GASES: DETERMINAÇÃO DA RAZÃO Cp/Cv 1. Introdução A medida do quociente entre as capacidades caloríficas à pressão constante e à volume constante de um gás (Cp/Cv = ) se faz com surpreendente facilidade mediante um processo idealizado por Clément e Désormes. Suponhamos que um gás ideal, na temperatura inicial T 1, sob pressão p1, tenha o volume molar V1. Façamos o gás efetuar uma transformação adiabática (AB) (figura 1) até atingir a pressão atmosférica (p 2) e retornar à temperatura inicial (T1) mediante um aquecimento isocórico (BC), atingindo a pressão final (p3). É fácil mostrar que se os excessos de pressão: p p1 p2 , p´ p3 p2 , não forem muito grandes, se tem: Cp/Cv = p /( p p´) Basta medir, portanto, o excesso de pressão no início e no fim da transformação ABC, para se ter uma estimativa da vazão. p p1 A p1; V1, T1 p3 C p3, V2 , p2 B p2, V2 , T1 T2 V1 V2 volume molar Figura 1: Relação entre pressão e volume molar de um gás O aparelho para a medida é muito simples (Figura 2), um grande frasco é provido de uma torneira e é ligado a um manômetro. O manômetro, preferivelmente, é de líquido pouco volátil e pouco denso, para possibilitar a observação de pequeninas diferenças de pressão. Figura 2: Instrumento para expansão adiabática de gases Nesta experiência, mede-se o do ar. É indispensável eliminar a umidade, fazendo o ar passar através de uma coluna dessecante ( sílica gel, Na2SO4 ). Elimina-se o dióxido de carbono com Ca(OH)2. Este trabalho prático tem como objetivo medir a razão Cp/Cv para o ar utilizando o método de Clément-Désormes. 2. Materiais e reagentes Frasco 8 L com uma rolha de borracha perfurada Tubo em U ftalato de dibutila (líquido pouco denso e pouco volátil) kitassato pêra de borracha agente secante mangueiras torneiras de vidro 3. Procedimento experimental. Injetar, com uma pequena bomba manual, um pouco de ar no frasco, provocando um pequeno excesso de pressão (desnível entre 10 e 15 cm no manômetro). Aguardar alguns minutos para que haja o equilíbrio térmico, e ler, então, o excesso de pressão ( p ). Abrir, rapidamente, a torneira de expansão observando o líquido descer do manômetro. Esta expansão, por ser tão rápida, é considerada adiabática, e provoca um resfriamento no gás. Assim, que os níveis do líquido atingirem a mesma altura nos dois ramos do manômetro, fechar, rapidamente, a torneira e aguardar até que o equilíbrio térmico seja alcançado. Anotar, então, o novo excesso de pressão ( p´ ). Repetir as operações dos ítens anteriores mais dez vezes. IMPORTANTE! Procurar variar as pressões iniciais, para dispor de um conjunto de medidas de diversas faixas de pressão. Tenha sempre o cuidado de esperar a ocorrência do equilíbrio térmico, não só no início da expansão, mas também, no fim do processo. Ao terminar, deixar o frasco com a torneira fechada, e também a entrada da coluna de sílica. 4. Apresentação dos resultados e discussão Anotar os valores obtidos, experimentalmente, na tabela 1 e também os valores calculados. TABELA 1: Valores medidos de variação de pressão. Medida p / cm p’ / cm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ------ ------ i ( i ) ( i ) 2 Usando os dados de cada medida calcular do ar. Calcular médio e o desvio padrão (s). Exprimir o resultado da sua experiência sob a forma: _ s. Determinar o erro experimental em relação da razão Cp/Cv do ar seco, considerando a composição em mol, para o mesmo igual a 78% N 2, 21% O2 e 1% de Ar (argônio). Cv ar = x Cv nitrogênio + y Cv oxigênio + z Cv argônio Cp ar = x Cp nitrogênio + y Cp oxigênio + z Cp argônio Sendo x, y e z as frações molares dos gases. gases monoatômicos Cv = 3/2 R e Cp = 5/2 R gases diatômicos Cv = 5/2 R e Cp = 7/2 R p Mostrar que , onde P2 Pat , P1 Pat p e P3 Pat p´ p p´