9 SUPLEMEN TO E SP E C I A L ADEGA DE ALMEIRIM Varandas regressa História A Adega Cooperativa de Almeirim foi fundada em 1958, na cidade de Almeirim, região do Ribatejo. Cinquenta anos depois, é um dos maiores produtores de Portugal. Com cerca de 2.000 hectares de vinha, a capacidade de produção ronda os 23 milhões de litros por ano. A qualidade dos nossos vinhos foi sempre a nossa principal motivação. Todos os investimentos realizados em tecnologia para produzir, armazenar e engarrafar os nossos vinhos têm o objetivo de manter os mais elevados padrões de qualidade. Os vários prémios conquistados pelos nossos vinhos fazem-nos pensar que estamos no caminho certo. A Adega Cooperativa de Almeirim recupera o vinho Varandas Grandes Escolha 2014 Branco. Produzido a partir das castas Chardonnay (45%) e Arinto (55%) provenientes de uma parcela única, situada na charneca Ribatejana com solos pobres de natureza arenosa e excelente drenagem. A fermentação decorreu parcialmente em barricas de carvalho francês, com bâtonnage durante 60 dias após a fermentação terminada. As vinhas dos associados da Adega estão implantadas, na sua grande maioria, nas zonas do Campo, em solos que são muitas vezes alagados pelo Rio Tejo nos invernos mais rigorosos, e na zona da Charneca, constituída por solos de A Adega, premiada recentemente com o Prémio de Excelência, garante que o vinho origem calcária e argilosa. A Adega de Almeirim constitui-se hoje como a maior unidade do país, com uma produção média de 25 milhões de Varandas tem côr citrina, aromas de frutos de polpa amarela, ligeiro fumado e alguma tosta de pão, boca ampla e estruturada com quilos de uvas. Na última década, realizou alguns importantes projetos de modernização da sua estrutura produtiva, que a tornam hoje uma das mais bem equipadas adegas do país. A capacidade de produção de vinhos de gama média e média alta tem sustentabilidade nos mais modernos processos de produção e na sua capacidade de estágio em barricas de carvalho francês e americano, que, em cerca de duas centenas, são renovadas regularmente de forma a manter um elevado padrão qualitativo. Todos os vinhos são fermentados com temperaturas controladas por uma moderna rede de frio com cerca de três milhões de frigorias, capaz de assegurar as melhores temperaturas de fermentação para cada casta e tipo de vinho e também a estabilidade tartárica de alguns vinhos antes do seu engarrafamento. A implementação de um sistema de autocontrolo (HACCP) torna possível a rastreabilidade de todos os produtos e uma total segurança na higiene e qualidade alimentar de todos os nossos vinhos comercializados em Portugal e no estrangeiro. A Adega conta com um laboratório plenamente equipado, dirigido pelos enólogos Eng.º Romeu Gonçalves, Eng.º António Ventura e Eng.ª Maria Valadas. acidez muito viva e omnipresente, volume e gordura notório, complementados com final longevo e firme. Deve servir-se à temperatura de 10.ºC. Horários: Terça a Sexta: 9.30h às 13.00h e das 14.00h às 18.00h Fim de Semana:10.00h às 13.00h e das 15.00h às 18.00h Encerramento à segunda Feira. 15 de abril de 2015 10 SUPLEMEN TO ESP E C I A L A D E G A D E A L M E I R I M Os números: A Adega dispõe de uma linha de engarrafamento com capacidade para 3.000 garrafas por hora, estando principalmente vocacionada para o engarrafamento de garrafas de um litro e um tipo de frisante, e uma outra linha de engarrafamento com capacidade para 6.000 garrafas por hora ficando vocacionada para a produção de todos os produtos apresentados em garrafa de 0.75lts. (gaseificados, lisos e frisantes) e 0.375lts., uma linha onde a intervenção humana é reduzida ao mínimo. A Adega Cooperativa de Almeirim dispõe ainda de uma linha de acondicionamento em Bag in Box com a capacidade para produzir 450 unidades de cinco litros por hora, e outra linha com capacidade para produzir 260 unidades de 10 litros e 150 unidades de 20 litros por hora. MANUEL GABIRRA (PRESIDENTE DA ADEGA DE ALMEIRIM) Quando começou o vosso mandato? O meu mandato começou em 1987, salvo erro. Era um jovem quando vim para a direção da adega. Fui tesoureiro nessa altura. Éramos um grupo de amigos, na altura a Adega estava a atravessar uma crise, e pensámos em formar uma direção, e tivemos aquela direção durante 15 anos seguidos, 5 mandatos. Só houve um interregno de dois anos em que eu não estive na direção. Quando termina o mandato? Faltam dois anos para terminar o mandato. Que tipos de trabalhos têm tido? Quando eu vim para a adega, fui tesoureiro, e depois passei para vicepresidente, e só neste último mandato fui presidente da Adega. Que balanço faz deste tempo, desde que está na direção da Adega de Almeirim? O balanço é difícil de fazer pelo próprio. Quem tem de ter ideia se o trabalho foi bem feito ou não são sempre as pessoas do lado de fora. Mas olhando ao que se tem desenvolvido ao longo destes anos, e ao que a Adega era e o que a Adega hoje é, eu penso que o balanço foi muito positivo. Porque nós falamos com muitas pessoas que estão 15 de abril de 2015 de fora e a imagem da Adega é que tem feito bom trabalho e o balanço é positivo. Que significado teve o prémio recentemente conquistado? É sempre com muito orgulho que nós ganhamos um prémio. E mais do que o prémio, a destacar ainda o desenvolvimento dos vinhos, o que se vende, os selos que se vendem, aumentámos de 200 mil para 600 mil selos, portanto é sempre um trabalho de desenvolvimento grande e é sempre com muito orgulho, ficamos muito satisfeitos e é uma honra. Mas isto não pára aqui, porque a ideia é sempre melhorar. Posso dizer que até tínhamos hipóteses de vender um milhão ou dois de selos. Mas como a Adega é uma casa que tem muitos milhões de litros de vinho, temos de ter um pensamento diferente. Temos vinhos de boa qualidade com um preço relativamente barato, para poder escoar os vinhos e depois conseguir ter os depósitos vazios para a nova colheita. Temos aqui uma política com dois sentidos: Uma, para se vender vinhos regionais e outra para vender vinhos de mesa com a garantia de qualidade da adega, e para vender muitos litros de vinho. A Adega de Almeirim é hoje mais competitiva? Sim, é uma adega muito mais competitiva, não tem comparação com o que era antigamente. Hoje é competitiva ao nível das melhores adegas que temos no nosso país. É uma adega que já vende à volta de dez milhões de litros de vinho engarrafado. E é competitiva em todos os aspetos, tanto faz em preços como em qualidade. Os produtores estão hoje melhor preparados para um mundo tão competitivo? Sim, estão. Os produtores estão melhor preparados porque nós aqui, modéstia à parte, podemos garantir que temos um naipe de produtores com muita categoria, ao nível dos melhores produtores que temos no país. São produtores que tratam muito bem as vinhas, não temos problemas, as uvas chegam aqui com excelente qualidade, as castas são as melhores do país, e os agricultores têm um bom comportamento, estão bem relacionados com a parte técnica, e na altura das vindimas é feito o que os técnicos acham que deve ser feito. Nós respeitamos muito os técnicos, acreditamos neles, e fazemos tudo como eles pedem, apanhamos as uvas na altura que devem ser apanhadas. E de facto eu orgulho-me muito dos produtores que Almeirim tem. Almeirim tem muito bons produtores ao nível nacional, não temos medo de concorrer com ninguém. Outrora havia a ideia de que se pagava com muito atraso aos produtores. Isso mudou? Quanto tempo demora em média? Sim. Eu apanhei ainda essas fases em que havia situações difíceis para os sócios, que estavam muito tempo sem receber. Porque, hoje em dia, uma casa destas, para poder trabalhar bem, tem de trabalhar muito com a banca, e quando a banca fecha um bocadinho a torneira por qualquer situação, há sempre mais dificuldade. Para a Adega dar o dinheiro aos sócios, tem de ter aqui o vinho meses para o vinho estar a estagiar e depois estar pronto para engarrafar, e só então vender e receber, o que ainda demora tempo. Quando se trabalha bem com a banca, que é o caso hoje, podemos dizer que o agricultor está sensivelmente um ano para receber as uvas que põe na adega, mas durante esse ano, vão recebendo abonos de três em três meses. Portanto hoje a banca trabalha muito bem com a Adega, e as coisas estão controladíssimas nesse aspeto, felizmente, a banca acredita no trabalho que a Adega está a desenvolver e não nos põe problemas nenhuns acerca de financiamentos. Estamos sempre descansados com isso. Pedimos, e depois de vendermos o vinho, pagamos, e é assim que tem funcionado. 11 SUPL EMEN TO ESP E C I A L A D E GA D E A L M E I R I M ROMEU GONÇALVES (ENÓLOGO) Como foi a colheita 2014? A colheita 2014, para nós, foi uma excelente colheita, uma vez que nós começámos as vindimas cedo, por volta de 11 de agosto. Até à primeira semana de setembro, temos os brancos todos colhidos, e depois em meados de setembro temos a nossa vindima pronta. Este ano foi um ano extremamente complicado, não para nós... Nós tivemos uma semana de vindima só com chuvas e a quantidade que entrou nessa semana foram cerca de 200 toneladas de uva. Para nós é insignificante, este ano produzimos cerca de 20 milhões de quilos, para nós não tem expressão. Ou seja, para nós foi bom. Em termos de brancos, os vinhos são bastante equilibrados, com uma boa acidez. Os tintos com estrutura também. Julgo que é um ano de vinhos bons. Um ano que para nós foi agradável. Nas outras regiões foi um ano complicado por causa das chuvas, mas felizmente para nós não. 2015 será bom? 2015… Teremos de fazer essa questão ao São Pedro. Já tivemos algum problema de geada, mas nada significativo para o global, para o agricultor talvez seja um problema. Agora vamos esperar, o São Pedro é que dirá se nos vai ajudar ou não. Há espaço para tantas adegas no concelho? Eu tenho uma opinião muito própria sobre isso. Na minha opinião, o concelho, e até mesmo a Região Tejo deveria ter duas adegas só. Uma que fazia tintos e outra que fazia brancos. As outras todas aglomeravam tudo. É a minha opinião. Não faz sentido ter tantas adegas. Por ter tantas adegas dispersam-se em termos comerciais. Há lutas entre adegas, o que há sempre, está-se a disputar preços, o que é mau para os agricultores. E acho que era bom para toda a gente. Se calhar, daqui a uma geração ou duas, talvez tenhamos só duas adegas, uma a sul do Tejo e outra a Norte do Tejo. O futuro passará por uniões ou fusões? O futuro passará pelas duas coisas, uniões e fusões. Se calhar mais fusões, porque uniões é uma palavra que o português não gosta. Está conotada a um mal, pelo que se passou há uns anos no país. Eu acho que fusões é melhor porque as fusões subentendem uma só pessoa a mandar, uma administração. As uniões são várias administrações que mandam, e perde-se um bocado, porque muita gente a mandar não traz resultado. Que sentimento teve com estes prémios recentemente conquistados? É um sentimento de orgulho, valorização do nosso trabalho, um sentimento de que estamos no bom caminho. É um sentimento ótimo, fiquei muito contente, tal como toda a gente aqui na empresa, todos os colaboradores. Estes prémios são de todos, sozinhos não vamos a lado nenhum. PATRÍCIA SANTOS (MARKETING) DAVID RODRIGUES (EXPORTAÇÃO) Receber o prémio Empresa Dinamismo foi um grande prestígio? Claro que sim, julgo que foi bom para todos, não só para mim, mas também para a direção e para todos os colegas da Adega. Para mim teve um gosto especial porque eu abracei este projeto há cerca de dois anos, porque a minha função aqui é a contabilidade, sou técnica de contas e não de marketing, e depois foime feita esta proposta pela direção e eu aceitei com muito gosto. É uma situação que me dá muito gosto fazer e, claro, teve um gosto muito especial, e sinto muito orgulho pelo prémio que tivemos. A exportação é uma necessidade? Sim, cada vez mais a exportação é uma necessidade, também devido à nossa capacidade, porque a nossa produção é muito grande, e cada vez mais o mercado nacional não consegue receber toda a nossa produção e a solução passa muito pela exportação, para atingir novos mercados e para chegar cada vez mais longe. Necessidade da mudança da imagem dos vinhos? A necessidade passa pelo mercado, ou seja, o mercado evolui, a concorrência evolui, e nós temos de acompanhar essa tendência com a mesma evolução. Temos de tentar estar a par de todos os nossos concorrentes, de mudança da imagem, de tentar que o consumidor olhe para o nosso produto e este se destaque dos outros todos na prateleira de um supermercado ou garrafeira. E isso é muito importante porque é pela diferença que nos conseguimos destacar também no mercado, e daí a necessidade de ter mudado e de continuar a mudar a imagem dos nossos vinhos, sempre no sentido de tentar vender mais e tentar que as pessoas olhem primeiro para o nosso produto e depois para os outros. Pelo menos é o nosso objetivo. Projetos para o futuro? Os projetos para o futuro passa essencialmente por aumentar o volume de exportação, conquistar novos mercados, manter os existentes e chegar a todos os consumidores que queiram beber o vinho da nossa Adega, para isso é importante a presença em feiras internacionais como aconteceu na PROWEINE na Alemanha em Março e irá acontecer em Maio em Londres na London Wine Faire. Os prémios nacionais e internacionais conquistados são também um grande impulso para a divulgação do nosso vinho e é nosso objetivo continuar a concorrer e continuar a ganhar. Não nos podemos esquecer nunca que nada disto será possível sem a qualidade das nossas uvas que se deve aos nossos associados sendo eles o motor desta casa. Que números têm das exportações no presente? Rondarão os 10% da nossa produção, andará perto desses valores. 15 de abril de 2015