3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 Eixo Temático: Inovação e Sustentabilidade “METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA NEGÓCIOS SOCIAIS APLICADA NO ESTUDO DE CASO: COESÃO SOCIAL – CURSOS DE CAPACITAÇÃO AMBIENTAL” "STRATEGIC PLANNING TO SOCIAL BUSINESS METHODOLOGY CASE STUDY: COESÃO SOCIAL - ENVIRONMENTAL TRAINING COURSES" Natália Pietzsch e Fabiane Flores Sum RESUMO Levando em consideração a situação emergente dos Negócios Sociais (NS), muitas vezes sem o devido planejamento e estruturação, o presente artigo objetiva construir um procedimento básico e intuitivo para a elaboração de um Planejamento Estratégico para este segmento, que detalhe ao máximo as especificidades que este possui e apresente os pontos que merecem maior atenção. A metodologia proposta explora conceitos e análises facilmente encontradas na bibliografia e trabalhados de forma a atender as especificidades de um NS. Por fim, a metodologia é aplicada no estudo de caso do NS: Coesão Social, um negócio para capacitação de pessoas de baixa renda com cursos profissionalizantes voltados para área ambiental. Como resultado final, a metodologia apresenta-se como uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento de NS, facilitando o planejamento estratégico destes e proporcionando subsídios para que os próprios líderes da empresa sintam-se aptos e seguros a realizá-los sozinhos e, com isso, tenham uma garantia maior de criar uma sustentabilidade financeira e econômica do seu negócio. Palavras-chave: Negócio Social, Planejamento Estratégico. ABSTRACT Considering the emerging situation of Social Business (SB), often without a correct planning and structuring, this article aims to build a basic and intuitive procedure for the preparation of a Strategic Plan for this segment, detailing at maximum their specifics and present the points that deserve close attention. The proposed methodology analyzes and explores concepts easily found in literature and worked to meet the specifics of a SB. Finally, the methodology has applied in the case study of the SB: Social Cohesion, a training to low-income people with professionalizing courses in the environmental area. As a result, the methodology has presented as a tool that supports the development of SB, facilitating strategic planning and providing these subsidies with makes the leaders from SB to feel more comfortable and able to perform strategy plan by themselves and, thus, have greater assurance of creating a financial and economic sustainability of your business. Keywords: Social Business, Strategy Planning. 1 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 INTRODUÇÃO Em 1976 o professor Muhammad Yunus emprestou uma quantia pequena de dinheiro para artesãs locais de Bangladesh, sem exigir qualquer garantia de retorno ou comprovações financeiras e com taxas muito mais baixas do que as oferecidas pelos bancos. Em pouco tempo, 100% desses empréstimos foram quitados e Yunus percebeu o potencial que essa ação tinha para mudar a realidade local. Yunus criou o primeiro banco que oferecia microcrédito para pessoas de extrema baixa renda em Bangladesh e, posteriormente, expandiu este negócio rapidamente pelo mundo inteiro. Muhammad Yunus recebeu, em 2006, o Prêmio Nobel da Paz em virtude de suas ações. Considerado o pai dos Negócios Sociais (NS), criou este segmento de mercado e, desde o início de seu trabalho, inspira o surgimento de novos empresários e investidores sociais. Outro fator que contribui significativamente para o crescimento deste setor são os problemas socioambientais, os quais destacam-se frente aos demais problemas do século XXI, instigando cidadãos e empreendedores a buscarem soluções criativas e inovadoras, que proporcionem um real benefício para a sociedade. Portanto, um Negócio Social é um empreendimento que objetiva mitigar um problema social ou ambiental, que não possui por principal objetivo o lucro, porém, este deve manter uma sustentabilidade econômica e financeira sem depender de doações. Além disso, esse setor necessita de investidores, fornecedores, colaboradores e clientes, funcionando, desta forma, como uma empresa padrão, porém com uma missão de contribuir diretamente para um futuro com menos desequilíbrios sociais, econômicos ou ambientais. Seguindo esta lógica, a gestão de um Negócio Social assemelha-se a gestão dos demais empreendimentos de diversos setores. Portanto, os líderes deste negócio devem buscar ferramentas que subsidiem a tomada de decisões importantes para continuidade e crescimento deste, a qual ofereça informações a respeito do mercado externo, dos incentivos fiscais, da análise do ambiente interno, da identificação da missão, valores, objetivos e metas da organização, dentre outros dados relevantes para sua manutenção econômica e financeira. Esta ferramenta, que auxilia na gestão de negócios, chama-se Planejamento Estratégico (PE). Como equalizar a motivação dos líderes e colaboradores? Como fazer com que estes caminhem para um mesmo ponto, se as metas e objetivos deste negócio não estiverem traçados e compartilhados? Como o líder tomará uma decisão importante se este não souber qual a visão de futuro do negócio? Como impedir desvios no caminho, com ações que não condizem com o real motivo que deu início ao empreendimento social? Como captar mais investidores e aumentar o alcance da empresa sem que haja um planejamento estratégico? Enfim, como fazer com que o Negócio Social não perca suas raízes e não se desvie do seu real propósito, independentemente da dimensão que tome no futuro e do número de colaboradores que venha a ter? A resposta para todas essas questões é uma só: realizando um adequado Planejamento Estratégico. Muitas vezes um Negócio Social tem início com um grupo que se une para realização de uma ação social pontual, através de um sentimento ou paixão em comum e, somente após esse primeiro momento, visualiza-se a oportunidade de empreender. Portanto, muitas vezes esse é o primeiro contato com o mercado competitivo da maioria desses empreendedores sociais. Cabe salientar que isso não é uma regra, porém é uma situação facilmente identificada no setor social. Portanto, o desenvolvimento de uma bibliografia especialmente dedicada ao planejamento de Negócios Sociais torna-se extremamente importante para o crescimento deste segmento. Desta forma, o presente artigo une conceitos e métodos de diversos autores renomados na área de Administração e Planejamento Estratégico, visando construir um procedimento básico e intuitivo para a elaboração de um Planejamento Estratégico para Negócios Sociais, que 2 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 detalhe ao máximo as especificidades que este possui e apresente os pontos que merecem maior atenção. Por fim, apresenta-se um resumo deste procedimento, o qual é aplicado no estudo de caso do Negócio social: Coesão Social. Além disso, como objetivo secundário, este artigo pretende ser uma ferramenta que auxilie no desenvolvimento de outros NS, facilitando o planejamento estratégico destes e proporcionando subsídios para que os próprios líderes e colaboradores da empresa sintam-se aptos e seguros a realizá-los sozinhos e com isso tenham uma garantia maior de criar uma sustentabilidade financeira e econômica do seu negócio. Este artigo está organizado conforme segue: após a introdução, a seção 2 apresenta a revisão bibliográfica do tema. A seção 3 apresenta a proposta metodológica deste artigo e apresenta detalhes do negócio “Coesão Social”, utilizado como estudo de caso. A seção 4 apresenta o resultado da aplicação da metodologia proposta no estudo de caso. Por fim, a seção final versa sobre as discussões e conclusão deste artigo, bem como suas limitações e oportunidades de trabalhos futuros. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Negócio Social Segundo a YUNUS, 2010, um "Negócio Social" é uma empresa cuja missão é solucionar ou mitigar um problema social. Diferencia-se de uma Organização Não Governamental (ONG) à medida que não necessita de doações e, ao contrário de um negócio, não tem por principal objetivo o lucro. Para entender melhor esse conceito, Yunus lista sete princípios para que um negócio seja considerado Social: 1) O objetivo do negócio será a redução de problemas sociais que ameaçam as pessoas e a sociedade, e não a maximização do lucro; 2) Deve ser financeira e economicamente sustentável; 3) Investidores recebem de volta somente o valor investido. Nenhum dividendo é pago além do dinheiro investido; 4) Depois que o investimento for devolvido, o lucro da empresa fica na empresa para ampliação e melhorias; 5) Deve ser ambientalmente consciente; 6) Colaboradores recebem valor de mercado com melhores condições de trabalho; 7) Fazer tudo isso com alegria. Mesmo com definições claras, é muito comum a confusão do conceito de Negócios Sociais entre o conceito de ONG’s e Projetos Sociais. Algumas vezes a diferença é sutil e os negócios/projetos são classificados de forma equivocada. A seguir, apresenta-se uma planilha com o conceito e principais diferenças entre as possibilidades de negócios do terceiro setor (o qual contempla empresas sem fins lucrativos): Classificação Negócio Social Conceito Segundo Yunus, 2010: “Negócios Sociais são empresas que têm a única missão de solucionar um problema social, são autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos”. Além disso, um Negócio Social obtém receita a partir da venda do produto/serviço, o qual provê um benefício 1. 2. 3. Principais Características Autossustentável financeiramente (não necessita de doações); Visa a maximização do benefício social e não o lucro; Receita advém da venda de um produto/serviço, que tem por 3 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 ONG’s Projetos Sociais socioambiental claro para a sociedade, objetivo a solução de um comunidade, ou grupo específico. problema socioambiental. Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é a solução 1. Sem fins lucrativos; de problemas sociais. A principal receita 2. Receitas advém de doações; advém de doações filantrópicas. ONG’s 3. Objetivo a solução de um podem ter receitas próprias, mas essas são problema socioambiental. pontuais e não são suficientes para ser autossustentável financeiramente. Segundo PMBOK: “projeto é um empreendimento temporário com objetivo de criar um produto ou serviço único”. Ou seja, 1. É uma ação com data de início e de término estabelecidos. Projeto Social é uma ação pontual, não contínua, com objetivos definidos para o 2. Possui objetivos bem definidos. alcance de resultados que beneficiem a 3. Visa beneficiar uma sociedade, resolvam problemas sociais, instituição/comunidade ou alterem a realidade de uma comunidade ou resolver um problema social. propiciem captação de renda ou investimentos para uma ONG. Tabela 1 - Conceitos e definições de negócios do terceiro setor. Fonte: Elaborado pelo Autor Planejamento Estratégico (PE) e seus elementos A definição que melhor transmite o que é o Planejamento Estratégico para um Negócio Social é apresentado por Oliveira, 2005 como sendo “ (...) o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada”. Segundo Baggio (2000, p. 17), “Planejamento estratégico é uma técnica administrativa, que através da análise do ambiente externo e interno de uma organização, desenvolve a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão, com estratégias adequadas para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos no contexto do cenário futuro”. Segundo Müller, C, 2003. um método apropriado para elaborar o Planejamento Estratégico (PE) de um negócio consiste em responder às questões da Tabela 1, as quais podem ser consideradas como Perguntas-Chaves para identificação e delineamento de metas e estratégias para qualquer negócio. Porém, deve-se salientar que cada tipo de negócio possui suas singularidades e necessita de especial atenção ás especificidades no decorrer da elaboração. 4 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 Quem somos? Identidade Organizacional: Missão, Negócios, Valores. Onde estamos? Análise do ambiente interno e externo Para onde vamos? Visão e Objetivos Como chegaremos lá? Delineamento das Estratégias Estamos no caminho certo? Identificação e acompanhamento de indicadores e Controle dos planos de ação. Figura 1- Perguntas-Chave para elaborar um PE. Quem somos? No processo de elaboração de um PE a fase de identidade é uma das mais importantes, pois partindo-se do princípio que a empresa atende uma necessidade da sociedade (negócio), possui uma razão para existir (missão) e valores éticos a serem seguidos (valores), todos os demais passos serão traçados com clareza e maior facilidade. Peter Drucker, em seu livro “Management: Tasks, Responsabilities, Practices”, afirma que apenas serão traçados objetivos claros e realistas, caso haja uma definição de missão e finalidade de negócio, pois esta é a base para traçar prioridades, estratégias e planos. A missão é o ponto de partida para as tomadas de decisão de um empresário, pois esta é a chave para responder: O que o nosso negócio é e o que ele deve ser? Missão: Segundo Müller, C. 2003: “A Missão organizacional esclarece o compromisso e dever da empresa para com a sociedade. Essencialmente, ela estabelece o que a empresa faz, dentro de seu negócio. É a proposta para a qual e a razão pela qual uma organização existe". Pagnoncelli; Vasconcellos, 2001, aponta que uma Missão organizacional coerente deve contemplar: o que? (Negócio), para quem? (Clientes, mercado) e como? (Diferencial). A missão de um negócio deve deixar claro seu propósito, pois ela é a razão da existência da empresa e o motivo pelo qual os seus funcionários trabalham. Ela deve guiar os passos da empresa e orientar a decisão dos gestores. Negócios: Segundo Theodore Levitt, no artigo Miopia em Marketing, o maior engano nas organizações é preocupar-se com o produto ao invés de preocupar-se em atender às necessidades dos clientes. O autor salienta que qualquer empresa deve vender uma solução e não um produto, pois o produto/serviço é apenas o meio de atender às necessidades do cliente e que ele deve mudar conforme as tecnologias ou tendências da sociedade requeiram. Por exemplo: o cliente que buscava um meio de locomoção rápido e eficiente no século XIX era atendido pelo transporte ferroviário, porém, no século XXI, este tornou-se defasado e a nova solução encontra-se no transporte aeroviário. Perceba que o que mudou não foi a necessidade, e sim o meio (produto/serviço) para atende-la. Portanto, há uma definição restrita do negócio (produto que sua empresa oferece) e uma definição ampla (solução que a empresa oferece). Por exemplo, uma empresa de transporte aeroviários oferece como negócio restrito: avião; e como negócio amplo: transporte rápido. Valores: Os valores de uma empresa representam a cultura organizacional, os quais normalmente são atribuídos pelos líderes e possui o intuito de balizar as ações dos colaboradores para que estas estejam sempre dentro de um padrão ético aceitável pela empresa. Integridade, responsabilidade social, segurança, qualidade, reconhecimento, sustentabilidade financeira, confiança, honestidade, cooperação, melhoria contínua, satisfação 5 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 do cliente, respeito, dentre outros, podem ser exemplos de valores em uma empresa. Para deixar claro como o colaborador deve agir no dia-a-dia corporativo para atender aos valores da organização, pode-se escrever um exemplo de aplicação para cada um, como por exemplo: Qualidade – Garantir a entrega de cada serviço com alta qualidade, visando o aprimoramento contínuo. Onde estamos? Esta segunda questão é importante à medida que apresenta a atual realidade do NS e como este está situado no mercado competitivo. Respondendo esta questão, o NS tem a oportunidade de visualizar claramente quais os fatores mais relevantes que podem culminar para o fracasso do NS ou sustentar o seu crescimento, delimitando, por fim, estratégias que favoreçam o seu desenvolvimento. Análise do Ambiente Externo: Entende-se por verificação da relação existente entre a empresa e seu ambiente. Deve-se monitorar as forças macroambientais e os fatores microambientais que podem afetar a habilidade da empresa de obter sustentabilidade financeira (KOTLER, 1998). Esses fatores e forças podem ser alterações de ordem econômica, social, política e tecnológica que tornaram-se tendências na sociedade (NAISBITT, 1983). Neste caso, deve-se rastrear as tendências que possam ser identificadas como oportunidades ou ameaças do mercado para a empresa (ABICHEQUER, 2011). Para obter essa análise, a bibliografia utiliza diversas metodologias. Neste artigo será utilizada a Análise PESTEL, por considerar-se que essa atende às necessidades de análise de um NS e proporciona uma visão ampla das influências externas. A Análise PESTEL é composta por seis elementos, no qual cada um possui fatores importantes a serem considerados: Política (P), Econômica (E), Sociocultural (S), Tecnologia (T), Meio Ambiente (E), Legal (L). Análise do Ambiente Interno: Nesta análise deve-se identificar os prontos fortes – características da empresa, que se bem utilizadas permitem alcançar vantagem competitiva (VALADARES, 2002) – e fracos da empresa – características que, se expostas ao ambiente, dificultam alcanças vantagens competitivas (VALADARES, 2002). Para isso, pode-se realizar um mapeamento das atividades e caracterização do negócio, identificação de problemas e definição de projetos que possam aprimorar as forças existentes. A empresa pode realizar um Brainstorming com os líderes para identificar esses pontos-chaves. Para onde vamos? Visão de Futuro: Segundo Collins, J.; Porras, J., 1996, a Visão do Futuro consiste no que a empresa deseja atingir, criar ou tornar-se, algo que exija significativas mudanças e/ou progressos para atingir. Os autores afirmam que Missão e Visão são facilmente confundidos ou agrupados. Porém isto é um grande erro, considerando que a Missão é a identidade da empresa e que ela deve estar posicionada como uma estrela que guia os colaboradores e que, principalmente, jamais deve mudar. Ao contrário da Visão, que pode ser comparada à uma montanha a qual deseja-se escalar. Após chegar ao cume desta montanha, deve-se procurar outra maior para desafiar-se a si mesmo. Portanto, a visão após ser atingida pode, e deve, ser atualizada. Para que a Visão tenha o resultado esperado, ela deve possuir as seguintes características: ser clara – dar a direção e foco a ser seguido de forma objetiva; ser desafiadora e inspiradora – a visão deve motivar os colaboradores a atingi-la, mostrando ser um desafio possível de ser conquistado; ser compartilhada pelas pessoas da organização – tanto os líderes como operários devem acreditar na visão, ambos devem compartilhar da vontade de realiza-la; 6 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 ser desenvolvida pelo líder – este deve apresentar um senso de direção e propósito a ser seguido por todos (Múller, C., 2014). Uma controvérsia da literatura é o momento ideal para definir a visão, que pode ser definida tanto antes quanto depois da análise interna e externa. Porém, caso a Visão seja elaborada anteriormente à análise de ambientes, esta deve ser revista após esse processo para identificar se ela está adequada com a realidade. Objetivos: Os objetivos são desdobramentos da Visão de Futuro, são pontos direcionadores que devem ser atingidos e, desta forma, medir o sucesso rumo à Visão. Segundo Müller, C. 2003, “Para cada objetivo (o que), devem ser estabelecidos os meios (como) para alcança-los, bem como indicadores para acompanhar a consecução dos mesmos”. Considerando que atingir a visão é a prioridade da empresa, os objetivos podem ser considerados como projetos intermediários a serem realizados, os quais quando concluídos, contribuirão para a realização plena da visão. Esses projetos deverão possuir prazos, responsáveis, indicadores de sucesso – que devem também ser desmembrados em metas anuais ou bianuais para facilitar o acompanhamento. Pode-se utilizar a tabela abaixo para facilitar a delimitação dos objetivos: Objetivos Indicadores Metas 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Tabela 2 - Acompanhamento e objetivos do NS. Fonte: Autor Como chegaremos lá? O resultado da fase analítica do processo (Análises dos Ambientes Externo e Interno) fomenta o Delineamento das Estratégias, sendo assim possível responder à questão que anuncia esta fase do processo. Segundo Müller (2003) “O processo de desenvolvimento estratégico deve ser participativo e interativo, evitando o fenômeno da “Paralisia por análise” (quando os líderes apenas planejam, mas não conseguem colocar seus planos em ação). Quando as prioridades se tornam claras e os vários elementos da organização estão alinhados, as contribuições de cada funcionário são maximizadas”. Delineamento das Estratégias: Segundo Porter (1997) é “a forma como a empresa utiliza seus pontos fortes para melhor aproveitar as oportunidades e ações que toma para minimizar o impacto das ameaças sobre os pontos fracos”. Neste ponto do Planejamento Estratégico, a análise de ambiente interno e externo são cruzadas para delimitar as estratégias prioritárias. Para o cruzamento destes dados pode-se utilizar uma Matriz SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças), o que facilita a priorização de ações. A principal metodologia para delimitar as estratégias de um negócio, comumente encontrada na literatura, é Matriz SWOT. Para utilização desta metodologia, deve-se citar as 5 principais ameaças, oportunidades, pontos fracos e pontos fortes identificados nos processos anteriores. Posteriormente deve-se atribuir uma nota com escala 0 (sem relevância), 1 (pouco relevante), 3(relevante) e 9 (muito relevante) no cruzamento de cada linha com coluna, como disposta na Figura 2: Oportunidade Ameaças SWOT 7 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 Pontos Fortes Pontos Fracos Tabela 3 - Matriz SWOT. Fonte: Múller, C. (2003) Após atribuída uma nota de acordo com a relevância em cada cruzamento, deve-se somar a pontuação de cada quadrante. A maior pontuação indicará a postura estratégica que a empresa deve seguir: Caso o quadrante das Oportunidades x Pontos Forte obtenha a maior pontuação há a indicação que a empresa está em processo de desenvolvimento, ou que há potencial para isso, portanto, as estratégias devem ser no sentido de potencializar as ações que vêm sendo realizadas pelo empreendimento. Caso o quadrante das Oportunidades x Pontos Fracos obtenha a maior pontuação há a indicação que a empresa está em processo de crescimento, portando a empresa deve buscar potencialcializar suas ações para consolidar-se rapidamente no mercado. Caso o quadrante das Ameaças x Pontos Forte obtenha a maior pontuação há a indicação que a empresa está em processo de manutenção, com potencial para a estagnação, no qual as estratégias devem buscar a manutenção da posição da empresa. Caso o quadrante das Ameaças x Pontos Fracos obtenha a maior pontuação há a indicação que a empresa está em processo de sobrevivência, devendo os líderes da empresa buscarem urgentemente estratégias para reduzir seus custos e aumentar as receitas ou, até, em vender seu negócio. Estamos no caminho certo? Identificação e Acompanhamento de Indicadores: Segundo Müller, C. (2003), definida a identidade organizacional, as estratégias da empresa traçadas e implementadas, surgem algumas questões: Como saber se a organização está atingindo suas metas? Ela está no caminho projetado pela visão? Sua missão está sendo cumprida? Todos estão cientes e colaborando com a estratégia da empresa? Deste modo, nesta análise são indicados os pontoschaves para o monitoramento e averiguação do progresso da empresa. Os indicadores elaborados na fase de Objetivos em “Para onde vamos” podem ser utilizados nesse monitoramento. Controle dos Planos de Ação: Os planos de ação podem ser elaborados através de metodologias presentes na literatura, como por exemplo a 5W2H, onde os 5W são: O que (What?), por que (Why?), onde (Where?), quem (Who?) e quando (When?); e o 2H são: quanto irá custar (How much?) e como será feito (How?). Esses planos de ação são o desdobramento das estratégias formuladas para direcionar a organização (estabelecidas após a Matriz SWOT e essenciais para o desenvolvimento do negócio companhia), para curto e longo prazos e servem como referência para a tomada de decisões. Assim sendo, deve haver o monitoramento desses planos, visando garantir os 8 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 resultados das melhorias, bem como o direcionamento de ações corretivas no caso de desvios (MÜLLER, 2003). DESENVOLVIMENTO Este estudo pode ser considerado de caráter aplicado, qualitativo e exploratório (YIN, 2001), no qual propõe-se uma metodologia para elaboração de um Planejamento Estratégico para Negócios Sociais, a qual será avaliada através da aplicação no negócio “Coesão Social”, considerando suas especificidades. A metodologia possui o objetivo ser uma ferramenta que auxilie no desenvolvimento deste segmento, facilitando o entendimento de cada elemento que compõe o planejamento estratégico e proporcionando subsídios para que os próprios líderes e colaboradores da empresa sintam-se aptos e seguros a realizá-los. Neste artigo, quando o termo Planejamento Estratégico for citado, entenda-se por uma metodologia capaz de definir o melhor rumo para a empresa, de modo a convergir com a missão que dá sentido à existência desse NS, impedindo que haja desvios no decorrer do seu desenvolvimento, e que isto ocorra sempre em concordância com os valores da organização. A única regra para seguir essa metodologia e elaborar o PE de um empreendimento é que este deve ser flexível. Alguns críticos afirmam que seguir um planejamento engessa a criatividade e impede que se enxergue oportunidades que possam surgir no decorrer do caminho (BARBOSA, C. 2011). Portanto, deve-se ter em mente que o PE é um roteiro flexível para indicar um caminho, no qual acredita-se ser o melhor para a sua empresa, em um determinado momento. Isso significa que este planejamento deve ser reavaliado constantemente ou, caso haja uma mudança significativa nos fatores externos ou internos, este pode ser totalmente reestruturado. O método elaborado neste trabalho baseia-se em responder às questões conforme o fluxograma da Figura 3, adaptada de Müller (2003), as quais podem ser consideradas como Perguntas-Chaves para identificação e delineamento de metas e estratégias para qualquer negócio. Cada quadro deste fluxograma apresenta os elementos conceituados previamente no referencial bibliográfico deste trabalho e devem ser respondidos em ordem cronológica, seguindo a indicação dos quadros-seta. A seguir, na Figura 3, é descrita a metodologia proposta nesse trabalho na forma de um quadro-resumo com o passo-a-passo proposto para facilitar a visualização do processo como um todo. Na próxima seção (resultados) é exposta a aplicação desta no estudo de caso da “Coesão Social”. Descrição do Estudo de caso: Coesão Social Coesão Social é um Negócio Social que tem por objetivo oferecer o serviço de educação e conscientização ambiental através de cursos profissionalizantes, palestras e atividades práticas com baixo custo para pessoas de baixa renda. Esse NS encontra-se atualmente em fase de planejamento, análise de viabilidade financeira-econômica e estudo de mercado. Planeja-se inaugurar este negócio no início de 2015. Inicialmente o “Coesão Social” contará com um quadro de funcionários pequeno (2 sócios) e não terá custos fixos com aluguel de escritório e contas de energia, telefone e internet. Quando for necessário espaço físico para ministrar os cursos e palestras ou realizar eventuais reuniões, serão alugadas salas em locais disponibilizados para este objetivo. A principal receita para manter a sustentabilidade financeira do NS advirá oferta de cursos profissionalizantes presenciais e cursos on line. 9 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 O NS “Coesão social” tem por objetivo oferecer cursos profissionalizantes de alta qualidade como, por exemplo: Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos em empresas, ISO 1400, dentre outros, para pessoas que não teriam acesso a esses cursos nas condições atuais oferecidas pelo mercado, com o intuito de auxiliar essas pessoas na qualificação profissional e inserção do mercado de trabalho. A aplicação da metodologia proposta neste trabalho ocorreu por meio de entrevistas não estruturadas e alinhamento com os sócios do negócio em questão, seguindo o fluxograma apresentado na Figura 3, sendo levantadas as principais informações e expectativas do negócio, assim como as principais dúvidas e dificuldades para abrir e consolidar um Negócio Social no mercado brasileiro. O resultado da análise encontra-se na próxima seção. 10 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 Figura 2 - Fluxograma com proposição de metodologia para elaboração do Planejamento Estratégico para Negócios Sociais. Fonte: Elaborado pelo autor. RESULTADOS 11 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 O resultado da aplicação da metodologia proposta nesse estudo no negócio social “Coesão Social” encontra-se detalhado a seguir. Na identidade organizacional da Coesão Social gerou-se os seguintes itens: Missão: “ Difundir informações e conhecimento (O que?), através de cursos, palestras e atividades práticas gratuitas (Como?), com o intuito de inspirar e capacitar cidadãos (Para quem?) para serem agentes de mudanças, com o propósito de contribuir para um futuro melhor para a sociedade e para a preservação do meio ambiente (Porque?). ” Negócio: Restrito – Capacitação para o público de baixa renda; Amplo – Conscientização e preservação do meio ambiente e capacitação profissional. Valores: Excelência, Alegria e Cooperação, Proteção ao meio ambiente e Inspiração. Na pergunta-chave: “Onde estamos?” apresenta-se a análise dos ambientes interno e externo. Foram identificados os principais fatores do ambiente externo e as seguintes questões foram levantadas na análise PESTEL, que contou com as especificidades de um NS em geral. Portanto, em cada elemento os questionamentos levantados foram os seguintes: P Política E Econômica S Sociocultural T Tecnologias E Meio Ambiente L Legal Existem políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento do NS? Há incentivos fiscais, microcréditos com baixas taxas de juros, programas de incentivo do governo voltado para NS? A situação econômica do país favorece o crescimento do NS? Se o NS possui um produto, para qual público destina-se e qual o poder aquisitivo deste? Quais as formas que o NS possui para aumentar sua receita? Caso o NS construa parcerias, estas irão auxiliar na sustentabilidade econômica? Quais são esses possíveis parceiros? Quais são os possíveis investidores? Como está a conscientização da população acerca dos problemas socioculturais e ambientais no âmbito local do NS? Há pressões sendo exercidas pelo público ou governo para que as empresas realizem ações sociais? Qual (s) problema (s) social (s) o NS visa mitigar? Como a sociedade visualiza o benefício que o NS propõe? A população em geral possui o interesse na preservação do meio ambiente, ou profissionalização nessa área? Quais tecnologias podem ser utilizadas para expandir o alcance ou atribuir inovação ao produto/serviço oferecido? Quais mídias sócias são exploradas pelo NS (Twitter, Facebook, site, blogs, Linkedin)? Como o NS está realizando o marketing? Como a tecnologia pode auxiliar com os cursos e treinamentos oferecidos? O NS em questão é sustentável ambientalmente? Quais as ações que este realiza para diminuir seu impacto? Quais as legislações que beneficiam ou prejudiquem o NS? O NS em questão necessita de um registro específico? Tabela 4 - Análise PESTEL (Fonte: Autor) Em “Como chegaremos lá?” os resultados da análise interna e externa e o resultado do brainstorming feitos pelos sócios do NS foram cruzados na Matriz SWOT (Tabela 4) para que seja possível o delineamento das estratégias: Análise do Ambiente Externo Oportunidades Subt otal Ameaças Subt otal Matriz SWOT 12 Mercado instável pode prejudicar investimentos (receitas) Dificuldade para aceitação dos cursos pelas empresas Pouca procura Dificuldade de atender à demanda Ampliação da conscientização ambiental Escassez de cursos com baixo custo Aumento na procura por cursos profissionalizantes Oportunidade de parcerias com grandes empresas 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 9 9 3 3 24 1 9 9 3 22 9 9 3 1 22 3 3 3 3 12 3 3 0 0 6 0 9 3 9 21 9 3 0 0 12 0 3 3 3 9 30 24 6 4 64 4 24 18 18 65 Baixo custo fixo 9 0 0 0 9 0 3 3 3 9 Equipe motivada Não há concorrência direta Oportunidade de aliança com outros NS. 3 3 3 9 18 1 9 9 9 28 3 3 3 3 12 0 9 9 9 27 3 3 3 3 12 3 9 3 9 24 Subtotal 18 9 9 15 51 4 30 Tabela 5 - Matriz SWOT aplicado no negócio Coesão Social 24 30 88 Análise do Ambiente Interno Equipe pouco experiente Cursos não reconhecidos no mercado Pontos Não há equipe focada na Fracos prospecção de investimentos Poucos recursos financeiros disponíveis Subtotal Pontos Fortes Na questão: “Para onde vamos? ” apresenta-se, na tabela 6, a visão e os objetivos traçados. O penúltimo processo foi analisar a matriz SWOT desenvolvida, vislumbrar a postura estratégica que o negócio deve adquirir e, por último delimitar a estratégia para que o NS atinja as metas estipuladas. É perceptível na matriz SWOT que a maior pontuação ocorreu no cruzamento das Oportunidades x Pontos Fortes, o que indica que o negócio “Coesão Social” tem grande potencial de desenvolvimento e, portanto, as estratégias devem ser no sentido de potencializar as ações que vêm sendo realizadas pelo empreendimento. As estratégias definidas pelos líderes foram, na respectiva ordem de prioridade: 1. Manter o custo fixo baixo do Negócio; 2. Buscar alianças fortes com outros Negócios Sociais compatíveis com a solução prestada pela “Coesão Social”; 3. Manter uma equipe com profissionais competentes e líderes inspiradores para angariarem mais investidores e parceiros no mercado. Por último foi analisada a questão “Estamos no caminho certo? ”. Os indicadores existentes estão descritos na tabela 5 e devem ser monitorados mensalmente, prevendo se a empresa irá atingir esta meta no período de 1 (um) ano. Caso seja verificado que essa meta não será atingida devem ser elaborados planos de ação para propiciar o seu atingimento, os quais podem seguir a metodologia 5W2H, como descrito no referencial teórico. As estratégias definidas anteriormente também podem ser entendidas como projetos e utilizar esta mesma metodologia. Este procedimento não foi verificado pois, como a empresa ainda não está atuando, não há prazos ou responsáveis para que estas sejam realizadas. 13 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 Visão “ Ser o melhor Negócio Social no ramo de treinamentos e atividades ambientalmente educativas no Brasil, atingindo, até 2020, 2 mil pessoas diretamente (participantes dos cursos) e 10 mil pessoas indiretamente (beneficiados) ” Metas 2017 2018 2019 2020 Ser reconhecido regionalmente como um excelente formador e conscientizador Ser reconhecido regionalmente como um excelente formador e conscientizador Ser reconhecido regionalmente como um excelente formador e conscientizador 2016 Ser citado positivamente nas mídias sociais como um Negócio Social em formação Firmar parcerias com associações de comunidades carentes. Firmar parcerias com grandes empresas 2015 100 500 1.000 1.500 2.000 Nº de pessoas indiretamente beneficiadas 600 1200 3000 Tabela 6 - Visão e Objetivos da Coesão Social 6000 9000 12000 Reconhecimento pelo público e empresas como melhor NS profissionalizantes Objetivos Para onde vamos? Indicadores Nº de pessoas diretamente atendidas 200 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O presente estudo propôs-se a apresentar e avaliar uma metodologia para elaboração de um Planejamento Estratégico para Negócios Sociais, a qual foi avaliada através da aplicação no negócio “Coesão Social”. Com o intuito de ser uma ferramenta para auxiliar no desenvolvimento deste segmento, provou ser um excelente guia para que este segmento dê seus primeiros passos rumo à um planejamento que norteie as tomadas de decisões inerentes aos líderes dessas organizações. A metodologia proposta neste estudo auxiliou o NS “Coesão Social” a elaborar objetivos e metas levando em consideração as condições externas e internas da empresa, buscando otimizar os pontos fortes e oportunidades e mitigar as fraquezas e ameaças. Com isso, a empresa poderá lidar melhor com as mudanças no mercado e antever ações para reagir em tempo, sem comprometer sua sustentabilidade econômico/financeira ou a continuidade dos seus projetos. Portanto, o planejamento estratégico pode ser considerado um diferencial que impacta positivamente o desenvolvimento de Negócios Sociais em meio ao mercado capitalista e competitivo. Isso ocorre pois um bom planejamento auxilia a verificar em qual segmento de mercado encontra-se, a diferenciar-se das demais empresas, a definir estratégias para firmar parcerias, a manter a equipe motivada, a descobrir incentivos fiscais que beneficiem Negócios Sociais, a atender às necessidades dos clientes, a definir quais produtos/serviços a organização irá oferecer, a avaliar a receptividade do mercado e a auxiliar integração interna, dentre outras. Vasconcellos e Pagnoncelli (1992, p. 15) citam o pensamento de um autor desconhecido, que diz: “Existem três tipos de empresa: as que fazem as coisas acontecerem; As que assistem as coisas acontecerem; E as que nem querem saber o que está acontecendo”. Com certeza a posição que qualquer líder almeja é a posição proativa, de quem faz acontecer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14 3º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Santa Maria/RS – 3 a 4 de Setembro de 2014 ABICHEQUER, Caio C. H. Elaboração de planejamento estratégico: estudo em uma empresa franqueadora de calçados e acessórios. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Admnistração) – Universidade federal do Rio Grande do Sul. BAGGIO Adelar Francisco. Planejamento e Administração Estratégica. 2000. 55p. BILIBIO, Carolina. Planejamento Estratégico na empresa agrícola familiar. São Luis/MA: EDUFMA, 2009, 108p.il. COLLINS, James C. & PORRAS, Jarry I. Building your company’s vision. Harvard Business Review. Setembro-Outubro 1996. DRUCKER, Peter F. - Management: Tasks, Responsabilities, Practices. 1ª edição. Nova York: 1986. 553p. KOTLER, Phillip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. São Paulo: Atlas, 1998. LEVITT, Theodore. Marketing myopia. Harvard Business Review. v. 38, p. 45-56, jul/ago, 1960. MÜLLER, Cláudio J. Modelo de gestão integrando planejamento estratégico, sistema de avaliação, de desempenho e gerenciamento de processos (MEIO – Modelo de Estratégia, Indicadores e Operações). 2003. Tese (Doutorado em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grade do Sul. NAISBITT, John. Megatendências. N. ed. São Paulo: Abril, 1983. PAGNONCELLI, D.; VASCONCELLOS FILHOS, P; Construindo estratégias para competir no século XXI. Rio de Janeiro: Campus, 2001. 384p. PAGNONCELLI, D.; VASCONCELLOS FILHOS, P; Sucesso empresarial planejado. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. 223p. PMI– Project Management Institute. Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. Editora Saraiva. 5a edição. 2014. 616p. 15