DESTAQUES EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Projecto Crescer Página 4 TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHO O primeiro Café Literário externatobenedita.net Página 5 MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO BULLYING NAS ESCOLAS Página 7 VOAR ATRAVÉS DOS LIVROS Página 10 O QUE HÁ DE COMUM ENTRE O HCT E O ECB Página 12 ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕES Página 13 SABER FAZER, PARA MELHOR EXPLICAR Em Abril de 2008, foi assinado um protocolo de colaboração entre o Museu da Electricidade e a nossa escola, válido até Dezembro do mesmo ano. A ideia nasceu de uma visita de estudo, realizada em Fevereiro de 2008, ao referido Museu, e de uma análise rápida do olhar atento com que os alunos observaram e ouviram, não só todo o fun- cionamento da Central Térmica, mas também a explicação dos conteúdos leccionados em aula, apresentados de forma simples e com material acessível. Hoje em dia, os alunos conhecem a função de um equipamento, mas não sabem como é desempenhada essa função, nem conhecem o interior dos equipamentos. Para eles, tudo isso é muito hermético, muito “industrial”. Para colmatar esta dificuldade, e com o intuito de recuperar algumas peças antigas existentes na nossa escola, muito mais didácticas do que as adquiridas recentemente, o Externato estabeleceu este protocolo que permitiu a todos os professores de Física e Química a construção, em oficina, de pequenos protótipos didácticos. e função, pautando-se por valores que é urgente recuperar, tais como os da Decência, da Mansidão, da Exemplaridade e do Orgulho de Pertença. Para além do orador, foram também convidados a Professora Amélia Pinto Pais, igualmente colaboradora neste número dos Cadernos, e o Dr. Vítor Vieira, da Equipa de Apoio às Escolas do Oeste (EAOE). (Continua na página 3) Um percurso de excelência Página 19 UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓS A coruja-das-torres Página 19 (Continua na página 3) A SEMANA DAS LÍNGUAS NO ECB Entre os dias treze e dezanove de Fevereiro, decorreram na nossa escola actividades culturais promovidas pelas professoras de Português, de Francês e de Inglês/Alemão. Começou-se pelo lançamento do nº II dos Cadernos do ECB, edição que inclui a participação do Professor Doutor Bagão Félix, o qual e proferiu uma palestra aberta à comunidade, recordando que a escola deverá reavaliar a sua actuação PROFESSOR PAULO COELHO TOQUE DE SAÍDA Trianual - Março de 2009 Ano 4 - Número 10 - 1,00 € Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 Editorial Assisti, no dia de 13 de Fevereiro, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, a uma reflexão do Professor João Barroso acerca da escola enquanto organização e local de trabalho, cujo conteúdo gostaria de partilhar. A ORDEM OCULTA DA PEDAGOGIA A escola, a partir do séc. XVII, organizouse para massificar o acesso ao grau elementar ou primário da maior parte da população, passando do ensino individualizado praticado até então, e que pressupunha a interacção privilegiada entre o mestre e o aluno, para o ensino múltiplo, em que um mestre instruía em simultâneo um grande número de indivíduos. Durante o séc. XIX, surge aquilo que J. Feliciano Castilho designa por ensino simultâneo: organizar os alunos em grupos e dirigir o ensino para “a força média das crianças no conjunto das matérias de ensino”. Os estabelecimentos de ensino passam então a organizar os espaços, os tempos e os saberes para serem administrados a “classes” de crianças em segmentos considerados homogéneos. A escola incorpora a padronização e a segmentação de tempos e tarefas do mundo do trabalho, desenvolvendo tecnologias e operacionalizando os saberes. Das transformações sociais e económicas, emerge assim uma pedagogia colectiva de classe. Hoje, as reformas realizadas em quase todos os países nas últimas décadas têm abundantemente introduzido mudanças parcelares cujo principal resultado parece ser aumentar as dificuldades e o mal-estar nas organizações escolares, nos agentes educativos e nos alunos. Chegámos, assim, ao paradoxo actual: pedir o sucesso nas aprendizagens individuais a instâncias desenvolvidas para grupos homogéneos, administrando saberes padronizados, assentes na impessoalidade das regras e na concentração e hierarquização do poder. Foi este processo social historicamente construído que nos trouxe ao actual mal-estar nas escolas. Hoje, sabemos que precisaremos de nos adaptar e de aprender ao longo da vida. Mas aprender o quê? Onde? Porquê? Com quem? O mundo pulou e avançou. Há mais oportunidades, há mais desafios que são sentidos muitas vezes como ameaças. Sabemos que a educação humaniza. Uma boa educação de base, que abra a criança aos outros, ao mundo, ao saber, que lhe permita compreender o mundo e a sociedade que a rodeia. Mas é preciso mais: reflectir acerca do que fazemos, ousar pensar diferente, explorar outros caminhos. Porque a diversidade nos torna viáveis, sustentáveis, logo, a longo prazo, mais capazes de sobreviver. Mas teremos de transformar a escola para abarcar a complexidade e a diversidade – a organização escolar precisa de ser profundamente alterada. Professora Ana Luísa Quitério TOP 10 SUMÁRIO 1º- O Cavaleiro da Dinamarca Sophia de Mello Breyner Andresen Museu da Electricidade e ECB - Protocolo 1 Semana das Línguas no ECB 1 Educação para a saúde - Projecto Crescer 4 Matemática em debate 4 ECO-Escola: ECB premiado 4 Talvez possamos voltar a esse trilho 5 ... lutar pelo futuro 5 Associação de Estudantes 5 Química - uma aula diferente 6 O dia do Francês 6 5º - Eragon Christopher Paolini Os professores também aprendem 6 AJE - O que acontece por estas bandas 7 Bullying nas escolas 7 6º - Tempo de Solidão Manuel da Fonseca A relação dos alunos com os professores 7 Intercâmbio escolar 8 Pela rota das aldeias históricas 8 Moinhos de vento, moinhos sem tempo 8 2º - Queimada Viva Souad 3º - Levado Pelo Mar Nora Roberts 4º O Velho e o Mar Ernest Hemingway 7º - Uma Escolha Por Amor Nicholas Sparks 8º As Intermitências da Morte José Saramago Olhar Circundante A tua primeira vez vai ser inesquecível 9 ECB no parlamento os jovens 9 XVI Rally Paper do ECB 9º - O Segredo Rhonda Byrne 10º - Desesperadamente Giulia Sveva Casati Modignani Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB nos meses de Setembro a Dezembro de 2008. 9 O que há em comum entre o HCT e o ECB 12 Entrevista a João Pedro Simões 13 Pena de morte 14 Barack Obama - solução ou ilusão 16 O conflito Israelo-Palestiano 17 Avelino Honório da Silva - homenagem 17 Fonte da Senhora 24 Arte e Cultura Director do Jornal: Alfredo Lopes Redacção: Deolinda Castelhano Luísa Couto Soledade Santos (Chefe de redacção) Teresa Agostinho Marketing e vendas: Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Equipa de Reportagem: Acácio Castelhano Ana Duarte Ana Luísa Quitério Clara Peralta Estela Santana Fátima Feliciano Graça Silva José Cavadas Maria de Lurdes Goulão Ricardo Miguel Sérgio Teixeira Valter Boita Impressão: Relgráfica, Lda Tiragem: 500 exemplares Preço avulso: 1,00 € Condolências A equipa do jornal Toque de Saída apresenta os seus sentidos pêsames à Chefe de redacção, professora Soledade Santos, pelo falecimento de seu pai, ocorrido no passado mês de Fevereiro. A equipa do Toque de Saída Escola viva Voar através dos livros 10 Entre livros 10 O primeiro romance de Inês Silva 10 A Raposa Amarela - um conto infantil 11 Um novo livro de Vanda Marques 11 A Viagem do Elefante - sugestão de leitura 11 Artistas da nossa terra - António Sales 16 Ciência, Tecnologia e Ambiente Galopim de Carvalho 18 O alcoolismo e os jovens 18 Olimpíada de Química Junior e Química + 18 A poluição 18 Um espectáculo por cima de nós 19 Um percurso de excelência 19 Extinções em massa do Período Pérmico 20 Jovens repórteres para o ambiente 20 Onde está escrita a História? 21 O meu gosto por computadores 21 Energias renováveis 24 O Lugar da Memória 14 Recriar o Mundo 15 Mente Sã em Corpo São A caminho dos talentos 4 Escola de Triatlo ECB 21 A Uva 22 As receitas da Isabel 22 Torneio distrital de judo 22 Passatempos e Curiosidades 23 ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA A SEMANA DAS LÍNGUAS no ECB (continuação da página 1) MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO (continuação da página 1) Na segunda-feira seguinte, os alunos organizaram uma exposição com frases em alemão alusivas ao tema do amor. No mesmo dia, teve lugar a representação da peça de teatro interactivo, “Fall of the Roman Empire”, destinada a alunos do 7º, 9º e 11º Ano. No dia seguinte, os alunos do 9º Ano assistiram a uma representação do “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente. Concursos de escrita em inglês, francês e português, bem como sessões de sensibilização acerca das vantagens do estudo de línguas estrangeiras, foram outras actividades dinamizadas. No dia dezoito, o romance A Casa das Heras, da professora Inês Silva, foi formalmente apresentado à comunidade perante uma assistência constituída por alunos, professores, funcionários da escola e encarregados de educação. A apresentação do livro esteve a cargo de Isabel Páscoa, professora do ECB, e de Isabel Quitério, professora da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro. Refira-se o facto de ambas terem sido professoras da Inês Silva, no ECB. Quadro de Mérito 7º Ano Maria Ana Bernardo Almeida Alice Coelho Vicente José Luís Alexandre Mateus Ana Paula Jorge Cruz Carolina Gonçalves Guerra Eduardo Manuel Santos F. Aivado 10º Ano 7ºB 7ºC 7ºC 7ºE 7ºE 7ºG 8º Ano Catarina Lourenço Silva Cláudia Sofia Coito e Silva Ana Carolina F. P. Sousa Pontes Sara Cristina F. M. Mendes João Marcos Machado Crisóstomo 8ºB 8ºB 8ºD 8ºD 8ºG 9º Ano Andreia Dias Lopes Sofia Ribeiro Couto Carolina Perista Serrazina Juliana Serrazina Pedro Maria Serrazina Carvalho Tiago Costa Mateus Foi uma experiência muito enriquecedora que contou com a preciosa ajuda de dois funcionários do Museu, o Sr. Banza e o Sr. Barros. Os professores de Física e Química do ECB gostariam de agradecer publicamente a todos os que permitiram o estabelecimento desta parceria, mas, de uma forma especial, a estes dois funcionários do Museu pelo profissionalismo, a disponibilidade e por todos os ensinamentos técnicos e práticos, e ainda pelas sugestões dadas sempre de bom grado e que muito contribuíram para o êxito deste projecto. As peças recuperadas e/ou reconstruídas são agora objecto de estudo dos nossos alunos, quando o tema da aula é Electricidade; e, algumas delas, já puderam ser vis- 9ºA 9ºA 9ºC 9ºC 9ºC 9ºH Nídia Quitério Ferreira António Serrenho do Carmo Patrícia Bispo Pimenta Ricardo Nazaré Serrazina Rita Isabel Moreira Dinis Cristina Isabel Ferreira Tomás Rosa Margarida Santos Roxo Beatriz Mateus Tiago Diana Isabel Pereira Tomás Rafael Bernardo Santos Professora Isabel Carreira 12º Ano 10º A 10ºB 10ºB 10ºB 10ºB 10ºD 10ºF 10ºG 10ºI 10ºJ 11º Ano Cláudia Paciência Santos Laura Catarino Gonçalves Mónica Daniela Santos Fialho Paulo Miguel Vicente Baptista Ana Luísa Marques Pereira Arlete Sofia Mendes Sineiro David Marques Vicente Filipa Isabel Mendes M. Serrazina José Carlos Barreiro Mateus Miguel Machado Lopes Tatiana Marques Ladeira Cidália Margarida Machado Tomás Susana Isabel Vicente do Coito Tânia da Conceição Quitério Vanessa Marques Fialho Juliana Vieira Belo Maria do Carmo Ferreira Guerra Beatriz Perista Serrazina tas pelo público, no ano lectivo anterior, na actividade “Laboratório Aberto” e também no Fórum da Juventude. É também importante realçar que a continuidade do protocolo seria muito vantajosa, não só para o ECB, que poderia desenvolver projectos inovadores susceptíveis de prender a atenção dos alunos, recuperar peças didácticas antigas e realizar, de forma pedagógica, a manutenção do material de laboratório, mas também para o Museu da Electricidade, dado que a nossa é uma escola dinâmica que participa em muitos eventos, pelo que pode levar o Museu às camadas mais jovens, recorrendo a projectos simples e educativos. 11ºA 11ºA 11ºA 11ºA 11ºB 11ºB 11ºC 11ºC 11ºC 11ºC 11ºC 11ºD 11ºD 11ºD 11ºD 11ºE 11ºE 11ºF Adriana Domingos Policarpo Inês Lourenço Castelhano João Carlos M. Vinagre Ferreira Marta da Conceição V. Santos Ricardo Radamanto Rodrigues Alexandre Cardoso Coelho Joana Maria Nicolau Marquês Miguel Cardoso Vicente Diogo Alexandre R.Feliciano Diogo Cipriano Vicente João Luís Filipe Santos João Miguel Ramalho Constantino Lúcia Isabel Ventura Maçãs Rafael Luís Machado Bento Carla Colaço Serralheiro Marisa Moreira Costa Natacha Firme Almeida Rita Marques Ferreira Sofia Silva Lopes Cavadas Tiago Luís Ribeiro Pires Santos Beatriz Severes Lopes Francisca Maria Marquês Rebelo Raquel Alexandra P. Inácio Ana Sofia da Silva Castelhano Andreia Sofia Ferreira Pestana Cristina Sofia Rodrigues Santos Joana Felizardo Francisco Joana Filipa Aguiar Lopes RECORRENTE Márcio André Carreira Pedro ESCOLA VIVA 12ºA 12ºA 12ºA 12ºA 12ºA 12ºB 12ºB 12ºB 12ºC 12ºC 12ºC 12ºC 12ºC 12ºC 12ºD 12ºD 12ºD 12ºD 12ºD 12ºD 12ºE 12ºE 12ºE 12ºG 12ºG 12ºG 12ºG 12ºG 11º CT TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 PROJECTO CRESCER EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Este projecto dá continuidade a um trabalho iniciado em 2003, o qual procurava desenvolver nos alunos valores importantes para o seu crescimento e formação enquanto cidadãos. Tratou-se, desde o início, de um projecto integrador, que acolhe, chama os outros, responsabiliza, procurando fazer crescer a escola e toda a comunidade, lutando insistentemente por uma maior participação dos encarregados de educação nas actividades que promove. A partir do corrente ano lectivo, o Projecto Crescer reorganizou-se no sentido de operacionalizar as orientações do Ministério da Educação no que respeita à implantação da Educação para a Saúde. De acordo com as linhas orientadoras do ME, que vêm na linha do que já estávamos a desenvolver, o Projecto tem cinco áreas a privilegiar, embora com objectivos e grau de aprofundamento diferentes, em função do grau de escolaridade: Desenvolvimento Pessoal e Social (área transversal); Alimentação e Actividade Física; Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoactivas; Educação Sexual e IST’s; Saúde Mental e Violência em Meio Escolar. Tem uma equipa multidisciplinar constituída por duas professoras coordenadoras, por professores de diferentes áreas, e pela pedagoga em estágio na escola. No 3º Ciclo, a Formação Cívica/CPV assume-se como um espaço privilegiado para potenciar o desenvolvimento da Educação para a Cidadania, incluindo a Educação para a Saú-de. Neste sentido, ocupa uma carga horária de 90 minutos por semana, transformando estas aulas num espaço de diálogo e reflexão ECO-ESCOLA ECB PREMIADO PELA RECOLHA SELECTIVA No âmbito da recolha selectiva levada a cabo no ano lectivo transacto, o Externato Cooperativo da Benedita foi premiado pela Câmara Municipal de Alcobaça. Numa cerimónia onde estiveram representadas as Eco-Escolas concelhias, Ricardo Miguel, enquanto Coordenador do Eco-Escolas do ECB, recebeu das mãos do Presidente da Câmara, Dr. Gonçalves Sapinho, o reconhecimento do trabalho realizado no âmbito do Concurso “Novas Embalagens”. E este ano o desafio continua, sendo a recolha alargada a lâmpadas e rolhas de cortiça. Já estão disponíveis novos pontos de recolha na nossa escola. Professor Ricardo Miguel sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos, destinando-se também a reforçar a participação do aluno, individual e colectivamente, na vida da turma, da escola e da comunidade. No 9º Ano, há um tempo de 45 minutos semanal para a Formação Cívica. No Ensino Secundário, a temática da “Educação para a Saúde: Alimentação e Actividade Física” é desenvolvida na disciplina de Educação Física. Prevê-se ainda implementar, para os 12º anos, sessões sobre educação sexual e outras solicitadas pelos directores de turma. Desenvolvemos ainda actividades, como: sessões para pais; “Viver+: Nutrição e Exercício Físico”; gabinete de atendimento aos alunos, (Espaço AJE); acções de sensibilização com diferentes técnicos; formação de professores; e divulgação de informação relevante em vitrina própria, no circuito interno de tv e na web site do Externato. O Projecto Crescer desenvolve ainda parcerias com diferentes entidades, como o Centro de Saúde, a Escola Segura e os Bombeiros Voluntários da Benedita. Neste ano lectivo, já se realizaram duas sessões com pais, decorre uma acção de formação para professores e irão realizar-se duas acções de formação para pais. O ECB irá também participar em dois concursos lançados pelo Ministério da Educação no âmbito da Educação para a Saúde: “A Minha Escola pela Não-violência” e a “Minha Escola e a prevenção do VHI/Sida“. ENSINO MATEMÁTICA EM DEBATE O Grupo de Matemática do Externato Cooperativo da Benedita organiza um debate sobre o ensino da Matemática em Portugal. Este debate realiza-se no dia 9 de Maio, pelas 18h, durante a Feira do Livro, no auditório do CCGS. Nele participarão os Professores Doutores António Bivar e Jorge Buescu, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e a nossa conterrânea, Professora Doutora Maria de Lurdes Serrazina, da Escola Superior de Educação de Lisboa. Haverá ainda uma sessão de autógrafos pelo Doutor Jorge Buescu, que é autor de livros de divulgação científica pela editora Gradiva. Professor Acácio Castelhano Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião A CAMINHO DOS “TALENTOS” O Projecto “Talentos ECB” já se encontra na 3ª fase de castings. A comissão organizadora tem sido surpreendida com os talentos que têm aparecido, tornando o trabalho desenvolvido muito gratificante, o que leva a concluir que as expectativas relativas às fases de apuramento têm sido superadas. O processo de selecção tem-se revelado difícil porque existe sempre a hipótese de excluir alunos que, por determinada razão, não conseguem demonstrar o seu verdadeiro talento, embora, no momento do casting, muitos deles deixem de se sentir apenas como “alunos do ECB”, e passem a sentir-se como “os Talentos do ECB”. Aquele é o seu momento. Em que podem sentir-se especiais. E talentosos! Mas escolher um Talento é uma grande responsabilidade! Não é apenas avaliar determinado desempenho. Há que estar consciente da importância desse acto. A organização espera conseguir apurar com justiça os 12 alunos finalistas e fazer o anúncio dos mesmos no dia 22 de Abril de 2009. À semelhança do que aconteceu há 2 anos, a 2ª Gala tem data prevista para o dia 6 de Junho de 2009, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, onde contamos com a presença do vencedor da 1ª Gala, o nosso ex-aluno, Fábio Da Silva. Parabéns a todos os que têm tido a coragem de se apresentar e demonstrar as suas qualidades! Professora Estela Santana ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHO “Tudo o que não podemos partilhar com alguém acaba por desfazer-se em pó.” Virginia Woolf, in “Mrs Dalloway” Depois do já divulgado nascimento do projecto Café Literário, teve lugar, no dia 17 de Janeiro de 2009, o primeiro encontro de indivíduos alegadamente dados às leituras (e ao café…). Externato Cooperativo da Benedita, Biblioteca, 17:00 de um sábado cinzento; “As Horas”, do escritor norte-americano Michael Cunningham, como ponto de partida e chegada, de divergência e convergência dos pensamentos, raciocínios e opiniões lançados à conversa. Conversa informal, descomprometida, despretensiosa… tímida, de início, pelo inusitado da situação, mas tornando-se, pouco a pouco, viva, empenhada, acalorada. Ali se encontraram pessoas com diferentes idades, profissões, proveniências, interesses, vidas. Algumas conheciam-se, outras só de vista, outras ainda nem isso. Sabiam, no entanto, que tinham algo em comum: “As Horas”. Não só a sua representação material, o livro, o pedaço de matéria que permite o acesso à intimidade de personagens e ao interior dos seus universos, mas também a tentativa de abordagem a esses “mundos”, ainda que necessariamente diferente de leitor para leitor. Abrir um livro e lê-lo é fazê-lo existir, dar-lhe vida, reescrevê-lo com a caneta da nossa criatividade, ilustrá-lo com o traço da nossa experiência de vida, colori-lo com a aguarela da nossa sensibilidade. É um espaço conquistado de liberdade individual em que tudo podemos. Discuti-lo é expor pensamentos, sentimentos, emoções desencadeados pela apropriação de uma realidade que, no folhear cadenciado de cada página, nos fez diferentes. Difícil, como qualquer partilha. É um pouco da alma do leitor, assim mostrada sem rede, sem protecção, sem máscara. Na minha opinião, esta foi, en- AMARRARMO-NOS AO PASSADO… OU LUTAR PELO FUTURO Este texto, diário, desabafo… foi escrito pela Daniela: “Bem, a minha vida está uma desgraça... como de costume! A vida é injusta e ninguém me tira isso da cabeça! Continuo a dizer que a vida é injusta e não vou mudar de ideias. O que é que havemos de fazer? Temos de saber viver, aprender e errar porque ninguém nasce ensinado, e errar é humano. Temos de saber aproveitar e aceitar a vida tal qual ela é. Às vezes é difícil enfrentar os problemas, mas temos de lutar e de saber viver os momentos agradáveis e importantes que também temos. E só de pensar que tenho amigos, fico feliz! Nem tudo é maravilhoso como gostariamos que fosse. Às vezes cometemos erros que nem sempre são fáceis de resolver, às vezes choramos, outras vezes sorrimos. Só de pensar na minha vida, começo a chorar, não sou ESCOLA VIVA de ferro, e tenho sentimentos dolorosos. Às vezes sinto que não consigo lutar, mas depois ganho força. Nunca sabemos o que vai ser o futuro, nunca adivinhamos o que vai acontecer amanhã, nunca adivinhamos nada, portanto temos é que lutar pela vida e, se cometermos erros, aprendermos com eles! É por isso que somos humanos, com dignidade e sentimentos. Mas a vida é injusta e temos de aceitar a nossa realidade. (Janeiro, 2009) E nós, adultos ou adolescentes, alunos ou professores, pais ou filhos aprendemos muito com o exemplo dos outros, com a coragem que mostram quando conseguem vislumbrar uma minúscula estrelinha brilhante na imensidade escura e nublada da vida. Às vezes, essa estrelinha até pode nem se ver, mas temos que acre- ditar que ela existe e que está lá, escondida por detrás de todas as amarguras, e agarrarmo-nos a ela como a uma âncora, para não nos perdermos à deriva pela travessia da adolescência e da vida, e, ao mesmo tempo, como trampolim para alcançar um futuro que desconhecemos, mas com o qual sonhamos! Um futuro construído, planeado e estudado com amor, amigos, sucesso e felicidade, mas também com dor e coragem, tristeza e incerteza, e uma única certeza: a recusa da vida que não queremos! A todos nós – adultos, adolescentes, alunos, professores, pais e filhos que, na maior parte do tempo, nos preocupamos com as pequenas angústias do presente e do passado, que a força da Daniela faça renascer em nós o desejo de construir o futuro! tre outras, uma das notas positivas da primeira sessão do Café Literário: a possibilidade de provar que esta arte de ler, de interpretar, de exprimir pensamentos e emoções, dúvidas e perplexidades, de tornar públicas convicções privadas não se extinguiu nem está, quero acreditar, em vias de extinção. Ela é tão importante como as bem-amadas tecnologias e as respeitadíssimas ciências, e indispensável para a harmonia e equilíbrio dos seres humanos, na sua vertente potenciadora de diálogo interior e com o outro. E, em plena idade da videosfera, surpreendentemente, durante duas horas, experimentaram-se e partilharam-se uns poucochinhos e tímidos passos em direcção à produção de enunciados culturalmente significativos, num dos locais em que historicamente eles sempre foram produzidos – a Escola. Talvez possamos voltar a esse trilho! Professora Emília Barroso ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES Tomou posse a nova direcção da Associação de Estudantes, com o André Paulo, do 11º F, como presidente, e a Beatriz Mateus, do 10º G, como vice-presidente. Esta equipa irá certamente esforçar-se por realizar os objectivos propostos aquando da campanha eleitoral. Sabendo da responsabilidade que têm entre mãos, desejamos-lhe boa sorte, esperando que o mandato lhes corra pelo melhor. Sofia Cavadas, 12º D Margarida Ferreira, psicóloga do ECB, com a colaboração da Daniela TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 QUÍMICA – UMA AULA DIFERENTE No dia 4 de Fevereiro, dois ex-alunos do ECB dinamizaram uma aula teórico-prática de Química para o 12º ano. João Peres, 1º ano de Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro, e Élia do Carmo, 1º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Universidade de Coimbra, ambos ex-alunos do ECB, visitaram os nossos laboratórios e dinamizaram uma aula de Química para o 12º A. A partilha de conhecimentos sobre Forças Intermoleculares foi uma oportunidade interessante para que actuais e antigos alunos convivessem cientificamente. Fica o convite aos nossos ex-alunos para futuras iniciativas deste tipo. Professora Isabel Carreira O Dia do Francês Integrado na Semana das Línguas, celebrámos, no dia 19 de Fevereiro, o Dia do Francês, tendo como pano de fundo a confecção e venda de crepes. A meio da manhã, cerca de uma centena de alunos participou no já habitual desfile/concurso de personalidades alusivas à língua, cultura e civilização francesas. O júri, que este ano integrou a Dr.ª Idalina Crespo, co-autora dos manuais de Francês adoptados no Externato, elegeu como melhor grupo concorrente “Astérix et Obélix”, interpretado por alunos do 7ºC e do 9º E. Em 2º lugar ficaram os alunos do 7º E com “Les Aventures de Tintin”; e em 3º “Les Pierrots et les Mimos” pelos alunos do 7ºI, 7ºE e 8ºI. No entanto, todos os alunos devem considerar-se vencedores, dado o entusiasmo e a qualidade das suas apresentações. Foram também entregues os prémios do Concurso Literário aos alunos vencedores: Ana Rita Marques, Lucas Grilo, Miguel Lopes e Joana Belo, nas categorias de Formação Geral e Formação Específica do 10º e 11º ano de Francês. À tarde, os alunos do 9º ano e do Ensino Secundário inscritos em Francês assistiram a uma sessão de esclarecimento acerca das vantagens do estudo da Língua Francesa, sessão orientada por professores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Os professores também aprendem FORMAção Várias iniciativas de formação decorreram já neste ano lectivo, incluídas no labor quotidiano do corpo docente para melhorar a qualidade do seu trabalho, acções que registaram uma adesão apreciável, e de que destacamos: - Escola Virtual - Ensinar a Aprender – Jornada de Educação Especial - Quadros Interactivos Starboard - Métodos e Técnicas para as Áreas Curriculares Não-Disciplinares - A Avaliação do Desempenho: a observação de aulas - Planeta Mágico - Estratégias para Ler e Escrever cada vez mais e melhor - Sensores CASIO no Ensino da Física e da Química - As Novas Tecnologias e o Ensino da História - Educação Especial na Educação Física: uma Filosofia de Intervenção (ficha de observação psico-motora) - Apprendre le Français Salientam-se ainda as seguintes oficinas de formação acreditadas pelo CFAE de Alcobaça e Nazaré e a que aderiram professores de outras escolas dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha e Rio Maior: - Física Experimental: com a cabeça, as mãos e o computador - e-Portefólios: instrumento de acompanhamento e avaliação de alunos – turma A - e-Portefólios: instrumento de acompanhamento e avaliação de alunos – turma B - Educação para a Saúde: a Educação Sexual na escola ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA O QUE ACONTECE POR ESTAS BANDAS Amizade Espaço AJE A funcionar pelo segundo ano consecutivo, o Espaço de Atendimento a Jovens na Escola (Espaço AJE) tem desenvolvido diversas acções destinadas ao público mais jovem, aconselhando e informando na área da promoção e educação para a saúde, além de disponibilizar recursos para professores. No 1º período, decorreram as seguintes actividades: - workshop “Quem sou eu?” - “Não te deixes APANHAR pela SIDA”, actividade de informação e sensibilização para comemorar o dia mundial de Luta contra a SIDA - “Prova dos 9”, sessões com turmas de 9º ano sobre comportamentos associados à contracepção - Apresentação do espaço AJE aos alunos de Mestrado em Ciências da Educação da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, como exemplo de um Gabinete de Apoio ao Aluno, no âmbito da saúde em contexto escolar - Campanha “Eles & Elas… pela Igualdade” para comemorar o Dia dos Namorados no âmbito da prevenção da violência no namoro entre adolescentes, bem como do concurso nacional “A nossa escola pela não-violência” Durante o segundo período, preparouse a participação no concurso nacional “A minha escola e a prevenção da infecção do VIH/SIDA”. Para o terceiro período preparam-se ainda dois programas de formação para Pais e Encarregados de Educação de crianças ou jovens de idades compreendidas entre os onze e os quinze anos. Cristiana Carvalho, ESCOLA VIVA e o pior disto tudo é que as consequências para as vítimas são graves, causando dificuldade de concentração e de aprendizagem, desinteresse e até mesmo o abandono escolar. No que consiste à saúde física e emocional, verifica-se uma acentuada baixa autoestima, stress, depressão e até suicídio. Para os “agressores”, ocorre a falta de adaptação aos objectivos escolares, além da projecção de condutas violentas na idade adulta. Os alunos que são “espectadores” também sentem medo, ansiedade e insegurança. E tu, qual é o teu papel no meio disto tudo? Se ca- Margarida Santos, 7ºA Coordenadora do Espaço AJE BULLYING NAS ESCOLAS Sabes o que é o bullying escolar? O bullying é um conjunto de atitudes agressivas intencionais e repetidas, adoptadas por um ou mais alunos contra outros, causando angústia, dor e sofrimento. Normalmente manifesta-se por insultos, intimidações, apelidos cruéis e acusações injustas que ridicularizam e tornam num inferno a vida de outros alunos. Muitos destes sentem-se excluídos e sofrem danos físicos, morais e materiais provocados pelo bullying. Este comportamento deve-se à ausência de limites e de autoridade por parte dos pais sobre os filhos, Já alguma vez te aconteceu uma coisa que nunca imaginaste vir a acontecer? A ti, aquela/e rapariga/rapaz banal, no meio de tanta gente? Pois é, as coisas boas não acontecem só aos outros, como tu pensas, por vezes também te acontecem a ti. Quando digo “coisas boas”, quero dizer que podes encontrar uma boa amizade em muitos lugares (na escola, na rua, em actividades que frequentas, etc.), mesmo que seja no local mais estranho do mundo! Pois bem, quando encontras um amigo ou amiga de quem gostas, como é que se cumprimentam? Com um abraço, um beijo ou um olá? Mesmo que nunca tenhas pensado nisso, esses sinais podem revelar o tipo de relação que tens com esse amigo! Quando me refiro ao tipo de relação, quero dizer se é uma relação formal, do fundo do coração, como irmãos/irmãs, se é uma amizade falsa ou por interesse, ou até mesmo uma amizade colorida… - Amizade do fundo do coração: é aquela que tu e outra pessoa têm, é muito forte, mesmo que se vejam poucas vezes, e nunca deixam de ser amigos. - Amizade como irmãos/irmãs: são inseparáveis, contam tudo um ao outro, vão a todo o lado juntos e têm gostos comuns. -Amizade colorida: é aquela em que um rapaz e uma rapariga são os maiores confidentes e têm uma relação muito íntima. -Amizade falsa ou por interesse: é aquela em que certas pessoas se aproximam de ti só porque és bem sucedido/a e se aproveitam disso para também o serem. A RELAÇÃO DOS ALUNOS COM OS PROFESSORES lhar nunca assististe a nenhuma prática destas, ou já? E o que fizeste? Espero que sejas daqueles que estão de bem com a vida, amigo do teu amigo, ciente do teu papel no meio em que vives. Pensa bem. Se ajudares alguém, estás a ajudar-te a ti próprio. Diogo Grade, 7ºB Já reparaste que hoje em dia a relação entre alunos e professores tem vindo a piorar, devido ao comportamento dos alunos? Estamos cada vez mais irrequietos e conversadores, devido à própria educação que os pais nos dão, ou à falta dela, e alguns de nós, para chamarmos a atenção dos pais ou para nos afirmarmos perante os outros colegas, temos atitudes menos próprias na escola e fora dela. Porque é que isto acontece? Podes explicar? Vives bem com a tua consciência? Não vês que te estás a prejudicar a ti e aos outros? Olha, se te sentes angustiado, reprimido ou triste, fala com um colega, com um professor ou até mesmo com a psicóloga da nossa escola. Porque é que não hás-de ir? Só te ajudava, a ti, a nós, aos outros… Ana Filipa e Maria Belo, 7ºB TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 INTERCÂMBIO ESCOLAR ECB E ESCOLA D. DUARTE DE COIMBRA A turma 10ºF do Curso de Línguas e Humanidades está este ano a travar conhecimento com uma turma do mesmo curso, da Escola Secundária D. Duarte, em Coimbra. A ideia partiu dos alunos da nossa escola que quiseram este ano um projecto diferente, com vista a divulgar o Externato e o concelho de Alcobaça e, claro está, para conhecermos pessoas da nossa idade, o que é sempre fantástico! Para isto, contamos com a ajuda das nossas professoras de Português (Clara Peralta), de História (Teresa Teodósio) e de Geografia (Helena Guerra). Com base no grande amor de D. Pedro e D. Inês de Castro e na ligação destas personagens históricas às nossas duas cidades, Alcobaça e Coimbra, estabelecemos um intercâmbio onde predominam o convívio e as trocas culturais entre os estudantes de ambas turmas. Entretanto, a curiosidade e o desejo de conhecer os nossos colegas vai aumentando desde que, logo no início, começámos a conversar com eles. Através da plataforma Ning, a professora Madalena, da D. Duarte, criou um site, www.beneditinoseduartinos.ning.com onde os alunos de ambas as escolas podem conviver, uma espécie de Hi5, onde temos a nossa página e a possibilidade de falar uns com os outros, de colocar fotos do nosso concelho, vídeos, textos… Isto torna tudo muito mais dinâmico. Foi difícil esperar pelo dia 26 de Fevereiro, altura os nossos amigos vieram a Alcobaça e ao Externato e podemos vê-los pela primeira vez. Agora, estamos tão ou mais ansiosos pelo dia 22 de Abril, data em que será a nossa vez de visitar a bela cidade estudantil e a Quinta das Lágrimas onde se desenrolou uma das mais belas e trágicas histórias de amor. Estamos a trabalhar arduamente e temonos divertido imenso e falado com pessoas muito interessantes. Este é um projecto para repetir e esperamos que o contacto com os nossos colegas da escola D. Duarte se mantenha contacto depois desta maravilhosa experiência. No dia 14 de Janeiro, os alunos das turmas A e E do 8º ano realizaram uma visita de estudo ao Visionarium, em Sta Maria da Feira, acompanhados pelas suas directoras de turma e pelos professores que propuseram a visita. No Visionarium, os alunos manifestaram muito interesse pelas actividades e apresentaram um excelente comportamento. Tais factos não passaram despercebidos aos responsáveis deste centro de ciência que decidiram distinguir estas turmas, oferecendo uma enciclopédia a cada uma. Para que pudessem ser úteis a um maior número de alunos, ambas as turmas cederam gentilmente o seu prémio à biblioteca do ECB. O Externato congratula-se com a atitude destes jovens, que dignificam a sua escola, e constituem um exemplo para todos os nossos alunos. Maria Luísa Sales, 10ºF PELA ROTA DAS ALDEIAS HISTÓRICAS Nos dias seis e sete de Fevereiro, a nossa turma realizou uma visita de estudo rumo ao norte. Numa sexta-feira chuvosa, percorremos um longo e árduo caminho de dez quilómetros pela serra da Lousã, visitando aldeias de xisto inseridas num cenário natural belíssimo. Terminado o roteiro das aldeias históricas, dirigimo-nos à Pousada da Juventude, situada no centro da Lousã. Após um serão de convívio, do qual iremos certamente guardar agradáveis recordações, esperava-nos um passeio pela cidade universitária por excelência de Portugal: o ensolarado sábado foi passado à descoberta da cidade de Coimbra, desde o Jardim Botânico até à Universidade, passando pelo centro histórico. Além de ter sido uma óptima visita de aprendizagem, contribuiu para fortificar os laços de amizade entre a turma, fazendonos esquecer rapidamente os penosos dez quilómetros pela serra, e constituindo uma “despedida” inesquecível desta turma que vem percorrendo em conjunto uma caminhada de três anos. A turma do 12ºD ALUNOS DO 8º ANO ELOGIADOS EM STA MARIA DA FEIRA MOINHOS DE VENTO, MOINHOS SEM TEMPO No âmbito do seu Trabalho de Projecto, “Moinhos de vento, moinhos sem tempo”, a turma E do 10º ano, acompanhada pelas professoras Helena Guerra e Liliana Gens, visitou, no dia 23 de Janeiro, vários moinhos de vento e falou com os respectivos moleiros. “ É meu amigo o que mói no meu moinho” O moinho de vento de tipo mediterrânico é composto por uma estrutura cilíndrica construída em pedra e por uma cúpula cónica, o capelo, e um número variável de velas de pano, cuja origem se pode associar ao velame das embarca- ções. A Margarida Pereira conta que “quando era mais nova costumava brincar junto ao moinho” agora, gosta de escrever sobre os moinhos da sua terra. “Quem ao moinho vai enfarinhado sai” Hoje, se olharmos para a Serra dos Candeeiros, podemos verificar que o aproveitamento do vento é de outro tipo, tem outra finalidade. A energia eólica é, de longe, a fonte renovável mais promissora, gerando uma curva ascendente sem fim à vista. Professora Helena Guerra ESCOLA VIVA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA A TUA PRIMEIRA VEZ VAI SER… INESQUECÍVEL Pois é… há uma primeira vez para tudo… neste caso é a primeira vez para votar. Este ano teremos um calendário eleitoral intenso, eleições para o Parlamento Europeu, a 7 de Junho, seguindo-se as eleições para a Assembleia da República e para as Autarquias Locais, previsivelmente em Setembro e Outubro. Muitos dos alunos do Externato podem estrear-se nesta nova qualidade de eleitores, caso completem os 18 anos este ano. Para isso, devem recensear-se. Basta dirigirem-se à Junta de Freguesia da área de Residência e levar o Bilhete de Identidade ou o Cartão do Cidadão. O recenseamento eleitoral decorre ao longo do ano, no entanto, no 60.º dia que antecede cada eleição ou referendo e até à sua realização, é suspensa a actualização do Recenseamento Eleitoral. Atenção: podem ainda inscrever-se até ao 55.º dia os cidadãos que completem 18 anos até ao dia da eleição ou referendo. Votar é um dever cívico, mas é também uma oportunidade de escolhermos o caminho que queremos. Cada um de nós tem uma palavra a dizer, votando. O exercício do direito de sufrágio pelos maiores de 18 anos obriga a inscrição no Recenseamento Eleitoral. Não te atrases… NOVAMENTE… ECB no Parlamento dos Jovens A 19 de Janeiro de 2009, os alunos do Externato Cooperativo da Benedita associaram-se a um debate sobre A participação cívica dos Jovens, no âmbito do Parlamento dos Jovens. Esta iniciativa foi dinamizada pela Turma do 11ºD e contou com a presença da Dra. Odete João, Deputada na Assembleia da República eleita pelo Círculo Eleitoral de Leiria. A participação cívica dos jovens foi o tema seleccionado pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência para discussão na edição deste ano do ensino secundário. A intenção é que os jovens reflictam sobre o contributo que podem dar para que o local onde residem e o país e o Mundo em que vivem sejam mais justos, mais saudáveis, mais igualitários. A deputada aproveitou para explicar aos jovens presentes o funcionamento do Poder Central, no sentido de os motivar para esta iniciativa, tendo-se colocado depois ao dispor dos alunos para as questões que entendessem. Os representantes eleitos do Externato vão disputar uma eleição distrital, procurando tentar alcançar um lugar no Parlamento Nacional. Aí, com a presença de representantes de todos os distritos, tentarão convencer, com as suas ideias, que merecem uma ida a Bruxelas, o prémio final. Professor Ricardo Miguel Professor Ricardo Miguel e Carla Serralheiro, 12º D XVI RALLY PAPER DO EXTERNATO UMA CHAMA PARA O FUTURO A XVI edição do rally paper do ECB envolveu mais de uma centena de concorrentes distribuídos por 25 equipas, constituídas por professores, alunos, funcionários e pais que, na manhã do dia 20 de Fevereiro, percorreram várias localidades das freguesias vizinhas, na tentativa de encontrar as enigmáticas pistas que constituem a prova, cujos vencedores foram os Tintin’s — a equipa constituída pela Ana Luísa Pereira, a Mariana Madaleno, o Fábio Cruz e a Liane Canas, liderados pela professora Carla Dias. “As Primas Veras”, equipa constituída pela professora Isabel Paixão e pelas alunas Adriana Policarpo, Margarida Flores, Melissa Jacinto e Rita Henriques, obteve o 2º lugar, e o terceiro coube à equipa das “Peixeiras”. A organização da prova mereceu largos elogios. Dada a proximidade do Carnaval, este inspirou a decoração das viaturas, a indumentária dos concorrentes e até o nome das equipas que, em alguns casos, satirizaram aspectos da actualidade. O prémio do melhor disfarce foi atribuído à equipa “2 Páris, 5 Êros”, constituída pelas alunas Rita Bernardes, Mariana de OLHAR CIRCUNDANTE Almeida, Célia Mendes e Inês Guerra, e chefiada pelo professor Francisco Martins. A próxima edição do rally será organizada pela equipa vencedora deste ano, como é de regra. Assim, os Tintin’s têm a seu cargo a organização da XVII edição do rally paper do ECB e a transmissão da tocha (símbolo olímpico que passou a substituir a taça), aos ven- cedores do próximo ano. A manhã foi intensa, à tarde decorreram as actividades escolares previstas, e a noite contou com um jantar/convívio na cave do CCGS, com presença dos concorrentes e de alguns membros da Direcção do Externato. Professora Fátima Feliciano TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 VOAR ATRAVÉS DOS LIVROS Quando eu era miúda, talvez com 10, 11 anos, li um livro da Alice Vieira que me marcou imenso. Chamava-se «Se perguntarem por mim, digam que voei» e, na verdade, já não me lembro de nada do enredo nem sequer das personagens. Sei apenas que uma delas era uma rapariga triste de cabelos muito compridos, que por uma razão qualquer, tinha de estar sempre no seu quarto, não podendo sair de lá. (Julgo que era um problema de saúde, ou algo do género.) Mas lembro-me muito bem de que, a certa altura, essa rapariga dizia qualquer coisa como «Desde que se tenha uma janela, pode-se sempre voar através dela». Queria ela dizer que, mesmo confinada a um espaço diminuto, o facto de poder olhar por uma janela, ver o céu, o sol, as nuvens e quem sabe uma ou duas pessoas, era como que uma libertação, uma forma de fugir à realidade voando à boleia da imaginação. Creio que é este tipo de experiência que um bom livro nos pode proporcionar. Se há algo na nossa vida que por algum motivo gostaríamos de mudar, podemos sempre imaginarnos noutras circunstâncias, como aquelas, por exemplo, em que decorre o livro que estamos a ler. Podemos, e para parafrasear a tal rapariga triste, voar através dos livros, isto é, conhecer outras coisas, outras ideias, outras pessoas, através das nossas leituras. Uma boa história, se bem contada, tem esta capacidade de nos envolver enquanto vai contribuindo para o enriquecimento da nossa linguagem falada e escrita. Ler oferece-nos, portanto, esta possibilidade de fantasiar, no caso dos livros de ficção. Mas se, por outro lado, pensarmos nos livros que abordam temas tão diversos como a ciência e a natureza ou a história, a filosofia e a economia, poderemos falar num enriquecimento pessoal do ponto de vista do conhecimento. Aprendemos mais coisas, sobre assuntos que nos interessam, e que interessam sobretudo quando olhamos para os problemas que a humanidade enfrenta hoje em dia. Só sabendo mais sobre eles os poderemos solucionar. Só possuindo competências como o sentido crítico ou a capacidade de organização poderemos pensar sequer em resolvê-los. E os livros podem dotar-nos destas capacida- des. Contudo, o desenvolvimento da informática e da tecnologia, com os seus inegáveis benefícios, tem vindo a contribuir para um fenómeno absolutamente aterrador e que tem a ver com o facto de o homem comum desprezar cada vez mais a cultura escrita. As pessoas lêem cada vez menos, o que, como é óbvio, tem consequências directas a nível da perda de certas capacidades que outrora eram fornecidas pelos livros e pela sua leitura. Fala-se cada vez pior, pensase cada vez menos. Urge, por isso, estimular nos jovens o gosto pela leitura. Fazê-los perceber que ler pode não ser «uma seca». Mostrar-lhes que há algo para além das consolas e do computador. Abrir-lhes as portas a um mundo novo, a um admirável mundo novo, que, desta vez, não sendo totalmente novo, é verdadeiramente admirável. Marta Santos, 12º A (Texto escrito e lido pela Marta no lançamento do Café Literário, em No- Entre Livros À semelhança do número anterior, apresentamos aos leitores os gostos e hábitos de leitura de uma professora e de uma funcionária da nossa escola. Desta vez, falámos com a professora de Geografia e Coordenadora dos sétimos anos, Dra. Teresa Dias, que amavelmente nos forneceu as informações que pretendíamos. O livro que mais gostou de ler: Rebecca de Daphne du Maurier O livro que mais lhe custou a ler: Metamorfose de Franz Kafka Escritor que mais aprecia: Ken Folett Escritor que não aprecia: Stephen King O livro da sua vida: Rebecca de Daphne du Maurier Livro que anda a ler: A filha do Capitão de José Rodrigues dos Santos Livro que aconselha: A Viagem do Elefante de José Saramago vembro de 2008) A CASA DAS HERAS O PRIMEIRO ROMANCE DE INÊS SILVA A Casa das Heras, livro editado pela Papiro, é o romance de estreia de Inês Silva, professora de Português no Externato Cooperativo da Benedita, e conta a história 10 de uma mulher de trinta anos que, na manhã de uma 4ª feira de Agosto, numa ida ao Porto, decide fazer o percurso por estradas secundárias que a conduzirão à estrada principal da sua vida. Tudo acontece quando, numa pequena localidade a que chega ao perseguir desenfreadamente o rapaz de bicicleta, dá início à sua própria viagem interior em busca da vida que sempre lhe foi traçada e que, a partir daquele dia, passará a ser construída por ela. É uma narrativa inebriante, cheia de ritmos, conseguidos sobretudo através das muitas frases curtas, com uma grande riqueza de descrições de espaços, de pessoas e de sentimentos que conduzem às inúmeras reflexões que, frequentemente, se misturam com os diálogos. Escrita fluente, ao estilo saramaguiano, sendo visível a ruptura com a norma linguística, sobretudo na pontuação, na separação de falas e de discurso. Contudo, e porque a história é envolvente, é uma obra de leitura rápida e entusiasmante que nos prende no jogo permanente de dúvidas e inseguranças da narradora a que se seguem as descobertas, os pequenos milagres, aprendidos com as pessoas com quem se vai cruzando e que, em apenas um dia, lhe facultam a sua própria construção, a construção da mulher na sua plenitude. Professora Isabel Páscoa A funcionária da Biblioteca, Elisa Silva Ramalho, é uma jovem de vinte e cinco anos, e disse-nos que sempre gostou de ler, principalmente romances. Aqui ficam as suas preferências. Escritor que mais aprecia: Sveva Casati Madignani Escritor que não aprecia: Nicholas Sparks O livro da sua vida: As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley Livro que anda a ler: Lição de Tango de Sveva Casati Madignani Livro que aconselha: Qualquer coisa de bom de Sveva Casati Madignani Joana Dinis, Cláudia Morais e Lea Fonseca, 11ºE ARTE E CULTURA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA COMO SURGE UMA JOVEM AUTORA A RAPOSA AMARELA – Um conto infantil A 13 de Dezembro último, no Salão Nobre da Junta de Freguesia da Benedita, decorreu a cerimónia de entrega de certificados e diplomas a um conjunto de adultos que terminaram o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) ao nível do 9º ano de escolaridade, promovido pelo Centro Novas Oportunidades da Barafunda. Antes da entrega dos certificados e diplomas, decorreu uma palestra intitulada Educação e Formação – da infância à fase Um novo livro de Vanda Marques A PADEIRA DE ALJUBARROTA Em Alcobaça, no dia 29 de Novembro, no Armazém das Artes, foi apresentado mais um livro da professora Vanda Marques, destinado ao público infantil, desta vez contando a história da Padeira de Aljubarrota. As ilustrações deste conto são da autoria da designer Susanne Estêvão da Silva, que utilizou a pasta de açúcar, também usada para decoração de bolos. As autoras apresentaram o conto através de uma dramatização, vestidas a rigor, de acordo com a época e, no final, a Susanne facultou pasta de açúcar às crianças presentes e demonstrou como se podiam criar figuras com essa massa. Professor Samuel Branco ARTE E CULTURA adulta, sendo a mesa constituída pela Doutora Isabel Rufino, directora da Barafunda e moderadora da mesa; pela Dr.ª Bianca Silva, coordenadora do projecto Percursos Alternativos do Programa Escolhas; pelo Dr. Almiro Lopes, avaliador externo do processo RVCC; pelo Doutor Amílcar Coelho, director do Centro de Formação de Alcobaça e Nazaré; e pela Dona Maria de Lurdes Silva (assim apresentada) – que terminou o processo de RVCC em Setembro passado. Neste mesmo dia, foi divulgado o conto infanto-juvenil “A Raposa Amarela”, cuja história e ilustração são de autoria da Dona Maria de Lurdes. Quando lhe foi dada a palavra, referiu a importância que o processo de RVCC teve no desenvolvimento deste seu projecto. Explicou ela que de outro modo não teria tido a possibilidade de aprender a utilizar o computador nem de conhecer as oportunidades oferecidas pela Internet. Para além disso, o processo RVCC permitiu-lhe desenvolver competências ao nível da Língua Portuguesa e da Matemática, além de a levar a recuperar memórias da sua juventude. Reunidas as condições, a Dona Maria de Lurdes passou à acção, escolhendo uma das histórias de que se recordava, daquelas que eram contadas em torno da lareira, e transcreveu-a, utilizando um processador de texto. Incentivada pelos formadores, resolveu pesquisar na Internet algumas editoras e enviar-lhes a história. Uma dessas editoras revelou-se interessada em publicá-la e a autora elaborou também as ilustrações – que parecem extraídas dos manuais escolares de há alguns anos atrás. A autora resume a sua história da seguinte forma: “Era uma vez … um menino chamado Rafael. Rafael também é um nome de anjo, mas de anjo este menino tinha pouco, pois praticava muitas maldades. Desrespeitava as pessoas crescidas e fazia sempre o contrário do que lhe tentavam ensinar. Como se não bastasse, divertia-se a troçar de todos os meninos que tinham boas maneiras e que procuravam ser bons.” Professor Samuel Branco A Viagem do Elefante A Viagem do Elefante, o último romance de José Saramago é, segundo o autor, o livro que poderia não ter sido escrito, devido aos graves problemas de saúde que o afectaram quando este ainda estava inacabado. Talvez, por isso, esta obra tenha sido aguardada com grande expectativa pelos leitores. O escritor diz que este livro é “uma metáfora da vida humana” e, efectivamente, conseguimos descortiná-la quando nos apercebemos que a nossa vida se assemelha a um percurso que depois de efectuado nos conduz ao fim, a morte, que nos espera a todos, daí que a citação do Livro dos Itinerários na contracapa seja disso um indício: “Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”. É com muito agrado que percorremos as 258 páginas do romance que nos conta a viagem de Lisboa até Viena do elefante Salomão, oferecido pelo rei D. João III ao seu primo Maximiliano II, o Arquiduque de Áustria, no século XVI. Com um ritmo narrativo extraordinário e um humor cativante, esta narrativa surpreenderá aqueles que resistem ao estilo inconfundível de Saramago. Joana Santos, 11º E 11 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 O que há em comum entre o HC Turquel e o EC Benedita? O Hóquei Clube de Turquel (HCT) tem andado nas “bocas do mundo”. Para isso muito tem contribuído a excelente prestação da equipa turquelense no Campeonato Nacional da 2ª Divisão Norte de hóquei em patins. No entanto, outros factos têm puxado o nome Turquel para as páginas dos jornais nacionais e regionais. Senão veja-se. No último mês, o jornal desportivo “A Bola” dedicou, por duas vezes, uma página ao HCT e à designada aldeia do hóquei em patins. Primeiro despertoulhes a atenção o elevado número de espectadores que acorrem ao pavilhão de Turquel sempre que a equipa joga em casa, ao invés do que acontece na generalidade dos pavilhões do país, mesmo nas competições mais importantes do hóquei em patins nacional. Nos últimos jogos, foram consecutivamente batidos recordes de espectadores tendo sido atingido o impressionante número de 1600 no jogo do passado dia 7 de Fevereiro de 2009, frente ao Riba D’ Ave. Mais recentemente, Turquel voltou às páginas de “A Bola”, pois a equipa, treinada pelo professor do Externato Cooperativo da Benedita (ECB), João Simões, não perde em casa há dois anos, somando 32 jogos sem derrotas. Evidentemente que estes e outros destaques da imprensa enchem o ego dos turquelenses e até de alguns dos seus vizinhos. No entanto, aquilo de que os turquelenses mais se orgulham é do facto de a equipa sénior ser constituída exclusivamente por jovens formados no clube. É a formação humana e desportiva que merece os mais rasgados elogios dos habitantes desta região, e não só. Os pais sabem que ao inscreverem os seus filhos nas escolas do HCT podem contar com uma sólida 12 formação técnica na prática desta modalidade baseada na experiência de muitos ex-praticantes que se dedicam de corpo e alma ao clube do coração. Refira-se que o Turquel já formou e continua a formar jogadores de reconhecida categoria, alguns dos quais representaram no passado e outros representam actualmente selecções nacionais dos mais diversos escalões, masculinos e femininos. Muitos destes jovens desportistas foram ou são ainda alunos da nossa escola. Como já se disse, o actual treinador principal do Turquel é professor de Educação Física no Externato e o clube conta ainda com a colaboração de outros professores que aqui leccionam. Mas as afinidades entre o HCT e o ECB não se ficam por aqui. De facto, não deixa de ser curioso notar as semelhanças entre o percurso evolutivo de cada uma destas instituições. Vejam-se só alguns exemplos. Ambas as instituições foram fundadas em meados da década de 60 – o HCT em 25 de Julho de 1964 e o ECB em 1964. Ambas têm na sua génese alguns carolas e duas ilustres personalidades que deixaram bem vincada a sua marca: em Turquel, o Dr. Joaquim Guerra, e na Benedita, o Dr. Gonçalves Sapinho. A dedicação, o empenho e a sabedoria dos fundadores, bem como a colaboração de novos e entusiastas apoiantes permitiram a cada uma delas impor-se e crescer. Ambas se colocaram sempre ao serviço das respectivas comunidades, formando gerações de jovens que contribuíram (talvez de formas distintas, mas certamente decisivas) para o desenvolvimento desta região. Na década de 90, ambas atingiram o seu ponto mais alto. O HCT, permanecendo durante vários anos no escalão principal do hóquei em patins, tendo atingido a sua melhor classificação de sempre na época de 92/93 ao terminar em 4º lugar no Nacional 1ª Divisão. Além disso, representou por duas vezes Portugal nas competições europeias, tendo sempre dignificado as cores nacionais. Mais ou menos por essa altura, o ECB atingiu também o número máximo de alunos da sua história, aumentou o seu quadro de pessoal docente e não docente, alargou e melhorou significativamente as suas instalações. Este crescimento fulgurante trouxe a ambas as organizações novos desafios e novas exigências. Para corresponder a estas solicitações, o HCT, por exemplo, teve de recorrer a jogadores e treinadores não formados em Turquel. Por sua vez, o ECB teve de contratar muitos professores oriundos das mais diversas regiões do país. Ambas se envolveram em obras e outros projectos que ajudaram a dispersar atenções e consumiram muitos recursos. Entretanto, e devido às mais variadas razões, os recursos começaram a escassear. Apesar de ninguém duvidar das maisvalias resultantes das obras e da contribuição de muitos elementos de inegável mérito, a certa altura tornou-se imperativo proceder aos necessários ajustes. Assim, e depois de um período áureo, estas organizações passaram por uma fase de adaptação na qual se reestruturaram e acabaram por se focar mais na missão para a qual estão vocacionadas: a formação das novas gerações da nossa região. Muitos outros pontos em comum poderiam ser encontrados, contudo, destaca-se apenas mais um: a aposta nos seus ex-atletas ou ex-alunos, consoante o caso. Trata-se de uma estratégia que permite manter e consolidar os objectivos e valores originais, os quais foram fundamentais para alcançar os sucessos do passado. Contudo, permite também renovar e dar novo alento a estas organizações, modernizando-as, dinamizando-as e preparando-as para enfrentarem e vencerem os desafios do futuro. É assim que se constrói a mística que tem marcado e há-de continuar a marcar o progresso destas duas importantes institui- ções da nossa região, as quais parecem, afinal, ter mais coisas a uni-las do que a separá-las. Professor Nuno Rosa Palmarés do HCT A equipa sénior é composta por 100 % de jogadores formados no próprio clube, condição que se verifica há cerca de 2 anos. E talvez a principal razão para as enchentes verificadas nos últimos tempos, onde familiares e amigos dos jogadores procuram assistir às suas prestações. O clube possui equipas em todos os escalões de formação desde a iniciação (até aos 5 anos) até aos juniores (17/18/19 anos), contando com perto de 150 jogadores, no total, em formação. Quanto ao palmarés do HCT, este conta com: - 2 títulos de campeão nacional, um no Nacional da II Divisão (1986/87), e outro em Infantis B. - 11 presenças no Nacional da I divisão. - Finalista da Taça de Portugal em 1990/91. - 2 presenças nas competições europeias (1992/93 e 1993/94). - Mais de 40 títulos distritais nos diversos escalões. - 5º lugar no Nacional da I divisão, em 1991/1992. - 4º lugar no Nacional da I divisão, em 1992/93. Professor Samuel Branco OLHAR CIRCUNDANTE ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕES “um desporto colectivo desenvolve muitas competências relacionais, como a tolerância, o respeito e as regras de convivência” João Pedro Jorge Simões nasceu na Benedita, a 7 de Maio de 1979. Casado com Vera Lopes e pai da Leonor, é actualmente professor de Educação Física no Externato Cooperativo da Benedita, onde estudou. Fez estudos universitários na Escola Superior de Viseu e na Universidade Lusófona. Possui uma pós-graduação em Treino Desportivo e encontra-se a frequentar Mestrado na mesma área. Entre os 10 e os 18 anos, foi atleta do Hóquei Clube de Turquel. Iniciou-se como jogador de futebol n’Os Vouzelenses, em 1999-2000, depois no Ginásio de Alcobaça, até chegar ao ABCD. Agora joga Futsal na equipa de ECB e é treinador de sucesso na equipa do Hóquei Clube de Turquel. Como encaraste o desafio de seres treinador da equipa sénior do Hóquei Clube de Turquel? Eu já fazia parte do quadro de treinadores do clube, pois estava ligado aos escalões mais jovens. Na Páscoa de 2006/07, a Direcção pediu-me para substituir o então treinador Nuno Maurício (que agora faz parte do plantel sénior). Confesso que no início fui tentado a recusar, pois as exigências do trabalho com uma equipa sénior são diferentes, e talvez maiores, do que com os mais pequenos. Mas o sentimento de que tinha de servir o Clube, a confiança na minha competência para fazer um trabalho de qualidade e o apoio da minha mulher fizeram com que aceitasse o desafio. por parte dos turquelenses que sentem que o Clube também é deles. Depois, não podemos esquecer que todos os atletas da equipa são da terra e, para além disso, muitos acumulam funções de treinador nos quadros do Clube, o que faz com que familiares e atletas mais jovens façam questão de marcar presença. Quais os benefícios do desporto na formação dos nossos jovens? Sabemos que a tua vida profissional te exige bastante tempo. Como consegues geri-lo? Em termos profissionais, considerome um privilegiado, pois adoro tudo o que faço na vida e ainda me pagam para isso (risos). Como se costuma dizer, “Quem corre por gosto não cansa”. Desde muito novo que me habituei a gerir bem o tempo. Sempre pratiquei desporto e estive ocupado após as aulas. Trabalho com prioridades e objectivos bem definidos e considero-me metódico e organizado na gestão do tempo e nas tarefas que desempenho. Aliás, atrevo-me a dizer que o facto de ser treinador faz de mim melhor professor e vice-versa, mas precisávamos de mais tempo para debater esta afirmação. Todos ocupamos o tempo livre a fazer coisas de que gostamos, eu faço-o no mundo do desporto. Agora tenho um novo desafio, que é a minha filha, o que naturalmente me vai “obrigar” a passar mais tempo em casa e a repensar o meu futuro. Quando te deparas com um Pavilhão com cerca de 1400 espectadores, o que sentes exactamente? Como explicas esse fenómeno? É claro que é extremamente gratificante e motivador para toda a equipa e tem contribuído bastante para os nossos resultados, mas confesso que durante o jogo abstraio-me um pouco do ambiente. Julgo que esse facto se deve a um grande sentido de pertença ao Clube OLHAR CIRCUNDANTE país onde mais gente sabe patinar! Sempre me habituei a conviver com as mesmas pessoas (alunos ou não) em contextos diferentes e confesso que acho que isso traz mais vantagens do que inconvenientes, pois temos um maior conhecimento. Por último, mas não menos importante, a nova política de divulgação dos jogos que aposta em muitos cartazes pela rua e em entradas gratuitas tem certamente trazido mais gente ao pavilhão. Um dos objectivos principais para este ano é alcançar a 1ª Divisão, com certeza. Quais são as principais dificuldades? Essa era uma grande alegria que toda a equipa gostaria de proporcionar ao povo turquelense e ninguém o quer mais do que nós. No entanto, confesso que neste momento ainda estamos centrados em cimentar a nossa posição no grupo da frente da classificação. Daqui a mais algumas jornadas vamos olhar para a tabela e, de forma racional, traçar os nossos objectivos. As dificuldades sentidas passam pelo equilíbrio e exigência do campeonato e pela qualidade de alguns dos nossos adversários. Sabemos que muitos alunos do ECB são jogadores no HCT. Como é encontrar alunos que conheces como atletas? Aproximadamente 60 atletas do HCT estudam no Externato. Se calhar somos das escolas do Esta é daquelas perguntas que dava para muitas páginas… O desporto, desde que bem dirigido e orientado, assume um papel fundamental na formação dos jovens. Embora existam diferenças, muitas são as semelhanças da Educação Física Escolar com o Treino Desportivo desenvolvido nos clubes, que vão muito para além dos benefícios que todos conhecemos do ponto de vista da componente física e de saúde / qualidade de vida e assumem, cada vez mais, o papel de desenvolvimento emocional e social. Hoje em dia, enquanto estão “agarrados” aos jogos virtuais, as crianças e jovens desenvolvem uma capacidade de “desligar” quando estão a perder, desistindo facilmente, não revelando capacidade para lidar com o fracasso. No desporto, não podemos “desligar” e começar de novo, mas tentar superar as dificuldades, fazendo com que o fracasso de hoje seja o sucesso de amanhã. Outro aspecto fundamental está relacionado com o isolamento que a nova ocupação dos tempos livres potência. Fico triste quando vejo crianças ou jovens nos intervalos e tempos livres com os auscultadores no ouvido e com o capuz na cabeça como que a dizer que não precisam de ver e ouvir ninguém. A prática de um desporto colectivo desenvolve muitas competências relacionais como a tolerância, o respeito e as regras de convivência entre muitas outras. Estamos muito agradecidos, João, pela tua serena e afável colaboração. O Toque de Saída deseja-te a continuação do sucesso e que te seja permitido atingir todos os objectivos que traçaste para ti, individualmente, e para as equipas com quem trabalhas. Professores Clara Peralta e Valter Boita 13 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 Festa dos Padroeiros Santa Maria e São Brás Celebrou-se, nos dias 7 e 8 de Fevereiro, a festa em honra dos Santos Padroeiros: Santa Maria e S. Brás. Durante os primeiros séculos, a mais importante festa da Benedita terá sido a da Santíssima Trindade (segundo a Carta de D. Afonso). Porém, há já alguns séculos, a principal e mais importante festa da terra passou a ser em honra da sua Padroeira, Nossa Senhora da Encarnação – ou de Santa Maria, como também é conhecida. Até há poucos anos. a sua data era fixa, 2 de Fevereiro, e a ela se juntavam a festa e a feira de S. Brás, no dia três. Estas festas atraíram, durante muitos anos, grandes multidões de devotos que não eram apenas da Freguesia da Benedita, mas também das freguesias e concelhos vizinhos. Carregadas de tradição, es- tas festividades iniciavam-se com uma novena ou tríduo preparatório e, no próprio dia, uma missa solene com sermão (muitas vezes feito pelo próprio Bispo que aqui se deslocava) seguida de uma imponente procissão com manifestações públicas de fé e devoção à Padroeira. A Benedita engalanava-se para estas festas. As janelas das casas, ao longo de todo o percurso da procissão, mostravam as mais belas colchas (muitas vezes compradas de propósito para o efeito) e as vizinhas rivalizavam entre si para apresentarem a janela mais ornamentada. O mesmo se passava com as promessas, que eram pagas nesta altura. Também as meninas, vestidas de anjo, abrilhantavam a procissão com a sua beleza e ingenuidade. Terminada a parte sacra, passava-se ao profano, e aí começavam a romaria e a feira. Também aqui havia toda uma tradição que os beneditenses nunca quiseram mudar: sempre no mesmo dia do ano (2 e 3), as pinhoeiras montavam as suas bancas junto ao Sr. António do Carmo, e era obrigatório estrear, pelo menos, uma peça de roupa nova; a festa desenrolava-se ao ar livre, independentemente do bom ou mau tempo e, para os solteiros, era de tradição iniciar nesse dia o seu namoro. Muitas outras coisas poderiam aqui ser lembradas destes dias que, actualmente, não passam de recordações porque, a partir de 1971, as festividades da Padroeira e de S. Brás deixaram de se realizar a 2 e 3 de Fevereiro, e a data é marcada de ano a ano, perdendo assim muito do seu esplendor. Nas janelas já quase se não vêem as célebres colchas, os anjinhos desapareceram da procissão, e a festa passou para recinto fechado, o que muito desagrada à maioria dos beneditenses. Apenas num aspecto a tradição ainda é o que era: as pinhoeiras recusam-se a mudar de lugar e continuam, apesar de sozinhas, junto ao Sr. António do Carmo. Professora Maria José Jorge Será racionalmente correcto abolir a pena de morte para todos os casos? A pena de morte é o castigo máximo que pode ser aplicado em alguns países, apesar de na Europa não ser utilizado há bastante tempo. Portugal foi um dos primeiros países a abolir esta forma de castigo mantendo-se firme nesta posição. Este assunto suscita reflexões, sobretudo de ordem ética e moral. Até que ponto somos nós, sociedade, detentores do poder de tirar vidas? Será a morte a única forma de punir exemplarmente os responsáveis pelos crimes mais hediondos? A meu ver, não existe nenhuma posição – a favor ou contra – que esteja devidamente sustentada. Porém, parece-me que ao reflectir sobre os argumentos apresentados por ambas as partes, podemos chegar à conclusão de que nada justifica a aplicação da pena capital. Num primeiro momento, ao questionar-me sobre o efeito preventivo que a morte poderia ter, deparei-me com uma situação duvidosa: existem múltiplos estudos sobre o tema, cada um com a sua conclusão que tanto apoia os abolicionistas, caso sirva quem está contra esta punição, como dá razão àqueles que afirmam que a pena de morte tem um forte efeito dissuasor. Assim, temos de aceitar a ideia de que os argumentos baseados nestes estudos 14 são pouco fiáveis. Imaginemos então a abolição da pena de morte independentemente da situação: conseguiríamos aceitar um assassino ou um violador de novo na sociedade? Seríamos nós capazes de viver lado a lado com alguém que já matou e ainda assim não condicionar essa pessoa e ter preconceitos acerca dela? A resposta seria a aplicação da pena perpétua. Todavia, não será esta uma morte lenta e ainda mais devastadora? Ao condenar alguém a ficar fechado numa prisão para o resto da vida, sem qualquer hipótese de redenção, estamos a tirarlhe a vida de uma forma ainda mais torturante. Desta forma, e considerando que tanto a pena capital como a pena perpétua são ambas formas de acabar com a vida de um ser humano, deparamo-nos então com o problema da reintegração dos criminosos na sociedade. Penso que o argumento mais forte que podemos apresentar é o de que o Estado, enquanto autoridade que tem como missão promover uma vida pacífica e o progresso da sociedade, tem de servir como modelo, não podendo aceitar a morte em circunstância alguma. A aplicação da pena de morte não permite sequer que as pessoas aprendam com os seus erros. É certo que algumas pessoas são desequilibradas e não conseguem deixar de cometer atrocidades. É com esta questão que se prende a minha maior dúvida: não podemos pôr em risco toda uma sociedade ao libertar uma pessoa perigosa, contudo, como já constatámos, a pena perpétua é também uma forma indirecta de matar. Assim, parece-me que temos de concluir que, não ter a possibilidade de viver em sociedade, mas ainda assim estar vivo biologicamente, é preferível a tirar a vida a um ser humano. Os ganhos serão muito maiores se abolirmos a pena capital por princípio, visto que podemos sempre contar com a hipótese de redenção por parte do criminoso. Temos de nos aceitar e tornar a vida em comum o melhor possível e a maneira mais correcta de o fazer não será com certeza matando quem erra. Por conseguinte, devido também e sobretudo à minha conduta ética, educação e convicções, apesar de me debater com algumas dúvidas, concluo que a abolição racional da pena de morte é a opção certa a tomar. Beatriz Serrazina, 11º F O LUGAR DA MEMÓRIA ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA A SOPA LÁGRIMA Hoje tive de chorar ao almoço. É desagradável, bem sei, mas era o que havia para fazer: soluçar em frente da sopa de abóbora enquanto os feijões me olhavam seriamente. «Come». «Não chores». eram as palavras que sussurravam nas suas vozinhas de leguminosa. Foi aí que reparei num facto, num indiscutível facto. Os meus óculos estão sujos. Sujos como tudo. De pó, de água das lágrimas que chorei ao almoço. E riscados, também riscados, das vezes, de todas as vezes em que os limpei à camisola azul. E pronto. Não há remédio. Estão tão sujos que tenho de comprar outros porque já não há nada que os limpe, nem nada que lhes tire os riscos. Depois de limpar os olhos e ponderar neste assunto, voltei à minha sopa. Quando levei a colher hesitante à boca, cheia dos meus amigos feijões, apercebi-me de um outro facto, um outro indiscutível facto: estava fria Marta Santos, 12º A http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/ Que tens a força do mar, Em cada gota vertida. Nos silêncios do teu estar, No fechar de minha vida. Do sofrimento e da dor, Da tua terna partida. Rolas, rebolas… Por fim revelas, - em vitrais e aguarelas – De beleza colorida, Saudades… … da despedida. Lágrima … que quebras em teu bailar, Silêncios emudecidos, Por medos de eu suspeitar, Da tua dor, teus sentidos… Queda água ou gota de alma, Cristal do sal e luar, Que desdiz no seu brilhar, A farsa da tua calma. Antes luz, com mais fulgor Que os painéis dos tempos idos, A força do nosso amor, O estar de nossos sentidos. Prisioneiros do mesmo mar, Na morte, jazem unidos ! SEM TÍTULO Olhares desviados sofrem Um defunto a olhar Fim da terra Além do mar O barco parte A vida retorna O barulho contorna A faia da alma A palavra é ouro Dom do real A água é morna No regaço divinal O sorriso entreaberto Na proa da glória Um abraço coberto de amor e vitória. Um outro obstáculo Surge na estreita relação O barco que se afunda em plena comunhão. No fundo do mar Há a mancha vermelha de tanto terror e lisonjeiro amor que ofegante ficou. Almas desvanecidas Pensamento divino Relação entreaberta No confim do caminho. António Sales, EE E depois é assim, meu amor, que tudo acontece. Os dias vão passando devagar, fundindo-se uns nos outros, e nós, que não podemos fazer nada contra, aguentamos calados o peso das memórias que subsistem persistem insistem aguentamos calados, e sorrimos quando é preciso. Aguentamos as mãos frias e o medo de que não tornem a aquecer, porque sabemos que pouco há já que as aqueça porque não sabemos o que há ainda que as aqueça. Fingimo-nos esquecidos, fingimo-nos doentes, como se uma abelha tivesse deixado em nós o suave ferrão da indiferença sim, um pequeno ferrãozinho, uma pequena farpazinha que, cravada na nossa carne, fosse a pouco e pouco envenenando o nosso sangue a pouco e pouco empalidecendo os nossos rostos dando-nos aquele ar que faz com que os outros tenham pena de nós embora não saibam porquê. Marta Santos, 12º A http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/ RECRIAR O MUNDO Almas Desvanecidas Desejo de mim Quero-me. Quero-me como te quero. Quero-me como me queria querer. Ser alguém por entre alguém. No fundo, não desistir. Ser o que não sou, Mas talvez pudesse ser Se fosse o que quero de me querer. Adriana Policarpo, 12º A http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/ Liberdade! Palavra simples mas de grande significado! Eu, que sempre vivi com ela, nem sequer sei avaliar como é que seria pensar sem poder falar, querer agir e não poder reagir, ver castigar e não poder mandar parar. Por isso, eu, que sempre vivi com ela, vou sair à rua e gritar: Liberdade! A vida começa O amor acaba Nada cessa A não ser a palavra! Joana do Mar, 11º C O sol entra por mim adentro O sol entra por mim adentro Como um barco pela maré. Sei de cor o cheiro De um botão de rosa. Trespassa-me a alma um arrepio quente Da solidão perfeita, Que não é dor, mas prazer. Sinto a chuva molhar-me o rosto Apesar de limpo, o céu dourado, Que tarde o dia esconde. Do outro lado, sobre o monte, Aparece já o céu estrelado. A brisa morna torna leve Cada passo do caminho De cor livre em cada flor, Que reflecte calma vida Que pula Ao som do calor. Adriana Policarpo, 12º A http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/ Rita Henriques, 10.º H 15 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 Barack Obama solução ou ilusão? A atenção dispensada às eleições americanas é normal, principalmente por se tratar da eleição do Presidente da maior potência global. Nestas eleições, estando em causa a mudança certa do “habitante” da Casa Branca, foi maior a informação sobre o processo eleitoral, houve mais comentários, mais anedotas, em suma, um maior envolvimento dos media e dos cidadãos. No final, o mundo rejubilou com a eleição de Barack Obama. Não admira, já antes da sua eleição Obama conseguira entusiasmar, pela campanha eleitoral, amplos sectores da população, particularmente a juventude, de- sencantada com a política de Bush. Talvez aqui esteja uma nota digna de registo: a esperança e o entusiasmo que Obama simboliza fazem falta aos regimes políticos cujos eleitores estão cada vez mais desinteressados em votar, mesmo sabendo da importância desse direito e dever cívico. O novo Presidente dos EUA, Barack Obama, chega assim ao poder com expectativas elevadas, dignas de um novo “messias”. Os Estados Unidos da América, bem como o Mundo em geral, atravessam uma crise económica global, e o novo presidente representa um sopro de esperança, não apenas para os americanos, mas também para o mundo. No entanto, o excesso de entusiasmo pode causar grandes problemas. Obama não é um homem só. Defende políticas e interesses que têm de ir ao encontro de quem domina. Tem equipas e colaboradores com opiniões próprias, algumas diversas das que ele defende, e daí a questão: quais as opções que a Administração americana vai tomar? O que mais me preocupa é que esta onda de esperança coloca, sobre os frágeis ombros de Obama, o nosso futuro, como se ele dependesse única e exclusivamente das decisões adoptadas pelo novo governo norte-americano que agora tomou posse. O facto de o conservador povo americano ter eleito um negro para seu presidente também é uma inovação elogiável, mas isso não quer dizer que Barack Obama consiga romper com a histórica e tradicional postura norteamericana em defesa dos seus interesses, acima de qualquer outra ideologia. Não descurando as consequências da governação americana para a escala global, será expectável que as primeiras orientações, medidas e consequências se reflictam primeiro no continente americano, e só mais tarde cheguem ao resto do mundo, numa altura em que poderá ser tarde para as elevadas expectativas. Os olhos estão postos em Obama. O que irá ele fazer para evitar problemas com o complexo industrial-militar, a indústria petrolífera, a burocracia do partido e o lobby israelita? Durante o seu mandato, chegará ao fim o embargo económico a Cuba? Sem mexer directamente com os interesses de Israel, irá mediar soluções visando a paz no Médio Oriente? Retirará os soldados americanos do Iraque? Fechará a base militar em Cuba, ou conseguirá que os presos lá instalados não sejam sujeitos a tortura? Assinará alguns itens referentes à protecção do ambiente, antes negados? Perante a administração desastrosa e ultra conservadora de George W. Bush, será com certeza favorecido por uma melhoria da imagem do país. Em relação a grandes mudanças globais e à salvação económica, isso não me parece viável. Como diz o provérbio popular: uma andorinha não faz a Primavera. Professor Ricardo Miguel Artistas da nossa terra António Manuel Patrício de Aboim Sales, pai da nossa aluna Maria Luísa Sales, que frequenta o Externato Cooperativo da Benedita na turma F do 10º Ano, nasceu em Lisboa, a 11 de Janeiro de 1950. Iniciou os seus estudos no Liceu Camões, frequentando posteriormente o Colégio Valsassina e o Liceu Gil Vicente. Chefiou o Departamento de Divulgação do Instituto da Vinha e do Vinho. Há 16 cerca de dez anos, a pensar nos filhos e na facilidade de acesso à rede escolar, fixou-se no Ardido. Desde então que os seus dias são passados entre o Alentejo, onde dirige várias propriedades, e o Ardido. António Sales é pintor e poeta autodidacta. Deve o gosto pela pintura à mãe e o da escrita ao pai, que era um leitor compulsivo. Ainda sob a influência da mãe, começa a ler as revistas francesas que ela comprava, bebendo desde muito cedo da cultura francesa. O pai, médico de profissão, inicia-o na leitura dos clássicos. Outras referências se reúnem a estas: o perfil psicológico da avó materna, cuja imagem projecta na arte; o círculo de amigos que lhe deram uma visão poética da vida; e um professor de Português, no primeiro ano de liceu, que lhe deu o tom certo para começar a escrever. A sua pintura contém evoca- ções dos trópicos, imagens e tonalidades quentes que nos transportam para um pôr-do-sol no Alentejo, ou para uma baía, em Moçambique. A luz, o sol, o mar e a mulher são temas frequentes nas suas telas, e a sua obra tem sido exposta em várias galerias de arte. Aos projectos de narrativas, relatos de viagens, contos infantis, soma-se a poesia. Reconhece, porém, que se iniciou tarde na escrita poética, aos cinquenta anos, adiantando que “se trata de uma forma interessante de depurar as palavras e de brincar com elas”. Por estas razões, entende a poesia como um extremo “apuramento da língua e um trabalho mental” cuja proficiência exige maturidade. Detentor de um espólio considerável, António Sales está agora a ponderar a ideia de divulgar mais os seus trabalhos, porque produzir sem dar a conhecer não é a função da arte. Como pai, António Sales pressente os perigos que resultam do modo como os pais desinvestem na transmissão de princípios básicos para a formação dos filhos. Ao considerar que “os pais não apoiam os professores e até se rebelam contra eles, interferindo de uma forma negativa no ensino”, confessou-nos que os “pais devem interagir mais com os professores, pois sem este espírito de cooperação o ensino não funciona”. A equipa do Toque de Saída agradece a hospitalidade com que foi recebida por António Sales, e convida-o a participar em edições posteriores, apresentando os seus trabalhos junto da comunidade escolar e, quem sabe, incentivando outros Encarregados de Educação a colaborar com o jornal da escola. Professores Clara Peralta e Valter Boita OLHAR CIRCUNDANTE ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA A inelutabilidade do conflito israelo-palestiniano Quando ouço os recentes desenvolvimentos do conflito israelo-palestiniano, com o recrudescimento da violência na faixa de Gaza, e os 1334 mortos, 5 mil feridos, 30 mil desalojados após 22 dias de intensos bombardeamentos israelitas, não posso deixar de recordar um livro já aqui apresentado como sugestão de leitura (Toque de Saída, edição nº 3). O livro, À Procura de Sana, do autor norte-americano Richard Zimler, narra a história da amizade (impossível) entre uma israelita (Helena) e uma palestiniana (Sana) que, ao longo de décadas, vão mantendo a difícil relação num país dividido e dilacerado por ódios. Como professora de História, o conflito israelo-árabe é dos conteúdos mais difíceis de abordar. Porque é matéria sempre actual, sempre presente; porque é quase impossível não deixar de perpassar uma certa (com)paixão; porque é uma guerra à qual não se pode imprimir a tradicional visão maniqueísta (porque não há, neste conflito, o lado dos bons e o lado dos maus); porque é uma guerra onde todos perdem. Perde Israel o respeito granjeado após 6 milhões de vítimas contabilizadas em 1945, após Munique 1972; perde a Palestina, além dos territórios, o direito a lutar por uma causa justa; perde o povo muçulmano a hipótese de se livrar do estigma de terrorista que, desde há cerca de 8 anos, fustiga e assola o Ocidente; perde o Mundo a oportunidade de construir um futuro de paz e concórdia. A criação do Estado de Israel em território palestiniano, em 1948, sob os auspícios da ONU, significou acima de tudo a expiação do Ocidente cristão face à culpa mal assumida pela cumplicidade com que assistiu ao holocausto nazi. Como já antes tinha assistido às investidas da Inquisição, ao Édito de expulsão de D. Manuel I, aos Pogroms russos… Choca-nos a impunidade com que o Presidente Ahmadi Nejad declara que o Irão irá erradicar Israel do Mundo. Mas também nos choca o terrorismo de Estado perpetrado por Israel ao reivindicar a posse de um território que lhe não pertence (e que nem sequer soube partilhar). Ao perseguir populações inocentes, culpabilizando-as das acções terroristas (e condenáveis) do Hamas, Israel continua a fazer valer a Lei de Talião, “Olho por olho, dente por dente”, o que continua a ter como resposta os desejos de vingança dos palestinianos. Até quando assistirá o Mundo à (relativa) inoperância da ONU e do seu Conselho de Segurança, manietado pelo direito de veto dos Estados Unidos? Vivemos num tempo em que impera esta- AVELINO HONÓRIO DA SILVA A homenagem merecida Foi a máxima rotárica “Dar de Si Antes de Pensar em Si” que levou esta associação a homenagear um homem a quem a Benedita muito deve. O reconhecimento profissional de Avelino Honório da Silva foi, para todos os que o conhecem e admiram a sua obra, uma homenagem merecida. Durante longos anos, para além da sua vida profissional, dedicou-se a inúmeras causas públicas e sociais. Pertenceu aos órgãos sociais do Centro Social Paroquial da Benedita, da Santa Casa da Misericórdia e do Instituto Nossa Senhora da Encarnação, entre outros. De 1983 a 1989, exerceu o cargo de presidente da Junta de Freguesia da Benedita, e é nessa função, que exerceu de forma exemplar, que a maioria dos beneditenses o recordam. Durante os seus mandatos, a Benedita fez a tentativa de tomar um percurso mais urbano: a elevação da Benedita OLHAR CIRCUNDANTE a vila, em 16 de Maio de 1984, e a compra do edifício da Fapocal, onde foram instaladas a Sede da Junta, o Mercado e várias associações, foram momentos marcantes para a nossa terra. Outra iniciativa que não podemos esquecer foi a criação da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias), em Maio de 1987, e cuja sede nacional foi inaugurada, na Benedita, pelo então Presidente da República, Dr. Mário Soares. Muitos outros momentos da sua vida de autarca poderiam aqui ser lembrados, mas, acima de tudo, devemos recordar o homem digno e honesto que dedicou longos anos da sua vida à terra que, embora não o tenha visto nascer, o adoptou de alma e coração e que foi recompensada pela obra que deixou a todos os beneditenses. Bem-haja Sr. Avelino. belecer pontes entre as nações (de concórdia, de reconciliação, de diálogo) e não construir muros. 70 anos após os guetos de Varsóvia, 48 anos após o infame muro de Berlim, como assistir ao isolamento da população de Gaza? Por isso apetece ler de novo a obra de Richard Zimler e acreditar que, um dia, será possível que israelitas e palestinianos se reconciliem e aprendam a viver e a conviver na diferença e no respeito mútuo. Exemplo disto é a experiência vivida pela West Eastern Divan Orchestra, fundada em 1999 pelo maestro Daniel Barenboim. Nascido em 1942 em Buenos Aires, filho de judeus russos emigrados na Argentina, Barenboim fundou esta orquestra que reúne músicos judeus e árabes, não com propósitos políticos, não para “fazer a paz”, mas para lutar contra a ignorância, porque as pessoas têm de se conhecer mutuamente, têm de compreender o que os outros sentem e pensam. Nomeado Embaixador da ONU para a Paz, Daniel Barenboim recebeu em 2008 a cidadania honorária palestiniana, em reconhecimento pela promoção do diálogo entre músicos árabes e judeus, o que ainda hoje causa algum desconforto e repúdio entre a comunidade israelita mais ortodoxa. E como afirmava num Concerto realizado em 2005 em Ramallah (Cisjordânia), “ou nos matamos uns aos outros, ou aprendemos a partilhar o que há para partilhar”. Professora Teresa Agostinho HONRA? Conhecem o conceito de “Honra”? Já devem ter ouvido falar, suponho. A honra atinge-se através de actos valorosos e justos, através da luta pelo que se acredita estar certo. Antigamente era algo que se prezava bastante – tornava um homem digno de respeito entre todos, mesmo entre os inimigos. O Japão é um bom exemplo disso: os guerreiros samurais regiamse por um código restrito, a que chamavam Bushido, e se falhassem esse código, preferiam perder a vida a perder a honra. Mas, como diria Camões, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e parece-me que a honra deixou de ser um dos nossos valores, daí que haja hipocrisia e corrupção entre tudo e todos. Bem sei que andar a cortar a barriga, como faziam os japoneses, é um bocado exagerado, mas e se tivéssemos mais um bocadinho de vergonha na cara? Ricardo Radamanto, 12º A Professora Maria José Jorge 17 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 “O homem dos dinossáurios” A POLUIÇÃO Galopim de Carvalho Alentejano de Évora, onde nasceu em 1931, Galopim de Carvalho é licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959) e doutorado em Geologia pela mesma Universidade (1969). Conhecido pelo grande público como “o homem dos dinossáurios”, é actualmente director do Museu Nacional de História Natural, sendo um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente da riquíssima evolução da história natural. Na sua vasta carreira académica dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que são exemplo a “Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal” e “Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português”. Como autor, publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação. Também é responsável pela publicação de vários livros didácticos e de divulgação científica e ainda por alguns livros na área da literatura de ficção: O Cheiro da Madeira (1994) e Os Homens não Tapam as Orelhas (1997). Professor Sérgio Teixeira ALCOOLISMO E OS JOVENS Nos dias de hoje, existem três grandes problemas que preocupam os pais de todos os jovens: a droga, o tabaco e o álcool. É sobre este último que vou falar, visto que é neste que os jovens mais depressa se integram como forma de diversão e de bem-estar (pensam eles!). O que talvez não imaginem é que isso os pode levar à degradação total. Em Portugal, tal como nos restantes países da União Europeia, o álcool continua a ser um problema, não só dos jovens, mas também das pessoas adultas. Ele conduz a problemas para a pessoa que o ingere, mas também para os que com eles convivem, visto que aumenta o insucesso escolar, a violência interpares, a violência doméstica, a práticas de condução desadequadas e outros comportamentos problemáticos, não causando apenas problemas a nível físico, mas também a nível psicológico, provocando atitudes agressivas, que conduzem a um mal-estar familiar e social. O álcool, contrariamente ao que às vezes se julga, “não mata a sede” nem conduz à inserção social e, quando ingerido conjuntamente com medicamentos ou drogas, pode ter consequências desastrosas. Relativamente aos jovens, este é um problema preocupante porque é cada vez mais comum, e surge cada vez mais precocemente. A maior parte dos jovens que consomem bebidas alcoólicas, não se limitam a ingerir bebidas com baixo teor alcoólico, pelo contrário, as bebidas com maior teor de álcool são hoje as mais consumidas, frequentemente em misturas, os chamados “shots”. Estas bebidas, quando consumidas, em exagero, podem levar ao alcoolismo e a graves problemas de saúde, tais como doenças do fígado, como a cirrose. Assim, devemos encarar as bebidas alcoólicas com precaução, pois podem provocar dependência e graves problemas de saúde. Mário Leopoldino, 12ºB OLIMPÍADA DE QUÍMICA JÚNIOR E QUÍMICA + Todos os anos decorrem as provas de pré-selecção de alunos/equipas que irão representar o Externato Cooperativo da Benedita nas Olimpíadas Regionais de Física e de Química. No dia 28 de Janeiro, as de Química; as de Física, escalão A, no dia 3 de Março, e escalão B, no dia 4. Na Química Mais, participa uma equipa de alunos do 11º ano, e na Química Júnior cinco equipas de três alunos, do 9ºano. Assim, para participar nestas actividades em representação do ECB, foram seleccionados os seguintes alunos: 18 Química Mais: Ana Luísa Pereira (11º B), Fábio Cruz (11º B) e Liane Canas (11º B); Química Júnior, por ordem de classificação na eliminatória: Ana Luís, Maria Faustino e Sara Isabel, do 9º G; Rita Jorge, Soraia Marques e Tiago Marques, do 9º H; Andreia Carreira, Daniela Ribeiro e Marisa Machado do 9º D; Cátia Marques, Sofia Ramalho e Sofia Ramos, do 9º H; Luís Mendes, Óscar Nogueira e Ruben Cardoso, do 9º G. As semifinais de Química Júnior decorrem no dia 18 de Abril e as de Química Mais no dia 14 de Março. Olá, eu sou o Duarte e, já que se fala tanto sobre poluição, gostaria de partilhar convosco o que sinto sobre isto. A poluição é um enorme problema. Existem vários tipos de poluição, sonora e aquática, entre muitas outras, e todas têm consequências, como por exemplo o efeito de estufa, as chuvas ácidas, as florestas despidas, os depósitos de produtos químicos perigosos, os campos envenenados, as lixeiras oceânicas, e muitos outros problemas. Mas estes de que eu falei já nos dão bastantes preocupações e dores de cabeça. É horrível o que o ser humano faz a si-próprio. Já pensaram em todos estes problemas?! Por exemplo, em relação às lixeira oceânicas, as cidades costeiras descarregam os esgotos não tratados no mar. As tartarugas marinhas e as baleias ingerem sacos de plástico que tomam por medusas, morrendo por asfixia. As chuvas ácidas são provocadas pelos fumos e gases libertados pelas fábricas e automóveis. As florestas despidas têm a ver com as árvores afectadas pela poluição, que perdem as folhas, ficam atrofiadas no seu crescimento e com a casca danificada, tornandose vulneráveis aos ataques de insectos, ao mau tempo e às doenças. Por outro lado, temos ainda os produtos químicos perigosos que são lançados ao mar. Nos últimos anos, tem havido muita poluição através dos produtos químicos altamente perigosos chamados dioxinas (compostos orgânicos). Para não falar nos campos envenenados, nos químicos venenosos que são usados pelos agricultores para conseguirem maiores e melhores colheitas. Contudo, destroem não só os insectos nocivos, mas outras formas de vida selvagem. E é o que eu tenho para vos dizer sobre a poluição, (por agora!) Ah, e não deitem lixo para o chão porque eu também não. Duarte Belo, 7ºB Professora Isabel Carreira CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓS No passeio sossegado, caminho para casa, são dez horas da noite quando, vindo de uma direcção inesperada, oiço um chilreio agudo. Viro o olhar, tarde demais, já só consigo vislumbrar a silhueta de um branco fantasma desaparecendo por detrás do CCB, num voo misteriosamente silencioso e perfeitamente nivelado, como se fosse dono do ar – assim nos surpreende a Coruja-das-Torres. Foi com fascínio e surpresa que descobri, anos atrás, que o espaço aéreo do ECB, no coração da vila da Benedita, é visitado com regularidade pela espécie de coruja mais vastamente distribuída pelo mundo inteiro, a Tyto Alba. Da ordem Strigidae, família Tytonidea, nome científico Tyto Alba e nome vulgar Coruja-das-Torres, esta ave de rapina apresenta uma face achatada, com um anel escuro em redor do disco facial, desenhando um coração. No seu todo, a plumagem é clara, possuindo a fêmea pontos negros no peito que servem de estímulo ao parceiro macho. Variam em altura (em Portugal, entre os 25 aos 35 cm, enquanto na América do Norte, algumas chegam aos 45cm de altura) e pesam entre 200 a 400 gramas. Alimentam-se de pequenos mamíferos, essencialmente ratos, insectos e até mesmo morcegos e aves. É de notar, especialmente para quem está a estudar física, a característica que permite a esta ave captar os ruídos dos ratos, e, no caso das espécies presentes na Lapónia, detectar presas que se encontram a mais de um metro debaixo de neve. A forma de disco côncavo que envolve cada olho, como acontece com as antenas parabólicas, concentra as emissões de ruído para as aberturas dos ouvidos (próximas dos olhos), aumentando consideravelmente a capacidade auditiva. Os olhos são grandes e apontam para a frente. Por esta razão, ao contrário da maioria das aves, a coruja consegue ver um objecto com os dois olhos e ao mesmo tempo. Como nós, elas têm visão binocular, mas, ao contrário de nós, as corujas não podem mover os olhos dentro das órbitas, têm, portanto, de apontar a cabeça para ver um objecto, conjugando assim os sensores auditivos. É de tal ordem a capacidade auditiva que não há animal neste mundo que a consiga igualar. Como a visão binocular confere a aparência de um ser inteligente, para os gregos da Antiguidade, a coruja era dedicada a Atena, deusa da sabedoria. Sabe-se hoje, no entanto, que o corvo, e outras aves são, provavelmente, mais inteligentes do que a coruja. Por todo o Portugal, com excepção dos Açores, é possível observar a Coruja-das-Torres, cuja densidade populacional na Península Ibérica varia de 1 a 50 casais por cada 50 km2. Esta espécie tem sofrido um declínio moderado na maior parte dos países europeus, o qual parece estar associado à intensificação da agricultura, à utilização de pesticidas, ao armazenamento dos cereais em silos e, subsequente redução de roedores, ao desaparecimento de cavidades naturais e artificiais para nidificação, ao desenvolvimento das redes viárias e ao aumento do tráfego e da mortalidade que lhe está associado. Por esta razão, a Coruja-das-Torres está classificada na Europa como uma SPEC 3, ou seja, espécie cuja população global não está concentrada na Europa, mas que tem um estatuto de conservação desfavorável nesse continente. Os seus habitats favoráveis são zonas de campos agrícolas com sebes, taludes e matos. Também fazem ninhos em construções abandonadas, chaminés, armazéns e torres de igrejas e mesmo em cidades de grande dimensão. A Coruja-das-Torres é geralmente monogâmica, competindo às fêmeas a incubação dos ovos e aos machos a procura de alimento. A postura, que pode variar entre os 2 e os 14 ovos, inicia-se em Março e dura 30 ou 31 dias. As crias permanecem no ninho entre 50 a 55 dias, e tornam-se independentes 3 a 5 semanas mais tarde. Reproduzir-se-ão pela primeira vez com 1 ou 2 anos de idade. Podemos ter, portanto, muito orgulho em albergar na nossa região uma espécie, que, embora discreta, brilha como uma estrela, ao desvendarmos todas as suas capacidades. Nota de precaução: se encontrar uma Coruja-das-Torres aleijada, deve entregá-la ao Instituto da Conservação da Natureza, mais especificamente, na nossa área, em RioMaior, na sede do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros. Uma coruja debilitada não consegue sobreviver sozinha e necessita de intervenção especializada. Miguel Madruga, ex-aluno do ECB Professor Paulo Coelho UM PERCURSO DE EXCELÊNCIA No passado dia 18 de Dezembro, Paulo Coelho, professor de Matemática no Externato Cooperativo da Benedita, prestou provas de mestrado com uma dissertação intitulada “Templates e Elos de Órbitas Periódicas em Fluxos de Dimensão 3”. Assente em Sistemas Dinâmicos e Teoria dos Nós, este é um tema actualíssimo, estimando-se que apenas cerca de 20 pessoas, em todo o mundo, se dediquem à sua investigação. «Muito além de meros objectos decorativos e de utilidade prática – escreve Paulo Coelho no número II dos Cadernos do ECB – nós e tranças são objectos matemáticos que encontram aplicações significativas na ciência contemporânea, nomeadamente na Biologia Molecular, na Física e na Química». A dissertação de mestrado, classificada com a nota máxima de 20 valores, foi largamente elogiada pelos membros do júri, tendo um deles afirmado tratar-se da melhor apresentação de mestrado a que algum dia assistira. Refira-se ainda que o professor Paulo Coelho demonstrou um CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE teorema matemático original, facto que levou o júri a aconselhar a publicação desse resultado em revistas da especialidade e a incentivá-lo a prosseguir a sua investigação, com vista ao doutoramento. Congratulamo-nos pelo sucesso do professor Paulo Coelho e expressamos o nosso orgulho pelos padrões de qualidade que a si mesmo impôs – e alcançou. A equipa do Toque de Saída 19 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 EXTINÇÕES EM MASSA DO PERÍODO PÉRMICO U m a extinção em massa é um acontecimento rápido, relativam e n t e ao tempo geológico durante o qual uma significativa parte de toda a vida na Terra é extinta. A extinção em massa dos finais do período Pérmico, há aproximadamente 250 M.a. no limite Pérmico/Triásico, foi a mais severa e devastadora de toda a história da Terra, com a extinção de cerca de 95% das espécies marinhas e cerca de 70% das espécies vertebradas terrestres. Esta extinção terá ocorrido num período de 3 a 8 M.a., havendo possivel- mente dois episódios de maiores extinções. Dados recentes de idades radiométricas em cinzas vulcânicas, no Sul da China, indicam que possivelmente houve uma fase de maior extinção no último milhão de anos do Pérmico. A investigação detalhada das causas desta extinção é prejudicada pelo facto de ter ocorrido há muito tempo, pelo que muitas das suas evidências foram apagadas devido aos fenómenos dinâmicos característicos da Terra. Estudos recentes referem como responsáveis pela extinção a combinação de factores inter-relacionados tais como a formação do super continente de Pangea, a glaciação e a regressão marinha e ainda o vulcanismo na Sibéria com as emissões gasosas associadas. Outra hipótese para a extinção seria o impacto na Terra de um corpo extraterrestre como um meteorito ou um cometa. Jovens Repórteres para o Ambiente Nos dias 14 e 15 de Novembro decorreu mais uma edição do Seminário Nacional Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA), na Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM). O Seminário foi organizado pela Dra. Margarida Gomes, coordenadora nacional da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e teve como objectivo reunir os professores coordenadores do Projecto e os alunos envolvidos em cada escola, de modo a possibilitar o debate das estratégias e metodologias do Programa, bem como incentivar a comunicação e a partilha de ideias e projectos entre os elementos do JRA. O Externato Cooperativo da Benedita foi representado por 5 alunas, do 11º e 12º ano, e uma professora de Biologia, Paula Castelhano. As alunas do 12º ano, Catarina Carmo e Cristiana Santos, foram as porta-vozes de um grupo que esteve anteriormente ligado ao projecto e que, graças ao trabalho desenvolvido no ano lectivo de 2007/2008, recebeu vários prémios, incluindo o de ‘Melhor Fotografia em Inglês’. No primeiro dia, assistimos a várias 20 palestras sobre diversos assuntos relacionados com o ambiente e em particular sobre a região, por exemplo, uma palestra sobre o novo aeroporto de Lisboa (impacto ambiental na região), pelo Presidente da C. M. de Benavente, Dr. António José Ganhão. Nesse mesmo dia visitámos vários locais com interesse ambiental, alguns deles com sérios problemas de poluição. Elaborámos uma foto-reportagem e um pequeno artigo sobre o local visitado. No segundo e último dia, de manhã, participámos em workshops sobre fotografia e vídeo. Durante a tarde, foram apresentadas as várias missões organizadas durante o último ano pelo JRA e um painel sobre Jornalismo e Ambiente, com a presença do jornalista João Eduardo (Kiss FM Lisboa), de Maria Flor Pedroso (RTP) e de Paulo Agostinho (Agência Lusa). O seminário terminou com a apresentação dos trabalhos elaborados pelos grupos no primeiro dia, dos quais surgiram projectos muito interessantes e educativos. Como Jovens Repórteres do Ambiente, desenvolvemos o nosso espírito crítico e aumentámos o nosso desejo de ajudar a preservar ou até mesmo recuperar o ambiente que nos rodeia. Lídia Ferreira, Juliana Costa, Rita Bernardino, 11ºA A maioria das extinções ocorreram em regiões equatoriais a baixas latitudes, sendo as espécies marinhas particularmente afectadas – estas eram na sua maioria bentónicas, vivendo nas águas quentes pouco profundas das plataformas continentais. Refira-se que muitas das espécies já estavam em declínio ao longo do Período Pérmico, antes da extinção final. Este facto sugere que deve ter havido um mecanismo climático prolongado de extinção ou uma combinação de vários factores, em vez de um acontecimento catastrófico. Muitas são as interrogações que a ciência coloca na tentativa de explicar esta importante extinção em massa, aqui vos deixamos algumas das hipóteses que têm originado maior discussão no seio da comunidade científica. Professor Francisco Franco NOTÍCIAS DO XADREZ A Academia Xadrez da Benedita participou com 12 jogadores no Campeonato Nacional de Jovens de semirápidas onde tivemos duas Vice-Campeãs Nacionais Femininas (Inês Costa – Sub08 - e Lídia Ferreira – Sub18) e um terceiro lugar nos Sub18 Feminino – Mariana Silva. O Externato Cooperativo Benedita realizou, nos dias 18 Fevereiro e 5 de Março, os IX Encontros Nacionais Escolares, Individual e de Equipas. Estes Campeonatos, que se realizam no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, têm a particularidade de juntar várias escolas do país. A Federação Portuguesa de Xadrez, com o apoio do IDP, levou a efeito o 1º Curso de Treinadores de Xadrez de nível 1. José Cavadas foi o 4º melhor do grupo de Lisboa. O Curso foi ministrado pelo MI Sérgio Rocha. Sete jogadores da Academia Xadrez da Benedita participaram no V Open Ozone – Torres Novas, onde estiveram 50 jogadores. Entre 19 a 21 de Dezembro de 2008, participámos com quatro jogadores no I Torneio FIDE do Externato Cooperativo da Benedita, um torneio de ritmo clássico a contar para o ranking internacional integrado no I Circuito FIDE de Leiria. O Externato Cooperativo da Benedita participou também no Torneio Escolar de S. Martinho do Porto, 3º Ciclo/ Secundário. O melhor do Externato foi Rui Lopes do 8ºI, ficando em 6º lugar entre 59 jogadores inscritos. Mariana Silva, aluna do 11º A do Externato Cooperativo da Benedita, é a jogadora da Academia Xadrez da Benedita que, após a contabilização das provas (Torneio Fechado Selecção Distrital de Leiria e I Torneio FIDE Externato Cooperativo da Benedita) sobe mais no Elo até ao momento, ou seja 16,95 pontos. Lídia Ferreira Mariana Silva Professor José Cavadas CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA ONDE ESTÁ ESCRITA A HISTÓRIA? A paleontologia é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis, isto é, ao estudo de restos de seres vivos, ou a vestígios da sua actividade que ficaram preservados nas rochas. Assim, as rochas constituem o “livro” onde se escreve a história da Terra, e os fósseis são as “palavras” desse livro que formam as “frases” que nos ajudam a descobrir o passado do nosso planeta. Os fósseis encontram-se essencialmente nas rochas sedi- mentares. Estas formam-se a partir de grãos (sedimentos) provenientes de outras rochas que se depositaram no fundo de um lago, rio ou do mar, formando várias camadas ou estratos. Juntamente com estes sedimentos, podem ser depositados organismos, ou parte deles, que, após um processo de substituição da matéria orgânica por minerais que se encontram dissolvidos na água, poderá originar um fóssil. Alguns fósseis formam-se quando um organismo constituído por partes duras –conchas, dentes ou ossos por exemplo – deixa gravado nas rochas um molde dessas estruturas. Contudo, os fósseis mais interessantes formam-se por um processo de mumificação ou conservação que ocorre quan- O MEU GOSTO POR COMPUTADORES Olá! Eu chamome Duarte, tenho 12 anos e gosto de computadores. Vou-vos falar sobre a minha “paixão” por computadores. Eu gosto do computador por várias razões, a primeira de todas é que não temos de escrever à mão e, se nos enganarmo-nos a escrever, o computador, como é “inteligente”, pode corrigir automaticamente ou avisa-nos que a palavra esta mal escrita e dá-nos várias sugestões de outras palavras parecidas com aquela que escrevemos mal. Outra razão é que podemos ir à Internet fazer várias coisas, como por exemplo aprender, jogar e fazer trabalhos da escola. Mais outra razão é que podemos divertir-nos, principalmente nas horas vagas (ouviram?, nas horas vagas!), jogando copas, xadrez, solitário, etc. E finalmente, a última razão de todas é a música, música clássica, rock, pop, alternativa, e outros tipos de música, todos eles podem ouvir-se quando a gente está a fazer trabalhos, a jogar, etc., e a música ajuda a relaxar. Mas o melhor de tudo é que o computador é uma ferramenta que abarca um número infindável de soluções básicas em todas as áreas e profissões, é uma ferramenta indispensável nos tempos de hoje. Adoro… Adoro… Adoro. Duarte Belo, 7ºB CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE do um organismo, ou parte dele, fica envolvido numa substância impermeável, como por exemplo uma resina. Esta, quando fossiliza, conserva no seu interior o organismo intacto (as partes duras e as partes moles, como os músculos e órgãos internos). Outro processo de mumificação bastante conhecido ocorreu quando os mamutes da Sibéria ficaram completamente preservados dentro de grandes massas de gelo. Os fósseis, depois de serem descobertos e devidamente estudados, podem fornecer pistas muito interessantes sobre o passado do nosso planeta, em geral, e da nossa região, em particular. Por exemplo, a existência de fósseis de animais marinhos nas rochas calcárias da Serra dos Candeei- ros permite deduzir que se formaram no mar e que, por acção de forças no interior da terra durante milhões de anos, formaram uma montanha. Por outro lado, os fósseis também nos ajudam a fazer uma reconstituição de um animal, fazer deduções sobre o seu modo de vida, tipo de reprodução e até alimentação. Os processos de fossilização são raros na natureza, pois o número de seres que já habitaram o Planeta é muito superior ao número de fósseis que se formaram, contudo, cada fóssil que se encontra contribui para descobrirmos mais factos sobre a história da nossa Terra. Professor Sérgio Teixeira ESCOLA DE TRIATLO ECB Este Projecto foi implementado no Externato no dia 5 de Janeiro de 2009 e é coordenado pelo Professor de Educação Física, Joel Machado. A aluna Marília Francisco de Sousa, do 12ºE, é a autora do criativo logotipo que ilustra, de uma forma simples, mas muito original, as três provas que constituem o Triatlo. Criado numa sólida base, o principal objectivo é permitir a prática de actividade física aos alunos nascidos entre 1994 e 1997, independentemente da situação económica das suas famílias. A Escola de Triatlo do ECB é uma secção desportiva que pretende divulgar e desenvolver a modalidade na Benedita, num suporte formativo, mas vocacionado também para a vertente competitiva. Os treinos dos 15 alunos inscritos são orientados pela Professora Liliana Gens, na secção de corrida; por Mafalda Morei- ra, na natação; e, no ciclismo, pelo Professor Tobias Marquês. O Professor Joel Machado é responsável, entre outros procedimentos, pela explicação das transições entre os diferentes segmentos. Actualmente, o Triatlo é uma das modalidades mais mediáticas e em franca expansão no nosso país, modalidade essa em que cada atleta efectua três segmentos consecutivos, sem que haja paragem no cronómetro, e pela seguinte ordem: Natação, Ciclismo e Corrida. Além disso, existem duas variantes: o Aquatlo (Natação e Corrida) e o Duatlo (Ciclismo e Corrida). Convidam-se todos os alunos que pertençam à faixa etária acima referida a experimentarem esta modalidade! Professora Estela Santana 21 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 A Uva TONIFICA O CORAÇÃO E FLUIDIFICA O SANGUE A uva é, a seguir à laranja, o fruto mais cultivado em todo o mundo. A uva constitui um componente essencial da dieta mediterrânica, e até da sua cultura. Recentes descobertas científicas atribuem a boa saúde cardíaca dos habitantes do Mediterrâneo precisamente a algumas das propriedades das uvas. Propriedades e indicações Existem dois tipos de nutrien- tes que se destacam na composição da uva: os açúcares e as vitaminas do complexo B. A uva contém poucas proteínas e gorduras, no entanto, apesar da pequena quantidade de proteínas (0,67%), estas contêm todos os aminoácidos essenciais. Os dois açúcares mais abundantes na uva são a glucose e a frutose. Do ponto de vista químico, trata-se de monossacáridos, ou açúcares simples, cuja característica é passarem directamente ao sangue sem precisarem de ser digeridos. Nisto se diferenciam de outros tipos de açúcares, como a sacarose (presente na cana-deaçúcar, beterraba ou na banana), ou a lactose do leite, que precisam de ser decompostos no intestino antes de poderem passar ao sangue. A uva é uma das frutas mais ri- cas em vitamina B6, com os seus 0,11mg/100g, excedida apenas por frutas tropicais como o abacate, a banana, a anona, a goiaba ou a manga. As vitaminas B1, B2 e B3 ou niacina também se encontram presentes em quantidades superiores às da maioria das frutas frescas. Todas estas vitaminas têm como função, entre outras, metabolizar os açúcares, para que as células possam com mais facilidade “queimá-los” quimicamente e aproveitar a sua energia. A natureza dá assim mais uma indicação da existência de um desígnio inteligente, proporcionando uma grande quantidade de açúcares na uva, juntamente com as vitaminas necessárias para o seu aproveitamento energético. As Receitas da Isabel PUDIM DE ABÓBORA COM PASSAS Ingredientes: 500 g de abóbora limpa 400 g de açúcar 150 g de passas 50 g de coco ralado Preparação: Deite a aguardente e as passas numa tigela e deixe macerar de um dia para o outro. Corte a abóbora em pedaços pequenos e leve-os a cozer com uma pitada de sal, escorra bem e reserve. Ligue o forno a 180 graus. Leve 160 g do açúcar ao lume numa frigideira até obter caramelo, verta para uma forma e rode para caramelizar o fundo e os lados. Numa tigela, misture o restante açúcar com a farinha Maisena, junte o coco ralado, a abóbora e os ovos, e bata bem. Junte, então, as passas com a aguardente e misture bem. Verta o preparado anterior para a forma caramelizada e leve ao forno em banho-maria durante aproximadamente 40 minutos. Espete um palito para verificar se está totalmente cozido, retire do forno e deixe arrefecer. Desenforme e sirva. 5 4 1 1 ovos colheres (sopa) de aguardente colher (sopa ) de farinha Maisena pitada de sal que são pretas e sultanas às brancas ou douradas. Tal como a maioria dos frutos secos, são altamente calóricas, embora sejam boas para a saúde devido às gorduras vegetais que possuem. A sua utilização na culinária é tão ampla que pode ir desde a doçaria, como os pudins, bolos e tartes, até aos salgados, como as saladas, pratos de arroz e recheios de carne. Indicação terapêutica principal A uva é muito recomendável em todas as afecções cardíacas, pelos seguintes motivos: - oferece energia sob a forma de açúcar simples que o músculo cardíaco utiliza para se contrair; embora a principal fonte de energia para o coração sejam os ácidos gordos, este órgão também utiliza a glucose; - a uva é rica em potássio e contém também cálcio e magnésio, minerais que intervêm nas contracções cardíacas; - além disso, a uva não contém quase nenhum sódio nem gordura saturada, os dois principais inimigos do sistema cardiovascular. Professor Miguel Fonseca Adaptado da Enciclopédia de Educação para a Saúde TORNEIO DISTRITAL DE JUDO DA MARINHA GRANDE Realizou-se no dia 22 de Fevereiro, no Clube de Judo da Marinha Grande, o 1º Torneio Distrital de Judo, prova aberta a todas as categorias etárias e de peso, para atletas masculinos e femininos. Participaram nesta prova cerca de 70 atletas em representação dos diversos clubes do distrito. O INSE/Externato da Benedita foi representado por 12 atletas, dos quais 7, das categorias infantis/juvenis, e 5 seniores. Os diversos combates foram bastante disputados, tendo os nossos atletas alcançado boas classificações, pois praticamente todos se classificaram nos lugares cimeiros, com relevo para Pedro Cruz e Sérgio Serralheiro que alcançaram o 1º lugar nas respectivas categorias de peso. O quadro classificativo foi o seguinte: Infantis: Pedro Cruz (10 anos) – 1º lugar; Abel Gutierrez lugar (11 anos) – 2º lugar; Leonel Santos (11 anos) – 3º lugar; Luís Vicente (10 anos) – 3º lugar Seniores: Sérgio Serralheiro –1º lugar; Valter Inácio – 2º lugar; Vladimir Horodovoy – 3º lugar; Edgar Ramalho – 3º lugar. Faustino da Silva, Chefe dos Serviços Administrativos Professora Isabel Neto Passas: é o nome dado a todas as uvas secas através da desidratação, embora genericamente se chame passas às 22 MENTE SÃ EM CORPO SÃO ANO 4 - Nº 10 TOQUE DE SAÍDA Enigmas Paradoxos Curiosidade Enigma 1 Um grupo de 3 homens e 3 mulheres pretende atravessar um rio num barco que apenas pode levar duas pessoas de cada vez. Como fazer a travessia de modo a que, em cada margem, as mulheres nunca estejam em maioria em relação aos homens? Barbeiro: Um barbeiro de uma pequena aldeia tinha, na sua barbearia, um panfleto que dizia o seguinte: “Eu barbeio todos os homens da aldeia que não se barbeiam a si próprios”. Quem barbeia o barbeiro? Nota: O barbeiro não se pode barbear a si próprio porque diz que barbeia os que não se barbeiam a si próprios. Se ele não se barbeia a si próprio, o cartaz está errado porque há uma pessoa que não se barbeia a si própria, o barbeiro. Outra forma de efectuar multiplicações: Por exemplo efectuar a seguinte multiplicação: 35 x 17 1º - Construir uma grelha como a que está em baixo. Enigma 2 Um grupo de 4 pessoas pretende atravessar uma densa floresta durante a noite dispondo para isso de uma lanterna cujas pilhas durarão 60 minutos. O estreito carreiro apenas permite a passagem de duas pessoas de cada vez. O tempo que cada um demora a atravessar a floresta varia de pessoa para pessoa: um demora 5 minutos, outro 10 minutos, outro 20 minutos e o outro demora 25 minutos. Como conseguirão atravessar a floresta antes que as pilhas da lanterna se esgotem? Enigma 3 Existem 3 músicos, Paul, Peter e Perry, que tocam guitarra, orgão e piano, mas não por esta ordem. O Paul ensaia com o organista aos sábados, enquanto que o pianista ensaia sozinho ao somingo. O Peter não pode tocar piano. Quem toca o quê? Anedotas Teste surpresa: Um professor avisa os seus alunos de que na semana seguinte irão ter um teste surpresa. Um aluno deduz que esse teste não pode ser na sexta-feira porque, se o professor deixasse para o último dia, deixaria de ser surpresa (no final da aula de quinta-feira já saberiam que o teste seria na sexta-feira). Deste modo, os alunos eliminaram a sextafeira, mas então o exame também não se poderia realizar na quinta-feira porque na quarta-feira saberiam que seria no dia seguinte, uma vez que a sexta-feira já estava eliminada. Raciocinando de forma análoga, os alunos eliminaram todos os dias da semana e concluíram que não poderia haver teste surpresa. Deram-se mal, o professor apresentou-lhes o teste na quinta-feira. Onde está o erro de raciocínio dos alunos? - Onde é que as cobras normalmente vão tomar um copo? - Ao snake-bar. - Sabem quando é que os Americanos descobriram a carne? - Quando chegou o Cristóvão Co-lombo! Já conhecem a piada do iogurte? Não? Pois... é natural! - Por que é que as ovelhas não têm wi-fi? - Porque têm LAN. - Qual a diferença entre uma lagoa e uma padaria? - Na lagoa há sapinho, a padaria assa pão! Havia um jogador tão fraco, tão fraco, tão fraco, que quando marcou o seu primeiro golo, falhou no replay. - Qual a semelhança entre um cardeal e a farinha? - Ambos podem vir a ser papa! Estavam dois dinossauros na rua a comer semáforos e diz um para o outro: - Não comas esse que está verde! *Enviadas por DJ Vira-Caxolas, 10º C PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 2º- Preencher a grelha da seguinte forma: Por exemplo: o quadrado superior esquerdo (03) resulta da multiplicação de 3 por 1. 3º- Efectuar as somas: 4º - Soma = 0595 = 595 Experimente. O que diz o Tarot O segundo Período começa logo a seguir à passagem de ano. Como num carrossel, nova viagem, novo ciclo, novas oportunidades para enfrentar desafios: os mesmos? Outros? A resposta depende da atitude com que os enfrentares. Lembra-te: se os desafios te aparecem, é porque tens algo a aprender com eles. Estás vivo! E a vida é adaptação constante, mesmo para aqueles que já somam muitas décadas no calendário… o reconhecimento do cidadão, o exercício do direito de voto, e a candidatura à presidência da república, aos 35 anos. Teríamos, então: A Força, O Eremita, A Roda, O Dependurado, A Morte e a Temperança. 05-01-2009=2015=2+1+5=8 27-03-2009=2039=2+3+9=14 O segundo Período decorre portanto entre a carta 8 – FORÇA – e a 14 – Temperança. Curioso. Se alinharmos os arcanos maiores do Tarot por ordem numérica em três linhas paralelas, estas cartas correspondem exactamente ao percurso da linha do meio, que se diz representar a idade entre a adolescência e a maturidade a qual, nas sociedades actuais, corresponde ao período entre a maioridade, ACEITAM-SE PERGUNTAS PARA O TAROT: SE TEM ALGUMA, COLOQUE-A NO FÓRUM DO JORNAL, NO MOODLE. Professora Ana Luísa Quitério 23 TOQUE DE SAÍDA ANO 4 - Nº 10 FONTE DA SENHORA “Está Mal” Muitos de nós desconhecemos a história da nossa terra e a origem do seu nome, Benedita. Pois bem, reza a lenda que Nossa Senhora apareceu a uma menina chamada Benedita, no sítio onde hoje se situa a fonte justamente conhecida por Fonte da Senhora. Actualmente, a Fonte da Senhora, um dos maiores ícones da Benedita, encontra-se degradada e cheia de lixo, proveniente sabe-se lá de onde. Apesar das promessas de arranjo que temos ouvido ao longo dos anos, continuamos com a estrada cheia de buracos e lama, e a fonte encon- tra-se desprezada e esquecida no tempo. Contudo, é um espaço que se deveria melhorar, um local maravilhoso, agradável, muito verde e maravilhoso para se estar com a família, relaxar e passar uma bela tarde. É de lamentar o estado em que se encontra a Fonte da Senhora, porque é um espaço que devia ser preservado e do qual todos poderíamos usufruir, proporcionandonos um agradável contacto com a natureza. Sílvia Lopes, ex-aluna do ECB ENERGIAS RENOVÁVEIS No âmbito do projecto EcoEscolas, a disciplina de Educação Tecnológica promoveu uma exposição, no final do primeiro período, sob o tema “Energias renováveis são o presente e o futuro”. Assim, todas as turmas do oitavo ano criaram diferentes tipos de protótipos relativos às mais variadas fontes de energia, como a solar, eólica, biomassa, hidroeléctrica. Foi escolhido o melhor trabalho, embora todos evidenciassem muita criatividade e, sobretudo, muito empenho. O trabalho irá ao Concurso Nacional 2008 de Eco-Escolas. É um trabalho do 8º Ano, da Turma G, uma Turbina Eólica, cujo mecanismo foi todo manufacturado pelos alunos, com a ajuda de um técnico em electricidade, como não poderia deixar de ser, mas o mérito é dos próprios alunos que levaram os trabalhos muito a sério, dedicando-lhes muito esforço e contando com alguma paciência por parte dos pais, necessária para controlar o entusiasmo dos filhos. Esperamos agora que o protótipo dê a conhecer o nome da nossa escola a tantas outras. A Escola é fixe Professora Ana Duarte Beatriz Serrazina, 11ºF