Centro Interdisciplinar de Assistência e Pesquisa em Envelhecimento – CIAPE. Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Pós Graduação em Saúde do Idoso Geriatria e Gerontologia Módulo: I Disciplina: Epidemiologia do Envelhecimento Epidemiologia do Envelhecimento Dr. Felipe Toledo Rocha • Médico formado pela UFMG • Especialista em Geriatria e Gerontologia pelo CIAPE/FCMMG • Mestrando em Gerontologia Social pela Universidade Autônoma de Madri / Espanha • Diretor Clínico do Hospital Paulo de Tarso de Geriatria • Coordenador do GeroCenter / CIAPE Conteúdo Programático 1. 2. 3. 4. 5. Transição Demográfica Transição Epidemiológica Teorias do Envelhecimento Modalidades de Envelhecimento Classificação Funcional x Classificação de Doença 6. Envelhecimento dos Sistemas Fisiológicos Principais • • • • • • • • • • • • • Composição corporal / Nutrição / Antropometria Metabolismo hidroeletrolítico Imunossenescência Termorregulação Órgãos dos sentidos (visão e audição) Estruturas envolvidas na voz, fala, motricidade oral e cavidade oral Pele e anexos Sistema endócrino Sistema cardiosvascular Sistema respiratório Sistema gênito-urinário Sistema gastrointestinal Sistema nervoso TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: •A população cima de 60 anos representa, atualmente, 9% da população brasileira. • Representa cerca de 30 a 40% da demanda dos serviços de saúde. •Em 2020 projeta-se que a população idosa representará 15% da população brasileira. •Demanda dos serviços de saúde em 2020 70%???? Transição Epidemiológica •Diminuição da morbi-mortalidade causada por doenças infecto contagiosas. •Aumento da morbi-mortalidade causada por doenças crônico degenerativas. •Modificação do paradigma médico do curar Aprender a evitar a Incapacidade, não só a Morte. De que morreu seu avô? Do que você vai morrer? Transição Epidemiológica no Brasil • Sobreposição de modelos. • Reaparecimento de doenças seculares ( Dengue, Febre Amarela, Leidhmaniose, TBC, Hanseníase dentre outras). • Aumento expressivo das causas externas violência urbana • Aumento na prevalência das doenças Cardiovasculares • A Transição Demográfica é muito mais acelerada do que a Transição Epidemilógica. Teorias do Envelhecimento Envelhecimento Biológico Teorias Estocásticas 1. Teoria do “Uso-Desgaste”: O envelhecimento e a morte seriam resultado da constante exposição dos diversos tecidos às injúrias ambientais. 2. Teoria das “Proteínas Alteradas”: O envelhecimento derivaria do acúmulo de proteínas que tiveram “erros” nos processos de transcrição . 3. Teoria das “Mutações Somáticas”: O envelhecimento seria consequência do acúmulo de mutações somáticas com o avançar da idade, alterando a função dos diversos órgãos corporais. 4. Teoria do “Erro Catastrófico”: Falhas no aparato protéico de célula causariam a ação errônea da proteína no ambiente celular, mesmo com a integridade do códon.A somatória desses erros chegaria a um ponto incompatível com a vida Morte. 5. Teoria da “Desdiferenciação”: A célula perderia a diferenciação, ou parte dela, e passaria a produzir proteínas e produtos celulares exógenos aquele tecido Quebra da Homeostase. 6. Teoria do “Dano Oxidativo e Radicais Livres”: O envelhecimento seria resultante da sobreposição dos mecanismos lesivos sobre os reparadores. 7. Teoria do “Acúmulo de Detritos Lipofuscina”: O acúmulo de detritos no interior da célula, sem turnover do mesmo, geraria o envelhecimento e morte celular. 8. Teoria da “Mudança pós-tradução em proteínas”: Modificações químicas em proteínas importantes, como colágeno e elastina, afetariam a constituição e função dos tecidos. Teorias Sistêmicas 1. Teoria da “Taxa de Vida”: Quanto mais lento o metabolismo de um ser, maior sua longevidade. 2. Teoria do “Dano Mitocondrial”: Dano do Oxigênio sobre a Mitocôndria levando a uma menor eficiência respiratória da mesma. Teoria Genética 1. Apoptose: Morte celular programada, ativada por fatores extra celulares. 2. Fagocitose: Proteínas anormais de superfícies tornariam as células “no self” e, consequentemente, seriam eliminadas. Teorias Neuroendócrinas: 1. Desregulação dos sistemas neuroendócrinos afetando a Homeostase. Teoria Imunológica: 1. Alterações qualitativas e quantitativas no sistema imunológico levariam a perda da Homeostase. Conclusão Nenhuma das teorias, sozinha, consegue explicar todos os passos deste complexo processo que é o envelhecer. Em cada uma delas encontramos “pedaços” da “verdade” biológica do envelhecer. A busca pela explicação do processo de envelhecimento não acaba, pois o desejo da eternidade move os homens desde a antiguidade e nunca vai parar. Envelhecimento Saudável X Envelhecimento Patológico Envelhecimento Saudável Envelhecimento Patológico Incapacidade Infância Adulto Velhice Envelhecimento Fisiológico ( Senescência) Refere-se aos processos biológicos inerentes aos organismos e são inevitavelmente involutivos. Provavelmente, essas transformações sofrem influência do ambiente físico e social. Entretanto, ainda não se sabe a extensão do impacto ambiental, principalmente devido à dificuldade de desenvolvimento de um método que separasse a fração de declínio fisiológico inerente ao organismo daquelas advindas dos estresses ambientais anteriores ao envelhecimento. O envelhecimento fisiológico é dividido em: • Envelhecimento usual: apresenta prejuízos significativos, mas não são qualificados como doentes; • Envelhecimento Bem Sucedido: perda fisiológica mínima, com preservação da função robusta em uma idade avançada. O processo de envelhecimento é “puro”, isento de danos causados por hábitos de vida inadequados, ambientes inapropriados e doenças. Envelhecimento Patológico (Senilidade) Refere-se ao envelhecimento na presença de traumas e doenças que “desviam” a curva de capacidade para baixo. • Diabetes mellitus por Obesidade • Osteoartrose por esforço repetitivo • DPOC por tabagismo Hábito + Genética = Patologia Patologia + Envelhecimento Usual = Envelhecimento Patológico Patologias mais prevalentes na pessoa idosa Doenças que se relacionam com a idade, as quais se associam com mais freqüência a determinada idade (Osteoporose e Fratura de Fêmur, Doença de Parkinson, Demência de Alzheimer, etc;) Patologias às quais o idoso apresenta maior suceptibilidade: •Transtornos Motores do Esôfago •Catarata •Osteoartrite Efeito da morbidade de doenças crônicas • Diabetes mellitus não controlada + 30 anos de doença = IRC, Cegueira, Amputações. • Hipertensão Arterial Sistêmica não controlada + 30 anos de doença = ICC, IRC, AVC. •Osteoporose + Queda = Fratura de Fêmur ICC Insuficiência coronariana Insuficiência vascular periférica Estenose carotídea Aneurisma abdominal Bloqueio de condução Fibrilação atrial e arritmias ventriculares Osso Fratura (osteoporose) Articulação Osteoartrose Músculo Polimialgia reumática (arterite temporal) Disfunção de bomba INSUFICIÊNCIA Disfunção perfusional CARDIOVASCULAR Disfunção elétrica INSUFICIÊNCIA OSTEOMUSCULAR DPOC Pneumonia Incontinência urinária Insuficiência renal Infecção urinária Diabetes mellitus Hipotireoidismo Catarata Glaucoma Degeneração senil INSUFICIÊNCIA Surdez de condução (rolha de cerumen) AUDITIVA Perda neurosensorial INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA INSUFICIÊNCIA GÊNITO-URINÁRIA INSUFICIÊNCIA ENDÓCRINA INSUFICIÊNCIA VISUAL Autor:Prof.Edgar Nunes de Morais Constipação intestinal, diverticulose, diarréia, colelitíase Neoplasias: mama, cólon, pulmão, próstata, estômago, pele, neoplasias linfo ou mieloproliferativas, Outras Hipertensão arterial, hipotensão ortostática, dislipidemia, co-morbidades tromboembolismo pulmonar freqüentes no idoso Infecções: pneumonia, infecção urinária, erisipela, tuberculose,influenza, ... Hiperplasia prostática benigna, disfunção sexual Insônia, xerodermia, úlceras de pressão Hipertireoidismo e hiperparatireoidismo Anemia, hiponatremia (SIHAD), deficiência de B12 CID (Código Internacional de Doenças) Mostra apenas um lado da questão: o da doença ou a situação que causou a seqüela, mas não apresenta outros fatores como a capacidade do indivíduo em se relacionar com seu ambiente de vida. Classificação Internacional de Limitação, Incapacidade e Deficiência - ICIDH) - 1992 HEREDIT ARIEDADE FATORES AMBIENTAIS ENVELHECIMENT O DISFUNÇÃO Doença Conseqüência INCAPACIDADE DEFICIÊNCIA Desvantagem social Autor: Prof Edgar Nunes de Moraes Funcional FUNCIONALIDADE É um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação. INCAPACIDADE É um termo que abrange deficiências, limitação de atividades ou restrição na participação. Indivíduo PESSOA Humanização ou Conscientização (Para quê?) “Conhece-te a ti mesmo” ESFORÇO PESSOAL Idade cronológica VULNERABILIDADE Reserva homeostática Liberdade Plena Aceitação da realidade e maior tolerância à dor Infância e adolescência Adultez Velhice Envelhecimento patológico do organismo Limiar de Incapacidade Psiquismo infantil Idade Autor: Prof. Edgar Nunes de Moraes Infância e adolescência VELHICE Adultez PSIQUISMO ORGANISMO Limiar de Incapacidade Idade Autor: Prof. Edgar Nunes de Moraes Grandes Síndromes Geriátricas Bio-Psico-Sociais Incapacidade Cognitiva Insuficiência Familiar Imobilidade Indiferença Instabilidade Postural Isolamento Social Incontinência Urinária Institucionalização Iatrogenia ENVELHECIMENTO DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS PRINCIPAIS Composição corporal / Nutrição / Antropometria Metabolismo hidroeletrolítico Imunossenescência Termorregulação Órgãos dos sentidos (visão e audição) Estruturas envolvidas na voz, fala, motricidade oral e cavidade oral Pele e anexos Sistema endócrino Sistema cardiosvascular Sistema respiratório Sistema gênito-urinário Sistema gastrointestinal Sistema nervoso ANTROPOMETRIA Estatura: 1 a 1,5 cm/década Peso: até 70 anos IMC (kg/m2): 22 a 27 NUTRIÇÃO As alterações fisiológicas do envelhecimento que comprometem as necessidades nutricionais ou ingestão alimentar são: Redução do olfato e paladar: Redução do metabolismo basal: redução de 100 Kcal por década ( massa magra e da atividade física); Aumento da necessidade protêica: síntese e ingestão Redução da biodisponibilidade da vitamina D: redução da absorção intestinal de cálcio; Deficiência da utilização da vitamina B6; Redução da acidez gástrica: B12, Ferro, cálcio, ácido fólico e zinco Insuficiência do mecanismos reguladores da sede, fome e saciedade; Aumento da toxicidade de vitamina lipossolúveis: vitamina A, D, E, K Maior dificuldade na obtenção, preparo e ingestão de alimentos; Xerostomia 1. Hormônio Antidiurético (ADH) Níveis séricos basais Liberação do ADH após estimulação dos osmorreceptores (Redução de 20% da Liberação do ADH após estimulação dos barorreceptores água corporal total e 8 - Responsividade renal ao ADH 10% do volume 2. Aldosterona (hipoaldosteronismo DESIDRATAÇÃO plasmático) hiporreninêmico) Níveis basais Liberação de aldosterona após depleção do sódio HIPOTENSÃO Liberação de aldosterona após mudanças posturais ORTOSTÁTICA 3. Hormônio Natriurético Atrial Níveis basais Liberação após estimulação 4. Sensação de Sede 5. Outros: diuréticos, sudorese excessiva, restrição física, confusão mental, demência, diarréia, etc... Autor: Prof.Edgar Nunes Moraes HIPONATREMIA HIPERPOTASSEMIA (IRC, diabetes, AINE) Envelhecimento Oftalmológico Alterações anatômicas Alterações funcionais Enoftalmia Presbiopia Edema de pálpebra inferior (com ou Catarata sem hiperpigmentação) Glaucoma Ptose Rigidez Pupilar (miose senil) Entrópio (inversão da pálpebra e visão periférica e central, visão cílios) Ectrópio (eversão da pálpebra) espacial, modificação da Epífora (lacrimejamento excessivo) percepção de cores; Halo senil Degeneração macular: dificuldade Esclera mais amarelada de individualizar e distinguir Pterígio detalhes e cores ? Conjuntiva mais fina e friável perda da visão central; (“sensação de areia nos olhos”). Maior risco de descolamento de retina Audição OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago Estreitamento do espaço Degeneração das células do (característica sexual articular dos ossículos + órgão de Corti (equilíbrio) e secundária) se tornam calcificação cartilagem da cóclea (audição): mais grossos, maiores e articular degeneração Redução da sensibilidade proeminentes. articular Glândulas da cera se atrofiam cera mais seca Atrofia e ressecamento da pele prurido vestibular Hipoacusia A prevalência de disfunção auditiva é de cerca de 24% na faixa etária de 65 a 74 anos e aumenta para 39% na população com idade superior a 74 anos. Pacientes institucionalizados apresentam a mais alta prevalência. Perda Bilateral, Lenta e Progressiva para tons de Alta Frequência IMUNIDADE CELULAR Involução anatômica e funcional do timo; Redução de 20 a 30% dos linfócitos T circulantes (maestro da resposta imune); Declínio na reação de hipersensibilidade tipo tardia Declínio na citotoxicidade e na resposta proliferativa; Redução na produção de citotoxinas IL-2 (essencial na proliferação e diferenciação dos linfócitos T) e IL-10; INFECÇÃO Não há redução quantitativa ou qualitativa na função dos leucócitos polimorfonucleares IMUNIDADE HUMORAL AUTOIMUNIDADE Não há mudança no número de linfócitos B circulantes;Aumento na produção de auto-anticorpos;Menor produção de anticorpos contra antígenos específico (IgA e IgG, IgM resposta vacinal contra tétano, influenza e hepatite). Possivelmente quando a imunização primária é feito na infância, a resposta secundária é mantida por toda vida. Entretanto, quando a imunização primária ocorre tardiamente (>65 anos), parece haver declínio na resposta secundária; Menor capacidade de neutralização dos anticorpos; Maior latência na resposta anticórpica; CO-MORBIDADES QUE PREJUDICAM A RESPOSTA IMUNE Desnutrição, pobreza, poluição, depressão, tabagismo, drogas (corticóides,...), doença mental, diabetes mellitus, álcool, fatores genéticos, doenças consumptivas, ... Autor: Prof. Edgar Nunes Moraes NEOPLASIA Termorregulação • Disfunção Hipotalâmica • Menor potencial pirogênico • Maior potencial hipotérmico • Febre > 37,2 graus C ou aumento de > de 1,1 em relação ao basal • Diminuição da transpiração Menor tolerância ao calor Desidratação LOCALIZAÇÃO ALTERAÇÕES ANATÔMICAS / FUNCIONAIS EPIDERME DERME SUBCUTÂNEO ANEXOS Redução do potencial proliferativo Redução do número de melanócitos e células de Langerhans Redução da adesão dermatoepidérmica REPERCUSSÃO CLÍNICA (ANAMNESE E EXAME FÍSICO) FLACIDEZ REDUÇÃO DO TURGOR REDUÇÃO DA ELASTICIDADE Redução da espessura Redução da celularidade e vascularidade Degeneração das fibras de elastina Degeneração das fibras de colágeno MAIOR MOBILIDADE Redução da gordura e redistribuição PALIDEZ Redução das glândulas sudoríparas Redução do tamanho e função das glândulas sebáceas Redução do folículos piloso Redução do rescimento das unhas Redução da lúnula RUGAS XEROSE (Pele seca) PÚRPURA SENIL LEUCODERMIA PUNTIFORME DISFUNÇÃO DA TERMORREGULAÇÃO HIPERPLASIA SEBÁCEA UNHAS ESPESSAS (“ranhuras”, onicogrifose, onicomicose) Autor: Prof. Edgar Nunes Moraes Envelhecimento Oral O envelhecimento, por si só, não causa perda dentária significativa, mas causa alterações com conseqüências importantes, e algumas vezes incapacitantes, que comprometem a higiene bucal, e estão listadas abaixo: Dentes: Gengivite + Osteoporose Articulação Osteoartrose Dor Palatabilidade Dos Alimentos Desnutrição Dificuldade De Deglutição Disfagia Aspiração Xerostomia Dificuldade De Fala: Presbifonia Neoplasia Envelhecimento Cardiovascular ALTERAÇÕES ANATÔMICAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS Insuficiência Coronariana Insuficiência Vascular Cerebral Insuficiência Arterial (Aterosclerose) Estenose Carotídea Insuficiência Vascular Periférica Insuficiência Vascular Mesentérica VASOS Estenose de Artéria Renal Aneurisma de Aorta Abdominal Hipertensão Arterial Pressão Arterial Insuficiência Venosa (Varizes) MIOCÁRDIO Hipertrofia ventricular Hipotensão Ortostática Insuficiência venosa profunda Disfunção Diastólica (Alteração do Relaxamento ventricular) Degeneração Aórtica ENDOCÁRDIO Valvulopatia Degenerativa Degeneração Mitral Envelhecimento Respiratório FEV1 Volume de ar expirado no primeiro segundo em uma expiração forçada a partir da capacidade vital. Ocorre uma redução do FEV1 de 30 mL/ano nos homens e 23 mL/ano nas mulheres a partir dos 20 anos. Capacidade Vital Forçada (CVF) Volume total de ar expirado. A capacidade vital forçada diminui em aproximadamente 14 a 30 mL/anos nos homens e 15 a 24 mL/ano nas mulheres. FEV1/CF Índice de Tiffeneau A obstrução das vias aéreas é representada por uma relação baixa. O valor normal é de 80% Pico de fluxo expiratório (PFE) É uma estitiva grosseira da função pulmonar onde se mede o fluxo máximo epiratório. Útil no acompanhamento do paciente com asma FEF25-75% Fluxo expiratório forçado 25-75% Reflete basicamente a função das pequenas vias aéreas. Está intensamente diminuído em paciente com DPOC Complacência Pulmonar • Enrijecimento da caixa torácica. • Redução das forças musculares que promovem expansão. • Maior colabamento das vias aéreas. • Com envelhecimento o diafragma enfraquece até 25%. Pressão Parcial de Oxigênio • Declínio linear da pressão PaO2, numa taxa de aproximadamente 0,3% ao ano. PaO2 = 109 - (0.43 × idade) • PaO2 permanece estável em 83 mmHg a partir dos 75 anos. (Ocorre em paralelo com a redução da força elástica e o aumento fisiológico do espaço morto). Outras Alterações • Diminuição da FC e FR, em resposta à hipoxemia e hipercapnia. • Hiporesponsividade dos quimioreceptores periféricos e centrais. • Redução do transporte mucociliar. • Redução do reflexo da tosse. • Redução da resposta aguda aos antígenos extrínsecos e da imunidade celular (aumento da taxa de reativação de tuberculose). Envelhecimento Gênito-urinário Fluxo sangüíneo renal • Redução de 10% por década a partir dos 30 anos. Taxa de filtração glomerular • Declínio progressivo, caindo 8 mL/minuto/1.73 m2/década após os 40 anos. • Aproximadamente 30% dos idosos não apresentam redução da taxa de filtração glomerular. • Há uma redução paralela da produção de creatinina devido à sarcopenia. A creatinina plasmática pode permancer estável. • Para evitar erros recomenda-se a utilização da fórmula de Cockcroft-Gault: Clerance estimado = (140 – idade x peso)/ (72 * creatinina) (Mulheres: multiplicar por 0,85) Formação de divertículos Capacidade Habilidade de adiar a miccção Contratilidade Resíduo pós-miccional Contrações involuntárias Celularidade Deposição de colágeno Resistência ao fluxo micional Pressão de fechamento Risco de infecção do trato urinário Risco de incontinência urinária Irritação de receptores adrenérgicos Risco de infecção do trato urinário Risco de incontinência urinária Retenção urinária Trabeculação Fibrose Inervação autonômica BEXIGA URETRA PRÓSTATA Hiperplasia Risco de infecção do trato urinário Risco de incontinência urinária NOCTÚRIA Mecanismos: Ingestão noturna de líquidos, redução da complacência Despertar noturno: INSÔNIA – QUEDAS vesical, redução da produção noturna de ADH ( na produção noturna de urina – 35%) , ICC, insuficiência venosa, diabetes mellitus e hiperplasia prostática. VAGINA ASSOALHO PÉLVICO Celularidade . Atrofia do epitélio Dispareunia Uretrite atrófica: polaciúria, urgência miccional Deposição de colágeno Tecido conjuntivo Fraqueza muscular Incontinência urinária de esforço Autor: Prof. Edgar Nunes Moraes • A disfunção erétil NÃO é uma conseqüência inevitável do envelhecimento normal. • Ocorre em 15 a 25% dos idosos maiores de 65 anos e em 50% dos homens maiores de 80 anos. • Causas emocionais, endócrinas, vasculares, neurológicas e drogas devem ser investigadas. • O Sildenafil (Viagra) e seus semelhantes são drogas eficazes e devem ser recomendadas, exceto na presença de insuficiência coronariana grave EM USO DE NITRATO (efeito sinérgico venodilatação redução da pré-carga hipotensão arterial). • Não existem evidências suficientes para atribuir ao Sildenafil os casos de cegueira recentemente detectados. Envelhecimento Gastrointestinal ALTERAÇÕES ANATÔMICAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS REPERCUSSÃO CLÍNICA (ANAMNESE - EXAME FÍSICO) Presbiesôfago: 20-60% dos neurônios do plexo mioentérico; Motilidade esofageana Espasmo esofageano Engasgos ocasionais Maior prevalência de dor esofageana, simulando angina pectoris Maior prevalência de gastrite atrófica auto-imune e secundária ao H. pylori Acidez gástrica Redução na mucosa gástrica dos fatores citoprotetores Autor: Prof. Edgar Nunes Moraes Deficiência da absorção de vitamina B12 e ferro Maior susceptibilidade a gastrotoxicidade pelos AINE Redução do tamanho do fígado (35%) Redução do conteúdo, afinidade e atividade das enzimas hepáticas Fluxo Sangüíneo Hepático (35%) Metabolismo das drogas, principalmente do metabolismo oxidativo (Ex.: Fenitoína) Maior meia-vida das drogas Iatrofarmacogenia Litíase biliar Intolerância maior a gordurosos Maior prevalência de colelitíase e suas complicações Neurônios do plexo mioentérico Trânsito Intestinal: idosos saudáveis (até 5 dias) Constipação intestinal Diverticulose Maior risco de diverticulite Maior hipotrofia da parede colônica Musculatura abdominal Autor: Prof Edgar Nunes de Moraes Hérnias abdominais Envelhecimento Cerebral • Redução do peso (10%), fluxo sanguíneo cerebral (15-20%), dilatação dos ventrículos; • Redução progressiva e irreversível do número de neurônios cerebrais (particularmente no hipocampo) , cerebelares e medulares; • Deposição neuronal de liposfuscina; • Degeneração vascular amilóide; • Aparecimento de placas senis e degeneração neurofibrilar; • Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica. • Lentificação da velocidade da condução nervosa Exame Neurológico na Pessoa Idosa • Lentificação do reflexo pupilar • Lentificação do olhar conjugado vertical (superior > inferior) • Força muscular (simétrica) • Discreto aumento do tônus muscular, sem produzir “roda dentada” • Preservação dos reflexos tendinosos, exceto o reflexo Aquileu, que pode estar ausente. • Sensibilidade vibratória abaixo dos joelhos ausentes. • Ataxia: lentificação da marcha, com passos curtos e arrastados, flexão do corpo, olhar para o chão. Domínios Cognitivos 1. Inteligência 2. Atenção 3. Função Executiva 4. Memória 5. Linguagem 6. Habilidades Visoespaciais 7. Funções Psicomotoras Inteligência Preservado: Testes medindo habilidades cristalizadas, e habilidades verbais estão inalteradas. Alterado: Inteligência fluida que envolve resolução de problemas, inteligência não verbal e velocidade de processamento das informações. Atenção Preservado: Atenção sustentada, atenção em uma tipo de informação por um período. Alterado: Atenção dividida, ou habilidade de concentrar-se em mais de um tipo de informação no mesmo tempo (possivelmente). Função Executiva Preservado: Funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia. Alterado: Diminuição das performance nos testes neuropsicológicos. Pode ser devido, em parte, à redução da velocidade de execução dos testes (evitar testes cronometrados). O envelhecimento bem sucedido parece não afetar as funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia. Memória Preservada: Memória remota, procedural e memória semântica. Alterada: Aumento da dificuldade de aprender novas informações. Menor curva de aprendizado e menor quantidade de informações aprendidas. Entretanto, a memória do paciente é suficiente para as demandas e garante a independência funcional. Linguagem Preservada: Compreensão, vocabulário, habilidades sintáticas. Alterada: Recuperação de palavras espontâneas, fluência verbal. Habilidades Visoespaciais Alterações: Rotação mental de objetos, cópias complexas, união de objetos e habilidades espaciais abstratas. Redução clara da velocidade de performance nestes testes. Habilidades Psicomotoras Alterações: Redução significativa do tempo de resposta, relacionado tanto no processamento cognitivo quanto nas habilidades motoras. Testes que necessitam de velocidade e respostas rápidas aos estímulos: estarão provavelmente reduzidas. Avaliar o risco e a segurança do paciente continuar dirigindo.