Caso de Estudo da ecoeficiência Operacional nas
Refinarias
(Maio 2015)
Introdução
Hoje somos desafiados a assumir compromissos
relacionados com a eco-eficiência, com a
utilização eficaz dos recursos, a minimização dos
impactos negativos e optimização dos benefícios
ambientais, técnicos e económicos, para além do
cumprimento dos requisitos legais.
De acordo com a nossa estratégia, estamos
comprometidos com a melhoria contínua
garantindo a sustentabilidade das nossas
operações com foco na eco-eficiência
operacional e na eficiência energética do sistema
de refinação.
Os nossos principais objetivos são: melhorar a
eficiência energética através da redução do
consumo energético e emissões associadas,
reduzir a produção de resíduos, consumo de água
e produção de efluentes líquidos associados às
instalações mais relevantes, as refinarias.
Contexto de Sustentabilidade
Na Galp Energia (GE), realizamos uma série de
atividades que incentivam, consolidam e
renovam a identificação e priorização de
questões de sustentabilidade, para que os nossos
esforços possam estar
constantemente e
substantivamente em conformidade.
De forma a orientar o nosso caminho e
enfrentar as questões materiais, estabelecemos
um conjunto de compromissos, aprovados pela
Gestão de topo e assumidos por toda a
Empresa.
De acordo com os nossos compromissos de
sustentabilidade, a eco-eficiência operacional é
um tema material e encontra-se incluído no
Compromisso V: “Vamos continuar a melhorar
o nosso desempenho de segurança, saúde e
ambiente, reduzindo o impacto negativo e
maximizando o impacto positivo das nossas
atividades. Temos de o fazer pelas nossas
pessoas, pelos nossos ativos e pelos nossos
Stakeholders, que nos concedem a licença para
operar e de cuja confiança necessitamos .”
Por outro lado, abordamos a questão da
eficiência energética especificamente no
Compromisso IV: “Devemos continuar a
interpretar o contexto em que o nosso sector se
afirma na satisfação das necessidades
energéticas do futuro, entregando energia de
forma socialmente justa e responsável, mas
reconhecendo igualmente o imperativo de
reduzir a intensidade
carbónica das nossas
atividades e produtos.”
Materialidade dos aspetos em análise, na
perspetiva da Organização e dos seus
Stakeholders
O segmento de negócio da refinação processa
matéria-prima em duas refinarias, Matosinhos e
Sines. Estas instalações possuem uma
capacidade total de refinação de 330 mil barris
de petróleo bruto por dia, cerca de 20% da
capacidade de refinação Ibérica.
Um dos objetivos estratégicos da GE para o
negócio da Refinação é o “Foco na eficiência
energética e na optimização de processos do
sistema refinador, tanto na optimização dos
custo como do capital empregue”, neste
sentido, assumimos a eco-eficiência operational
como uma questão estratégica que incorpora os
riscos e as oportunidades inerentes à sua
gestão.
Tendo em conta os indicadores relacionados
com a eco-eficiência operacional, as refinarias
representam maior materialidade (mais de
90%) no universo de instalações da GE.
Estes objetivos estão alinhados com a nossa
Estratégia para as Alterações Climáticas (20142020), onde avaliamos os riscos e
oportunidades e definimos ações e metas
específicas que irão contribuir para o
cumprimento dos compromissos com base em
quatro eixos estratégicos, um dos quais
corresponde à “Refinação e distribuição
eficiente”.
Segue-se a nossa abordagem metodológica
associada à gestão da eco-eficiência
operacional:
COMPROMISSO V – Garantir a proteção do
ambiente, das pessoas e dos ativos
Principais
objetivos
• Proteger os serviços dos ecossistemas
• Reduzir a nossa pegada ambiental
Como
• Maximizar a eficiência do uso
de recursos
• Minimizar os impactes
ambientais
Objetivos estratégicos da iniciativa
Através de
• Estabelecimento de
objetivos e metas (KPI’s)
• Investimento nas
melhores tecnologias
disponíveis
• Verificação de 3ª parte
para garantir o rigor dos
dados
Resultados
Melhoria do nosso desempenho de segurança,
saúde e ambiente, reduzindo o impacto
negativo, intensidade carbónica dos nossos
produtos e maximizando o impacto positivo das
nossas atividades.
Análise SWOT
Forças (Strengths)
Fraquezas (Weaknesses)
•Maturidade na gestão de
desempenho ambiental;
•Robustez do sistema de
monitorização e reporte.
•Alterações nos sistemas
operacionais
e
outras
restrições normais.
SWOT
Oportunidades
Ameaças (Threats)
•Legislação emergente
impactes regulatórios;
•Conduta e Reputação.
e
(Opportunities)
•A crescente importância das
questões de sustentabilidade
(eco-eficiência operacional)
•Líder mo desempenho;
•Poupanças.
Abordagem Metodológica
No caso particular da eficiência energética, as
refinarias estão a evoluir progressivamente
para os melhores benchmarks do mercado em
termos de intensidade de emissões e da
eficiência energética.
• Minimizar os impactes negativos e otimizar os benefícios
ambientais, técnicos e económicos;
• Obter a confiança dos stakeholders.
Responsabilidades
A estrutura hierárquica da GE é responsável
pela implementação das normas, práticas e
procedimentos, incluindo as relacionadas com o
reporte e monitorização do desempenho, e com
o estabelecimento de objetivos e metas. Além
disso, temos um manual corporativo para
monitorização e reporte de indicadores
ambientais, aprovado pela Comissão Executiva.
Mecanismos de avaliação da eficácia de
implementação
Avaliação e monitorização dos procedimentos:
A Gestão de topo estabelece objetivos e metas
desafiantes para todos os níveis da Empresa
/Unidades de Negócio (UN) com o objetivo de
encorajar a melhoria contínua em Gestão da
Sustentabilidade, alinhada com a Missão e Visão
corporativa.
Estes objetivos e metas fazem parte do plano
estratégico e de negócio das Unidades da GE.
Refinaria de Matosinhos
Meta
2012
Meta
2013
Meta
2014
Meta
2015
Consumo de água
por carga tratada
(103 m3/ton)
0,55
0,55
0,52
0,57
Efluentes líquidos
por carga tratada
(103 m3/ton)
0,50
Sem
meta
definida
0,50
0,37
Emissões de NOx por
carga tratada (g/ton)
250
230
185
127
Emissões de SO2 por
carga tratada (g/ton)
650
450
230
63
Emissões de
partículas por carga
tratada (g/ton)
20
15
15
15
Indicador
Os KPIs são estabelecidos e monitorizados nos
BSC, para avaliar o desempenho da UN e definir
planos de ação de acordo com os objetivos e
metas a alcançar. Os KPIs associados à ecoeficiência operacional fazem parte dos BSC e
são monitorizados trimestralmente pela Gestão.
Para fortalecer o compromisso com a Estratégia
de Sustentabilidade, foi implementado, em
2013, um fator de Sustentabilidade (que inclui
indicadores ambientais, segurança, sociais e
qualidade) para avaliação do desempenho dos
colaboradores, garantindo que o bónus de
desempenho anual considera o desempenho de
sustentabilidade, tanto na perspectivas reativas
como proactivas, uma vez que alguns dos KPIs
consideram a execução de planos de ação
estratégicos.
KPIs quantitativos e qualitativos
Refinaria de Sines
Meta
2012
Meta
2013
Meta
2014
Meta
2015
Consumo de água
por carga tratada
(103 m3/ton)
0,69
0,64
0,68
0,67
Efluentes líquidos
por carga tratada
(103 m3/ton)
0,54
0,36
0,33
0,35
Emissões de NOx por
carga tratada (g/ton)
160
110
73
73
Emissões de SO2 por
carga tratada (g/ton)
1.610
1.410
826
500
Emissões de
partículas por carga
tratada (g/ton)
40
Indicador
Definimos objetivos e metas ambiciosos para as
nossas refinarias: temos a intenção de alcançar
os níveis de benchmark em termos de eficiência
energética e intensidade carbónica da
atividade. O nosso objetivo máximo é alcançar
uma tendência decrescente em todos os
indicadores de desempenho.
Salientamos
o
compromisso
com
as
metas/objetivos estabelecidos, apesar das
mudanças operacionais nos sistemas e outras
limitações normais.
Resultados obtidos
40
20
18
As
refinarias
estabelecem
metas
de
desempenho com vista a garantir a melhoria da
eco-eficiência operacional. Estas metas
procuram atender às diversas exigências e
requisitos das normas assumidas pela Gestão de
topo (Sistemas de Gestão Ambiental,
implementado de acordo com os padrões
internos e externos - ISO), assegurando a
melhoria contínua.
Refinarias de Sines e Matosinhos
Indicador
2012
2013
2014
Δ2012
-2014
Consumo direto de
energia de fontes
primárias por carga
tratada (TJ/mmboe)
449
397
373
-17%
Consumo de água
bruta por carga
tratada (103
m3/mmboe)
85
87
84
-1%
Efluentes líquidos
por carga tratada
(103 m3/mmboe)
43
44
47
10%
Resíduos produzidos
por carga tratada
(ton/mmboe)
213
131
150
-30%
Tendo em conta o aumento de efluentes
líquidos, é de notar que a produção de
efluentes líquidos é fortemente influenciada
pelas condições meteorológicas: os efluentes
líquidos pluviais provenientes das zonas
processuais e da armazenagem são recolhidos e
encaminhados para tratamento na ETAR da
refinaria Matosinhos.
O gráfico seguinte mostra a relação entre a
produção de efluentes líquidos e a precipitação
média na região da refinaria de Matosinhos em
2014 (dados provenientes do Instituto Português de
Meteorologia).
A implementação destas medidas traduz-se
num plano de eficiência energética para cada
refinaria, com o ambicioso objetivo de torná-las
numa referência do sector a curto prazo
Desempenho da refinaria de Sines
2013
2014
Δ20132014
CO2/CWT
37,7
32,9
-13%
EII
101,0
92,7
-8%
Indicador
Desempenho da refinaria de Matosinhos
2013
2014
Δ20132014
CO2/CWT
31,7
28,2
-11%
EII
84,4
82,7
-2%
Indicador
Eficiência energética nas refinarias
Na GE prosseguimos com a implementação de
novas medidas de eficiência energética no
aparelho refinador, após a implementação do
projeto global de conversão das refinarias de
Matosinhos e Sines. Este tratou-se do mais
ambicioso projeto industrial desenvolvido em
Portugal, com o objetivo de adaptar o aparelho
refinador às novas tendências de procura nos
mercados de combustíveis e dotar as refinarias
de melhorias que permitam atingir níveis de
referência em termos de eficiência energética,
através da modernização das instalações e dos
processos.
Nota: O Energy Intensity Index (EII) é um índice de intensidade de
energia, elaborado pela Solomon Associates, que compara o consumo
de fontes primárias de energia de uma refinaria com uma refinaria de
referência de igual complexidade, medindo o seu desempenho
energético. A redução do EII implica um menor consumo de energia
para o mesmo patamar de produção e representa diretamente uma
redução relativa de emissões de GEE e de poluentes regulamentados.
O Complexity Weighted Tonne (CWT) é um indicador elaborado pela
Solomon Associates em parceria com a CONCAWE, que compara
diferentes refinarias de acordo com a decisão da Comissão Europeia,
2011/278/CE, de 27 de abril. O CWT caracteriza refinarias de
diferentes dimensões e complexidade através de um meio de
comparação das emissões de CO2. O CWT é aplicável a todas as
refinarias da UE e tem em consideração o mix de produção de cada
refinaria, reduzindo a complexidade através da utilização de vários
parâmetros de avaliação.
Controlo e redução das emissões atmosféricas
nas refinarias
Com vista a tornar estas operações e produtos
cada vez mais sustentáveis, a GE tem vindo a
implementar
as
melhores
tecnologias
disponíveis para a redução de emissões
atmosféricas nas operações de refinação.
-70%
Emissões NOx*
-71%
Emissões SO2*
-59%
Emissões Partículas*
*face a 2009
Medidas de eficiência energética implementadas
Refinaria de Sines
Refinaria de Matosinhos
• Início de novo ciclo produtivo, passando de uma configuração
de cracking para hydrocraking, com a construção de novas
unidades segundo as melhores técnicas disponíveis.
• Arranque da unidade de cogeração, com otimização da produção de
vapor e energia elétrica.
• Substituição do permutador carga/efluente da unidade de Reforming
II (U3300) por um permutador de tecnologia mais eficiente.
• Instalação do trem de permuta da UN-3700 e revamping da UN-3700
e da H-3001.
Principais desafios
aprendidas:
enfrentado
e
lições
• O desafio diário de alcançar a excelência
operacional;
• Melhoria na qualidade dos dados,
monitorização e comunicação;
• Os benefícios subjacentes à definição de
metas com vista à melhoria operacional.
Conclusões
A GE melhorou o seu desempenho nos
indicadores de eco-eficiência operacional,
nomeadamente no consumo de energia,
consumo de água e produção de resíduos, face
a 2012.
A tendência de desempenho obtido nos
efluentes líquidos é explicada nos “Resultados
obtidos”.
Para alcançar este desempenho, é essencial a
constante definição de metas e objetivos
desafiadores para as instalações mais materiais,
bem como o compromisso da Gestão de topo.
Porque a eco-eficiência operacional é um tema
estratégico e material, na GE identificamos
oportunidades de melhoria e estabelecemos
planos de ação relacionados com a redução do
consumo de água, produção de efluentes
líquidos, consumo de energia, e produção de
resíduos com efeitos positivos nos custos de
gestão associados.
Próximos passos
Temos como objetivo minimizar o impacte das nossas operações, diminuindo sustentadamente a
intensidade carbónica da atividade, por isso queremos ser líderes em eficiência energética na Europa
Ocidental, atingindo o 1.º quartil de referência no sector de refinação em 2015/2016.
Promover a eco-eficiência
• Vamos continuar a garantir que as metas e objetivos da ecoeficiência estão definidos de acordo com a relevância e a natureza
da operação.
Promover a eficiência energética
• Temos ainda projetadas novas medidas que serão implementadas
no período 2015-2016, estimando uma poupança energética de €30
m. Com a conclusão da implementação destas medidas, temos
como objetivo na Refinaria de Sines integrar o 1.º quartil até 2016 .
• No que respeita à Refinaria de Matosinhos, temos por objetivo
ser líder em custos na Europa Ocidental, 1.º quartil em 2015.
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caso de estudo sobre a eco-eficiências nas refinarias