ELIZABETE RIBEIRO BARROS CONSIDERAÇÕES SOBRE ETIOLOGIA E TRATAMENTO DA FRAGILIDADE ÓSSEA NA INFÂNCIA: identificação de uma nova mutação no gene do LRP5, avaliação do uso de bisfosfonatos na Osteogenesis Imperfecta e na Osteoporose-Pseudoglioma. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Endocrinologia São Paulo 2008 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. ELIZABETE RIBEIRO BARROS CONSIDERAÇÕES SOBRE ETIOLOGIA E TRATAMENTO DA FRAGILIDADE ÓSSEA NA INFÂNCIA: identificação de uma nova mutação no gene do LRP5, avaliação do uso de bisfosfonatos na Osteogenesis Imperfecta e na Osteoporose-Pseudoglioma. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Endocrinologia Área de concentração: Endocrinologia Clínica Orientadora: Dra Marise Lazaretti-Castro São Paulo 2008 UNIVERSIDADE FEDERAL de SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA Disciplina de Endocrinologia Chefe da Disciplina: Prof Dr. Antônio Roberto Chacra Coordenador do curso de Pós-graduação: Prof Dr. Sérgio Atala Dib i O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Fernando Pessoa ii A minha orientadora, Dra Marise Lazaretti-Castro pelo incentivo, paciência e pelas inúmeras oportunidades que me ofereceu ao longo desta minha trajetória, o meu eterno agradecimento. iii Aos meus pais Ana e Manoel que apesar da distância sempre estiveram ao meu lado apoiando, confiando e respeitando minha escolha, a vocês peço desculpa pelo longo tempo que fique ausente e longe de casa e declaro publicamente o meu eterno amor e admiração. Aos meus irmãos Ailton, Carlos, Elenice e Ana Claudia pelas melhores lembranças da minha infância e por manter forte dia após dia o elo que nos une. Aos meus sobrinhos Camila, Mariana, Gabriel, Caio e João Manoel por manterem vivo na minha lembrança o sentimento de como é doce e puro ser criança. iv AGRADECIMENTOS Aos pacientes, sem os quais esse estudo não seria possível. Aos professores da Disciplina de Endocrinologia da UNIFESP pelos ensinamentos ao longo da minha trajetória. Aos meus eternos mestres Dr. José Gilberto H. Vieira e Dra. Cynthia Brandão pela paciência, amizade e pelo convívio harmonioso de todos estes anos. Aos amigos do cálcio: Monique, Marília, Sérgio, Ulisses, Érika, Gabriella, Marcelo, André, Henrique, Patrícia, Patrícia Zach, Alessandra, Mônica, Márcia, Linda, Ana Paula, Rosângela, Audrey, Ana Laura, Andréia Lage pela presença e incentivo que sempre me foi dado. Aos meus amigos pós-graduandos: Márcio, Claudia Nakabashi, Claudia Akemi, Rosa Paula, Maria Izabel, Manuel, Milena, Maria Regina, Danielle, Cleber, Alex, Marivânia, Teresa Vieira, Martha, Regina do Carmo, Monike, Sílvia, Gláucia, Caroline, Carolina, Mariana, Juliana, Rogério, Denise, Patrícia Molica, Patrícia Mory, Bianca, Deolinda, Fernando, Fernando Flecha, Paula Gama, Priscila, Ligia, por me ensinarem que vale a pena tentar e pelas palavras de conforto e incentivo. Aos amigos do laboratório de biologia molecular: Felipe, Gisele, Gustavo, Rosana, Mariana, Flávia, Liliane, Walter, Janete por estarem sempre dispostos a me ajudar. Aos meus eternos amigos- ajudantes: Teresa, Ilda, Gilberto, Ângela, Magnus, pela paciência e por me ouvirem nas horas de desespero. Aos amigos Marcos Aurélio, Mário e Eleonor que sempre estiveram presentes na minha vida. Aos residentes da Disciplina de Endocrinologia. Aos funcionários da Disciplina de Endocrinologia: Vanda, Geni, Pedro, Elder, Ivonete, Filomena, Walquiria, Lilian, Ivone, Kelly, Samia. As secretárias Amaryllis, Yeda e Margarete pela ajuda e paciência. v ÍNDICE ABREVIAÇÕES.........................................................................ix INTRODUÇÃO Definição..........................................................................1 Diagnóstico e etiologia.....................................................1 OSTEOGENESIS IMPERFECTA 1. Definição.....................................................................2 2. Classificação...............................................................2 3. Quadro clínico.............................................................4 4. Achados laboratoriais..................................................6 5. Achados radiológicos..................................................7 6. Tratamento..................................................................7 6.1. Bisfosfonatos 6.2. Mecanismo de ação 6.3. Uso de bisfosfonatos em OI OSTEOPOROSE PSEUDOGLIOMA 1. Introdução...................................................................15 2. Via de sinalização Wnt/βcatenina...............................16 3. Aspectos clínicos.......................................................17 4. Tratamento..................................................................17 OBJETIVOS 1. Estudo 1......................................................................19 2. Estudo 2......................................................................19 3. Estudo 3......................................................................19 ARTIGO 1....................................................................................20 ARTIGO 2....................................................................................23 ARTIGO 3....................................................................................39 CONSIDERAÇÕES.....................................................................59 CONCLUSÕES FINAIS...............................................................63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................64 ANEXOS.....................................................................................74 vi ABREVIAÇÕES: ADP: 3-amino-1hidroxipropilidene-1,1-bisfosfonato APC: “Adenomatosus polyposis coli” AppCp: “Adenosine-[5`β-methylene] triphosfate” Appp1:” Triphosphoric acid 1-adenosin-5`y1 ester3” ANT: adenosina nucleotídeo translocase BMD: Densidade mineral óssea vBMD: Densidade mineral óssea volumétrica COLIA1: Colágeno tipo 1 cadeia α1 COLIA2: Colágeno tipo 1 cadeia α2 DI: Dentigonenesis imperfecta DNA: Ácido desoxirribonucléico DXA: Dual energy X-ray Absorptiometry Dvl: Disheveled Dkks: Dickkopfs Dpyr: Deoxipiridinolina EGF: Fator de crescimento epidermal FA: Fosfatase alcalina FPP: Farnesil difosfato sintase Fz: Frizzled GGPP: Geranilgeranil difodfato GH: Hormônio de crescimento GKS3: Glicogênio kinase sintase 3 HBM: Alta massa óssea ‘‘High bone mass” LDL: Lipoproteína de baixa densidade LDLR: Receptor de Lipoproteína de baixa densidade LRP5: Proteína 5 relacionada ao receptor de lipoproteína de baixa densidade “ Receptor low–density lipoprotein receptor-related protein 5” NTX: N-telopeptideo do colágeno tipo 1 OI: Osteogenesis imperfecta OJI: Osteoporose juvenil idiopática OMS: Organização mundial de saúde ONJ: Osteonecrose de mandíbula OPPG: osteoporose pseudoglioma PAM: Pamidronato P1CP: Propeptídeo carboxi-terminal do procolágeno tipo I “C-terminal propeptides of procollagen I” P1NP: Propeptídeo amino-terminal do procolágeno tipo I “N-terminal propeptides of procollagen I” Pyr: Piridinolina Ruxn2/CBFA1: Fator de transcrição específico de osteoblastos TCF/LEC: Fator de célula T/Fator de ligação de leucócitos ZOL: Ácido zoledrônico vii _______________________________________________________Introdução I - INTRODUÇÃO: 1. Definição: Osteoporose é o distúrbio ósseo metabólico mais comum na população adulta, sendo um grande problema de saúde pública. Caracteriza-se por uma baixa massa óssea e deteriorização da micro-arquitetura levando a uma fragilidade óssea com aumento da incidência de fraturas (1). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o termo osteoporose é definido com T-score ≥ - 2.5 de densidade mineral óssea (BMD), osteopenia um T-score entre -1.0 e -2.5 (2,3). Essa definição baseia-se na avaliação da densidade mineral óssea (BMD) através da ‘‘dual energy X-ray absorptiometry” (DXA) realizada em um grupo de mulheres caucasianas pós menopausadas e usadas como referência para classificar a população adulta em normal, osteopenia e osteoporose; usando o T-score para essa classificação. Previamente considerada uma doença associada à idade, nas últimas décadas, tem crescido o interesse desse distúrbio na população infantil. No entanto, a interpretação da DXA na população infantil deve ser feita com extremo cuidado, já que ocorrem mudanças no tamanho e espessura do osso durante o período do crescimento ósseo, o qual é mais evidente na puberdade. Além disso, não se pode nos esquecer do fato de que a DXA reporta classicamente uma medida bidimensional de uma estrutura tridimensional, representando uma projeção da área óssea num plano coronal. Na população infantil tem sido sugerido o uso do Z-score para definição da massa óssea. Um Z-score ≤ -2.0 caracteriza o que se deveria chamar de uma baixa massa óssea para a idade. Neste grupo ainda não está estabelecida a relação entre o valor da BMD e o risco de fratura como é descrito na população adulta. No entanto, Goulding e col (4) estudando um grupo de meninas entre 3-15 anos mostraram que para cada redução de 1 DP na BMD de corpo total, há um risco dobrado de uma nova fratura em meninas jovens. 2. Diagnóstico e etiologia: Normalmente, suspeita-se de osteoporose na infância normalmente é suspeitada quando a criança apresenta fraturas freqüentes em decorrência a mínimos traumas, um histórico familiar sugestivo de fraturas, ou se a criança pertence a grupos de risco para apresentar fragilidade óssea como por exemplo: doenças crônicas que podem comprometer o metabolismo a ósseo (doença celíaca, doenças neuromusculares, etc), se _______________________________________________________________Introdução apresentar histórico de uso de medicação como anticonvulsivante e glicocorticóides, ou história de imobilização prolongada entre outros fatores. Deve-se sempre que possível identificar a etiologia da osteoporose, para que se possa com isso realizar tratamento específico, quando indicado. Do ponto de vista didático, pode-se classificar a osteoporose em primária e secundária. O grupo das osteoporoses primárias engloba as doenças hereditárias do tecido ósseo e osteoporose juvenil idiopática (OJI). A osteoporose de causa secundária pode estar presente em uma série de doenças como as doenças neuromusculares, as doenças crônicas, os distúrbios endocrinológicos, erros inatos do metabolismo, uso de medicações que podem comprometer o metabolismo ósseo, etc (5). Neste trabalho serão abordadas duas causas de fragilidade óssea na infância: a osteogenesis imperfecta (OI) e a osteoporose pseudoglioma (OPPG), ambas são classificadas como osteoporose primária. II - OSTEOGENESIS IMPERFECTA (OI) 1. Definição: A OI é uma doença genética caracterizada por uma massa óssea baixa que envolve, na maioria dos casos, mutação em um dos genes que codificam o colágeno tipo 1 (COLIA1 e COLIA2). A molécula do colágeno tipo I é constituída por duas cadeias α1 e uma cadeia α2, que se entrelaçam formando uma tripla-hélice. O gene que codifica a cadeia α1 está localizado no cromossomo 17, enquanto que o gene que codifica a cadeia α2 fica no cromossomo 7. Os achados clínicos mais comumente encontrados na OI são esclera azul, dentinogenesis imperfecta (DI), fraturas aos mínimos traumas, graus variáveis de baixa estatura, surdez e frouxidão ligamentar. Sua incidência varia de 1 a cada 15.000 a 20.000 nascidos vivos (6). 2. Classificação: De acordo com Sillence (7) podemos classificar a OI em 4 tipos, com base na sua apresentação clínica e gravidade da doença. 2 ______________________________________________________________Introdução Tipo I (Forma leve): Tem padrão de transmissão autossômica dominante, seu fenótipo é leve com estatura normal ou próxima ao normal. As fraturas normalmente ocorrem nos primeiros anos de vida, mas costumam diminuir após a puberdade. O envolvimento auditivo é freqüente, e ocorre geralmente em 50% dos indivíduos afetados. A esclera azul está presente desde a infância e permanece azul ao longo de toda a vida. Dentinogenesis imperfecta (DI) também pode esta presente. Tipo II (Forma Letal): Na maioria das vezes é causada por uma nova mutação autossômica dominante (8). A massa óssea está intensamente diminuída e há múltiplas fraturas intra-útero. Além disso, podem apresentar baixo peso ao nascimento, micro ou macrocefalia e catarata. Os pacientes geralmente vão a óbito em decorrência da fragilidade dos arcos costais e hipoplasia pulmonar, por má formação do sistema nervoso central ou por hemorragia cerebral. Tipo III (Forma grave): Possui alta prevalência de fraturas ao longo da vida, é o tipo de OI (dentro da classificação de Sillence) mais grave dentre os pacientes que conseguem sobreviver ao período neonatal. Um dos achados clínicos típicos é a presença de face com formato triangular em decorrência do crescimento desproporcional entre o crânio e os ossos da face. A baixa estatura geralmente é secundária a deformidades dos ossos longos de membros inferiores, a fraturas vertebrais, escoliose e deformidade torácica. DI é um achado freqüente mais evidente na primeira dentição. Esclera azul pode estar presente na infância e adolescência e tornar-se mais clara na idade adulta. Tipo IV (Forma Moderada): Possui padrão de herança autossômico dominante, geralmente os pacientes têm baixa estatura para a idade e presença de fraturas em menor proporção que o tipo III. Essa forma geralmente tem uma apresentação clínica intermediária entre tipo I e III. Como no tipo III a esclera azul pode estar presente, mas que tende a normalizar com o passar dos anos. DI pode ou não estar presente. De maneira geral, o que se observa na prática é uma grande variedade de apresentações clínicas associadas à fragilidade óssea, na maioria diagnosticada como OI. Como a análise molecular do colágeno tipo I ainda não é um procedimento rotineiro, o diagnóstico desta patologia acaba sendo predominantemente clínico, e muito provavelmente, diferentes doenças acabam sendo rotuladas de OI. Os avanços da biologia molecular confirmaram este fato. Recentemente, foram descritos na literatura três novos tipos de OI: tipo V, VI, VII (9,10,11). O interessante nesses novos tipos é que, apesar do 3 ______________________________________________________________Introdução fenótipo ser semelhante ao apresentado pelos outros tipos clássicos de OI, não foram encontradas mutações no gene do colágeno tipo I. Outro exemplo desta inespecificidade diagnóstica é a Síndrome OsteoporosePseudoglioma (OPPG), a qual em relatos antigos de literatura foi chamada inicialmente de forma ocular de Osteogenesis imperfecta (12,13). Em 2001(14) Gong e col identificaram a mutação no LRP5, um gene relacionado à diferenciação osteoblasto, portanto, também não relacionada ao colágeno tipo I, como responsável pela OPPG. Essa síndrome será descrita com mais detalhes adiante. 3. Quadro clínico: Além dos sinais e sintomas clássicos descritos acima, os pacientes portadores de OI ainda podem apresentar: 3.1. Envolvimento neurológico: apesar da maioria dos pacientes com OI não apresentarem comprometimento cognitivo, alterações neurológicas podem acompanhar esta síndrome. A invaginação vértebro-basilar, apesar de ser uma complicação rara, merece atenção por ser potencialmente fatal (15). Os sintomas mais comuns desta complicação são: cefaléia, disfagia, hiperreflexia, quadriparesia, ataxia, nistagmo e perda auditiva. Outros achados neurológicos como hidrocefalia, macrocefalia, malformação de Dandy-Walker (malformação do SNC caracterizada por hidrocefalia, ausência parcial ou completa do vermis cerebelar e cisto da fossa posterior, contíguo ao quarto ventrículo) e atrofia cerebral podem ser vistos nesses pacientes. 3. 2. Envolvimento cardiovascular: Problemas cardíacos podem estar presentes em pacientes com OI. Vetter e col (16) estudando uma série de 127 pacientes com OI durante os primeiros 10 anos de vida, observaram que a presença de malformações cardíacas foi mais freqüente na OI do tipo III do que do tipo IV. Com relação à prevalência de prolapso de mitral, os dados de literatura são controversos. Hortop e col (17) e Vetter e col (18) descrevem uma variação de 3.4% a 6.9%, a qual não difere da encontrada na população geral. No entanto, White e col (19) observaram que a prevalência de prolapso de mitral foi ligeiramente maior na população de pacientes com OI (10%) do que na população geral. 4 _______________________________________________________________Introdução 3. 3. Envolvimento renal: A hipercalciúria é um achado comum nos pacientes com OI. Em 1991 Chines e col (20), estudando 17 meninas e 30 meninos, descreveram a presença de hipercalciúria com valores médios de 6.1 ± 0.3 mg/kg/24h em 36% dos pacientes com OI estudados por eles. Esses autores também observaram que as crianças com hipercalciúria apresentavam menor estatura, além de uma maior taxa de fraturas em relação às crianças normocalciúricas. Em 1995 Chines e col (21) após segmento de quatro anos das crianças com hipercalciúria descrita previamente (20), observaram que, apesar da hipercalciúria, os pacientes não apresentavam comprometimento da função renal. 3. 4. Baixa estatura e envolvimento metabólico: Apesar da baixa estatura ser um traço marcante nos pacientes com OI, a deficiência do hormônio de crescimento (GH) é rara nesta patologia. Num estudo publicado por Marini e col não foi evidenciada deficiência de GH nos pacientes com OI (22). Alguns pacientes podem apresentar um estado hiper metabólico que costuma se manifestar através de um maior grau de sudorese, e maior consumo de oxigênio (23). Hipertermia maligna também tem sido descrita nesses pacientes, normalmente durante indução anestésica com barbitúricos, fentanil, pancurônico e óxido nítrico (24). No entanto, a etiologia deste estado hiper metabólico e da hipertemia é desconhecida (23, 24). 3. 5. Envolvimento pulmonar: A hipoplasia pulmonar pode ser encontrada na OI tipo II comprometendo o padrão respiratório e contribuindo, com isso, para a gravidade da apresentação clínica desse tipo de OI (25). Recentemente, a obstrução de vias áreas superiores foi descrita em três pacientes com OI, dois dos quais necessitaram de traqueostomia (26). 3. 6. Alterações do tecido conectivo e força muscular: Os pacientes com OI normalmente têm hiperelasticidade e frouxidão ligamentar, principalmente no sexo feminino, facilitando a luxação de úmero e rádio, que pode ser encontrada nesta patologia (27). Hansen e col (28) observaram que a pele dos pacientes com OI é mais fina e menos elástica do que a pele dos controles. Além disso, a fragilidade capilar pode ser encontrada nesses pacientes em decorrência do defeito do colágeno. A presença de fraqueza muscular é um achado comum nessa patologia, embora seja pouco estudada. Montpetit e col (29) demonstraram que a força de preensão aumentou nos pacientes com OI na forma grave após infusão de pamidronato. 5 ______________________________________________________________Introdução 3. 7. Dentes: A DI é um dos sinais típicos da OI, mas sua gravidade não está relacionada com a gravidade do envolvimento do esqueleto. Caracteriza-se pelo comprometimento da dentina, que se apresenta irregular e com diminuição do número dos túbulos, o que confere o aspecto típico desta alteração (30). A primeira dentição costuma ser mais afetada do que a permanente. A má oclusão dentária pode estar presente em 60 a 80% dos pacientes com OI (31). Levando-se em consideração a presença ou não de DI podemos subdividir a OI tipo I e tipo IV em subtipo A quando a DI está presente ou subtipo B quando a DI está ausente. 4. Achados laboratoriais: Não há alterações laboratoriais típicas da OI que possam auxiliar no seu diagnóstico. Além disso, os marcadores do metabolismo ósseo, de uma maneira geral, são de difícil interpretação nas crianças com OI. O diagnóstico de certeza requer seqüenciamento do gene do COLIA ou estudos do colágeno secretado por fibroblastos obtidos de cultura de pele. Hipercalciúria, como descrito anteriormente, pode estar presente nesses pacientes, mas sem comprometimento da função renal (20, 21). Rauch e col (32) observaram que N-telopeptideo do colágeno tipo I (NTX) estava acima do percentil 50 em 25% dos pacientes com OI tipo I, e em 75% dos pacientes com OI tipo III. Em 1998 Lund e col (33) estudaram marcadores de formação (propeptídeo C-terminal do colágeno tipo I (PICP), propeptídeo N-terminal do colágeno tipo I (PINP), osteocalcina e fosfatase alcalina) e marcadores de reabsorção óssea (ICTP, hidroxipiridinolina, piridinolina (Pyr) e deoxipiridinolina (Dpyr)) em 78 pacientes com OI. Os autores notaram que o PICP e o PINP foram menores nas crianças e adultos com OI e que o ICTP, Pyr e Dpyr foram normais ou baixos nas formas leves, mas, esses mesmos marcadores estavam elevados em adultos com forma grave de OI. Cundy e col (34) estudaram concentração plasmática de P1NP, osteocalcina, FA óssea em 24 pacientes com OI tipo I, em 25 pacientes com outras causas de massa óssea baixa, e 38 controles pareados para sexo e idade, verificaram que a relação osteocalcina/P1NP foi maior nos pacientes com OI do que nos controles e nos pacientes com outras causas de baixa massa óssea. Os autores sugerem que a relação osteocalcina/P1NP possa ajudar no diagnóstico de indivíduos com OI tipo I. 6 ______________________________________________________________Introdução 5. Achados radiológicos: Apesar da OI ser conhecida como a doença dos ossos de cristal, não há achado radiológico patognomônico desta doença. A presença de osso wormiano pode ser vista em aproximadamente 60% dos pacientes com OI, no entanto, não é um achado exclusivo desta patologia. O osso wormiano corresponde a pontos de ossificação primária visto no Raio-X de crânio. Outro achado radiológico normalmente encontrado na OI tipo III é o aspecto pipoca (“popcorn”), geralmente presente nas epífises e metáfises dos ossos longos. Esse aspecto de pipoca “Popcorn” são calcificações que resultam na maturação e fragmentação desordenada na fise óssea, e sua presença indica distúrbio na ossificação endocondral que pode contribuir para o retardo do crescimento observado na OI (35). Além disso, uma porose difusa, afilamento e deformidade principalmente de ossos longos, pseudo-artrose e sinais de fraturas podem ser vistas ao Raio-X dos pacientes com OI. 6. Tratamento: Até algum tempo atrás, o tratamento da OI visava apenas o manejo das fraturas e correções cirúrgicas das deformidades. Poucos estudos envolvendo número pequeno de pacientes testaram terapias com vitamina C (36), fluoreto de sódio (37), magnésio (38) e esteróides anabólicos (39), todos sem comprovação de eficácia. O uso de calcitonina mostrou-se, inicialmente promissor (40), mas estes resultados não foram reprodutíveis (41), sendo o seu uso posteriormente abandonado. Com o surgimento de drogas anti-reabsortivas, como os bisfosfonatos, abriu-se uma nova era no tratamento destas crianças, tornando-se uma alternativa segura e eficaz para o tratamento da OI. 6.1. Bisfosfonatos: Os bisfosfonatos (anteriormente chamados de bifosfonatos ou difosfonatos) são análogos estruturais sintéticos do pirofosfato, que contém um átomo de carbono ligado a dois resíduos de fosfato, formando o complexo fósforo-carbono-fósforo (P-C-P). Esse complexo (P-C-P) está ligado a duas cadeias laterais uma curta e outra longa (R1 e R2) 7 ______________________________________________________________Introdução que vão conferir as propriedades químicas e farmacocinéticas dos bisfosfonatos. O radical R1 é responsável pela afinidade dos bisfosfonatos aos cristais de hidroxiapatita na matriz óssea e o radical R2 confere maior ou menor capacidade de inibir o osteoclastos. A alta afinidade de ligação dos bisfosfonatos ao tecido ósseo pode afetar algumas propriedades biológicas desses compostos como sua captação e retenção pelo esqueleto, sua difusão para dentro do tecido ósseo, seu potencial de liberação de droga a partir de reabsorção do osso, sua reciclagem e nova reabsorção pela superfície óssea. Os bisfosfonatos foram desenvolvidos no século XIX, mas somente nos anos 60 seu uso, em doença ósseo-metabólica, foi investigado e nos anos 90 seu mecanismo de ação foi demonstrado. 6.2. Mecanismo de ação: Os bisfosfonatos podem ser separados em dois grupos de acordo com seu mecanismo de ação: bisfosfonatos simples (não nitrogenados ou non-N-BP) e bisfosfonatos nitrogenados (N-BP). O primeiro grupo inclui o Etidronato, Clodronato e Tiludronato enquanto que no segundo grupo temos os bisfosfonatos mais recentemente desenvolvidos, como Pamidronato, Neridronato, Olpadronato, Alendronato, Ibandronato, Risedronato e Ácido Zoledrônico. O mecanismo de ação básico dos bisfosfonatos envolve uma diminuição do recrutamento e da atividade dos osteoclastos, levando a uma diminuição do turnover ósseo pela inibição da reabsorção óssea. Os bisfosfonatos do primeiro grupo (non-N-BP), após serem incorporados pelos osteoclastos durante a reabsorção óssea, são metabolizados no meio intracelular em análogos de ATP (que contém metileno) pela enzima “aminoacyl-tRNA synthetase”, levando ao acúmulo no citosol osteoclasto de metabólitos do tipo AppCp ( adenosine-[5`βmethylene] triphosphate. Estas substâncias induzem a morte celular provavelmente por inibir enzimas ATP dependentes, semelhante à enzima Adenosina nucleotídeo translocase (ANT), enzima que está envolvida na permeabilidade do poro mitocondrial. Além disso, a inibição da ANT pelo AppCp causa hiperpolarização da membrana mitocondrial interna que pode levar a sua ruptura e indução de apoptose celular (42, 43). 8 ______________________________________________________________Introdução Os bisfosfonatos mais potentes pertencem ao segundo grupo, os quais contêm na sua cadeia lateral um grupo amino, que pode ser uma cadeia alquílica (por exemplo: alendronato e ibandronate) ou dentro de um anel heterocíclico (por exemplo: risedronato e zoledronato). Esse grupo de bisfosfonatos age através da inibição da farnesildifosfato sintase (FPP sintase), uma enzima do ciclo do Mevalonato. Ao inibir essa enzima, diminui a concentração celular do farnesildifosfato (FPP) e do geranilgeranildifosfato (GGPP) que são necessários para prenilação de pequenas GTPases (proteínas de ligação trifosfato guanosina), tais como Ras, Rho e Rab. Prenilação de proteínas é um processo que envolve a adição de um grupo prenil (isoprenoide) na porção carboxi-terminal da proteína alvo, levando a uma modificação pós transcripcional da proteína. A prenilação dessas proteínas é crucial na sinalização de proteínas que regulam uma variedade de processos celulares necessários para a função dos osteoclastos, incluindo arranjo do cito esqueleto, membrana, fluxo de vesículas intracelulares e sobrevivência da célula (44). Em 2006 Mönkkönen e col (45), estudando células da glia, macrófagos e osteoclastos tratados com ácido zoledrônico, sugeriram um novo mecanismo de ação dos bisfosfonatos nitrogenados (além do mecanismo clássico do ciclo do mevalonato). Esse novo mecanismo envolve a inibição da translocação mitocondrial ADP/ATP levando a apoptose de osteoclastos. Posteriormente, esse novo mecanismo de ação foi descrito por Mönkkönen e col (43), o qual estabelece que os N-BPs incluindo Ácido Zoledrônico, induz a formação de um novo tipo de análogo ATP, denominado a Appp1 (Triphosphoric acid 1adenosin-5’-y1 ester3). A inibição do FPP pelo N-BPs pode levar ao acúmulo intracelular do substrato IPP (isopentanil profosfato), o qual é conjugado com AMP levando a produção de Appp1. Semelhante aos metabólitos tipo AppCp ( metabólitos da ação dos non-N-BPs) a Appp1 induz apoptose direta por bloquear a translocação mitocondrial do ADP/ATP. A potência dos bisfosfonatos aumenta ou diminui de acordo com sua capacidade de inibir o ciclo do Mevalonato. Dentre os vários bisfosfonatos nitrogenados testados, o ácido zoledrônico foi o mais potente em inibir a ação da FPP, seguido do risedronato, ibandronato, alendronato e pamidronato nesta ordem (44, 46, 47, 48). 6.3. Absorção: 9 ______________________________________________________________Introdução Os bisfosfonatos podem ser de uso endovenoso ou oral. Apesar de o uso oral ser o mais rotineiramente utilizado no tratamento para osteoporose, o uso de bisfosfonato endovenoso tem crescido cada vez mais. Uma grande desvantagem do uso oral do bisfosfonatos é sua má absorção no trato gastrointestinal. Menos de 1% da dose oral administrada é absorvida. Além disso, essa absorção pode variar de individuo para indivíduo, bem como ser prejudicada pela presença de alimentação. A baixa absorção desses compostos é atribuída a sua elevada polaridade, o que impede seu transporte trans-celular pela barreira epitelial. Além disso, a própria baixa solubilidade dos sais metálicos complexos formados a partir dos bisfosfonatos no trato gastrointestinal, pode ser outra possível causa da má absorção (49). Esta alta polaridade e baixa lipossolubilidade, por outro lado, fazem dos bisfosfonatos drogas com baixa toxicidade, uma vez que não penetram pelas membranas lipossolúveis. Sua alta afinidade pela hidroxiapatita faz com que seja depositado no tecido ósseo mineralizado logo na primeira passagem, com clareamento plasmático rápido. Somente durante o processo de reabsorção óssea é captado ativamente pelos osteoclastos, desencadeando uma série de efeitos metabólicos intracelulares que culminam com a desorganização do cito esqueleto, redução de sua atividade e, finalmente, morte celular. Em adultos, este grupo de drogas tem sido usado no tratamento de osteoporose pós-menopausa, osteoporose induzida por glicocorticóides, doença de Paget e hipercalcemia associada à malignidade. Em crianças, seu uso tem sido demonstrado com sucesso e segurança em pequenos grupos, há cerca de 20 anos, incluindo condições mais diversas como: osteogenesis imperfecta (OI) (50, 51, 52), osteoporose pseudoglioma (OPPG) (53, 54), osteoporose juvenil idiopática (OJI) (55), displasia fibrosa óssea (síndrome de McCune Albright) (56, 57), osteoporose secundária à glicocorticóide ou imobilização prolongada (58), e na hipercalcemia associada à leucemia linfocítica aguda (59). 6.4. Efeitos adversos: Alguns efeitos colaterais relacionados aos bisfosfonatos têm sido descritos tanto na população adulta como na infantil. A febre é o efeito adverso mais comumente descrito no uso endovenoso, no entanto, a hipocalcemia (que costuma ser transitória e assintomática) tamém tem sido relatada na população infantil (55). Além disso, uveíte ante10 ______________________________________________________________Introdução rior, episclerite e conjuntivite transitória têm sido descritas com o uso endovenoso de bisfosfonatos (60). Mialgia transitória, leucopenia, linfopenia e distúrbios gastrointestinais podem ocorrer com o uso de bisfosfonatos (61). Outro efeito potencial do uso de bisfosfonato é o efeito tóxico renal. Em 1994 O’Sullivan e col descreveram a ocorrência de falência renal aguda com aumento de creatinina sérica em um paciente que fez uso inadvertido de altas doses de etidronato endovenoso (62). Mais recentemente, casos de nefrotoxicidade em pacientes que receberam alendronato (63, 64) pamidronato (65) e ácido zoledrônico (66) têm sido descritos. O mecanismo da nefrotoxicidade do N-BPs é desconhecido. Existem hipóteses de que o modo de ação dos N-BPs em inibir a FPP no ciclo do mevalonato pode também ser o responsável pela nefrotoxicidade (67, 68). Apesar da segurança do uso de bisfosfonatos na prática clínica, também tem sido descrita na literatura a ocorrência de osteonecrose de mandíbula (ONJ) em pacientes com câncer, tratados com bisfosfonatos endovenoso (69, 70), e com isso tem crescido a preocupação com a segurança do uso de bisfosfonatos oral, em pacientes com osteoporose. A principal apresentação clínica da ONJ é uma área óssea exposta em mandíbula, maxila ou palato. Aproximadamente 80% da ONJ envolvem lesão indolor, e 60% dos casos ocorrem após extração dentária ou cirurgia alveolar (71). A ONJ já havia sido descrita em literatura geralmente associada à irradiação de cabeça e pescoço, osteomielite e uso de glicocorticóides (70, 71, 72, 73). Em recente revisão de literatura, envolvendo uso de bisfosfonatos no tratamento de osteoporose a prevalência de ONJ foi relativamente baixa (74). Recentemente Brown e col (75) estudaram quarenta e dois pacientes pediátricos com osteoporose que receberam bisfosfonatos endovenoso por um tempo médio de 6.5 anos e foram avaliados clínica e radiologicamente para ONJ. Dos quarenta e dois pacientes, trinta e sete estavam recebendo pamidronato 1 mg/kg/dose (dose média acumulada 19.8 mg/kg) e ácido zoledrônico 0.05 mg/kg/dose (dose média acumulada 0.49 mg/kg), quatro tinham recebido somente ácido zoledrônico e apenas um recebeu pamidronato. Os autores não encontraram evidências de ONJ em nenhuma das crianças estudadas. 6.5. Uso de bisfosfonatos na OI: 11 ______________________________________________________________Introdução O primeiro trabalho que mostra o uso de bisfosfonato em OI foi feito por Devogelaer col em 1987 (76). Os autores descrevem o uso de 3-amino-1hidroxipropilidene1,1bisfosfonato (ADP ou pamidronato) via oral, em uma criança de doze anos de idade portadora de OI. Nesse trabalho, os autores observaram evidências clínicas e radiológicas dos prováveis efeitos benéficos do bisfosfonato no tratamento da OI, além de descreverem a presença de estrias rádio-opacas na metáfise óssea, que correspondiam exatamente ao período de tratamento. Alguns meses depois, Huaux e col (77) confirmaram os achados de Devogelaer ao evidenciarem o aumento de densidade óssea em duas crianças portadoras de OI tratadas com ADP. Até o início dos anos 90, havia poucos trabalhos descrevendo o uso de bisfosfonato em crianças com OI. Em 1997, Willians e col (78) descreveram o uso de pamidronato endovenoso (15mg) em um menino com OI para tratamento de hipercalcemia aguda desenvolvida após episódio de fratura. Posteriormente os autores mantiveram neste paciente tratamento profilático com clodronato na dose de 520mg/ 2 vezes ao dia. Landsmeer-Beker e col (79) em 1997 descreveram o uso de Olpadronato por via oral na dose de 5mg /dia e 10mg/dia em três crianças portadoras de OI tipo III durante 5 a 7 anos. Os autores demonstraram diminuição do número de fraturas, tendência a restaurar o tamanho normal das vértebras e ausência de efeitos colaterais. Em 1998 Astron e Soderhall (80) relataram o uso endovenoso mensal de Pamidronato por 2 a 3 anos em três crianças portadoras de OI. Nesse trabalho, os autores demostraram aumento da densidade mineral óssea visto pela DXA, bem como diminuição do turnover ósseo demonstrado através dos marcadores ósseos. Um dos trabalhos envolvendo um maior número de participantes foi realizado por Glorieux e col em 1998 (81) que descreveram o uso de Pamidronato endovenoso na dose média de 6.8±1.1mg/kg/ano a cada 4 ou 6 meses durante o período de 1.3 a 5 anos, em um grupo de trinta crianças com idade entre 3 e 16 anos. Os autores demonstraram redução da FA e NTX, com aumento da BMD e diminuição da taxa de fraturas. Entre 2000 a 2007, vários trabalhos usando bisfosfonatos oral ou endovenoso, com dose e intervalo de uso variado, têm sido descritos na literatura. Alguns desses trabalhos estão resumidos na tabela 1. Os trabalhos enumerados de 1 a 8, e os de nº 11 e nº12 foram feitos com pamidronato endovenoso; o de nº9 foi realizado com neridronato e o trabalho de nº10 descreve a comparação entre alendronato via oral e pamidronato endovenoso. 12 ______________________________________________________________Introdução O ácido zoledrônico é um dos bisfosfonatos mais potentes e o seu uso está aprovado para metástases ósseas, hipercalcemia associada à malignidade, doença de Paget e, mais recentemente osteoporose (93). Em crianças, a descrição do uso do ácido zoledrônico tem sido feita por alguns autores envolvendo tratamento de doenças ósseas variadas (94, 95, 96) e leucemia mielomonocítica juvenil (96). Em 2004, Hogler e col (95) descreveram o uso de ácido zoledrônico na dose de 0.02-0.025mg/kg e 0.05mg/kg em um grupo de 34 crianças portadoras de patologia óssea como Síndrome de Mc-Cune Albright, Osteoporose induzida por esteróide, Doenças de Perthes e necrose avascular, onde o ácido zoledrônico mostrou ser seguro. Posteriormente Munns e col (96) observaram o uso de ácido zoledrônico na dose de 0.0125mg/kg em um grupo de crianças com patologias similares às descritas por Hogler, com bons resultados. O principal efeito colateral, observado com o uso de ácido zoledrônico, foi hipocalcemia. Em 2005, Shimada e col (97) descreveram o uso de ácido zoledrônico em uma criança de 3 anos de idade portadora de leucemia mielomonocítica juvenil. Esta criança recebeu ácido zoledrônico em doses crescentes de 2.5mg/m2 de superfície corporal na primeira infusão e posterior aumento da dose para 5mg/m2 de superfície corporal (7 dias após a primeira infusão) e dose de 6.25mg/m2 de superfície corporal (14 dias após a primeira infusão). Nesse relato, a criança apresentou aumento das células brancas (leucócitos) após a terapia, hipocalcemia e hipofosfatemia assintomática, sem alterações da função renal ou sintomas flu-like. Recentemente Brown e col (75) descrevem o uso de bisfosfonatos (pamidronato e ácido zoledrônico) em um grupo de crianças com osteoporose, sendo que dos quarenta e dois pacientes estudados vinte e cinco eram pacientes com OI tipo I, quatro com OI tipo III, e seis com OI tipo IV. Nesse grupo o uso de ácido zoledrônico foi seguro, inclusive com relação à osteonecrose de mandíbula que não foi encontrada em nenhum dos pacientes. 13 Autores Ano N Dose/kg Faixa etária Efeitos adversos BMD No de fraturas 2.3-20,7 meses Tempo de seguimento(meses) 12- meses 1. Plotkin e col (82) 2. Lee yungSeng e col (83) 2000 9 0,5mg/kg por 3 dias, 4/4 meses Febre aumento diminuição 2001 6 1,5mg/kg, 2/2 meses 4,9-13,7 anos 12-23 meses Febre aumento diminuição 3. Rauch e col (84) 2002 125 < 2 anos: 0,25-0,5mg/kg/dia por 3 dias, 2/2 meses 2-3 anos: 0,38-0,75mg/kg/dia por 3 dias, 3/3meses >3 anos: 0,5-1mg/kg/dia por 3 dias, 4/4 meses 1,4-17,5 anos 2,4 anos (27 meses) não avaliado aumento não avaliado 4. Falk e col (85) 2003 6 0,5-1,0mg/kg/dia, 4/4 meses (2-4 meses) 1,8-14,7 anos 27-39 meses aumento não houve diferença 5. Rauch e col (86) 2003 165 < 2 anos: 0,25-0,5mg/kg/dia por 3 dias, 2/2 meses 2-3 anos: 0,38-0,75mg/kg/dia por 3 dias, 3/3meses >3 anos: 0,5-1mg/kg/dia por 3 dias, 4/4 meses 2 semanas17,9 anos 4 anos febre, mialgia, irritabilidade, astenia não avaliado não avaliado não avaliado 6. Zeitlin e col (87) 2003 125 < 2 anos: 0,25-0,5mg/kg/dia por 3 dias, 2/2 meses 2-3 anos: 0,38-0,75mg/kg/dia por 3 dias, 3/3meses >3 anos: 0,5-1mg/kg/dia por 3 dias, 4/4 meses 0.5-17.9 anos 4 anos não avaliado não avaliado não avaliado 7. DiMeglio e col (50) 2004 9 < 24 meses: 0,5mg/kg/dia por 3 dias, 2/2meses 24-36 meses: 0,75 mg/kg/dia por 3 dias, 3/3 meses > 36 meses: 1mg/kg/dia, por 3 dias, 4/4 meses 11 -29 meses Febre aumento diminuição 1-35 meses 8. Arikoski e col (88) 2004 26 1mg/kg/ dia por 3 dias, 3/3meses 3,2-15,5 anos 12 meses não avaliado aumento não avaliado 9. Gatti e col (89) 2005 44 2mg/kg/ciclo (Neridronato), 3/3 meses 6-11 anos 3 anos Sintomas flu-like aumento diminuição 10. DiMiglio e col (90) 2006 18 1mg/kg/dia por 3 dias, 4/4 meses (Pamidronato) 1mg/kg/dia (alendronato) 3-13 anos 2 anos febre, vomito aumento diminuição mialgia, 11. Choi e col 2007 11 30mg/m2 1x/mês 0.9-13.8 anos 6-36 meses Febre aumento diminuição (91) 2 12. Lowing e col 2007 43 10-30mg/m 1x/mês 4meses-16 anos 1 ano não avaliado aumento não avaliado (92) Tabela 1: Relação dos trabalhos que avaliaram o uso de bisfosfonatos em crianças com fragilidade óssea. Os trabalhos enumerados de 1 a 8, o de nº 11 e o de nº12 foram feitos com pamidronato endovenoso; o trabalho de nº9 usou neridronato e o trabalho de nº10 descreve a comparação entre alendronato via oral e pamidronato endovenoso. 14 _______________________________________________________________Introdução II - Osteoporose pseudoglioma (OPPG) 1. Introdução: A OPPG é uma doença autossômica recessiva rara caracterizada por alterações oculares e ósseas. Estima-se que sua incidência na população seja de aproximadamente de 1:2. 000.000 com predomínio pelo sexo masculino na proporção de 3:1 (98). O interesse pelo estudo genético da OPPG ganhou ênfase quando em 1996 Gong e colaboradores (99), analisando 16 amostras de DNA, mapearam a região 11q12-13 como gene candidato responsável pela OPPG. Em 1998 Hey e col (100), na tentativa de encontrar genes candidatos para diabetes mellitus tipo1 no lócus 11q13, identificaram um novo membro da família de receptores de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o qual foi nomeado como ”low–density lipoprotein receptor-related protein 5” (LRP5). O mesmo grupo realizou a clonagem do c-DNA de ratos e encontrou homologia de 94% com a proteína humana. Em 1998, Dong e col (101) isolaram o c-DNA do LRP5 em humanos. Recentemente Gong e col (14) identificaram mutações no gene do LRP5 como causadoras da OPPG. Em adição Levasseur e col (102) observaram que ratos com deficiência na lrp5, apresentavam baixa massa óssea, baixo peso corporal e comprometimento ocular. Em 2002 Kato e col (103), estudando ratos com deficiência de lrp5, confirmaramm os dados de Levasseur (102) O gene do LRP5 está localizado no cromosomo11q12-13 (104) e codifica uma proteína de 1615 aminoácidos, faz parte da família do receptor de lipoproteínas da baixa densidade (LDLR), os quais são receptores de superfície celular com um único domínio transmembrânico. Até o momento 13 membros dessa família foram descritos. As proteínas da família LDLR têm características típicas que são preservadas em todos os seus membros e são compostas por seis estruturas: uma seqüência sinalizadora; quatro YWDT motif (propeller domain, essa região é composta por uma repetição dos aminoácidos: tirosina, triptofano, ácido aspártico e tirosina); quatro seqüências de fator de crescimento epidermal (EGF) que contêm aproximadamente 40 aminoácidos (dos quais a cisteina é o mais freqüente); três seqüências do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDLR), um domínio transmembrânico, um domínio citoplasmático (figura 1). Na membrana do osteoblasto o LRP5 está localizado entre dois outros receptores de superfície celular que são os receptores da família Frizzled (Fz) e Kremen. A interação en- 15 _______________________________________________________________Introdução tre esses receptores de superfície é crucial para a sinalização intracelular. A porção extracelular do LRP5 liga-se a diferentes fatores, sendo os mais importantes os receptores da família Wnt, Dickkopfs (Dkks) e Frizzled (Fz). O LRP5 age como co-fator para o receptor Wnt, na sinalização intracelular que envolve o mecanismo de ação da ß-catenina. 2. Via de sinalização Wnt (wingless): Figura 2 As proteínas da família Wnts são ricas em cisteínas e são importantes na osteoblastogenesis através de sua interação com outros receptores de superfície da membrana celular na via canônica da ativação da ß-catenina. A via de sinalização Wnt pode ocorrer por três diferentes caminhos que pode envolver uma via canônica e duas vias não canônicas. As duas vias não canônicas envolvem o cálcio e a via de polaridade celular. A via canônica envolve diretamente o LPR5, o qual juntamente com outros receptores está envolvido na estabilização da ß-catenina e será descrita com mais detalhes a seguir. A via de sinalização canônica/Wnt/ß-catenina é complexa e requer a ligação do Wnt com co-receptor Fz e LRP5/6, para estabilização do sistema Wnt/ ß-catenina intracelular, durante a ativação da formação óssea. Quando ocorre a ligação Wnt/ LRP5/Fz na membrana celular há um recrutamento e fosforilação da proteína intracelular Disheveled (Dvl), que vai então para a superfície celular. Quando está no citoplasma a Dvl está ligada à molécula de Axin, glicogênio kinase sintase 3 (GKS3) e APC (adenomatous polyposis coli), formando um complexo que leva á fosforilação da ß-catenina e sua degradação. No entanto quando a Dvl é recrutada para a superfície celular, o complexo terciário é desfeito, a GKS3 libera a ß-catenina, a qual se acumula no citoplasma e migra para o núcleo celular onde se liga aos fatores de transcrição TCF/LEC (fator de células T/ fator de ligação de leucócitos). A ligação ß-catenina/TCF/LEC é crucial na ativação do gene de transcrição do Ruxn2/CBFA1. Por outro lado, se a ligação Wnt-Fz/LRP5/6 é inibida, haverá captura intracelular da ß-catenina com formação de um complexo terciário que facilita a sua fosforilação e degradação pelo sistema umbiquinina-proteossoma. A inibição da ligação Wnt/LRP5/Fz ocorre quando os receptores de superfície celular Kremen e receptor Dickkopfs (Dkks) se ligam ao LRP5, bloqueando então a ligação do LRP5 a Wnt, comprometendo a via de sinalização da ß-catenina (104, 105, 106). A via de sinalização Wnt/LRP5 tem despertado muita atenção desde a descrição na literatura de que as mutações no gene do LRP5 podem tanto ser mutações que levam 16 _______________________________________________________________Introdução a ganho de função, levando a um fenótipo com massa óssea aumentada (HBM); como mutações com perda função do LRP5 que compromete a via de sinalização levando a um quadro clínico compatível com OPPG (14). 3. Aspectos clínicos: A apresentação clássica da OPPG envolve o comprometimento ósseo caracterizado por uma baixa massa óssea e envolvimento ocular; o quadro ocular pode ser uma displasia vitroretiniana com evidência de massa pseudogliomatosa, anormalidade da câmara anterior, opacidade corneana, evoluindo para phthisis bulbi. Apesar do achado ocular mais característico da OPPG ser o phthisis bulbi, tem sido descrita a presença de catarata isolada, bem como coloboma retiniano. Além do envolvimento ocular típico e a presença de osteopenia grave, podemos encontrar ossos wormianos no crânio, vértebras côncavas, deformidade de ossos longos; além disso, os pacientes podem apresentar relativa microcefalia, hipotonia muscular, frouxidão ligamentar e baixa estatura (107). Pela presença do envolvimento ocular, no início, essa patologia foi descrita como forma ocular da Osteogenesis Imperfecta (12, 13), posteriormente viu-se que se tratava de uma entidade própria e não de uma forma ocular da OI. A gravidade da doença ocular não tem relação com o quadro ósseo. Comprometimento cognitivo pode estar presente nesses pacientes, entanto, ocorre em uma minoria e é independente do comprometimento ocular e do envolvimento ósseo. Com relação às alterações laboratoriais não há alteração laboratorial típica da OPPG, de uma maneira geral os marcadores do metabolismo ósseo solicitados em exames de rotina costumam estar normais (108). Alguns dos achados clínicos da OPPG (como a presença de fragilidade óssea e fraturas) são também vistos na OI, isso justifica o fato de alguns pacientes portadores da OPPG serem inicialmente diagnosticados como portadores de OI. Nesse aspecto, o estudo genético poderia auxiliar no diagnóstico diferencial entre essas duas patologias tendo em vista que na OPPG as mutações envolvidas estão localizadas no gene LRP5 e na OI a maioria das mutações responsáveis por essa síndrome estão no gene COLIA. 4. Tratamento: 17 _______________________________________________________________Introdução Devido à raridade desta patologia não há consenso sobre o seu tratamento. Em 2000 Zacarin e col (54) relataram resultados favoráveis com uso de bisfosfonato em três crianças impúberes portadoras de OPPG. Nesse trabalho a dose usada foi de 1mg/kg dividida em 3 dias consecutivos a cada 6 meses por 2 anos. Posteriormente Bayran e col (53) descreveram o uso de pamidronato na dose de 1mg/kg mensal durante três anos com melhora do quadro álgico e mobilidade, além de aumento da BMD de coluna (0,416mg/cm2 _ 0,489mg/cm2) e colo de fêmur (0,455mg/cm2 _ 0,532mg/cm2). Ambos mostraram que o uso bisfosfonato é seguro e eficaz em pacientes com OPPG. 18 ___________________________________________________________Objetivos OBJETIVOS: ESTUDO 1: 1. Investigar a presença de mutação no gene do LRP5 em dois irmãos com quadro clínico de Osteoporose Pseudoglioma (OPPG). ESTUDO 2: 1. Avaliar a eficácia do uso de Pamidronato em duas crianças com Osteoporose Pseudoglioma (OPPG). ESTUDO 3 1. Avaliar a segurança e eficácia do Àcido Zoledrônico versus Pamidronato em um grupo de 23 crianças portadoras de Osteogenesis Imperfecta (OI) 19 _________________________________________________________________Artigo 1 ARTIGO 1 A novel mutation in the LRP5 gene is associated with osteoporosispseudoglioma syndrome. Publicado na Osteopor Int. 2007; 18: 1017-1018. 20 21 22 _________________________________________________________________Artigo 2 ARTIGO 2: "A three-year pamidronate therapy follow-up of two brothers with OsteoporosisPseudoglioma Syndrome (OPPG) carrying an LRP5 mutation" Elizabete Ribeiro Barros, Magnus R. Dias da Silva, Ilda S Kunii and Marise Lazaretti-Castro Aceito para publicação em novembro/07 no Journal of Pediatric Endocrinology and Metabolism (MS NK-371-07) 23 ________________________________________________________________Artigo 2 A three-year pamidronate therapy follow-up of two brothers with Osteoporosis-Pseudoglioma Syndrome (OPPG) carrying an LRP5 mutation Elizabete Ribeiro Barros1* , Magnus R. Dias da Silva2, Ilda S Kunii1, Marise Lazaretti-Castro1. Division of Endocrinology1, Department of Biochemistry2, Federal University of São Paulo, Brazil Short title: Pamidronate in LRP5 mutation. Keywords: Osteoporosis-Pseudoglioma, LRP5, skeletal fragility, bisphosphonate *Corresponding author. E-mail: [email protected] Address reprint requests to: Elizabete Ribeiro Barros, Division of Endocrinology, Universidade Federal de São Paulo. Rua Pedro de Toledo, 781, 12º andar, 04039-032 São Paulo - SP, Brazil, Telephone/Fax: 55-11-5084-5231 24 ________________________________________________________________Artigo 2 ABSTRACT Osteoporosis-pseudoglioma (OPPG) is a rare syndrome characterized by severe osteoporosis and ocular defects caused by homozygotic inactivation mutations in the LRP5 gene. Bisphosphonate has been demonstrated to improve Bone Mineral Density (BMD) in children with OPPG. We present here a three-year follow-up of two brothers with OPPG carrying a novel mutation in the LRP5 gene, which were treated with intravenous pamidronate. Methodology: We looked for a mutation in LRP5 gene in two brothers (12 and 4 years old) with clinical features of OPPG (blindness, low BMD and fragility fractures) and in their consanguineous parents to confirm the diagnosis of OPPG. The patients were treated with bisphosphonate for 3 years. They received 1mk/kg/day of pamidronate for 2 consecutive days, every 3 months during the first year, and every 4 months in the subsequent years. Calcium, phosphorus, total alkaline phosphatase, PTH, hepatic transaminases, creatinine and hemogram tests were performed before each infusion. Bone densitometry was performed at the baseline and at the end of the follow-up. Results and Conclusion: The affected brothers carry a missense mutation in the third codon of exon 8 (AAT-ATT) that led to the exchange of an asparagine for an isoleucine (N531I). The parents were found to be heterozygous for the mutation. The intravenous pamidronate therapy was safe for up to three years of use. Moreover, increased BMDs and decreased fracture rates were observed in our patients with OPPG. 25 ________________________________________________________________Artigo 2 INTRODUCTION The osteoporosis-pseudoglioma syndrome (OPPG) is an autosomal recessive disorder characterized by low bone mass with consequent fragility fractures associated with ocular globe degeneration, which results in severe visual impairment [1] [2]. In contrast to other hereditary childhood pathologies that affect the bones and induce fractures, individuals with OPPG do not present with defects in collagen synthesis, calcium homeostasis, or bone turnover [3]. In addition to the bone involvement, ocular abnormalities are frequent and consist of retino-hyaloid dysplasia with eyeball contraction (phthisis bulbi). Recently, Gong et al. identified mutations in the low-density lipoprotein receptorrelated protein 5 gene (LRP5) as the cause of OPPG [3]. The LRP5 gene is located on the long arm of chromosome 11 at 11q13.4, it has 23 exons, and it encodes a transmembrane protein with 1615 amino acids. In the osteoblast membrane, LRP5 acts as Wnt co-receptor by forming a complex with two other receptors, Frizzled (Fz) and Kremen, and it is crucial for intracellular signaling [1]. In eye development, LRP5 may act through Norrin signaling rather than Wnt pathway [4]. Due to the rarity of this dramatic condition, there is no consensus about any form of treatment for the bone fragility. The recent acquired knowledge regarding LPR5 function in osteoblast activities does not totally support the use of bisphosphonate in the treatment of this disease; however, it has been used in 3 children [5] and in 1 woman [6] with encouraging results regarding bone pain and bone mineral density. We had the opportunity to follow-up on two brothers from consanguineous parents with clinical characteristics of OPPG, in whom we have identified LRP5 gene mutations. In an attempt to improve bone mass and reduce the rate of fractures, we treated the patients with pamidronate plus calcium and vitamin D for three years. Their clinical features and our results are further described . PATIENTS AND METHODS The older of the two brothers (MOLP) came to the hospital when he was 12 years old. He was born at term without any other clinical co-morbidity except blindness. He developed well until the age of seven years, when he presented lumbar pain due to a spontaneous fracture of a vertebral body (L4). At the age of 11, pain in the left leg led to the diagnosis of a tibia fracture. One month later, the same occurred in the right tibia, and two 26 ________________________________________________________________Artigo 2 months later, a fracture in the right femur was detected. After that, he was referred to our hospital. Upon physical examination he had a fracture with immobilization in the right leg and was blind with atrophic ocular globes. His cognitive ability, muscle strength, and reflexes were normal. Dental development was apparently normal. In addition, he was pubertal (Tanner G3P3). His anthropometric and biochemical characteristics are shown in Table 1 and bone densitometry parameters are shown in Table 2. The youngest brother (JVOP) was 4 years old at that time and was born blind. At 2 years and 6 months, he had a fracture of the right femur after a fall from his height. He had atrophic ocular globes, blindness, and horizontal nystagmus. He was pre-pubertal (Tanner G1P1) with bilateral cryptorchia. He had normal muscle tonus and no hyperextensive joints or altered teeth. His anthropometric and biochemical characteristics are also shown in Table 1 and bone densitometry parameters are shown in Table 2. Both of the boys had adequate calcium intake and sun exposition. Their parents are healthy, consanguineous (cousins) (Figure 1), had normal bone mineral density (BMD) (Table 3) and no history of fractures or blindness. There were no similar cases in the family. This protocol was previously approved by the Federal University of Sao Paulo Ethical Committee and written informed consents were obtained from all participants and legal guardians. Pamidronate treatment: Every 3 months in the first year, and every 4 months in the second and third years, the patients received 1mg/kg/day of dissodic pamidronate (Aredia©, Norvatis) for 2 consecutive days. Pamidronate was diluted in normal saline solution and each infusion lasted at least 4 h. Additionally, both brothers received oral calcium (500mg/day) and vitamin D (5000-7000UI/week) supplementation. Bone mineral density: Dual-energy X-ray absorptiometry (DXA) was performed at the lumbar spine (L1L4) using a Hologic QDR 4500A (Hologic Inc., Waltham, MA, USA, 1996) before and after the 3 year follow-up. DXA results are expressed in BMD (g/cm2), Z-score of lumbar BMD according to the age and sex, and bone mineral content (g) (BMC). 27 ________________________________________________________________Artigo 2 Biochemistry: Before starting treatment and before every subsequent infusion, fasting blood samples were collected for determination of ionized calcium (Ca2+), total calcium (CaT), total alkaline phosphatase (AP), phosphorus (P), creatinine, aspartate amino transferase (AST), alanine amino transferase (ALT), hemogram and intact parathyroid hormone (PTH). Chemiluminescent commercial assays (Elecsys 1010, Roche Diagnostics, EUA) were used to quantify intact PTH. Ca2+ was measured by a specific ion-electrode method (AVL 9180 Electrolyte analyzer, AVL scientific Corporation, EUA). Creatinine, P and CaT were determined by an automated colorimetric method (BM/Hitachi 917). AP was measured by the kinetic enzyme method (DGKC/Bayer) while AST and ALT were measured by kineticUV-IFCC. Hemograms were performed by the automatic method (Cell-Dyn 3700/Abbott). Molecular analysis For LRP5 gene analysis, whole blood samples from the two brothers, their parents, a maternal aunt, and 50 normal controls were collected. Genomic DNA was extracted from peripheral blood leukocytes using a commercial Puregene Isolation Kit (Gentra Systems, USA) and then quantified and amplified by PCR for all 23 exons of the LRP5 gene, including intron/exon limits, using the primers described by the Osteopororis-Pseudoglioma Syndrome Collaborative Group [3]. The twenty-three PCR reactions were previously standardized using the following parameters: 20 mM Tris-HCl, 50 mM KCl, pH 8.4, 0.2 mM of each dNTP, 1.5 mM MgCl2, 2.5 U of Taq DNA polymerase, and 0.2 to 0.4 pmol of each primer in a final volume of 50 µL. Thermocycling consisted of: denaturation at 94 °C for 5 minutes, 35 cycles at 94 °C for 1 minute, annealing for 1 minute and extension at 72 °C for 30 seconds, followed by a final extension step at 72 °C for 10 minutes. The PCR reactions were carried out using a GeneAmp PCR Thermocycler System (Applied Biosystems, USA). Amplification products were confirmed by electrophoresis on a 1.8% agarose gel and staining with ethidium bromide. The PCR products were purified using a commercial GFX PCR DNA and Gel Band Purification kit (Amersham Biosciences, EUA), eluted in a small volume (30 µL), and their mass was determined in a 1.0% agarose gel stained with ethidium bromide by using the Low DNA Mass Ladder (Invitrogen, California, USA) as a reference. 28 ________________________________________________________________Artigo 2 For mutation analysis, sequencing was performed with an automated DNA sequencer (ABI PRISM 3100, Applied Biosystems) by real-time electrophoresis using a dye-terminator cycle sequencing kit. The sequencing parameters were: 2 µL of Big Dye v.2 (DNA Sequencing Kit, Applied Biosystems, USA), 1 µL of each primer F and R at 3.12 pmol/µL, 6 µL of sequencing buffer, 6 µL of DNAse-free water, and 20 ng of purified DNA. The results were analyzed and the sequences were identified by BLAST searching. RESULTS Clinical and laboratory follow-up Neither of the patients had any new fractures during the follow-up period. The oldest brother (MLOP) increased his stand height by 4cm during the 3 years of observation (1.33 cm/year), but he presented with deformed bowing legs as a consequence of his previous femur fracture. The pubertal development maintained its normal course and he was at Tanner V at the final assessment. The youngest brother (JVOP) grew up normally during the three years of follow-up and was still prepubertal at the end of the observational period. Based on the DXA Less Significant Variation obtained in our center, BMD significantly increased after 3 years of intravenous pamidronate (Table 2). Interestingly, there was no change in the Z-score for the oldest brother while the youngest moved to one standard deviation above compared to baseline. Because the biochemical and hematological results were very similar in all collected blood samples, we are presenting only the data obtained at baseline and at the third year of treatment (Table 1). There were no relevant changes at the hemogram or in serum creatinine, P, PTH, Ca2+, CaT, AST or ALT, although a significant reduction on AP levels could be observed at the three year follow up compared to baseline in both brothers. Except for a fever that occurred just after the first pamidronate infusion, no other adverse effects were detected during the observed period. The parents had normal BMD (Table 3). LRP5 mutation screening 29 ________________________________________________________________Artigo 2 The family pedigree is demonstrated in figure 1. We studied both brothers, their parents and a maternal aunt-grandmother. The other members of the family that are presented are defined as supposedly heterozygote (Figure 1). We identified an LPR5 missense mutation in the third codon of exon 8, in which an asparagine is replaced by an isoleucine (N531I), in two siblings with OPPG (homozygosis) and their consanguineous parents (heterozygosis). The patients were found to be homozygous for this mutation, while their parents and aunt are heterozygous (Figure 2). DISCUSSION During the follow-up period, the LRP5 gene was sequenced in two brothers in an attempt to identify the presence of a mutation. During the molecular investigation we found a missense mutation in exon 8 that causes a change from asparagine to isoleucine at position 531 (N531I) in the protein. This is a novel mutation that is homozygotic in the siblings, heterozygotic in their parents, and absent in 50 tested normal controls (Figure 1). The finding of a heterozygous mutation in the parents is in agreement with autosomal recessive inheritance which is typical for OPPG. Although there are some new descriptions of heterozygous LRP5 gene mutations causing bone fragility [7], the consanguineous parents are asymptomatic and display neither bone mass nor ocular alterations. We believe that this mutation is responsible for the OPPG phenotype of the patients described here. Although report of the use of bisphosphonate in the treatment of OPPG, as far we know, is restricted to just two publications [5, 6], there is vast experience with this class of drugs in children and adolescents with other bone and mineral disorders, such as osteogenesis imperfecta [ 8, 9, 10], fibrous dysplasias [11], osteoporosis juvenile idiopathic [12] and hypercalcemia [13]. During the three years of follow-up, pamidronate was demonstrated to be safe. No deleterious effects in the biochemistry or hematological parameters were detected. Fever was observed at the first infusion in both patients and it is an expected side effect that can be minimized by prophylactic anti-thermal administration. The most common adverse-effect of intravenous bisphosphonate administration is the development of a flu-like syndrome called acute-phase reaction that results from the activation of T cells and the release of pro- 30 ________________________________________________________________Artigo 2 inflammatory cytokines TNFα and INFγ (14). The symptoms last 24 to 48 hours and are usually strongest after the first infusion and progressively decrease their intensity following the subsequent infusions (15). After beginning pamidronate treatment, no new fractures were observed during the 3 years of follow-up in either of the two brothers. In the youngest patient, we observed a significant increase (31%) in the lumbar spine BMD, with a gain of one standard deviation (Z score) for his age at the end of the observational period. In the older patient, an observed increment of BMD was also evident (16.4%); however, the Z score did not change and he developed bowing legs, which certainly prejudiced his stand up stature. Nevertheless, he has been declared to have subjective improved in mobility and bone pain with the treatment. Our findings are compatible with those observed by Zacharin and Cundy (6), who described three patients with OPPG. They also showed that younger patients responded to the treatment with biphosphonates (pamidronate and clodronate) better than older patients. Bone diseases in children that are treated with pamidronate are mostly associated with high bone turnover, which justifies the use of antireabsorptives such as bisphosphonates. However, the primordial defect in OPPG, as demonstrated in our patients, is located in the LRP5 gene. This gene encodes for a protein that is present at the membrane of osteoblasts and their precursors. In the presence of a mutation that induces a loss of function, bone formation is decreased. Based on this result, the rationale for the treatment of these OPPG patients would be the use of a medication that would be able to stimulate bone formation rather than to decrease reabsorption. However, such available medication is not indicated for growing individuals, as in the case of teriparatide. Because of the statements above, bisphosphonate is the only available treatment option for these patients at this moment. The genetic study of OPPG has been of interest since 1996, when Gong et al. [16] mapped a candidate gene for OPPG to the chromosome region 11q12-13. In 1998, Hey et al. [17] identified a novel member of the LDL receptor family, named LRP5, when screening loci genetically linked to Type I Diabetes on chromosome 11q13. These authors cloned both the human and the mouse cDNAs and identified a close homology (95%) between the LRP5 proteins. In 1998, Dong et al. [18] isolated the cDNA of LRP5 in human osteoblasts. Finally, 31 ________________________________________________________________Artigo 2 Gong et al. [3] demonstrated that a mutation in the LRP5 gene was responsible for OPPG in humans. They also showed that LRP5 is able to mediate Wnt signaling in vitro by the canonical pathway, suggesting a role for this protein during osteoblastic differentiation and proliferation. So far, 27 mutations have been reported in OPPG patients and all of them are located in the extracellular domain of LRP5 [2, 19, 20, 21, 22]. The reported mutations are of the missense/nonsense type or are small insertions or deletions. Loss-of-function mutations lead to defective Dickkopf-LRP5-Wnt pathway signaling, impairment of osteoblastic differentiation and compromised bone formation. On the other hand, mutations in the LRP5 gene resulting in gain of function were found to be responsible for phenotypes characterized by increased bone mass [ 21, 22, 23]. All of these findings strongly suggest the importance of this pathway in the control of bone development and present a new horizon for the study of bone physiology and physiopathology, especially related to the current poor understanding of bone formation control. Recent knowledge opens new possibilities for the development of drugs focused on the treatment of diseases characterized by low and high bone mass, such as osteoporosis and sclerosing bone syndromes. In summary, we have described the presence of a novel LRP5 gene mutation in two brothers with blindness and fragility fracture, which confirm the diagnosis of Osteoporosis Pseudoglioma Syndrome. In these patients, the use of cyclic intravenous pamidronate was safe and efficacious at increasing bone mass and decreasing the fracture rate during the three years of follow-up. WEB RESOURCES Online Mendelian Inheritance in Man (OMIM): http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=OMIM/MIM 606605; MAAP program: 32 ________________________________________________________________Artigo 2 Table 1: Anthropometrics and biochemical parameters at baseline and during follow-up (3 years) of pamidronate treatment. MLOP Parameters Baseline Age (years) 12 15 Height (cm) 157.0 161.0 Z-score +0.44 -0.93 Weight (kg) 53.0 58.0 Z-score +1.47 +0.18 CaT (mg/dl) 9.4 8.8 8.5 9.1 8.5-10.5 Ca 1.27 1.32 1.31 1.26 1.24-1.38 P (mg/dl) 6.0 4.0 4.6 3.8 4.0-7.0 AP (UI/L) 568 330 318 235 < 970 PTH (pg/ml) 32 21 16 28 10-70 AST (U/L) 20 21 23 24 < 38 ALT (U/L) 14 29 28 34 < 41 Cr (mg/dl) 0.7 0.9 0.8 0.9 0.8-1.2 Age (years) 4 7 Height (cm) 98.5 112.5 Z-score -0.22 -0.65 Weight (kg) 13.2 17.3 Z-score -1.42 -1.44 Total calcium (mg/dl) 9.5 9.5 8.5 8.5 8.5-10.5 Ca (mmol/l) 1.31 1.34 1.32 1.33 1.24-1.38 P (mg/dl) 5.1 4.5 4.4 5.1 4.0-7.0 AP (U/L) 542 339 262 262 < 970 PTH (pg/ml) 21 19 21 25 10-70 AST (U/L) 20 20 23 24 < 38 ALT(U/L) 14 26 28 34 < 41 Cr (mg/dl) 0.9 1.0 0.8 0.9 0.8-1.2 2+ (mmol/l) JVOP 2+ First year Second year Third year Normal range 2+ Ca : ionized calcium; AP: alkaline phosphatase; PTH: parathyroid hormone; P: phosphorus; AST: aspartate amino transferase; ALT: alanine amino transferase; Cr: creatinine. 33 ________________________________________________________________Artigo 2 Table 2: Bone mineral density (BMD) and bone mineral content (BMC) of the two patients (MLOP and JVOP) Lumbar spine (L1L4) baseline Lumbar spine (L1-L4) third year BMD(mg/cm2) BMC(g) Z-score BMD(mg/cm2) BMC(g) Z-score MLOP 0.512 25.16 -3.9 0.596 28.91 -3.8 JVOP 0.227 6.46 -5.4 0.298 8.88 -4.4 Table 3: Lumbar spine and femoral neck BMD, respectives Z scores and anthropometric measures from patient´parents at baseline. Age Weight Height Lumbar Spine Femoral neck (years) (kg) (cm) BMD(mg/cm2) Z score BMD(mg/cm2) Z score Mother 37 66 168 1.009 -0.2 0.842 0.1 Father 43 96 180 0.885 -1.7 0.839 -0.1 34 ________________________________________________________________Artigo 2 Figure 1: Pedigree of the OPPG siblings carrying the N531I mutation I II III IV V Figure 2: Sequencing chromatogram of the LRP5 gene Exon 8 from the patients, parents, and a representative control. The affected siblings are homozygous, whereas their parents are heterozygous. Siblings A Parents Control 35 ________________________________________________________________Artigo 2 REFERENCES 1.Westendorf JJ, Kahler RA and Schroeder TM. Wnt signaling in osteoblasts and bone diseases. Gene, 2004; 341: 19-39. 2. Levasseur R, Lacombe D and Vernejoul MC. LRP5 mutation in osteoporosispseudoglioma syndrome and high-bone mass disorders. Joint Bone Spine, 2005; 72: 207214. 3. Gong Y, Slee RB, Fukai N, Rawadi G, Roman-Roman S, Reginato AM, Wang H, Cundy T, Glorieux FH, Lev D, Zacharin M, Oexle K, Marcelino J, Suwairi W, Heeger S, Sabatalos G, Apte S, Adkins WN, Allgrove J, Arslan –Kirchener M, Batch JA, Beighton P, Black GC, Boles RG, Boon LM, Borrone C, Brunner HG, Carle GF, Dallapiccola B, De Paepe A, Floege B, Halfhide ML, Hall B, Hennekam RC, Hirose T, Jans A, Juppner H, Kim CA, Keppler-Noreuil K, Kohlschuetter A, LaCombe D, Lambert M, Lemyre E, Letteboer T, Peltonen L, Ramesar RS, Romanengo M, Somer H, Steichen-Gersdorf E, Steinmann B, Sullivan B, Superti-Furga A, Swoboda W, van den Boogaard MJ, Van Hul W, Vikkula M, Votruba M, Zabel B, Garcia T, Baron R, Olsen BR, Warman ML; OsteoporosisPseudoglioma Syndrome Collaborative Group. LDL receptor-related protein 5 (LRP5) affects bone accrual and eye development. Cell 2001; 107: 513-23. 4. Ai M, Heeger S Bartels CF, Schelling DK and Osteoporosis-Pseudoglioma Collaborative Group. 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Little RD, Carulli JP, Del Mastro RG, Dupuis J, Osborne M, Folz C, Manning SP, Swain PM, Zhao SC, Eustace B, Lappe MM, Spitzer L, Zweier S, Braunschweuger K, Benchekroun Y, Hu X, Adair R, Chee L, FitzGerald MG, Tulig C, Caruso A, Tzellas N, Bawa A, Franklin B, Mc Guire S, Nogues X, Gong G, Allen KM, Anisowiez A, Morales AJ, Lomedico PT, Recker SM, Van Eerdewegh P, Recker RR and Johnson ML. A mutation in the LDL receptor-related protein 5 gene results in the autosomal dominant high-bone-mass trait. Am J Hum Genet. 2002; 70: 11-19. 21. Toomes C, Bottomley HM, Jackson RM, Towns KV, Scott S, Mackey DA, Craig JE, Jiang L, Yang Z, Trembath R, Woodruff G, Gregory-Evans CY, Gregory-Evans K, Parker MJ, Black GC, Downey LM, Zhang K and Inglehearn CF. Mutations in LRP5 or FZD4 underlie the common familial exudative vitreoretinopathy locus on chromosome 11q. Am J Hum Genet. 2004; 74: 721-730. 22. Van Wesenbeeck L, Cleiren E, Gram J, Beals RK, Benichou O, Scopelliti D, Key L, Renton T, Bartels C, Gong Y, Warman ML, De Vernejoul MC, Bollerslev Jans and Van Hul W. Six novel missense mutations in the LDL receptor-related protein 5 (LRP5) gene in different conditions with an increased bone density. Am j Hum Genet. 2003; 72: 763-771. 23. Boyren LM, Mao J, Belsky J, Mitzner L, Farhi A, Mitnick MA, Wu D, Insogna K and Lifton RP. High bone density due to a mutation in LDL-receptor-related protein 5. N Engl J Med. 2002; 346: 1513-1521. 38 ___________________________________________________________________Artigo 3 ARTIGO 3: SEGURANÇA E EFICÁCIA DO USO DE ÁCIDO ZOLEDRÔNICO COMPARADO AO PAMIDRONATO EM CRIANÇAS COM OSTEOGENESIS IMPERFECTA: Um ano de seguimento. Elizabete Ribeiro Barros1, Gabriela L Saraiva 1e Marise Lazaretti-Castro1 Unidade de doença osteo-metabólica, Divisão de Endocrinologia, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. Artigo submetido ao Journal Bone Mineral Metabolism 39 ___________________________________________________________________Artigo 3 SAFETY AND EFFECACY OF THE USE OF ZOLEDRONIC ACID COMPARED WITH PAMIDRONATE IN CHILDREN WITH OSTEOGENESIS IMPERFECTA WITHIN A 1-YR FOLLOW UP Authors: Elizabete Ribeiro Barros1*, Gabriela L Saraiva 1e Marise Lazaretti-Castro1 Bone and Mineral Unit, Division of Endocrinology, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil. *Corresponding author's: Elizabete Ribeiro Barros. Rua Pedro de Toledo, 781, 12 andar, Vila Clementino. São Paulo-SP-Brazil. CEP: 04039-032. Fone: 55 11 50845231. Fax: 55 11 50845231. E-mial: [email protected] Key words: osteogenesis imperfecta, zoledronic acid, efficacy, BMD, pamidronate. Conflict of Interest: Dr. Lazaretti-Castro has consultations from Eli Lilly, Novartis, Merck and Sanofi-Aventis. All other authors have no conflicts of interest. 40 ___________________________________________________________________Artigo 3 ABSTRACT: Pamidronate infusions are the standard of care for the treatment of children with Osteogenesis Imperfecta (OI). Zoledronic acid is a late-generation bisphosphonate with higher potency and a faster intravenous infusion rate than pamidronate. However, its efficacy and safety have not been established for OI patients. We now report an open-label, prospective, and randomized clinical analysis to study the safety and efficacy of zolendronic acid compared with pamidronate in 23 children with OI. The children were selected on a first-come, first-served basis to receive 1 mg/kg/day of pamidronate (PAM group) over 2 days, or 0.025-0.05 mg/kg/day zoledronic acid over 2 days (ZOL group), every 3-4 months according to their ages during a 1-yr follow up. We tested bone mineral density (BMD), fracture rates, and biomarkers of bone turnover, which included alkaline phosphatase (AP), osteocalcin (OC), and C-telopeptide collagen type 1 (CTX). All 11 children from the PAM group and 12 from the ZOL group improved their BMD and decreased their fracture rate. Moreover, they did not show changes in the OC and CTX biochemical markers, except for AP in the ZOL group, which was reduced from baseline by the 3rd and 4th infusions (p=0.032). Mild side effects were similar in both groups (mostly fever, myalgia, headache, nausea and vomiting), but without clinical or lab hypocalcemia. Weight and height growth seemed to be preserved in all patients. We concluded that the use of zoledronic acid in the dose and period we studied was safe and effective in promoting similar clinical and densitometric improvements to those seen with the use of pamidronate in OI children. 41 ___________________________________________________________________Artigo 3 INTRODUCTION: Osteogenesis imperfecta (OI) is a genetic disorder that occurs in 1 out of 20,000 newborns [1] and is characterized by bone fragility and an increased risk of fractures and skeletal deformities. Its most common defect is derived from a disruption of type I collagen, the major protein component of bone tissue. The OI pleiotropic phenotype is given by a series of clinical features that may or may not be present, such as blue sclera, dentinogenesis imperfecta, short stature, skeletal deformities, ligamentous laxaty, and hearing loss [2]. Its severity is closely related to the number of fractures and bone deformities, which can vary widely in different types of OI, even among patients the same family. According to the original classification of Sillence [3] in 1979, OI was classified based upon clinical findings as type I, II, III, or IV; this classification system has become broadly employed. Progress in molecular studies has added three new types (V, VI, VII) to this syndrome classification [4-7]. However, due to the relative inaccessibility of molecular screening for mutation, diagnosis and classification of OI is still based on clinical features. OI type I is characterized by mild clinical findings in patients with frequent familial inheritance of autosomal dominant traits. Type II is the most severe form, usually lethal in the neonatal period. Type III is characterized by multiple fractures and severe skeletal deformity, which ultimately limits the patient to a wheelchair. The latter generally presents height and weight impairment, while maintaining characteristic facies including a triangular shape of the face, prognathism and frequent dental abnormalities. Type IV is of intermediary clinical severity between types I and III. The bone mineral density in patients with OI (measured by DXA) is generally low. Moreover, histomorphometric studies have shown increased osteoclastic activity and decreased osteoblastic activity, with markedly reduced bone volume [8.9]. Until recently, the treatment of OI was based almost exclusively on orthopedic surgery aimed at correcting fractures and/or deformities. However, clinical treatment with bisphosphonates has significantly changed the natural history of this disease, improving the quality of life and reducing the number of fractures in these patients. Intravenous pamidronate has been the most frequently used treatment, with remarkably positive 42 ___________________________________________________________________Artigo 3 outcomes for OI patients [11-16]. Different doses and intervals have been reported, but for safety reasons, the infusion rate needs to be slow, usually taking four hours or more. A late-generation bisphosphonate of higher antiresorptive potency, termed as zoledronic acid, can be used with faster infusions of between 15 and 30 minutes, and is becoming an attractive therapeutic option. The rapid infusion rate considerably facilitates its use in children. However, the safety and effectiveness of its use in the child population is still limited. In 2004, Hogler et al. [17] described the use of zoledronic acid in a group of 34 children suffering from various bone disorders, including Mc-Cune Albright syndrome, steroid-induced osteoporosis, Perthes disease, and avascular necrosis. The study demonstrated that zoledronic acid was safe. Later, Munns et al. [18] described the use of zoledronic acid in a group of children with diseases like those described by Hogler, reinforcing its safety. Based on these observations, we conducted a prospective, open study in children with OI, wherein patients were randomly selected and randomized to receive either zoledronic acid or pamidronate in order to evaluate the comparative safety and effectiveness of these bisphosphonates. SUBJETCS AND METHODS Patients: This research protocol was previously approved by the Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) ethics committee, and all of the patients’ legal guardians furnished written consent. This study compared 23 patients clinically diagnosed with OI (type I, III, IV). Children were randomly selected for different treatment groups, either pamidronate (PAM) or zoledronic acid (ZOL), for a period of 12 months, over a total of four infusions. The indication for treatment (pamidronate or zoledronic acid) was based on the presence of clinical signs of OI associated with the presence of at least one fracture per fragility in the past year before the randomization. All patients were followed up in the outpatient clinic at the University. None of the children who were in the study had previously received any treatment with biphosphonates. 43 ___________________________________________________________________Artigo 3 The PAM group was composed of 11 children with an average age of 9.2±4.6, consisting of nine boys and two girls (Table 1). The dose intervals varied with age. Children under three years of age received pamidronate in a dosage of 1 mg/kg/day for two consecutive days, every three months, and children over three years of age received pamidronate in a dosage of 1 mg/kg/day for two consecutive days, every four months. The pamidronate was diluted in a sterile saline solution at 0.9%, and was infused intravenously during a period of four hours. The ZOL group was composed of 12 children, with an average age of 6.1±4.0, consisting of eight boys and four girls. The dose intervals varied with age. Children under three years of age received zoledronic acid with a dosage of 0.025 mg/kg/day for two consecutive days, every three months, and children over three years received zoledronic acid with a dosage of 0.05 mg/kg/day for two consecutive days, every four months. Zoledronic acid was diluted in a sterile saline solution at 0.9% in volumes that varied from 50 to 100ml according to the child’s weight, and was infused during a period of 30 minutes. Zoledronic acid (Zometa®) was kindly supplied by Novartis, and the pamidronate used was obtained from the hospital pharmacy as used in the daily clinical treatment of OI. Both the PAM and ZOL groups received a total of four cycles of biphosphonates. All patients also received daily vitamin D and calcium supplements in the appropriate doses for their age. Biochemistry: Before starting the treatment and before every subsequent infusion, fasting blood samples were collected to determine the total calcium (Ca), total alkaline phosphatase (AP), phosphorus (P), intact parathyroid hormone (i-PTH), aspartate amino transferase (AST), alanine amino transferase (ALT), hemogram, and creatinine (Cr). Osteocalcin (OC) and linked C-telopeptide of type I collagen (CTX) were measured at baseline and before the last (4th) infusion. Chemiluminescence commercial assays (Elecsys 1010, Roche Diagnostics, USA) were used to quantify i-PTH, OC and CTX. Phosphorus, creatinine, and total calcium were measured by the automated calorimetric method (BM/Hitachi 917/Roche Diagnostics, USA). AP was determined by the kinetic enzyme method (DGKC/Bayer, Germany). AST and ALT 44 ___________________________________________________________________Artigo 3 were measured by kinetic-UV-IFCC (Roche Diagnostics, USA). Hemogram was obtained by an automatic method (Cell-Dyn 3700/Abbott, USA). Immunoradiometric assays (Nichols Institute Diagnostics, San Juan Capristrano, CA) were employed to measure 25OH vitamin D at baseline. Anthopometric measurements: The patient’s weight was measured using an electronic scale (FilizolaR Mod E300) with a sensitivity of 200 g, and height was determined using a stadiometer with a sensitivity of 1 mm. Children with important deformities in the limbs, or younger than three years, were measured in the horizontal position. All other measurements were done in an ortostastic position. Height and weight measurements were converted to an age- and sexspecific Z-score using reference software [19]. Bone Mineral Densitometry (BMD): BMD was performed in the antero-posterior direction at the lumbar spine (lumbar vertebra 1 to 4) and total body using a Hologic QDR 4500A (Hologic, Inc., Waltham, MA, USA) at baseline and after the 4th infusion of either pamidronate or zoledronic acid. Areal BMD (g/cm2) and BMC (g) were measured and the Z-scores from the lumbar spine BMD were calculated by pediatric software based on an age- and sex-matched normal population from a database provided by the densitometer manufacturer. The second densitometry was done within 30 days of the last infusion of pamidronate or zoledronic acid. Lumbar spine BMD was obtained in the PAM group in 8 and 10 patients at baseline and at the end of the study, respectively. For the ZOL group, BMD was obtained in 9 and 11 children at baseline and after treatment, respectively. Severe scoliosis was the major limiting factor in the analysis of lumbar spine BMD. Total body BMD at baseline was obtained in the PAM group in 10 patients at baseline and after treatment, whereas in the ZOL group, it was measured in 12 patients at baseline and 11 after treatment. Statistical analyses: Statistical analyses were done with Statistical Analysis System (SAS) version 9.1. The data are shown as mean ± standard deviation for numeric variables, and as percentages for categorical variables. Drug efficacy was evaluated using variance analysis 45 ___________________________________________________________________Artigo 3 (ANOVA) with repeated measurements. The comparisons between time intervals, or between the groups, were done through the construction of contrasts. The association between qualitative variables was obtained through the chi-square test or Fisher’s exact test. For the entire analysis, a significance level of 5% was adopted, meaning that results showing p-values under 5% (p<0.05) were considered significant. RESULTS Clinical characteristics: Clinical characteristics at baseline in the PAM and ZOL groups are shown in Table 1. Although selected randomly, the average age of patients in the PAM group was significantly higher than in the ZOL group. The PAM group was composed of 11 children, of which one presented with OI type I, eight with type III and two with type IV. Dentinogenesis imperfecta (DI) was observed in 9 out of 11 patients. Ten out of 11 children presented with blue sclera and two with hearing loss. The ZOL group was composed of 12 children, of which two presented with OI type I, six with OI type III, and four with OI type IV. DI was present in eight patients, and blue sclera in 11 patients. None of the children in this group presented hearing issues. The average weight in the PAM group was higher than in the ZOL group at the beginning (25.7±17.8 and 14.6±5.9 Kg, respectively) of the study and at the end (28.8±18.1 and 17.8±5.4 Kg, respectively) of the treatment, albeit with only slight significance (p=0.056 and p=0.047, respectively). The increase in weight observed in each group throughout the treatment showed no statistical difference. Height averages in both groups were neither significantly different at the beginning (106.9±30.3 and 92.1±14.9 cm, respectively) nor at the end of treatment (111.7±30.3 and 97.0±16.0 cm, respectively), with p=0.150 and p=0.153, respectively. There was no significant change in height in either group throughout the treatment. However, the PAM group had four patients in puberty; while there was only one such patient in the ZOL group, this difference was not statistically significant. Laboratory data: The evolution of laboratory parameters that were directly related to bone metabolism is shown in Table 2. There was no significant difference in relation to P, i-PTH, 46 ___________________________________________________________________Artigo 3 OC and CTX between the groups at any moment, nor within the same group throughout the treatment. Ca was lower in the ZOL group at baseline and before the second infusion compared to the PAM group (P= 0.042 and 0.037, respectively). AST was also lower in the ZOL group compared to the PAM group at baseline, but both of these differences have no clinical relevance. The levels of AP were not different between groups at any moment. Nevertheless, in the ZOL group there was a significant reduction in the levels between the baseline and the third infusion (P=0.044), and between the baseline and the fourth infusion (P=0.032) (Figure 1). The other parameters analyzed (AST, ALT, urea, creatinine) showed no significant change throughout the follow-up period or between treatments (Table 2). No abnormal results were observed in the different hematological parameters in any of the groups treated. All patients showed levels of 25OHD >50 nmol/L at baseline, with averages of 99.8±28.6 and 84.8±33.1 nmol/L in the PAM and ZOL groups, respectively. BMD results: DXA parameters at baseline and after the last infusion of bisphosphonate are shown in Table 3. None of the densitometric parameters evaluated differed between groups at baseline. After treatment, both groups increased their Z-score average, seemingly more so in ZOL group, and their BMD in the lumbar spine. The total body BMC increased only in the ZOL group. At the end of the treatment, the Z-score means in lumbar spine for the PAM group were lower than in the ZOL group, with a borderline significant difference (p=0.053). Fracture rate: The annual fracture rate in the PAM group at the beginning of the treatment was 3.24±2.24, and in the ZOL group it was 3.73±4.01, with no significant differences between groups (P=0.657). At the end of the follow up period, both groups showed a decrease in the fracture rate (P=0.025 and P=0.048, respectively). These data are shown in Table 4. Side effects: We observed side effects only after the first infusion of both groups. There was no significant difference in the predominance of side effects between the groups. The side 47 ___________________________________________________________________Artigo 3 effects in the PAM group included fever in all patients, vomiting in four, nausea in three, myalgia in one, epigastralgy in one and skin rush in one. The side effects in the ZOL group included fever in all patients, vomiting in four, nausea in four, myalgia in one and headache in two. All the signs and symptoms observed showed improvement after the use of symptomatic drugs such as acetaminophen and/or metoclopramide. DISCUSSION We herein report on the safety and the effectiveness of the use of zoledronic acid in young children with osteogenesis imperfecta at the end of the first year of follow-up. The rationale for the comparative study between pamidronate and zoledronic acid in children and teenagers is the possibility of a faster intravenous infusion (30 minutes) of the latter, reducing stress at the moment of administration and the length of hospital stay, which has great impact on health, especially when considered among the pediatric population. For these reasons, we sought to broaden the safe use of zoledronic acid, as well as its efficacy in children with OI. Due to local ethics committee reasons, we were guided to not include a placebo control group. OI children from both the PAM and ZOL groups showed a significant increase in bone mass during the treatment. This increase was more evident in the spinal BMD, spinal Z-score and total body BMC, in both the PAM and ZOL groups. Most of the patients studied were prepubertal (average age in the PAM group was nine years old and in the ZOL group was six years old), thus bone mass increase with the use of biphosphonates cannot be credited to the peak gain of bone mass associated with puberty. We are aware of the interference caused by height and growth on the results of DXA, especially in relation to BMC (20). However, no significant change in height was detected in any of the groups throughout the follow-up. This strongly suggests that the increase in bone mass observed was real and not a bias of the technique. Z-score changes showed the treatment efficacy more clearly. They certify that children with OI, when treated with bisphosphonates, improved their bone mineral density relative to that of normal children of the same age, and this Z-score improvement was even more evident in the ZOL group. In our study, the pamidronate’s annual accumulated dose was 8 mg/kg, an amount very close to the doses described in the literature of 6.8 to 9.0 mg/kg [13- 15, 21]. The annual accumulated dose of zoledronic acid used was 0.2 to 0.4 mg/kg. At the beginning of 48 ___________________________________________________________________Artigo 3 our project in 2002, there was no experience published about the use of zoledronic acid in children. For this reason, the dosage chosen was based on the proportion observed between pamidronate and zoledronic acid that was being used in oncological treatments. In this way, our annual accumulated dosage of zoledronic acid is slightly higher than the one later used by Hogler (0.2 mg/kg/year) and by Munns (0.15 mg/kg/year) for children with different bone diseases. Notwithstanding, our therapeutic design proved to be safe in terms of biochemical and hematological evaluations, and resulted in an increased bone mass and decreased fracture rate without undesirable skeletal changes that could have been observed. No skeletal changes in hyperdensity were observed in any of the patients such as the one described by Whyte et al. [22] in a child who received very high doses of pamidronate (about four times the dose usually recommended for OI). Additionally, no patient showed any oral changes that would suggest osteonecrosis of the jaw, another adverse effect that has been associated with the use of biphosphonates, especially in oncological patients and patients that have used high doses of these drugs [23]. However, we would point out that there is still no consensus published about the dose of zoledronic acid to be used in children. Indeed, our report is the first study that used this drug in children with OI in a controlled and systematic trial. The incidence of hypocalcemia and hypophosphatemia after the infusion of zoledronic acid was described by Hogler and co-workers as an early event, checked just after the first infusion of zoledronic acid. In our study, we did not observe changes in plasmatic levels of calcium, phosphorus, or I-PTH collected before each infusion, but we lacked an earlier evaluation measure. Nevertheless, if there was calcium and phosphorus alteration in the first days after the infusion, this decrease was totally asymptomatic and transitory, likely with spontaneous resolution. Besides, normal levels of 25OH vitamin D observed at the beginning of the treatment may have contributed to the lack of either clinical or laboratorial hypocalcemia in our patients. Medical literature about intravenous pamidronate treatment in children has shown decreased levels of AP [10, 12, 24], osteocalcin [24], N-telopeptides of type I collagen (NTX) [12, 14, 25], and urine calcium [14]. In our study, AP showed a significant drop in the ZOL group, observed from the 3rd and 4th doses in relation to the baseline, while in the PAM 49 ___________________________________________________________________Artigo 3 group there was no significant difference observed throughout the treatment. Since ZOL seems to be a stronger inhibitor of bone turnover than PAM, this could justify such a result. There was no significant variation observed throughout the treatment in any of the groups regarding two other bone biomarkers, CTX and OC. Regarding measured bone biomarkers, two other aspects should be considered. First, 4 out of 11 children from the PAM group were in puberty, while in the ZOL group, only 1 child was in puberty. It is known that during puberty AP levels can increase. The second aspect is related to the presence of fractures at the moment of blood collection that could interfere with the interpretation of the data. Nevertheless, the normal values of these new bone turnover markers are not well-established in children and teenagers, which makes the interpretation of their absolute values difficult. Since we did not have a paired control group, we could not make such comparison. Interestingly, we also observed a significant similar reduction in the fracture rate throughout the treatment in both of the groups studied. No clinical signs of non-union or delayed union of any fractures were observed in either group. Most of the fractures previously referred to by the patients in their history could not be documented, which is a limiting factor of our study. We believe that if there had been no therapeutic intervention, the group could have shown a higher fracture rate than the one treated. However, we know that the follow-up time was too short for a clear conclusion about the efficacy of any of biphosphonates on the fracture rate. In some patients, we had the opportunity to analyze xrays of different parts of the skeleton during treatment, and we observed signs of hyperdense lines related to the infusions. This radiologic sign was detected in patients from both groups without other signs of sclerosis, as shown in Figure 2. Subjective clinical improvement was reported by most patients, or their families, even though it was not measured, including increased bone mobility and improved wellbeing. Recently, Brown and co-workers described the use of ZOL and PAM in children with different forms of bone diseases, including OI, and also demonstrated safe results [26]. We conclude that the use of zoledronic acid in the dosage and period studied is safe and efficient to promote a clinical and densitometric improvement, similar to the use of pamidronate. Moreover, we need to expand the study to include a larger number of participants in the future, followed by a histological analysis of bone tissue. A longer period 50 ___________________________________________________________________Artigo 3 of follow-up would greatly help in determining the long-term safety versus the efficacy of zoledronic acid in children with OI. 51 ___________________________________________________________________Artigo 3 Table 1: Clinical features of the patients at baseline from both groups. Type of OI Sex Age(years) pubertal status weight(kg) (Z-score) height (cm) (Z-score) DI Fracture no Annual Fracture rate Pamidronate 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Mean±SD IV III III III III I III IV III III III Male Male Female Male Male Male Male Male Female Male Male 12.99y 13.18y 10.25y 11.56y 7.2y 13.9y 6.25y 1.13y 1.75y 14.33y 8.82y 9.2±4.6 Pubertal Pubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Pubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Pubertal Prepubertal 32 (-1.78) 37.4 (-1.22) 24 (1.73) 69.4 (5.20) 19.5 (-1.45) 40 (-1.30) 9.4 (-5.03) 8* 5.4* 21.4 (-3.88) 22.5 (-1.40) 25.70±17.83 127 (-3.54) 126 (-3.75) 117 (-3.25) 159 (1.71) 107 (-2.99) 147 (-1.77) 70 (-9.22) 56* 46* 105 (-6.86) 103 (-5.22) 106.75±30.31 yes yes yes yes yes no yes no yes yes yes 60 35 30 30 24 12 10 10 4 38 35 4.62 2.65 2.92 2.59 3.33 0.86 1.60 9.01 2.29 2.65 3.96 3.24±24 Zoledronic acid 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mean±SD IV I III IV IV I III III IV III III III Male Female Male Female Male Male Male Male Female Female Male Male 2.91y 1.69y 3.23y 2.28y 7.21y 7.87y 9.43y 5.35y 4.58y 8.38y 15.89y 3.79y 6.1±4.0 Prepubertal Prepubetal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Prepubertal Pubertal Prepubertal 10 (-2.86) 10.3 * 10 (-2.91) 11.2 (-1.09) 17 (-2.40) 28.5 (1.17) 13 (-4.00 ) 9 (-4.76) 11.4 (-3.06) 17 (-2.43) 22 (-4.64) 10.7 (-2.47) 14.56±5.93 81 (-3.72) 76 * 5.5 (-7.28) 84.5 (-1.10) 116 (-1.29) 121.7 (-0.87) 82 (-9.40) 95 (-3.48) 86.2 (-8.39) 102 ( -4.33) 89 (-10.99) 85.3 (-3.84) 92.0±14.89 yes no yes no no yes yes yes yes yes yes no 4 3 13 5 40 13 33 15 16 12 20 60 1..37 1.78 4.02 2.19 5.55 1.65 3.49 2.80 3.49 1.43 1.25 15.83 3.73±4.01 DI: dentinogenesis imperfecta * out of age range Fracture n: fracture number at moment included in the follow-up will put average and DP 52 ___________________________________________________________________Artigo 3 Table 2: Baseline laboratory settings and before each infusion 1st inf N 2sd inf n 3th inf N 4th inf P 10 12 9.6±0.9 9.0±0.7 0.042 11 10 9.9±0.8 9.4±0.9 0.037 10 11 9.6±0.5 9.2±0.5 0.185 11 12 9.0±0.4 9.4±0.2 0.168 0.448 0.063 10 12 4.7±0.6 4.8±0.8 0.970 9 10 5.1±0.7 4.7±0.8 0.298 9 11 4.9±0.9 5.0±0.6 0.793 9 12 4.7±0.6 4.7±0.4 0.870 0,675 0.715 9 12 25.3±12.5 28.8±11.2 0.544 7 10 23.5±8.3 27.3±18.2 0.562 3 12 32.3±17.9 28.8±9.6 0.681 9 12 28.1±16.4 26.9±10.7 0.837 0.976 0.756 11 12 28.8±15.3 34.7±9.7 0.158 10 10 28.7±7.0 30.9±10.1 0.622 10 11 27.7±6.8 33.0±7.3 0.227 11 12 29.2±7.4 36.7±11.7 0.077 0.561 0.987 11 12 21.5±8.6 15.0±3.9 0.017 10 10 16.8±8.9 15.3±5.1 0.597 9 11 16.1±4.6 19.0±6.5 0.298 11 12 19.3±6.0 17.8±4.7 0.563 0.367 0.201 10 12 0.63±0.08 0.53±0.08 0.078 10 10 0.56±0.15 0.59±0.07 0.597 10 11 0.58±0.19 0.55±0.08 0.646 11 12 0.55±0.18 0.53±0.09 0.688 0.698 0.522 5 11 0.686±0.224 0.589±0.300 0.877 ND ND 8 11 0.749±0.437 0.550±0.426 0.373 0.756 0.450 n T Ca mg/dl) Pam Zol P P (mg/dl) Pam Zol P i-PTH (pg/ml) Pam Zol P AST (IU/L) Pam Zol P ALT (IU/L) Pam Zol P Cr (mg/dl) Pam Zol P CTx (ng/L) Pam Zol P OC (ng/L) Pam Zol ND ND 5 87.0±77.1 ND ND 6 125.1±76.6 0.253 11 97.8±73.8 ND ND 9 64.2±40.4 0.335 P 0.757 0.083 T Ca: total calcium; P: phosphate; PTH: parathormone; AST: aspartate anino trasferase; ALT alanine amino transferase; Cr: creatinine CXT: cross-linked C-telopeptides of type I colagen; OC: osteocalcin ND: not done Values are means ±SD 53 ___________________________________________________________________Artigo 3 2 Table 3: BMD (g/cm e z-score), BMC (g), for the Pamidronate group (PAM) e Zoledronic acid group (OL), baseline and after treatment PAM ZOL P PAM ZOL P PAM ZOL P PAM ZOL P Total body BMC BMC BMD BMD Lumber spine (L1-L4) BMC BMC BMD BMD PAM Z-score ZOL Z-score P Values are mean ± SD Baseline 1 year P 413.1±262.3 257.0±177.5 p=0.180 628.9±426.6 504.5±169.7 p=0.293 p=0.083 p=0.037 0.621±0.126 0.677±0.07 p=0.206 0.664±0.127 0.715±0.060 p=0.266 p=0.344 p=0.382 9.22±6.69 6.52±3.31 p=0.427 14.00±10.11 10.93±4.42 p=0.314 p=0.170 p=0.157 0.274±0.134 0.266±0.082 p=0.907 0.416±0.155 0.446±0.122 p=0.595 p=0.053 p=0.003 -5.3±1.3 -4.8±1.1 p=0.511 -3.8±1.1 -2.3±2.0 p=0.053 p=0.032 p=0.007 54 ___________________________________________________________________Artigo 3 Figure 1: Evolution of alkaline phosphate among groups th th *p<0.05 between baseline and 3 and baseline and 4 infusion in the group ZOL Picture 2: X-Ray image was realized after 2a infusion of the zoledronic acid. Pr Presence of line in metaphase region 55 56 ___________________________________________________________________Artigo 3 REFERENCES 1. Smith R 1995 Osteogenesis imperfecta, non-accidental injury, and temporary brittle bone disease. Arch Dis Child 72(2):169-71; discussion 171-6. 2. McCarthy, E. A., C. L. Raggio, et al. (2002) Alendronate treatment for infants with osteogenesis imperfecta: demonstration of efficacy in a mouse model. Pediatr Res 52(5): 660-670. 3. Sillence, D. O., A. Senn, et al. (1979) Genetic heterogeneity in osteogenesis imperfecta. J Med Genet 16(2): 101-116. 4. Glorieux, F. H., F. Rauch, et al. (2000) Type V osteogenesis imperfecta: a new form of brittle bone disease. J Bone Miner Res 15(9): 1650-1658. 5. Glorieux, F. H., L. M. Ward, et al. (2002) Osteogenesis imperfecta type VI: a form of brittle bone disease with a mineralization defect. J Bone Miner Res 17(1): 30-38. 6. Ward, L. M., F. Rauch, et al. 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Dentro de um grupo tão amplo a osteogenesis imperfecta (OI) merece destaque por ser uma das mais prevalentes e por apresentar uma grande variação fenotípica, devendo incluir dentro desta síndrome uma série de diferentes patologias que se caracterizam pela presença de fraturas. A osteoporose pseudoglioma (OPGG) foi descrita na literatura por alguns autores como forma ocular da OI, ou seja, foi considerada como apresentação variante de uma mesma patologia (12, 13). Os pacientes que descrevemos neste trabalho vieram inicialmente encaminhados para nosso serviço com diagnóstico de osteogenesis imperfecta. A presença da amaurose chamou atenção para o fato de que talvez se tratasse de outra síndrome, como a OPPG, cuja mutação no gene LRP5 havia sido descrito recentemente. Buscando esta mutação nos pacientes confirmamos o diagnóstico de OPPG, através da identificação de uma mutação nova (N531I) homozigótica nos dois irmãos afetados e heterozigótica em seus pais que são consanguíneos. Depois de feito o diagnóstico, realizamos o tratamento recomendado pela literatura para essa patologia (53 e 54). Por ser a OPPG uma doença hereditária autossômica recessiva causada por mutação pontual, acreditamos que toda vez que houver na prática clínica a suspeita dessa patologia deve-se confirmar o seu diagnóstico através do estudo genético do gene do LRP5. Com relação ao diagnóstico da OI, como na maioria das descrições de literatura, o grupo estudado por nós teve sua classificação baseada em características clínicas utilizando a classificação proposta por Sillence que divide a OI em 4 tipos clássicos (OI tipo I, II, III e IV). No entanto, sabemos da limitação desta classificação, já que algumas formas de fragilidade óssea que não são OI, foram por muito tempo classificadas com um dos tipos descritos por Sillence. O estudo molecular do gene do colágeno tipo I (COLIA) que permite identificações de mutações tanto na cadeia α1 como na cadeia α2 do COLIA permite o diagnóstico de certeza da OI, bem como a identificação de tipo não incluídos na classificação de Sillence, como os três novos tipos de OI (OI tipo V, VI e VII) descritos recentemente. Esses novos tipos possuem, de uma maneira geral, apresentação clínica 60 ___________________________________________________________Considerações de fragilidade óssea, mas com algumas características clínicas ou radiológicas que podem sugerir o seu diagnóstico. O tipo V geralmente tem uma apresentação clínica de moderada à grave com padrão de herança autossômica dominante. Essa forma de OI foi descrita em 2000 por Glorieux e col (9) que estudaram um grupo de sete crianças que apresentavam calo hiperplásico, as quais eram previamente classificadas como tipo IV. Nesse trabalho os autores propõem o termo OI tipo V. O que chama atenção na apresentação desta forma de OI é a presença de um calo ósseo hiperplásico, que pode aparecer espontaneamente após uma fratura ou após uma colocação de haste intramedular. Além da presença do calo hiperplásico em alguns casos foi observada a presença de calcificação da membrana inter-óssea entre o rádio e a ulna. Nesse tipo de OI não foi encontrada mutação envolvendo o gene do COLIA. O tipo VI é uma forma rara de OI descrita por Glorieux e col em 2002 (10) com uma prevalência de 6%, geralmente indistinguível clinicamente do tipo moderado e grave da OI. Neste estudo, os autores descrevem um grupo de oito pacientes inicialmente diagnosticados com OI tipo IV. Os pacientes apresentaram fraturas pela primeira vez entre quatro e dezoito meses de idade. Com relação à esclera apresentavam esclera branca ou ligeiramente azul, dentinogenesis imperfecta foi ausente em todo o grupo. Ao raio-X todos os pacientes tiveram fraturas vertebrais do tipo compressão. Dentre os parâmetros laboratoriais a FA apresentou-se elevada com relação ao paciente com OI tipo IV pareado para a idade. O estudo histomorfométrico mostrou um córtex fino, hiperosteóide, com uma taxa de mineralização reduzida e prolongada. A ausência de mutação no gene do COLIA juntamente com as alterações encontradas na histomorfometria sugerem que esse tipo de OI ocorre em decorrência de um defeito de mineralização óssea. Seu diagnóstico é feito por biópsia óssea. O tipo VII foi descrito em 2002 por Ward e col (11) que descreveram os achados clínicos, radiológicos e histológicos de oito membros afetados de uma família de Quebec, Canadá; propondo nesse trabalho o termo OI tipo VII. O padrão de herança é autossômico recessivo e o locus está localizado no cromossomo 3. Os indivíduos afetados apresentavam numerosas fraturas ao nascimento, deformidade das extremidades inferio61 ___________________________________________________________Considerações res, baixa estatura, esclera azul, ausência de DI e de envolvimento auditivo. Outro achado clínico é o encurtamento proximal dos membros (úmero e fêmur), o que confere o aspecto de Rizomelia típico neste tipo de OI. Apesar de classificação usado neste trabalho ter sido feita somente com base em dados clínicos, nenhum dos nossos pacientes apresentava calo hipertrófico, bem como calcificação da membrana inter-óssea entre o rádio e a ulna, o que poderia sugerir o diagnóstico de OI tipo V. Não foi realizado biopsias ósseas para estudo histomorfométrico, no entanto, nenhum dos nossos pacientes apresentavam sinais de raquitismo ou elevações persistentes de FA. Além da descrição desses novos tipos de apresentação de OI, a descrição do envolvimento do gene do LRP5 como causador da OPPG desperta atenção para esse grupo tão especial de fragilidade óssea. O conhecimento do fator etiológico envolvido em uma patologia dá a oportunidade de uma melhor compreensão da sua fisiopatologia. Como resultado de toda essa descoberta pode-se avaliar melhor cada caso e com isso selecionar a melhor terapêutica a ser usada, além de permitir um diagnóstico mais preciso dos pacientes. Os dois pacientes portadores de OPPG acompanhados e estudados durante este trabalho tiveram o seu diagnóstico confirmado através da detecção de mutação no gene do LRP5 e foram tratados com Pamidronato, como descrito na literatura. Entretanto, o conhecimento do envolvimento de mutação no gene do LRP5 como causador da OPPG, além de permitir um aconselhamento genético, também possibilita o planejamento terapêutico, possibilitando novas opções. Recentemente foi sugerido por Sawakami e col (109) que o PTH poderia ser uma alternativa de tratamento para pacientes com OPPG. Esses autores estudaram ratos deficientes de LRP (Lrp5-/-) que apresentaram aumento de massa óssea após quatro semanas de PTH intermitente (40 ug/kg/dia; 5 dias/semana) sugerindo com isso que o efeito anabólico do PTH não requer a via de sinalização Wnt/LRP5. Posteriormente Iwaniec e col (110) estudando ratos deficientes (Lrp5-/-) tratados com PTH (80ug/kg em dias alternados por 6 semanas observaram aumento de superfície osteoblástica e osteoclásticas em ambos os genótipos, confirmando os dados de Sawakami. Pretendemos utilizar o PTH na forma de teriparatida para tratar o paciente mais velho, já que esta medicação é contra-indicada para indivíduos em crescimento. 62 ___________________________________________________________Considerações Um aspecto que tem chamado muita atenção durante a prática clínica neste ambulatório de fragilidades ósseas é a necessidade de diagnóstico molecular destas doenças, uma vez que a grande maioria delas é monogênica, isto é, causada por mutações que envolvem um único gene dentre os muitos envolvidos na fisiologia do metabolismo ósseo-mineral. A complementação com estudos morfológicos, tanto de histologia óssea através da microscopia como pela micro tomografia computadorizada quantitativa tornariam completa a investigação destas patologias. É bem provável que alguns dos pacientes classificados na rotina ambulatorial com base nos achados clínicos com IO do tipo III ou IV possam ser de fato, outras formas não relacionadas a mutações do colágeno tipo 1. No entanto apesar desta dificuldade, dados de literatura sugerem que a maior parte dos pacientes classificados como OI e tratados com bisfosfonatos apresentam uma boa resposta ao tratamento, com aumento da densidade mineral óssea e diminuição da taxa de fraturas, da mesma forma como foi verificado através dos resultados obtidos neste trabalho. 63 _______________________________________________________________Conclusões CONCLUSÕES No estudo Nº1 confirma-se o diagnóstico molecular de OPPG em dois irmãos que apresentavam quadro clínico de OPPG através do sequenciamento do gene do LRP5, no qual foi identificada uma nova mutação em homozigose (N531I) nos dois pacientes, assim como a identificação em heterozigose nos seus progenitores consanguíneos. No estudo Nº2 demonstra-se o efeito benéfico do uso de pamidronato por três anos em dois pacientes (irmãos) portadores de OPPG, os quais apresentaram ganho de massa óssea avaliada através da DXA e redução de fraturas. O estudo Nº3 é um dos primeiros trabalhos que descreve o uso de ácido zoledrônico em comparação com pamidronato no tratamento da OI. Nesse estudo demonstra-se a eficácia do uso de ácido zoledrônico em um grupo de doze crianças portadoras de OI do tipo I, III e IV em aumentar a massa óssea assim como diminuir o número de fraturas durante o período de observação. O ácido zoledrônico não se mostrou inferior em termos de ganho de DMO e redução de fraturas quando comparado com o tratamento padrão feito com pamidronato. Apresentou como vantagens seu uso mais prático, por ter a possibilidade de uma infusão endovenosa mais rápida (30 minutos) quando comparado às quatro horas do pamidronato. Além disso, observa-se que a dose usada de 0.025-0.05mg/kg/dia do ácido zoledrônico por dois dias consecutivos a cada 3 ou 4 meses durante quatro ciclos foi segura e eficaz no manejo dessas crianças durante o período de seguimento. 64 __________________________________________________Referências bibliográficas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS 1. Kanis JA, Melton LJ 3rd, Christiansen C, Johnston CC, and Khaltaev N. The diagnosis of osteoporosis. J Bone Miner Res. 1994; 9:1137-1141 2. World Health Organization: Prevention and management of osteoporosis. WHO technical report series 921. Available at: http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_921.pdf. 2004-1141 3. Genant HK, Cooper C, Poor G, Reid I et al. Interim report and recommendations of the World Health Organization Task-Force for Osteoporosis. Osteopos Int. 1999; 10: 259-264 4. Goulding A, Jones IE, Taylor RW, Manning PJ, Williams SM. More broken bones: a 4year double cohort study of young girls with and without distal forearm fractures. 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Após fosforilação, a β-catenina é umbiquinada pela β- TrCP-E e subseqüente degradada pelos proteosssoma. Com isso não há transcrição dos genes intracelulares. B: Ligação Wnt/ com co-receptores Fz e LPR5/6 leva a dissociação do complexo multiproteínas intracelulares, com isso ocorre liberação da β-catenina, a qual se acumula no citoplasma e migra então para o núcleo celular, onde se ligação aos fatores TCF/LEF promovendo a transcrição 77 ________________________________________________________________Anexos TABELAS GERAIS: Dados clinicos, laboratorias e densitometricos dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os parâmetros analisados estão identificados e acompanhados do número 1, 2, 3 e 4, representando tempo basal, pré segunda infusão, pré terceira infusão, pré quarta infusão respectivamente. 78 Tabela 1: Dados clínicos e taxa de fraturas dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Esses dados foram avaliados no basal e após tratamento Num Nome Nº total de tratamento tipo de OI idade(anos) fraturas basal Taxa de fratura basal/ano Nº total de fratura final Taxa de fratura final/ano Peso inicial (kg) Z-score peso inicial 1 MMG PAM 4 12,99 60 4,61 63 3 32,1 -1,78 2 BCV PAM 3 13,18 35 2,65 35 0 28,3 -2,39 3 TAA PAM 3 10,25 30 2,92 32 2 25,5 -1,46 4 KR PAM 3 11,56 30 2,6 30 0 69,4 5,2 5 BAS PAM 3 7,2 24 3,33 25 1 19,5 -1,45 6 WCR PAM 1 13,9 12 0,86 12 0 40,0 -1,3 7 JPOM PAM 3 6,25 10 1,6 10 0 9,2 -5,12 8 JVAC PAM 4 1,11 10 9,01 11 1 9,4 * 9 BVB PAM 3 1,75 4 2,29 5 1 5,4 * 10 JPA PAM 3 14,33 38 2,65 39 1 21,4 -3,88 11 JRM PAM 3 8,82 35 3,96 36 1 22,8 -1,40 -2,29 12 ITS ZOM 4 2,91 4 1,37 4 0 10,9 13 AAF ZOM 1 1,69 3 1,78 3 0 10,3 * 14 VG ZOM 3 3,23 13 4,02 13 0 10,2 -2,91 15 MB ZOM 4 2,28 5 2,19 6 1 11,2 -1,09 16 ASM ZOM 4 7,21 40 5,55 40 0 20,0 -2,40 17 LSB ZOM 1 7,87 13 1,65 13 0 28,5 1,17 18 LFB ZOM 3 9,43 33 3,49 40 7 13,2 -4,00 19 MR ZOM 3 5,35 15 2,8 15 0 10,5 -4,76 20 VV ZOM 4 4,58 16 3,49 17 1 11,4 -3,06 21 BT ZOM 3 8,38 12 1,43 12 0 15,8 -2,53 22 VFT ZOM 3 15,89 20 1,25 22 2 22,0 -4,64 23 MVSM ZOM 3 3,79 60 15,8 63 3 10,7 -2,95 *0 valores não foram calculados porque o programa usado para calculo só permite o seu uso para crianças maiores de 2 anos 79 Tabela 2: Dados clínicos dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Esses dados foram avaliados no basal e após tratamento Num Nome Altura basal (cm) Z-score altura basal Peso final (kg) Z-score peso final Altura final (cm) Z-score altura final puberdade esclera azul Comprometimento auditivo 1 MMG 126,0 -3,66 36,4 -1,88 132,0 -3,56 púbere não Não 2 BCV 98,0 -7,07 31,9 -2,53 105,0 -6,79 púbere sim Não 3 TAA 117,0 -3,25 30,5 -1,27 121,0 -3,60 impúbere sim Não 4 KR 160,0 1,77 70,0 3,77 160,0 0,71 impúbere sim Sim 5 BAS 107,0 -2,99 23,2 -1,07 109,0 -3,91 impúbere sim Não 6 WCR 147,0 -1,77 46,4 -1,47 160,0 -1,34 púbere sim Não 7 JPOM 79,0 -7,47 13,5 -3,87 84,2 -8,01 impúbere sim Não 8 JVAC 78,0 9,6 -2,88 86,0 -1,20 impúbere sim Não 9 BVB 56,0 6,0 -5,57 61,0 -8,06 impúbere sim Não 10 JPA 105,0 -6,86 23,4 -4,35 105,0 -8,41 púbere sim Não 11 JRM 103,0 -5,22 26,2 -1,21 106,0 -5,52 impúbere sim Sim 12 ITS 81,0 -3,72 12,4 -2,28 82,3 -4,80 impúbere sim Não 13 AAF 84,0 13,8 -0,18 90,0 -1,55 impúbere sim Não 14 VG 73,5 -6,10 11,8 -2,61 79,0 -5,60 impúbere sim Não 15 MB 84,5 -1,10 17,0 1,42 94,0 -0,69 impúbere sim Não 16 ASM 118,0 -0,92 22,0 -1,37 125,0 -0,85 impúbere sim Não 17 LSB 121,7 -0,87 33,7 1,68 127,8 -0,71 impúbere sim Não 18 LFB 82,0 -9,48 15,4 -3,58 83,0 -9,51 impúbere sim Não 19 MR 95,0 -3,48 11,6 -4,19 102,5 -3,03 impúbere sim Não 20 VV 88,2 -4,35 14,2 -2,21 94,0 -3,6 impúbere sim Não 21 BT 102,0 -4,33 18,0 -2,53 108,0 -3,94 impúbere sim Não 22 VFT 89,0 -10,99 24,8 -4,86 90,0 sim Não 23 MVSM 85,3 -3,84 11,8 -3,18 90,0 sim Não -13,03 púbere -4,05 impúbere 80 Tabela 3: Dados clínicos e laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré segunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome DI febre vômito náusea mialgia outros cálciototal1(mg/dl) cálciototal2(mg/dl) cálciototal3(mg/dl) cálciototal4(mg/dl) 10,7 8,5 9,6 9,5 10,2 10,3 10,3 9,4 9,0 8,8 9,6 8,9 9,1 9,2 10,2 9,6 9,7 9,7 10,0 10,4 9,4 10,0 10,9 10,3 9,0 10,6 10,9 8,7 9,8 10,5 8,4 8,7 9,7 8,2 8,9 10,0 9,2 9,4 9,5 9,7 9,8 9,4 1 MMG Sim Sim Sim não não 10,4 2 BCV Sim Sim Não não sim 8,4 3 TAA Sim Sim Sim sim não 9,1 4 KR sim Sim Não não não 8,5 5 BAS sim Sim Sim não não 10,2 6 WCR não Sim Não não não 10,5 7 JPOM sim Sim Não não não 8 JVAC não Sim Sim não não 9 BVB sim Sim Não não não 10 JPA sim Sim Não não não 11 JRM sim Sim Não sim não rush cutâneo epigastralgia 9,9 12 ITS sim Sim Não sim não 8,8 13 AAF não Sim Não não não 8,9 14 VG sim Sim Não não não 8,6 15 MB não Sim Não sim não 8,3 16 ASM não Sim Não sim não 8,3 17 LSB não Sim Sim sim não 18 LFB sim Sim Sim sim não 9,7 19 MR sim Sim Não não não 9,3 cefaléia 9,3 20 VV sim Sim Não não não 10 21 BT sim Sim Não não não 9,5 22 VFT não Sim Sim não sim 23 MVSM não Sim Sim não não Cefaléia 9,4 9,4 9,0 9,6 9,5 8,7 9,8 9,6 8,8 9,4 8,4 10,4 8,6 9,9 10,2 8,3 10,0 9,3 8,3 9,4 9,2 9,3 9,7 9,0 9,4 10 9,0 9,4 DI: dentinogenesis imperfecta Faixa de normalidade: cálcio total: 8,5-10,.5 mg/dl 81 Tabela 4: Dados laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré se- gunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome fósforo1(mg/dl) 1 MMG 4,8 2 BCV 4,2 3 TAA 5,3 4 KR 4,8 5 BAS 4,3 6 WCR 4,2 7 JPOM 8 JVAC 5,7 9 BVB 4,9 10 JPA 5,7 11 JRM 3,8 12 ITS 3,9 13 AAF 4,1 14 VG 4,9 15 MB 3,5 16 ASM 5,8 17 LSB 4,9 18 LFB 4,7 19 MR 6,1 20 VV 5,7 21 BT 5,4 22 VFT 4,4 23 MVSM 5,3 fósforo2(mg/dl) fósforo3(mg/dl) fósforo4(mg/dl) FA1(U/l) FA2(U/L) FA3(U/L) FA4(U/L) 4,5 4,8 5,3 4,6 4,3 5,4 3,1 4,3 325 5,3 4,7 5,2 6,1 4,2 4,8 586 387 685 374 387 564 458 623 623 473 401 726 662 6,2 4,7 495 503 487 577 503 453 412 5,2 4,9 5,6 6,2 4,6 5,0 5,1 5,5 5,1 293 498 497 704 4,7 420 362 317 411 4,4 4,0 5,0 4,2 4,8 4,4 4,5 5,4 4,3 5,0 484 497 381 225 341 304 359 304 551 421 361 340 550 456 453 317 510 300 281 266 875 645 627 627 318 319 5,9 5,6 596 5,5 4,2 4,9 4,4 5,0 374 4,8 4,4 6,0 4,8 5,7 4,6 4,3 440 6,5 5,1 5,1 5,2 3,5 5,1 299 4,8 5,2 3,7 4,9 407 494 487 583 389 376 366 334 385 546 190 362 534 281 365 441 304 536 667 498 362 391 408 342 FA: fosfatase alcalina, valor de normalidade: 280-870 U/L Fósforo valor de normalidade: 3,5-6,7 82 Tabela 5: Dados laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré se- gunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome PTH1(pg/ml) PTH2(pg/ml) 26,0 24,4 20,2 31,6 34,7 1 MMG 10,3 2 BCV 27,3 3 TAA 53,0 4 KR 22,9 5 BAS 15,1 6 WCR 25,0 7 JPOM 28,2 18,0 8 JVAC 31,0 10,0 9 BVB 15,0 PTH3(pg/ml) 24,1 53,0 20,0 11 JRM 34,0 13 AAF 33,0 14 VG 22,0 15 MB 31,0 16 ASM 22,4 17 LSB 59,0 18 LFB 23,6 19 MR 37,0 20 VV 22,0 21 BT 18,0 22 VFT 21,0 23 MVSM 22,8 43,5 19,1 13,0 62,0 41,3 39,0 15,0 27,0 28,6 11,0 28,0 12,0 48,3 9,5 36,5 17,5 12,0 24,0 10,0 34,0 44,0 26,7 32,0 14,8 64,5 16,0 20,0 37,0 15,0 CTX1(ng/ml) 21,9 18,3 30,6 16,9 30,0 CTX4(ng/ml) OC 4 (ng/ml) 0,675 0,492 56,2 54,0 36,0 0,800 1,470 224,8 194,9 0,539 0,422 0,282 0,159 57,1 1,370 0,256 0,570 0,704 0,460 0,282 0,262 0,323 0,556 33,0 37,0 26,0 18,0 28,0 15,6 31,0 30,0 OC 1(ng/ml) 0,675 0,997 10 JPA 12 ITS PTH4(pg/ml) 0,999 0,856 0,381 0,613 1,130 0,593 0,541 0,378 219,4 51,6 45,6 67,2 25,5 159,7 86,9 67,3 88,5 28,0 91,6 1,170 0,386 0,480 1,413 1,530 0,470 0,671 0,356 241,7 236,9 47,8 154,0 69,9 46,1 55,5 86,4 47,1 111,3 66,1 60,9 49,2 PTH: hormônio paratiroideano, valor de referência: 10-70pg/ml CTX: telopeptideo carboxi-terminal do colágeno tipo I. Não tem valor de referência para criança. OC: osteocalcina: Não tem valor de referência para criança 83 Tabela 6: Dados laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré segunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome Hb1(mg/dl) 1 2 MMG 13,6 BCV 10,9 3 TAA 12,9 4 KR 11,8 5 BAS 13,1 6 WCR 12,3 7 JPOM 13,0 8 JVAC 11,8 9 BVB 12,8 10 JPA 14,2 11 JRM 12,0 12 ITS 10,8 13 AAF 11,9 14 VG 10,6 15 MB 12,7 16 ASM 10,9 17 LSB 11,9 18 LFB 11,6 19 MR 12,5 20 VV 11,7 21 BT 11,3 22 VFT 14,6 23 MVSM 13,1 Hb2(mg/dl) 13,0 11,6 12,7 12,1 10,1 13,5 12,4 11,8 14,2 14,2 Hb3(mg/dl) 12,3 11,8 12,4 10,5 13,0 11,5 11,8 15,5 12,4 11,0 12,2 11,0 12,8 12,2 11,2 11,9 13,0 12,5 11,3 12,4 13,9 13,2 10,7 17,1 13,0 11,8 12,4 14,7 12,3 Hb4(mg/dl) 11,8 11,8 13,3 11,7 13,1 12,5 13,0 12,1 13,0 15,3 11,7 11,2 11,3 13,6 12,0 13,9 12,3 12,0 13,1 12,3 11,3 15,1 12,8 Ht1(%) Ht2(%) 40,0 39,0 Ht3(%) Ht4(%) 35,0 37,0 40,0 38,0 39,0 39,1 37,0 34,9 400 37,0 40,0 37,8 39,0 35,0 38,1 43,1 40,0 35,0 38,0 40,0 34,6 40,0 36,0 35,0 43,1 43,0 34,4 37,1 330 38,0 37,1 37,0 33,0 38,0 33,0 40,0 38,0 32,0 39,0 37,0 39,0 46,0 36,0 32,7 34,0 42,0 35,0 40,8 37,3 37,0 38,0 37,0 34,0 45,0 37,0 34,0 35,0 45,8 37,0 37,0 33,0 36,0 39,0 38,0 34,0 35,0 36,4 38,0 33,0 38,4 38,0 36,0 37,0 40,9 40,0 33,0 42,0 38,0 34,4 37,0 43,0 35,2 84 Tabela 7: Dados laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré segunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome leucócitos1 1 MMG 6000 2 BCV 7600 3 TAA 8500 4 KR 5 BAS 8500 6 WCR 6630 7 JPOM 8200 8 JVAC 16400 9 BVB 13000 10 JPA 8300 11 JRM 5800 12 ITS 8300 13 AAF 8520 14 VG 7900 15 MB 3900 16 ASM 6620 17 LSB 7900 18 LFB 5250 19 MR 17100 20 VV 7600 21 BT 11900 22 VFT 6800 23 MVSM 8300 leucócitos2 9400 7700 5000 8500 5100 7600 12300 67000 4800 4800 Leucócitos 3 7400 5600 6200 7300 10700 6700 4750 6600 8600 7400 9820 7500 7400 9200 7900 8800 8200 6220 3400 10100 5400 13000 5100 12800 5740 9200 5100 6850 leucócitos 4 7700 6800 7500 6700 7000 10700 7800 16300 5900 6600 5100 5390 6500 5300 6500 7940 7790 5200 15600 7000 6160 4600 10100 Plaquetas1 278000 Plaquetas2 289000 Plaquetas3 266000 277000 317000 254000 291000 255000 427000 287000 503000 335000 329000 242000 242000 254000 454000 225000 423000 369000 317000 330000 269000 367000 240000 303000 342000 305000 335000 407000 207000 562000 224000 347000 314000 273000 134000 242000 520000 296000 282000 284000 278000 324000 282000 218000 311000 320000 491000 237000 505000 456000 420000 161000 310000 Plaquetas4 250000 313000 265000 278000 206000 244000 428000 366000 282000 212000 289000 244000 362000 331000 296000 287000 237000 238000 282000 287000 347000 195000 402000 85 Tabela 8: Dados laboratoriais dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Os dados laboratoriais foram coletados nos tempos 1(basal), 2 (pré segunda infusão), 3 ( pré terceira infusão) e 4 ( pré quarta infusão) Num Nome TGO1(U/L) TGO2(U/L) TGO3U/L) TGO4(U/L) TGP1(U/L) TGP2(U/L) TGP3(U/L) TGP4(U/L) cr1(mg/dl) cr2(mg/dl) cr3(mg/dl) cr4(mg/dl) 1 MMG 8,0 2 BCV 23,0 3 TAA 25,0 4 KR 26,0 5 BAS 60, 6 WCR 25,0 7 JPOM 41,0 8 JVAC 40,0 9 BVB 5,0 10 JPA 34,0 11 JRM 30,0 12 ITS 33,0 13 AAF 40,0 14 VG 28,0 15 MB 45,0 16 ASM 25,0 17 LSB 27,0 18 LFB 33,0 19 MR 60,0 20 VV 36,0 21 BT 31,0 22 VFT 28,0 23 MVSM 31,0 24,0 26,0 27,0 23,0 19,0 25,0 36,0 44,0 31,0 28,0 28,0 12,0 30,0 37, 45,0 26,0 21,0 34,0 26,0 42,0 32,0 30,0 21,0 21,0 33,0 30,0 36,0 47,0 29,0 25,0 29,0 28,0 23,0 46,0 30,0 23,0 32,0 37,0 40,0 23,0 37,0 21,0 24,0 23,0 24,0 28,0 30,0 40,0 43,0 37,0 24,0 28,0 34,0 41,0 23,0 43,0 31,0 32,0 33,0 68,0 41,0 32,0 24,0 39,0 13,0 26,0 15,0 19,0 45,0 21,0 21,0 18,0 20,0 16,0 23,0 15,0 24,0 13,0 21,0 15,0 19,0 15,0 31,0 5,0 21,0 26,0 5,0 6,0 20,0 20,0 6,0 14,0 15,0 18,0 12,0 9,0 16,0 15,0 13,0 15,0 14,0 9,0 21,0 15,0 10,0 20,0 20,0 17,0 14,0 14,0 23,0 18,0 15,0 15,0 15,0 13,0 21,0 34,0 26,0 21,0 19,0 22,0 8,0 18,0 21,0 12,0 13,0 20,0 20,0 24,0 24, 13,0 17,0 33,0 16,0 20,0 13,0 13,0 18,0 20,0 12,0 19,0 19,0 16,0 16,0 30,0 20,0 15,0 12,0 17,0 0,6 0,7 0,6 0,6 0,9 0,7 0,6 0,6 0,5 0,3 0,3 0,7 0,7 0,6 0,5 0,6 0,6 0,8 0,6 0,7 0,7 0,7 0,4 0,8 0,4 0,3 0,3 0,5 0,7 0,4 0,5 0,5 0,6 0,6 0,6 0,4 0,5 0,6 0,7 0,6 0,4 0,6 0,6 0,6 0,6 0,7 0,5 0,6 0,8 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,5 0,8 0,5 0,3 0,4 0,5 0,5 0,6 0,5 0,6 0,6 0,5 0,7 0,6 0,5 0,7 0,5 0,6 0,4 0,5 0,7 0,6 0,5 0,7 0,6 0,5 0,5 TGO: aspartato aminotrasnferase . Valor de referência: até 38U/L.TGP: alanina aminotransferase. Valor de referência até 41u/L Cr: creatinina; Valor de referência: 0.4-1.3 mg/dl 86 Tabela 9: Dados densitometricos dos 23 pacientes que participaram do estudo 3.Densitometria foi realizada nos tempos 1( basal) e 2 ( após tratamento) Num Nome BMD1L1-4(g/cm2) BMD2L1-4(g/cm2) BMC1L1-4(g) BMC2L1-4(g) Z-score1L1-4 Z-score2L1-4 1 MMG 0,389 0,468 11,36 14,76 -4,5 -4,2 2 BCV 0,179 0,391 4,55 9,92 -6,6 -5,2 3 TAA 0,260 0,456 6,30 12,74 -5,0 -3,2 4 KR 0,469 0,697 18,64 29,92 -3,1 -1,3 5 BAS 0,139 0,249 3,13 6,01 -6,5 -3,8 6 WC 0,418 0,658 17,59 32,03 -5,2 -3,9 0,347 4,69 8,60 -1,8 -2,4 7 JPOM 8 JVAC 0,269 9 BVB 0,269 4,69 -4,2 10 JPA 0,220 0,320 -4,3 11 JRM 0,129 0,308 3,02 7,95 -6,7 -4,4 12 ITS 0,282 0,425 4,56 7,99 -3,9 -1,8 13 AAF 0,522 9,73 0,5 14 VGVP 0,161 3,14 -6,6 15 MB 0,252 0,537 4,25 11,61 -3,6 16 ASM 0,304 0,466 9,38 15,66 -4,3 -2,3 17 LSB 0,411 0,509 12,93 15,63 -2,9 -1,8 18 LFB 0,130 0,435 2,80 10,33 -6,5 -3,3 20 VV 0,283 0,528 6,51 12,23 -4,4 -0,6 21 BT 0,190 0,292 4,57 6,99 -5,8 -4,5 22 VFT 0,382 0,581 9,05 18,40 -6,1 -4,1 19 MR 23 MVSM 0,224 0,453 4,16 8,41 -5,4 -1,6 BMD1L1-4: densidade mineral óssea inicial da região lombar/ BMD2L1-4: densidade mineral óssea final da região lombar /BMC1L1-4: conteúdo mineral ósseo inicial da região lombar/ BMC2L1-4: conteúdo mineral ósseo final da região lombar/ Z-score1L1-4: Z-score inicial da região lombar/ Z-score1L1-4: Z-score final da região lombar. 87 Tabela 10: Dados densitometricos dos 23 pacientes que participaram do estudo 3. Densitometria foi realizada nos tempos 1( basal) e 2 ( após tratamento) Num Nome BMDtotal basal(g/cm2) BMDtotal final/cm2) BMCtotal basal (g) BMCtotal final (g) gordura total basal (%) gordura total final(%) 1 MMG 0,686 0,689 601,30 709,30 35 40 2 BCV 0,591 0,643 328,65 453,28 42 47 3 TAA 0,624 0,651 334,18 469,20 35 34 4 KR 0,656 0,781 781,42 1304,65 47 42 5 BAS 0,807 0,768 361,80 418,72 33 37 6 WC 0,722 0,861 900,14 1505,15 25 16 7 JPOM 0,579 0,607 137,58 213,97 22 8 JVAC 0,520 372,17 160,00 22 9 BVB 0,322 26,9 10 JPA 0,586 0,605 192,13 318,62 20,1 15 11 JRM 0,640 0,703 333,99 444,85 33,8 34 12 IT 0,625 0,735 202,59 371,64 18 19 13 AAF 0,613 0,839 159,76 458,32 26 24 14 VGVP 0,581 0,651 140,63 251,24 20 21 15 MB 0,606 0,671 305,87 693,09 22 23 16 ASM 0,688 0,772 364,89 627,57 15 18 17 LSB 0,691 0,762 557,00 786,90 33 33 18 LFB 0,930 0,729 404,46 362,79 18 18 19 MR 0,627 20 VV 0,787 0,808 264,50 439,51 23 25 21 BT 0,673 0,717 320,00 414,00 25 24 22 VFT 0,668 0,670 292,06 682,51 16 18 23 MVSM 0,838 0,615 249,03 547,68 22 BMDtotal: densidade mineral óssea do corpo total/ BMCtotal conteúdo mineral ósseo / Gordura total : percentual de gordura de corpo total 24 166,09 19 88 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo