4
609779,3*
114381,3*
Pop. x época
4
5829,64*
27965,9*
Pop. x
12
2415,10
12865,4
Pop. x época
x genótipo
Erro (C)
12
5544,92*
105
2083,95
Total
159
MSGPCMQ
1367,34
MSResHPMQ
1292,68
MSResRMQ
899,323
3,226
58224,9
377753,24*
3436,67
67688,1*
231618,7*
61108,0
6306,69
574,064
765,819
1509,18
183571,4*
83215,39*
96206,1*
12030,2*
56611,6*
109991,1*
4476,13
14086,36*
5595,04*
4866,97
351,036
9008,35
4995,45
830,550
485,175
2802,85
34983,4*
109288,1*
386080,3*
131588,1*
282750,6*
218383,9*
57910,9*
2906,15
137,006
48914,0
8175,33
1214,66
489,240
4521,62
1631,28
790,268
23378,0
7359,60
1354,64
1660,68*
2879,12
8112,71
1974,71
853,791
20465,9
4688,16
1244,79
1318,48
3700,52
9988,93
1371,77
528,889
24298,4
5298,02
1534,22
855,524
2124,44
12,02
27,41
genótipo
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
Erro (A)
29,31
57,00
59,26
12,82
30,47
35,28
10,20
Erro (B)
11,42
26,23
26,62
13,94
11,70
31,49
12,26
9,56
37,35
Erro (C)
13,57
40,40
39,78
17,11
19,21
32,43
16,67
12,70
32,52
219
* Valores significativos ao nível de 5%.
220
APÊNDICE 6 – Resumo da análise de variância referente ao capítulo IV (Cepagro/UPF. Passo Fundo,
2010/2011)... continuação
CAUSAS DE
VARIAÇÃO
GL
Bloco
3
0,9860
2,3227
16769,95
13,030
Época
1
65,3186*
20,0435*
19038280,0*
192,963*
Erro (A)
3
2,2670
2,0640
58414,81
Genótipo
3
92,3956*
78,351*
532153,7*
Epoca. x genótipo
3
7,6220*
2,7078
27317,45
6,414
Erro (B)
21
1,6453
1,2610
45902,42
3,640
Populações
4
0,9513
0,8966
36944,93
50,672*
Pop. x época
4
4,2047*
4,9701*
172873,0*
12,188*
Pop. x genótipo
12
1,8947
1,2409
89376,19*
7,257
Pop. x época x genótipo
12
1,4726
1,6052
16787,47
7,411
Erro (C)
93
1,3375
0,9956
31978,50
4,435
Total
159
Erro (A)
10,63
9,81
6,29
3,80
Erro (B)
9,05
7,67
5,58
3,44
Erro (C)
8,16
6,81
4,66
3,79
MSCGPR
QUADRADOS MÉDIOS
MSCGPHP
REND
IC
4,440
510,256*
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%)
220
* Valores significativos ao nível de 5%.
221
APÊNDICE 7 - Precipitações pluviais verificadas por decêndio e
acumuladas por mês entre o mês da instalação do
experimento I e a colheita do experimento II, em
Sertão/RS no ano agrícola de 2009/2010 e médias
mensais históricas registradas na região segundo o
CNPT/Embrapa (Passo Fundo, RS, 2011)
222
APÊNDICE 8 – Temperaturas médias mensais verificadas entre o mês
da instalação do experimento I e a colheita do
experimento II, em Sertão/RS no ano agrícola de
2009/2010 e médias mensais históricas registradas
na região segundo o CNPT/Embrapa (Passo Fundo,
RS, 2011)
223
APÊNDICE 09
-
Precipitações pluviais verificadas por decêndio e
acumuladas por mês entre o mês da instalação do
experimento I e a colheita do experimento II, em
Passo Fundo/RS no ano agrícola de 2010/2011 e
médias mensais históricas registradas na região
segundo o CNPT/Embrapa (Passo Fundo, 2011)
224
APÊNDICE 10 - Temperaturas médias mensais verificadas entre o
mês da instalação do experimento I e a colheita
do experimento II, em Passo Fundo, RS no ano
agrícola de 2010/2011 e médias mensais
históricas
registradas
na
região
(Fonte:CNPT/Embrapa) (Passo Fundo, RS, 2011)
225
APÊNDICE 11 - Datas de verificação de estádios fenológicos críticos em relação à disponibilidade hídrica em
função de épocas de semeadura e genótipos no ano agrícola de 2009/2010 em Sertão/RS, e no
ano agrícola de 2010/2011 em Passo Fundo/RS (Passo Fundo, RS, 2011)
GENÓTIPO
Safra
2009/2010
NS 4823 RR
2010/2011
2009/2010
Epoca
Semeadura
R2*
R5**
Colheita
1
28/10/09
07/12/09
04/02/10
16/03/10
2
15/12/09
01/02/10
18/02/10
05/04/10
1
12/11/10
29/12/10
02/02/11
15/03/11
2
14/12/10
24/01/11
23/02/11
04/04/11
1
28/10/09
02/01/10
18/02/10
05/04/10
2
15/12/09
13/02/10
16/03/10
30/04/10
1
12/11/10
13/01/11
09/02/11
04/04/11
2
14/12/10
04/02/11
07/03/11
11/04/11
NA 5909 RG
2010/2011
* Pelo menos uma flor aberta em um dos quatro últimos nós com trifólio completamente aberto no ápice da planta
** Pelo menos um legume apresentando grão perceptível ao toque em um dos últimos quatro nós com trifólio
completamente aberto no ápice da planta.
225
226
APÊNDICE 12 - Duração dos períodos de desenvolvimento da soja (dias) em função dos genótipos e épocas de
semeadura no ano agrícola de 2009/2010 em Sertão/RS e no ano agrícola de 2010/2011 em
Passo Fundo/RS (Passo Fundo, RS, 2011)
GENÓTIPO
NS 4823 RR
SAFRA
2009/2010
2010/2011
NA 5909 RG
2009/2010
2010/2011
2010/2011
BR SUL LA
2010/2011
Duração sem R2
Duração R2R5
Duração R5- Ciclo
Col
total
28/10/09
40
59
40
139
15/12/09
48
17
46
111
12/11/10
47
35
41
123
14/12/10
41
30
40
111
28/10/09
66
47
45
158
15/12/09
60
31
45
136
12/11/10
62
27
54
143
14/12/10
52
31
35
118
12/11/10
62
31
50
143
14/12/10
50
29
43
122
12/11/10
62
22
47
131
14/12/10
52
31
39
122
226
A 6411 RG
Data da
semeadura
227
APÊNDICE 13 – Estádios fenológicos de desenvolvimento da soja segundo a escala de Fehr e Caviness (1977)
Estádio
VE
VC
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V...
Vn
Estádio
R1
R2
Denominação (estádios vegetativos)
emergência
Cotilédone
primeiro nó
segundo nó
terceiro nó
quarto nó
quinto nó
sexto nó
...
enésimo nó
Descrição
Cotilédones acima da superfície do solo.
Cotilédones completamente abertos.
Folhas unifolioladas completamente desenvolvidas.
Primeira folha trifoliolada completamente desenvolvida.
Segunda folha trifoliolada completamente desenvolvida.
Terceira folha trifoliolada completamente desenvolvida.
Quarta folha trifoliolada completamente desenvolvida.
Quinta folha trifoliolada completamente desenvolvida.
...
Ante-enésima folha trifoliolada completamente desenvolvida.
Denominação (estádios reprodutivos)
Início do florescimento
Florescimento pleno
Descrição
Uma flor aberta em qualquer nó do caule (haste principal).
Uma flor aberta num dos 2 últimos nós do caule com folha completamente desenvolvida.
Vagem com 5 mm de comprimento num dos 4 últimos nós do caule com folha completamente
desenvolvida.
Vagem com 2 cm de comprimento num dos 4 últimos nós do caule com folha completamente
desenvolvida.
Grão com 3 mm de comprimento em vagem num dos 4 últimos nós do caule, com folha
completamente desenvolvida.
vagem contendo grãos verdes preenchendo as cavidades da vagem de um dos 4 últimos nós do
caule, com folha completamente desenvolvida.
Uma vagem normal no caule com coloração de madura.
95% das vagens com coloração de madura.
R3
Início da formação da vagem
R4
Vagem completamente
desenvolvida
R5
Início do enchimento do grão
R6
Grão cheio ou completo
R7
R8
Início da maturação
Maturação plena
227
Obs: Caule significa o caule da planta; Últimos nós se referem aos últimos nós superiores; Uma folha é considerada completamente
desenvolvida quando os bordos dos trifólios da folha seguinte (acima) não mais se tocam.
Download

Formação do rendimento de grãos de soja em