7/7/2014 Renar Maçãs fica 30% acima da média Agronegócios 07/07/2014 - 00h00 Renar Maçãs fica 30% acima da média SÃO PAULO - Em uma safra marcada por problemas climáticos e disparidade de preços, desponta uma companhia que se desvencilhou destes problemas por uma diferença de duas semanas... Nayara Figueiredo SÃO PAULO Em uma safra marcada por problemas climáticos e disparidade de preços, desponta uma companhia que se desvencilhou destes problemas por uma diferença de duas semanas em seu ciclo produtivo. A Renar Maçãs, empresa da região de Fraiburgo, em Santa Catarina, marcou em 2014 o melhor resultado para primeiro trimestre de seus últimos nove anos. E para os próximos anos, o objetivo é atingir o mercado dos pequenos agricultores para que a produção cresça em 50%. "O tamanho da empresa, como produtor, já agrada e o crescimento orgânico deve vir pela originação de frutas. Vamos aumentar a compra de maçãs dos pequenos produtores, estocar, classificar e revender", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores, Henrique Roloff, em entrevista ao DCI. Com a expectativa de fechar o ano com R$ 54 milhões em faturamento, após um primeiro trimestre alavancado por R$ 11,6 milhões, o executivo conta que desde 2012 a companhia já atua na compra direta, mesmo que em volume menor, já para manter contato com os agricultores do principal estado produtor da fruta, Santa Catarina. Atualmente, a Renar faz estudos para a aquisição de 15 mil toneladas da fruta. Em uma perspectiva mais ousada, também existem planos para o ingresso em outros mercados da fruticultura que ainda não podem ser divulgados. "Em princípio, essa maçã comprada deve vir de Santa Catarina ou do norte do Rio Grande do Sul, considerando que 95% da produção nacional estão concentrados no Sul do País." Trajetória Da sociedade entre os irmãos René e Arnoldo Frey surge a Renar Maçãs, que teve a primeira colheita em grande escalada, no Brasil, realizada em 1975. As primeiras mudas de macieira foram trazidas da França, em 1963. Em determinado momento, ocorre uma divisão na companhia e parte dela passa a ser chamada de Pomifrai, que só voltaria a se fundir em 2010. Em 2005, a Renar entra na Bolsa de Valores e abre capital, ano em que o faturamento fica entre R$ 60 milhões e 70 milhoes. "Era uma empresa que não tinha muita visibilidade e, em 2005, a organização como um todo considera que o ingresso na Bolsa foi um sucesso, apesar de ter atingido uma captação relativamente pequena", lembra o diretor. Roloff destaca que, além da captação financeira, tornar-se uma companhia de capital aberto colaborou para o estabelecimento de padrões de governança corporativa na empresa - que ainda assim mantém a base familiar com participação acionária. Em meados de 2009, um fundo de private equity compra parte das ações trazendo mais profissionalização. Em contrapartida, o ano de 2010 marca um dos mais altos níveis de endividamento para a Renar: R$ 86,3 milhões. Se estabelece, então, uma crise financeira, galgada pelas dívidas. "No começo de 2012 iniciamos o processo de redução da reduzir a dívida da companhia, que chegou a R$ 95 milhoes. Era claramente uma vez e meia o seu faturamento. Hoje, pretendemos chegar ao final de 2014 com até R$ 40 milhões de dívida líquida", comenta Roloff . A saída desta crise e guinada no primeiro trimestre deste ano foi atribuída a uma reestruturação financeira e operacional. O executivo conta que cada segmento foi analisado em busca da melhor produtividade que pudesse ser obtida. No campo, a erradicação de pomares que não eram produtivos foi uma das medidas adotadas. No segmento financeiro, houve troca de ativos por títulos dá dívida e o resultado final aparece no aumento de 165% no preço da fruta em 2014, ante 2013. Assuntos relacionados: http://www.dci.com.br/agronegocios/renar-macas-fica-30-acima-da-media-id403667.html 1/2