IP/98/164 Bruxelas, 18 de Fevereiro de 1998 A Comissão recomenda que se acabe com a eliminação das plataformas offshore desafectadas no mar A Comissão europeia adoptou hoje, por iniciativa do Comissário responsável pelo Ambiente, a Senhora Ritt Bjerregaard, e do Comissário responsável pela Energia, o Senhor Christos Papoutsis, uma comunicação ao Conselho de Ministros e ao Parlamento Europeu em que recomenda que as plataformas de petróleo e gás natural desafectadas não continuem a acabar como lixo espalhado pelos mares em torno da Europa. A comunicação argumenta que, com raras excepções, quase todas as 600 instalações localizadas nas águas europeias poderão ser totalmente removidas e trazidas para terra a fim de serem recicladas e eliminadas em condições de segurança e com benefícios económicos. As regras a aplicar neste domínio no futuro devem portanto basear-se no princípio da proibição da eliminação dessas instalações no mar. De acordo com a comunicação, a única categoria que poderá vir a ser isenta dessa regra será a das plataformas de betão de grandes dimensões já existentes, para cuja eliminação não está actualmente disponível qualquer tecnologia com provas dadas e cujo impacto ambiental é limitado. Para além disso, a comunicação reconhece que, em certos casos de natureza excepcional, algumas instalações já existentes poderão ser isentas do princípio geral da proibição. No entanto, isso só acontecerá após uma avaliação individual e pormenorizada de cada caso e após consulta a todas as partes interessadas. O Conselho deverá confirmar que é essa a política que a Comissão deverá, daqui para a frente, defender em nome da União Europeia. Em Julho, irão ter lugar negociações a nível ministerial para finalizar as novas regras nesta matéria, no âmbito da Convenção OSPAR para a protecção do meio marinho do Atlântico 1 Nordeste , que abrange o Mar do Norte. A União Europeia já esteve envolvida numa proibição semelhante para o Mar Báltico. 1 A Convenção OSPAR foi celebrada em 1992, tendo actualizado e substituído a Convenção de OSLO para a prevenção da poluição marinha provocada por operações de imersão efectuadas por navios e aeronaves e a Convenção de PARIS para a prevenção da poluição marinha de origem telúrica. "A decisão hoje tomada mostra que a discussão iniciada com o caso Brent Spar conduziu a uma grande vitória para o ambiente e vem salientar a importância que esta Comissão atribui à protecção do ambiente" afirmou a Comissária do Ambiente, a Senhora Ritt Bjerregaard. A Senhora Bjerregaard acrescentou ainda que "A posição da Comissão é muito clara: as plataformas devem ser trazidas para terra para serem recicladas e eliminadas em condições de segurança. O Conselho de Ministros irá agora ser convidado a confirmar essa posição e, dessa forma, a permitir que a Comissão negoceie a questão com os países terceiros, nomeadamente a Noruega. O objectivo é evitar que os nossos mares sejam transformados em lixeiras. As regras aplicáveis às plataformas desafectadas deverão ser conformes com as regras aplicáveis a qualquer outro resíduo. A partir do momento em que as novas regras OSPAR sejam aprovadas, não surgirá mais nenhum caso como o da Brent Spar". O Comissário responsável pela Energia, o Senhor Papoutsis, que esteve estreitamente envolvido na preparação da comunicação, afirmou: "Estou muito satisfeito por termos tido sucesso na combinação da política energética com a protecção do ambiente. A eliminação no mar não é uma opção realista nem desejável para a grande maioria das instalações de petróleo e de gás desafectadas. Ao encorajar a reciclagem e eliminação em terra, estamos não só a beneficiar o ambiente como também a criar postos de trabalho em comunidades para as quais eles são absolutamente vitais". Antecedentes Actualmente existem nas águas comunitárias cerca de 600 instalações, das quais 100 são plataformas de grandes dimensões em aço, objecto directo da presente comunicação por representarem cerca de 85% da quantidade total de aço presente em instalações no Mar do Norte. Prevê-se que, só no Mar do Norte, cerca de 450 instalações de aço venham a ser desafectadas durante os próximos 20-30 anos, ou seja, uma média de 15-20 plataformas por ano. Um estudo independente financiado pela Comissão concluiu que os custos adicionais totais do transporte dessa plataformas para terra será de apenas 80 milhões de ecus por ano, o que é negligenciável em função dos custos globais de produção desta indústria. Para mais informações sobre as acções de promoção da eliminação sustentável das plataformas offshore de exploração de petróleo, ver também o documento IP/98/80, de 26 de Janeiro de 1998. 2