DESTAQUES
EDUCAÇÃO PARA A
SAÚDE
Projecto Crescer
Página 4
TALVEZ POSSAMOS
VOLTAR A ESSE
TRILHO
O primeiro Café Literário
externatobenedita.net
Página 5
MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB
PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO
BULLYING NAS
ESCOLAS
Página 7
VOAR ATRAVÉS DOS
LIVROS
Página 10
O QUE HÁ DE COMUM
ENTRE O HCT E O
ECB
Página 12
ENTREVISTA A JOÃO
PEDRO SIMÕES
Página 13
SABER FAZER, PARA MELHOR EXPLICAR
Em Abril de 2008, foi assinado um protocolo de colaboração
entre o Museu da Electricidade
e a nossa escola, válido até Dezembro do mesmo ano. A ideia
nasceu de uma visita de estudo,
realizada em Fevereiro de 2008,
ao referido Museu, e de uma
análise rápida do olhar atento
com que os alunos observaram
e ouviram, não só todo o fun-
cionamento da Central Térmica,
mas também a explicação dos
conteúdos leccionados em aula,
apresentados de forma simples
e com material acessível.
Hoje em dia, os alunos conhecem a função de um equipamento, mas não sabem como
é desempenhada essa função,
nem conhecem o interior dos
equipamentos. Para eles, tudo
isso é muito hermético, muito
“industrial”. Para colmatar esta
dificuldade, e com o intuito de
recuperar algumas peças antigas existentes na nossa escola, muito mais didácticas do que
as adquiridas recentemente, o
Externato estabeleceu este protocolo que permitiu a todos os
professores de Física e Química
a construção, em oficina, de pequenos protótipos didácticos.
e função, pautando-se por valores que é urgente recuperar,
tais como os da Decência, da
Mansidão, da Exemplaridade e
do Orgulho de Pertença. Para
além do orador, foram também
convidados a Professora Amélia Pinto Pais, igualmente colaboradora neste número dos
Cadernos, e o Dr. Vítor Vieira,
da Equipa de Apoio às Escolas
do Oeste (EAOE).
(Continua na página 3)
Um percurso de excelência
Página 19
UM ESPECTÁCULO
POR CIMA DE NÓS
A coruja-das-torres
Página 19
(Continua na página 3)
A SEMANA DAS LÍNGUAS NO ECB
Entre os dias treze e dezanove de Fevereiro, decorreram
na nossa escola actividades
culturais promovidas pelas
professoras de Português, de
Francês e de Inglês/Alemão.
Começou-se pelo lançamento do nº II dos Cadernos do
ECB, edição que inclui a participação do Professor Doutor
Bagão Félix, o qual e proferiu
uma palestra aberta à comunidade, recordando que a escola
deverá reavaliar a sua actuação
PROFESSOR PAULO
COELHO
TOQUE DE SAÍDA
Trianual - Março de 2009
Ano 4 - Número 10 - 1,00 €
Director
Alfredo Lopes
Chefe de Redacção
Soledade Santos
Externato Cooperativo da Benedita
Rua do Externato Cooperativo
Apartado 197 2476-901 Benedita
[email protected]
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
Editorial
Assisti, no dia de 13 de Fevereiro, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, a uma reflexão do Professor João Barroso acerca da
escola enquanto organização e local de trabalho, cujo conteúdo gostaria de partilhar.
A ORDEM OCULTA DA PEDAGOGIA
A escola, a partir do séc. XVII, organizouse para massificar o acesso ao grau elementar ou primário da maior parte da população,
passando do ensino individualizado praticado
até então, e que pressupunha a interacção
privilegiada entre o mestre e o aluno, para o
ensino múltiplo, em que um mestre instruía
em simultâneo um grande número de indivíduos. Durante o séc. XIX, surge aquilo que
J. Feliciano Castilho designa por ensino simultâneo: organizar os alunos em grupos e
dirigir o ensino para “a força média das crianças no conjunto das matérias de ensino”. Os
estabelecimentos de ensino passam então a
organizar os espaços, os tempos e os saberes para serem administrados a “classes” de
crianças em segmentos considerados homogéneos. A escola incorpora a padronização e
a segmentação de tempos e tarefas do mundo do trabalho, desenvolvendo tecnologias e
operacionalizando os saberes. Das transformações sociais e económicas, emerge assim
uma pedagogia colectiva de classe.
Hoje, as reformas realizadas em quase todos os países nas últimas décadas têm abundantemente introduzido mudanças parcelares
cujo principal resultado parece ser aumentar
as dificuldades e o mal-estar nas organizações escolares, nos agentes educativos e
nos alunos. Chegámos, assim, ao paradoxo
actual: pedir o sucesso nas aprendizagens
individuais a instâncias desenvolvidas para
grupos homogéneos, administrando saberes
padronizados, assentes na impessoalidade
das regras e na concentração e hierarquização do poder.
Foi este processo social historicamente
construído que nos trouxe ao actual mal-estar nas escolas.
Hoje, sabemos que precisaremos de nos
adaptar e de aprender ao longo da vida.
Mas aprender o quê? Onde? Porquê? Com
quem?
O mundo pulou e avançou. Há mais oportunidades, há mais desafios que são sentidos
muitas vezes como ameaças. Sabemos que a
educação humaniza. Uma boa educação de
base, que abra a criança aos outros, ao mundo, ao saber, que lhe permita compreender
o mundo e a sociedade que a rodeia. Mas
é preciso mais: reflectir acerca do que fazemos, ousar pensar diferente, explorar outros
caminhos. Porque a diversidade nos torna
viáveis, sustentáveis, logo, a longo prazo,
mais capazes de sobreviver. Mas teremos de
transformar a escola para abarcar a complexidade e a diversidade – a organização escolar precisa de ser profundamente alterada.
Professora Ana Luísa Quitério
TOP 10
SUMÁRIO
1º- O Cavaleiro da Dinamarca
Sophia de Mello Breyner Andresen
Museu da Electricidade e ECB - Protocolo
1
Semana das Línguas no ECB
1
Educação para a saúde - Projecto Crescer
4
Matemática em debate
4
ECO-Escola: ECB premiado
4
Talvez possamos voltar a esse trilho
5
... lutar pelo futuro
5
Associação de Estudantes
5
Química - uma aula diferente
6
O dia do Francês
6
5º - Eragon
Christopher Paolini
Os professores também aprendem
6
AJE - O que acontece por estas bandas
7
Bullying nas escolas
7
6º - Tempo de Solidão
Manuel da Fonseca
A relação dos alunos com os professores
7
Intercâmbio escolar
8
Pela rota das aldeias históricas
8
Moinhos de vento, moinhos sem tempo
8
2º - Queimada Viva
Souad
3º - Levado Pelo Mar
Nora Roberts
4º O Velho e o Mar
Ernest Hemingway
7º - Uma Escolha Por Amor
Nicholas Sparks
8º As Intermitências da Morte
José Saramago
Olhar Circundante
A tua primeira vez vai ser inesquecível
9
ECB no parlamento os jovens
9
XVI Rally Paper do ECB
9º - O Segredo
Rhonda Byrne
10º - Desesperadamente Giulia
Sveva Casati Modignani
Os livros mais requisitados na Biblioteca do
ECB nos meses de Setembro a Dezembro
de 2008.
9
O que há em comum entre o HCT e o ECB
12
Entrevista a João Pedro Simões
13
Pena de morte
14
Barack Obama - solução ou ilusão
16
O conflito Israelo-Palestiano
17
Avelino Honório da Silva - homenagem
17
Fonte da Senhora
24
Arte e Cultura
Director do Jornal: Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Ana Duarte
Ana Luísa Quitério
Clara Peralta
Estela Santana
Fátima Feliciano
Graça Silva
José Cavadas
Maria de Lurdes Goulão
Ricardo Miguel
Sérgio Teixeira
Valter Boita
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
Condolências
A equipa do jornal Toque de Saída apresenta os seus sentidos pêsames à Chefe
de redacção, professora Soledade Santos,
pelo falecimento de seu pai, ocorrido no
passado mês de Fevereiro.
A equipa do Toque de Saída
Escola viva
Voar através dos livros
10
Entre livros
10
O primeiro romance de Inês Silva
10
A Raposa Amarela - um conto infantil
11
Um novo livro de Vanda Marques
11
A Viagem do Elefante - sugestão de leitura
11
Artistas da nossa terra - António Sales
16
Ciência, Tecnologia e Ambiente
Galopim de Carvalho
18
O alcoolismo e os jovens
18
Olimpíada de Química Junior e Química +
18
A poluição
18
Um espectáculo por cima de nós
19
Um percurso de excelência
19
Extinções em massa do Período Pérmico
20
Jovens repórteres para o ambiente
20
Onde está escrita a História?
21
O meu gosto por computadores
21
Energias renováveis
24
O Lugar da Memória
14
Recriar o Mundo
15
Mente Sã em Corpo São
A caminho dos talentos
4
Escola de Triatlo ECB
21
A Uva
22
As receitas da Isabel
22
Torneio distrital de judo
22
Passatempos e Curiosidades
23
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
A SEMANA DAS LÍNGUAS no ECB
(continuação da página 1)
MUSEU DA ELECTRICIDADE E O ECB
PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO
(continuação da página 1)
Na segunda-feira seguinte, os alunos organizaram uma exposição
com frases em alemão
alusivas ao tema do amor.
No mesmo dia, teve lugar
a representação da peça
de teatro interactivo, “Fall
of the Roman Empire”,
destinada a alunos do
7º, 9º e 11º Ano. No dia
seguinte, os alunos do 9º
Ano assistiram a uma representação do “Auto da
Barca do Inferno”, de Gil
Vicente.
Concursos de escrita
em inglês, francês e português, bem como sessões de sensibilização
acerca das vantagens do
estudo de línguas estrangeiras, foram outras actividades dinamizadas.
No dia dezoito, o romance A Casa das Heras,
da professora Inês Silva,
foi formalmente apresentado à comunidade
perante uma assistência
constituída por alunos,
professores, funcionários
da escola e encarregados
de educação. A apresentação do livro esteve a
cargo de Isabel Páscoa,
professora do ECB, e de
Isabel Quitério, professora da Escola Secundária
Rafael Bordalo Pinheiro.
Refira-se o facto de ambas terem sido professoras da Inês Silva, no
ECB.
Quadro de Mérito
7º Ano
Maria Ana Bernardo Almeida
Alice Coelho Vicente
José Luís Alexandre Mateus
Ana Paula Jorge Cruz
Carolina Gonçalves Guerra
Eduardo Manuel Santos F. Aivado
10º Ano
7ºB
7ºC
7ºC
7ºE
7ºE
7ºG
8º Ano
Catarina Lourenço Silva
Cláudia Sofia Coito e Silva
Ana Carolina F. P. Sousa Pontes
Sara Cristina F. M. Mendes
João Marcos Machado Crisóstomo
8ºB
8ºB
8ºD
8ºD
8ºG
9º Ano
Andreia Dias Lopes
Sofia Ribeiro Couto
Carolina Perista Serrazina
Juliana Serrazina Pedro
Maria Serrazina Carvalho
Tiago Costa Mateus
Foi uma experiência
muito enriquecedora que
contou com a preciosa
ajuda de dois funcionários
do Museu, o Sr. Banza e
o Sr. Barros. Os professores de Física e Química do
ECB gostariam de agradecer publicamente a todos
os que permitiram o estabelecimento desta parceria, mas, de uma forma
especial, a estes dois funcionários do Museu pelo
profissionalismo, a disponibilidade e por todos os
ensinamentos
técnicos
e práticos, e ainda pelas
sugestões dadas sempre
de bom grado e que muito
contribuíram para o êxito
deste projecto.
As peças recuperadas e/ou reconstruídas
são agora objecto de estudo dos nossos alunos,
quando o tema da aula é
Electricidade; e, algumas
delas, já puderam ser vis-
9ºA
9ºA
9ºC
9ºC
9ºC
9ºH
Nídia Quitério Ferreira
António Serrenho do Carmo
Patrícia Bispo Pimenta
Ricardo Nazaré Serrazina
Rita Isabel Moreira Dinis
Cristina Isabel Ferreira Tomás
Rosa Margarida Santos Roxo
Beatriz Mateus Tiago
Diana Isabel Pereira Tomás
Rafael Bernardo Santos
Professora Isabel Carreira
12º Ano
10º A
10ºB
10ºB
10ºB
10ºB
10ºD
10ºF
10ºG
10ºI
10ºJ
11º Ano
Cláudia Paciência Santos
Laura Catarino Gonçalves
Mónica Daniela Santos Fialho
Paulo Miguel Vicente Baptista
Ana Luísa Marques Pereira
Arlete Sofia Mendes Sineiro
David Marques Vicente
Filipa Isabel Mendes M. Serrazina
José Carlos Barreiro Mateus
Miguel Machado Lopes
Tatiana Marques Ladeira
Cidália Margarida Machado Tomás
Susana Isabel Vicente do Coito
Tânia da Conceição Quitério
Vanessa Marques Fialho
Juliana Vieira Belo
Maria do Carmo Ferreira Guerra
Beatriz Perista Serrazina
tas pelo público, no ano
lectivo anterior, na actividade “Laboratório Aberto”
e também no Fórum da
Juventude.
É também importante
realçar que a continuidade
do protocolo seria muito
vantajosa, não só para o
ECB, que poderia desenvolver projectos inovadores susceptíveis de prender a atenção dos alunos,
recuperar peças didácticas antigas e realizar, de
forma pedagógica, a manutenção do material de
laboratório, mas também
para o Museu da Electricidade, dado que a nossa é
uma escola dinâmica que
participa em muitos eventos, pelo que pode levar o
Museu às camadas mais
jovens, recorrendo a projectos simples e educativos.
11ºA
11ºA
11ºA
11ºA
11ºB
11ºB
11ºC
11ºC
11ºC
11ºC
11ºC
11ºD
11ºD
11ºD
11ºD
11ºE
11ºE
11ºF
Adriana Domingos Policarpo
Inês Lourenço Castelhano
João Carlos M. Vinagre Ferreira
Marta da Conceição V. Santos
Ricardo Radamanto Rodrigues
Alexandre Cardoso Coelho
Joana Maria Nicolau Marquês
Miguel Cardoso Vicente
Diogo Alexandre R.Feliciano
Diogo Cipriano Vicente
João Luís Filipe Santos
João Miguel Ramalho Constantino
Lúcia Isabel Ventura Maçãs
Rafael Luís Machado Bento
Carla Colaço Serralheiro
Marisa Moreira Costa
Natacha Firme Almeida
Rita Marques Ferreira
Sofia Silva Lopes Cavadas
Tiago Luís Ribeiro Pires Santos
Beatriz Severes Lopes
Francisca Maria Marquês Rebelo
Raquel Alexandra P. Inácio
Ana Sofia da Silva Castelhano
Andreia Sofia Ferreira Pestana
Cristina Sofia Rodrigues Santos
Joana Felizardo Francisco
Joana Filipa Aguiar Lopes
RECORRENTE
Márcio André Carreira Pedro
ESCOLA VIVA
12ºA
12ºA
12ºA
12ºA
12ºA
12ºB
12ºB
12ºB
12ºC
12ºC
12ºC
12ºC
12ºC
12ºC
12ºD
12ºD
12ºD
12ºD
12ºD
12ºD
12ºE
12ºE
12ºE
12ºG
12ºG
12ºG
12ºG
12ºG
11º CT
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
PROJECTO CRESCER
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
Este projecto dá continuidade a um trabalho
iniciado em 2003, o qual procurava desenvolver nos alunos valores importantes para o seu
crescimento e formação enquanto cidadãos.
Tratou-se, desde o início, de um projecto integrador, que acolhe, chama os outros, responsabiliza, procurando fazer crescer a escola e
toda a comunidade, lutando insistentemente
por uma maior participação dos encarregados
de educação nas actividades que promove.
A partir do corrente ano lectivo, o Projecto Crescer reorganizou-se no sentido de operacionalizar as orientações do Ministério da
Educação no que respeita à implantação da
Educação para a Saúde.
De acordo com as linhas orientadoras do
ME, que vêm na linha do que já estávamos
a desenvolver, o Projecto tem cinco áreas a
privilegiar, embora com objectivos e grau de
aprofundamento diferentes, em função do
grau de escolaridade: Desenvolvimento Pessoal e Social (área transversal); Alimentação
e Actividade Física; Prevenção do Consumo
de Substâncias Psicoactivas; Educação Sexual e IST’s; Saúde Mental e Violência em Meio
Escolar.
Tem uma equipa multidisciplinar constituída por duas professoras coordenadoras, por
professores de diferentes áreas, e pela pedagoga em estágio na escola.
No 3º Ciclo, a Formação Cívica/CPV assume-se como um espaço privilegiado para potenciar o desenvolvimento da Educação para
a Cidadania, incluindo a Educação para a
Saú-de. Neste sentido, ocupa uma carga horária de 90 minutos por semana, transformando
estas aulas num espaço de diálogo e reflexão
ECO-ESCOLA
ECB PREMIADO PELA
RECOLHA SELECTIVA
No âmbito da recolha selectiva levada
a cabo no ano lectivo transacto, o Externato Cooperativo da Benedita foi premiado pela Câmara Municipal de Alcobaça.
Numa cerimónia onde estiveram representadas as Eco-Escolas concelhias, Ricardo Miguel, enquanto Coordenador do
Eco-Escolas do ECB, recebeu das mãos
do Presidente da Câmara, Dr. Gonçalves
Sapinho, o reconhecimento do trabalho
realizado no âmbito do Concurso “Novas
Embalagens”.
E este ano o desafio continua, sendo a
recolha alargada a lâmpadas e rolhas de
cortiça. Já estão disponíveis novos pontos de recolha na nossa escola.
Professor Ricardo Miguel
sobre experiências vividas e preocupações
sentidas pelos alunos, destinando-se também
a reforçar a participação do aluno, individual
e colectivamente, na vida da turma, da escola
e da comunidade. No 9º Ano, há um tempo de
45 minutos semanal para a Formação Cívica.
No Ensino Secundário, a temática da “Educação para a Saúde: Alimentação e Actividade
Física” é desenvolvida na disciplina de Educação Física. Prevê-se ainda implementar, para
os 12º anos, sessões sobre educação sexual e
outras solicitadas pelos directores de turma.
Desenvolvemos ainda actividades, como:
sessões para pais; “Viver+: Nutrição e Exercício Físico”; gabinete de atendimento aos alunos, (Espaço AJE); acções de sensibilização
com diferentes técnicos; formação de professores; e divulgação de informação relevante
em vitrina própria, no circuito interno de tv e
na web site do Externato.
O Projecto Crescer desenvolve ainda parcerias com diferentes entidades, como o Centro de Saúde, a Escola Segura e os Bombeiros
Voluntários da Benedita.
Neste ano lectivo, já se realizaram duas
sessões com pais, decorre uma acção de formação para professores e irão realizar-se
duas acções de formação para pais. O ECB
irá também participar em dois concursos lançados pelo Ministério da Educação no âmbito
da Educação para a Saúde: “A Minha Escola
pela Não-violência” e a “Minha Escola e a prevenção do VHI/Sida“.
ENSINO
MATEMÁTICA
EM DEBATE
O Grupo de Matemática do Externato
Cooperativo da Benedita organiza um debate sobre o ensino da Matemática em Portugal. Este debate realiza-se no dia 9 de
Maio, pelas 18h, durante a Feira do Livro,
no auditório do CCGS. Nele participarão os
Professores Doutores António Bivar e Jorge Buescu, da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, e a nossa conterrânea, Professora Doutora Maria de Lurdes
Serrazina, da Escola Superior de Educação de Lisboa. Haverá ainda uma sessão
de autógrafos pelo Doutor Jorge Buescu,
que é autor de livros de divulgação científica pela editora Gradiva.
Professor Acácio Castelhano
Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião
A CAMINHO DOS “TALENTOS”
O Projecto “Talentos ECB”
já se encontra na 3ª fase de
castings. A comissão organizadora tem sido surpreendida
com os talentos que têm aparecido, tornando o trabalho desenvolvido muito gratificante,
o que leva a concluir que as
expectativas relativas às fases
de apuramento têm sido superadas.
O processo de selecção
tem-se revelado difícil porque
existe sempre a hipótese de
excluir alunos que, por determinada razão, não conseguem
demonstrar o seu verdadeiro
talento, embora, no momento
do casting, muitos deles deixem de se sentir apenas como
“alunos do ECB”, e passem a
sentir-se como “os Talentos do
ECB”. Aquele é o seu momento. Em que podem sentir-se
especiais. E talentosos!
Mas escolher um Talento é
uma grande responsabilidade!
Não é apenas avaliar determinado desempenho. Há que
estar consciente da importância desse acto. A organização
espera conseguir apurar com
justiça os 12 alunos finalistas
e fazer o anúncio dos mesmos
no dia 22 de Abril de 2009.
À semelhança do que aconteceu há 2 anos, a 2ª Gala tem
data prevista para o dia 6 de
Junho de 2009, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, onde
contamos com a presença do
vencedor da 1ª Gala, o nosso
ex-aluno, Fábio Da Silva.
Parabéns a todos os que
têm tido a coragem de se apresentar e demonstrar as suas
qualidades!
Professora Estela Santana
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
TALVEZ POSSAMOS VOLTAR A ESSE TRILHO
“Tudo o que não podemos partilhar com alguém acaba por desfazer-se em pó.”
Virginia Woolf, in “Mrs Dalloway”
Depois do já divulgado nascimento do projecto Café Literário,
teve lugar, no dia 17 de Janeiro
de 2009, o primeiro encontro de
indivíduos alegadamente dados
às leituras (e ao café…).
Externato Cooperativo da Benedita, Biblioteca, 17:00 de um
sábado cinzento; “As Horas”, do
escritor norte-americano Michael
Cunningham, como ponto de partida e chegada, de divergência e
convergência dos pensamentos,
raciocínios e opiniões lançados à
conversa. Conversa informal, descomprometida, despretensiosa…
tímida, de início, pelo inusitado da
situação, mas tornando-se, pouco
a pouco, viva, empenhada, acalorada.
Ali se encontraram pessoas
com diferentes idades, profissões, proveniências, interesses,
vidas. Algumas conheciam-se,
outras só de vista, outras ainda
nem isso. Sabiam, no entanto,
que tinham algo em comum: “As
Horas”. Não só a sua representação material, o livro, o pedaço
de matéria que permite o acesso
à intimidade de personagens e ao
interior dos seus universos, mas
também a tentativa de abordagem
a esses “mundos”, ainda que necessariamente diferente de leitor
para leitor.
Abrir um livro e lê-lo é fazê-lo
existir, dar-lhe vida, reescrevê-lo
com a caneta da nossa criatividade, ilustrá-lo com o traço da nossa
experiência de vida, colori-lo com
a aguarela da nossa sensibilidade. É um espaço conquistado de
liberdade individual em que tudo
podemos. Discuti-lo é expor pensamentos, sentimentos, emoções
desencadeados pela apropriação
de uma realidade que, no folhear
cadenciado de cada página, nos
fez diferentes. Difícil, como qualquer partilha. É um pouco da alma
do leitor, assim mostrada sem
rede, sem protecção, sem máscara.
Na minha opinião, esta foi, en-
AMARRARMO-NOS AO PASSADO…
OU LUTAR PELO FUTURO
Este texto, diário, desabafo…
foi escrito pela Daniela:
“Bem, a minha vida está uma
desgraça... como de costume! A
vida é injusta e ninguém me tira
isso da cabeça! Continuo a dizer
que a vida é injusta e não vou
mudar de ideias. O que é que havemos de fazer? Temos de saber
viver, aprender e errar porque
ninguém nasce ensinado, e errar
é humano. Temos de saber aproveitar e aceitar a vida tal qual ela
é. Às vezes é difícil enfrentar os
problemas, mas temos de lutar
e de saber viver os momentos
agradáveis e importantes que
também temos. E só de pensar
que tenho amigos, fico feliz!
Nem tudo é maravilhoso como
gostariamos que fosse. Às vezes
cometemos erros que nem sempre são fáceis de resolver, às
vezes choramos, outras vezes
sorrimos. Só de pensar na minha
vida, começo a chorar, não sou
ESCOLA VIVA
de ferro, e tenho sentimentos dolorosos.
Às vezes sinto que não consigo lutar, mas depois ganho força.
Nunca sabemos o que vai ser o
futuro, nunca adivinhamos o que
vai acontecer amanhã, nunca
adivinhamos nada, portanto temos é que lutar pela vida e, se
cometermos erros, aprendermos
com eles! É por isso que somos
humanos, com dignidade e sentimentos.
Mas a vida é injusta e temos
de aceitar a nossa realidade.
(Janeiro, 2009)
E nós, adultos ou adolescentes, alunos ou professores, pais
ou filhos aprendemos muito com o
exemplo dos outros, com a coragem que mostram quando conseguem vislumbrar uma minúscula
estrelinha brilhante na imensidade escura e nublada da vida. Às
vezes, essa estrelinha até pode
nem se ver, mas temos que acre-
ditar que ela existe e que está lá,
escondida por detrás de todas
as amarguras, e agarrarmo-nos
a ela como a uma âncora, para
não nos perdermos à deriva pela
travessia da adolescência e da
vida, e, ao mesmo tempo, como
trampolim para alcançar um futuro que desconhecemos, mas
com o qual sonhamos! Um futuro
construído, planeado e estudado
com amor, amigos, sucesso e felicidade, mas também com dor e
coragem, tristeza e incerteza, e
uma única certeza: a recusa da
vida que não queremos!
A todos nós – adultos, adolescentes, alunos, professores, pais
e filhos que, na maior parte do
tempo, nos preocupamos com as
pequenas angústias do presente e do passado, que a força da
Daniela faça renascer em nós o
desejo de construir o futuro!
tre outras, uma das notas positivas da primeira sessão do Café
Literário: a possibilidade de provar que esta arte de ler, de interpretar, de exprimir pensamentos
e emoções, dúvidas e perplexidades, de tornar públicas convicções privadas não se extinguiu
nem está, quero acreditar, em vias
de extinção. Ela é tão importante
como as bem-amadas tecnologias
e as respeitadíssimas ciências, e
indispensável para a harmonia e
equilíbrio dos seres humanos, na
sua vertente potenciadora de diálogo interior e com o outro.
E, em plena idade da videosfera, surpreendentemente, durante
duas horas, experimentaram-se
e partilharam-se uns poucochinhos e tímidos passos em direcção à produção de enunciados
culturalmente significativos, num
dos locais em que historicamente
eles sempre foram produzidos – a
Escola. Talvez possamos voltar a
esse trilho!
Professora Emília Barroso
ASSOCIAÇÃO DE
ESTUDANTES
Tomou posse a nova direcção da Associação de Estudantes, com o André Paulo, do 11º
F, como presidente, e a Beatriz
Mateus, do 10º G, como vice-presidente. Esta equipa irá certamente esforçar-se por realizar os
objectivos propostos aquando da
campanha eleitoral. Sabendo da
responsabilidade que têm entre
mãos, desejamos-lhe boa sorte,
esperando que o mandato lhes
corra pelo melhor.
Sofia Cavadas, 12º D
Margarida Ferreira, psicóloga do ECB,
com a colaboração da Daniela
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
QUÍMICA – UMA AULA DIFERENTE
No dia 4 de Fevereiro, dois ex-alunos do
ECB dinamizaram uma aula teórico-prática de
Química para o 12º ano. João Peres, 1º ano de
Engenharia do Ambiente na Universidade de
Aveiro, e Élia do Carmo, 1º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Universidade
de Coimbra, ambos ex-alunos do ECB, visitaram os nossos laboratórios e dinamizaram uma
aula de Química para o 12º A.
A partilha de conhecimentos sobre Forças
Intermoleculares foi uma oportunidade interessante para que actuais e antigos alunos convivessem cientificamente.
Fica o convite aos nossos ex-alunos para futuras iniciativas deste tipo.
Professora Isabel Carreira
O Dia do Francês
Integrado na Semana das Línguas, celebrámos, no dia 19 de Fevereiro, o Dia
do Francês, tendo como pano de fundo a
confecção e venda de crepes. A meio da
manhã, cerca de uma centena de alunos
participou no já habitual desfile/concurso
de personalidades alusivas à língua, cultura e civilização francesas. O júri, que
este ano integrou a Dr.ª Idalina Crespo,
co-autora dos manuais de Francês adoptados no Externato, elegeu como melhor
grupo concorrente “Astérix et Obélix”, interpretado por alunos do 7ºC e do 9º E.
Em 2º lugar ficaram os alunos do 7º E
com “Les Aventures de Tintin”; e em 3º
“Les Pierrots et les Mimos” pelos alunos
do 7ºI, 7ºE e 8ºI. No entanto, todos os
alunos devem considerar-se vencedores,
dado o entusiasmo e a qualidade das
suas apresentações.
Foram também entregues os prémios
do Concurso Literário aos alunos vencedores: Ana Rita Marques, Lucas Grilo,
Miguel Lopes e Joana Belo, nas categorias de Formação Geral e Formação Específica do 10º e 11º ano de Francês.
À tarde, os alunos do 9º ano e do Ensino Secundário inscritos em Francês assistiram a uma sessão de esclarecimento acerca das vantagens do estudo da
Língua Francesa, sessão orientada por
professores da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra.
Os professores também aprendem
FORMAção
Várias iniciativas de formação decorreram já
neste ano lectivo, incluídas no labor quotidiano
do corpo docente para melhorar a qualidade do
seu trabalho, acções que registaram uma adesão
apreciável, e de que destacamos:
- Escola Virtual
- Ensinar a Aprender – Jornada de Educação
Especial
- Quadros Interactivos Starboard
- Métodos e Técnicas para as Áreas Curriculares Não-Disciplinares
- A Avaliação do Desempenho: a observação
de aulas
- Planeta Mágico
- Estratégias para Ler e Escrever cada vez
mais e melhor
- Sensores CASIO no Ensino da Física e da
Química
- As Novas Tecnologias e o Ensino da História
- Educação Especial na Educação Física: uma
Filosofia de Intervenção (ficha de observação psico-motora)
- Apprendre le Français
Salientam-se ainda as seguintes oficinas de
formação acreditadas pelo CFAE de Alcobaça e
Nazaré e a que aderiram professores de outras
escolas dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha e Rio Maior:
- Física Experimental: com a cabeça, as mãos
e o computador
- e-Portefólios: instrumento de acompanhamento e avaliação de alunos – turma A
- e-Portefólios: instrumento de acompanhamento e avaliação de alunos – turma B
- Educação para a Saúde: a Educação Sexual
na escola
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
O QUE ACONTECE POR ESTAS BANDAS
Amizade
Espaço AJE
A funcionar pelo segundo ano consecutivo, o Espaço de Atendimento a Jovens
na Escola (Espaço AJE) tem desenvolvido diversas acções destinadas ao público
mais jovem, aconselhando e informando
na área da promoção e educação para
a saúde, além de disponibilizar recursos
para professores.
No 1º período, decorreram as seguintes actividades:
- workshop “Quem sou eu?”
- “Não te deixes APANHAR pela SIDA”,
actividade de informação e sensibilização
para comemorar o dia mundial de Luta
contra a SIDA
- “Prova dos 9”, sessões com turmas
de 9º ano sobre comportamentos associados à contracepção
- Apresentação do espaço AJE aos
alunos de Mestrado em Ciências da Educação da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, como
exemplo de um Gabinete de Apoio ao
Aluno, no âmbito da saúde em contexto
escolar
- Campanha “Eles & Elas… pela Igualdade” para comemorar o Dia dos Namorados no âmbito da prevenção da violência no namoro entre adolescentes, bem
como do concurso nacional “A nossa escola pela não-violência”
Durante o segundo período, preparouse a participação no concurso nacional
“A minha escola e a prevenção da infecção do VIH/SIDA”. Para o terceiro período preparam-se ainda dois programas de
formação para Pais e Encarregados de
Educação de crianças ou jovens de idades compreendidas entre os onze e os
quinze anos.
Cristiana Carvalho,
ESCOLA VIVA
e o pior disto tudo é que as
consequências para as vítimas são graves, causando dificuldade de concentração e de aprendizagem,
desinteresse e até mesmo
o abandono escolar. No
que consiste à saúde física e emocional, verifica-se
uma acentuada baixa autoestima, stress, depressão
e até suicídio.
Para os “agressores”,
ocorre a falta de adaptação
aos objectivos escolares,
além da projecção de condutas violentas na idade
adulta. Os alunos que são
“espectadores”
também
sentem medo, ansiedade e
insegurança.
E tu, qual é o teu papel
no meio disto tudo? Se ca-
Margarida Santos, 7ºA
Coordenadora do Espaço AJE
BULLYING NAS ESCOLAS
Sabes o que é o bullying
escolar?
O bullying é um conjunto de atitudes agressivas intencionais e repetidas, adoptadas por um ou
mais alunos contra outros,
causando angústia, dor e
sofrimento. Normalmente
manifesta-se por insultos,
intimidações, apelidos cruéis e acusações injustas
que ridicularizam e tornam
num inferno a vida de outros alunos. Muitos destes
sentem-se excluídos e sofrem danos físicos, morais
e materiais provocados
pelo bullying.
Este
comportamento
deve-se à ausência de limites e de autoridade por parte dos pais sobre os filhos,
Já alguma vez te aconteceu uma coisa que nunca
imaginaste vir a acontecer? A ti, aquela/e rapariga/rapaz banal, no meio de tanta gente? Pois é, as
coisas boas não acontecem só aos outros, como tu
pensas, por vezes também te acontecem a ti.
Quando digo “coisas boas”, quero dizer que podes encontrar uma boa amizade em muitos lugares
(na escola, na rua, em actividades que frequentas,
etc.), mesmo que seja no local mais estranho do
mundo!
Pois bem, quando encontras um amigo ou amiga
de quem gostas, como é que se cumprimentam?
Com um abraço, um beijo ou um olá? Mesmo que
nunca tenhas pensado nisso, esses sinais podem
revelar o tipo de relação que tens com esse amigo!
Quando me refiro ao tipo de relação, quero dizer se
é uma relação formal, do fundo do coração, como
irmãos/irmãs, se é uma amizade falsa ou por interesse, ou até mesmo uma amizade colorida…
- Amizade do fundo do coração: é aquela que tu
e outra pessoa têm, é muito forte, mesmo que se
vejam poucas vezes, e nunca deixam de ser amigos.
- Amizade como irmãos/irmãs: são inseparáveis,
contam tudo um ao outro, vão a todo o lado juntos
e têm gostos comuns.
-Amizade colorida: é aquela em que um rapaz
e uma rapariga são os maiores confidentes e têm
uma relação muito íntima.
-Amizade falsa ou por interesse: é aquela em
que certas pessoas se aproximam de ti só porque
és bem sucedido/a e se aproveitam disso para também o serem.
A RELAÇÃO DOS ALUNOS
COM OS PROFESSORES
lhar nunca assististe a nenhuma prática destas, ou
já? E o que fizeste? Espero que sejas daqueles que
estão de bem com a vida,
amigo do teu amigo, ciente do teu papel no meio em
que vives. Pensa bem. Se
ajudares alguém, estás a
ajudar-te a ti próprio.
Diogo Grade, 7ºB
Já reparaste que hoje em dia a relação entre
alunos e professores tem vindo a piorar, devido ao
comportamento dos alunos?
Estamos cada vez mais irrequietos e conversadores, devido à própria educação que os pais nos
dão, ou à falta dela, e alguns de nós, para chamarmos a atenção dos pais ou para nos afirmarmos
perante os outros colegas, temos atitudes menos
próprias na escola e fora dela. Porque é que isto
acontece? Podes explicar? Vives bem com a tua
consciência? Não vês que te estás a prejudicar a ti
e aos outros?
Olha, se te sentes angustiado, reprimido ou triste, fala com um colega, com um professor ou até
mesmo com a psicóloga da nossa escola. Porque
é que não hás-de ir? Só te ajudava, a ti, a nós, aos
outros…
Ana Filipa e Maria Belo, 7ºB
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
INTERCÂMBIO ESCOLAR
ECB E ESCOLA D. DUARTE DE COIMBRA
A turma 10ºF do Curso de Línguas e Humanidades está este ano a travar conhecimento com uma turma do mesmo curso, da
Escola Secundária D. Duarte, em Coimbra.
A ideia partiu dos alunos da nossa escola
que quiseram este ano um projecto diferente,
com vista a divulgar o Externato e o concelho de Alcobaça e, claro está, para conhecermos pessoas da nossa idade, o que é sempre
fantástico! Para isto, contamos com a ajuda
das nossas professoras de Português (Clara
Peralta), de História (Teresa Teodósio) e de
Geografia (Helena Guerra).
Com base no grande amor de D. Pedro e
D. Inês de Castro e na ligação destas personagens históricas às nossas duas cidades,
Alcobaça e Coimbra, estabelecemos um intercâmbio onde predominam o convívio e as
trocas culturais entre os estudantes de ambas
turmas. Entretanto, a curiosidade e o desejo
de conhecer os nossos colegas vai aumentando desde que, logo no início, começámos
a conversar com eles.
Através da plataforma Ning, a professora Madalena, da D. Duarte, criou um site,
www.beneditinoseduartinos.ning.com
onde
os alunos de ambas as escolas podem conviver, uma espécie de Hi5, onde temos a nossa
página e a possibilidade de falar uns com os
outros, de colocar fotos do nosso concelho,
vídeos, textos… Isto torna tudo muito mais
dinâmico. Foi difícil esperar pelo dia 26 de
Fevereiro, altura os nossos amigos vieram a
Alcobaça e ao Externato e podemos vê-los
pela primeira vez. Agora, estamos tão ou
mais ansiosos pelo dia 22 de Abril, data em
que será a nossa vez de visitar a bela cidade estudantil e a Quinta das Lágrimas onde
se desenrolou uma das mais belas e trágicas
histórias de amor.
Estamos a trabalhar arduamente e temonos divertido imenso e falado com pessoas
muito interessantes. Este é um projecto para
repetir e esperamos que o contacto com os
nossos colegas da escola D. Duarte se mantenha contacto depois desta maravilhosa experiência.
No dia 14 de Janeiro, os alunos das
turmas A e E do 8º ano realizaram uma
visita de estudo ao Visionarium, em Sta
Maria da Feira, acompanhados pelas suas
directoras de turma e pelos professores
que propuseram a visita.
No Visionarium, os alunos manifestaram muito interesse pelas actividades
e apresentaram um excelente comportamento. Tais factos não passaram despercebidos aos responsáveis deste centro de
ciência que decidiram distinguir estas turmas, oferecendo uma enciclopédia a cada
uma. Para que pudessem ser úteis a um
maior número de alunos, ambas as turmas
cederam gentilmente o seu prémio à biblioteca do ECB.
O Externato congratula-se com a atitude destes jovens, que dignificam a sua escola, e constituem um exemplo para todos
os nossos alunos.
Maria Luísa Sales, 10ºF
PELA ROTA DAS ALDEIAS
HISTÓRICAS
Nos dias seis e sete de Fevereiro, a nossa turma realizou
uma visita de estudo rumo ao norte. Numa sexta-feira chuvosa,
percorremos um longo e árduo caminho de dez quilómetros pela
serra da Lousã, visitando aldeias de xisto inseridas num cenário
natural belíssimo.
Terminado o roteiro das aldeias históricas, dirigimo-nos à
Pousada da Juventude, situada no centro da Lousã. Após um serão de convívio, do qual iremos certamente guardar agradáveis
recordações, esperava-nos um passeio pela cidade universitária
por excelência de Portugal: o ensolarado sábado foi passado à
descoberta da cidade de Coimbra, desde o Jardim Botânico até
à Universidade, passando pelo centro histórico.
Além de ter sido uma óptima visita de aprendizagem, contribuiu para fortificar os laços de amizade entre a turma, fazendonos esquecer rapidamente os penosos dez quilómetros pela serra, e constituindo uma “despedida” inesquecível desta turma que
vem percorrendo em conjunto uma caminhada de três anos.
A turma do 12ºD
ALUNOS DO 8º ANO
ELOGIADOS EM STA
MARIA DA FEIRA
MOINHOS DE
VENTO, MOINHOS
SEM TEMPO
No âmbito do seu Trabalho de
Projecto, “Moinhos de vento, moinhos sem tempo”, a turma E do 10º
ano, acompanhada pelas professoras Helena Guerra e Liliana Gens,
visitou, no dia 23 de Janeiro, vários
moinhos de vento e falou com os
respectivos moleiros.
“ É meu amigo o que mói no meu
moinho”
O moinho de vento de tipo mediterrânico é composto por uma
estrutura cilíndrica construída em
pedra e por uma cúpula cónica, o
capelo, e um número variável de
velas de pano, cuja origem se pode
associar ao velame das embarca-
ções. A Margarida Pereira conta
que “quando era mais nova costumava brincar junto ao moinho”
agora, gosta de escrever sobre os
moinhos da sua terra.
“Quem ao moinho vai enfarinhado sai”
Hoje, se olharmos para a Serra
dos Candeeiros, podemos verificar
que o aproveitamento do vento é
de outro tipo, tem outra finalidade.
A energia eólica é, de longe, a fonte renovável mais promissora, gerando uma curva ascendente sem
fim à vista.
Professora Helena Guerra
ESCOLA VIVA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
A TUA PRIMEIRA VEZ VAI SER…
INESQUECÍVEL
Pois é… há uma primeira vez para
tudo… neste caso é a primeira vez para
votar.
Este ano teremos um calendário eleitoral intenso, eleições para o Parlamento
Europeu, a 7 de Junho, seguindo-se as
eleições para a Assembleia da República e
para as Autarquias Locais, previsivelmente em Setembro e Outubro.
Muitos dos alunos do Externato podem
estrear-se nesta nova qualidade de eleitores, caso completem os 18 anos este ano.
Para isso, devem recensear-se. Basta dirigirem-se à Junta de Freguesia da área de
Residência e levar o Bilhete de Identidade
ou o Cartão do Cidadão.
O recenseamento eleitoral decorre ao
longo do ano, no entanto, no 60.º dia que
antecede cada eleição ou referendo e até
à sua realização, é suspensa a actualização do Recenseamento Eleitoral. Atenção:
podem ainda inscrever-se até ao 55.º dia
os cidadãos que completem 18 anos até
ao dia da eleição ou referendo.
Votar é um dever cívico, mas é também
uma oportunidade de escolhermos o caminho que queremos. Cada um de nós tem
uma palavra a dizer, votando.
O exercício do direito de sufrágio pelos maiores de 18 anos obriga a inscrição
no Recenseamento Eleitoral. Não te atrases…
NOVAMENTE…
ECB no Parlamento
dos Jovens
A 19 de Janeiro de 2009, os alunos do Externato Cooperativo da Benedita associaram-se a
um debate sobre A participação cívica dos Jovens, no âmbito do Parlamento dos Jovens. Esta
iniciativa foi dinamizada pela Turma do 11ºD e
contou com a presença da Dra. Odete João, Deputada na Assembleia da República eleita pelo
Círculo Eleitoral de Leiria.
A participação cívica dos jovens foi o tema
seleccionado pela Comissão Parlamentar de
Educação e Ciência para discussão na edição
deste ano do ensino secundário. A intenção é
que os jovens reflictam sobre o contributo que
podem dar para que o local onde residem e o
país e o Mundo em que vivem sejam mais justos, mais saudáveis, mais igualitários.
A deputada aproveitou para explicar aos jovens presentes o funcionamento do Poder Central, no sentido de os motivar para esta iniciativa, tendo-se colocado depois ao dispor dos
alunos para as questões que entendessem.
Os representantes eleitos do Externato vão
disputar uma eleição distrital, procurando tentar alcançar um lugar no Parlamento Nacional.
Aí, com a presença de representantes de todos
os distritos, tentarão convencer, com as suas
ideias, que merecem uma ida a Bruxelas, o prémio final.
Professor Ricardo Miguel
Professor Ricardo Miguel e Carla Serralheiro, 12º D
XVI RALLY PAPER DO EXTERNATO
UMA CHAMA PARA O FUTURO
A XVI edição do rally paper do ECB envolveu mais de uma centena de concorrentes
distribuídos por 25 equipas, constituídas por
professores, alunos, funcionários e pais que,
na manhã do dia 20 de Fevereiro, percorreram
várias localidades das freguesias vizinhas, na
tentativa de encontrar as enigmáticas pistas
que constituem a prova, cujos vencedores foram os Tintin’s — a equipa constituída pela
Ana Luísa Pereira, a Mariana Madaleno, o Fábio Cruz e a Liane Canas, liderados pela professora Carla Dias.
“As Primas Veras”, equipa constituída pela
professora Isabel Paixão e pelas alunas Adriana Policarpo, Margarida Flores, Melissa Jacinto e Rita Henriques, obteve o 2º lugar, e
o terceiro coube à equipa das “Peixeiras”. A
organização da prova mereceu largos elogios.
Dada a proximidade do Carnaval, este inspirou a decoração das viaturas, a indumentária
dos concorrentes e até o nome das equipas
que, em alguns casos, satirizaram aspectos
da actualidade. O prémio do melhor disfarce
foi atribuído à equipa “2 Páris, 5 Êros”, constituída pelas alunas Rita Bernardes, Mariana de
OLHAR CIRCUNDANTE
Almeida, Célia Mendes e Inês Guerra, e chefiada pelo professor Francisco Martins.
A próxima edição do rally será organizada
pela equipa vencedora deste ano, como é de
regra. Assim, os Tintin’s têm a seu cargo a
organização da XVII edição do rally paper do
ECB e a transmissão da tocha (símbolo olímpico que passou a substituir a taça), aos ven-
cedores do próximo ano.
A manhã foi intensa, à tarde decorreram as
actividades escolares previstas, e a noite contou com um jantar/convívio na cave do CCGS,
com presença dos concorrentes e de alguns
membros da Direcção do Externato.
Professora Fátima Feliciano
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
VOAR ATRAVÉS DOS LIVROS
Quando eu era miúda, talvez com 10, 11 anos, li um
livro da Alice Vieira que me
marcou imenso. Chamava-se
«Se perguntarem por mim, digam que voei» e, na verdade,
já não me lembro de nada do
enredo nem sequer das personagens. Sei apenas que uma
delas era uma rapariga triste
de cabelos muito compridos,
que por uma razão qualquer,
tinha de estar sempre no seu
quarto, não podendo sair de
lá. (Julgo que era um problema de saúde, ou algo do género.) Mas lembro-me muito
bem de que, a certa altura,
essa rapariga dizia qualquer
coisa como «Desde que se tenha uma janela, pode-se sempre voar através dela». Queria
ela dizer que, mesmo confinada a um espaço diminuto, o
facto de poder olhar por uma
janela, ver o céu, o sol, as
nuvens e quem sabe uma ou
duas pessoas, era como que
uma libertação, uma forma de
fugir à realidade voando à boleia da imaginação.
Creio que é este tipo de experiência que um bom livro nos
pode proporcionar. Se há algo
na nossa vida que por algum
motivo gostaríamos de mudar,
podemos sempre imaginarnos noutras circunstâncias,
como aquelas, por exemplo,
em que decorre o livro que estamos a ler.
Podemos, e para parafrasear a tal rapariga triste, voar
através dos livros, isto é, conhecer outras coisas, outras
ideias, outras pessoas, através das nossas leituras. Uma
boa história, se bem contada,
tem esta capacidade de nos
envolver enquanto vai contribuindo para o enriquecimento
da nossa linguagem falada e
escrita.
Ler oferece-nos, portanto,
esta possibilidade de fantasiar, no caso dos livros de ficção. Mas se, por outro lado,
pensarmos nos livros que
abordam temas tão diversos
como a ciência e a natureza
ou a história, a filosofia e a
economia, poderemos falar
num enriquecimento pessoal
do ponto de vista do conhecimento. Aprendemos mais coisas, sobre assuntos que nos
interessam, e que interessam
sobretudo quando olhamos
para os problemas que a humanidade enfrenta hoje em
dia. Só sabendo mais sobre
eles os poderemos solucionar. Só possuindo competências como o sentido crítico ou
a capacidade de organização
poderemos pensar sequer em
resolvê-los. E os livros podem
dotar-nos destas capacida-
des.
Contudo, o desenvolvimento da informática e da tecnologia, com os seus inegáveis
benefícios, tem vindo a contribuir para um fenómeno absolutamente aterrador e que tem
a ver com o facto de o homem
comum desprezar cada vez
mais a cultura escrita. As pessoas lêem cada vez menos, o
que, como é óbvio, tem consequências directas a nível da
perda de certas capacidades
que outrora eram fornecidas
pelos livros e pela sua leitura.
Fala-se cada vez pior, pensase cada vez menos.
Urge, por isso, estimular
nos jovens o gosto pela leitura. Fazê-los perceber que
ler pode não ser «uma seca».
Mostrar-lhes que há algo para
além das consolas e do computador. Abrir-lhes as portas a
um mundo novo, a um admirável mundo novo, que, desta vez, não sendo totalmente
novo, é verdadeiramente admirável.
Marta Santos, 12º A
(Texto escrito e lido pela Marta no
lançamento do Café Literário, em No-
Entre Livros
À semelhança do número anterior,
apresentamos aos leitores os gostos e
hábitos de leitura de uma professora e de
uma funcionária da nossa escola. Desta
vez, falámos com a professora de Geografia e Coordenadora dos sétimos anos,
Dra. Teresa Dias, que amavelmente nos
forneceu as informações que pretendíamos.
O livro que mais gostou de ler:
Rebecca de Daphne du Maurier
O livro que mais lhe custou a ler:
Metamorfose de Franz Kafka
Escritor que mais aprecia:
Ken Folett
Escritor que não aprecia:
Stephen King
O livro da sua vida:
Rebecca de Daphne du Maurier
Livro que anda a ler:
A filha do Capitão de José Rodrigues dos
Santos
Livro que aconselha:
A Viagem do Elefante de José Saramago
vembro de 2008)
A CASA DAS HERAS
O PRIMEIRO ROMANCE DE INÊS SILVA
A Casa das Heras, livro
editado pela Papiro, é o romance de estreia de Inês Silva, professora de Português
no Externato Cooperativo da
Benedita, e conta a história
10
de uma mulher de trinta anos
que, na manhã de uma 4ª feira de Agosto, numa ida ao
Porto, decide fazer o percurso
por estradas secundárias que
a conduzirão à estrada principal da sua vida. Tudo acontece quando, numa pequena
localidade a que chega ao
perseguir desenfreadamente
o rapaz de bicicleta, dá início
à sua própria viagem interior
em busca da vida que sempre
lhe foi traçada e que, a partir daquele dia, passará a ser
construída por ela.
É uma narrativa inebriante,
cheia de ritmos, conseguidos
sobretudo através das muitas frases curtas, com uma
grande riqueza de descrições
de espaços, de pessoas e de
sentimentos que conduzem
às inúmeras reflexões que,
frequentemente, se misturam
com os diálogos. Escrita fluente, ao estilo saramaguiano,
sendo visível a ruptura com a
norma linguística, sobretudo
na pontuação, na separação
de falas e de discurso.
Contudo, e porque a história é envolvente, é uma obra
de leitura rápida e entusiasmante que nos prende no
jogo permanente de dúvidas e
inseguranças da narradora a
que se seguem as descobertas, os pequenos milagres,
aprendidos com as pessoas
com quem se vai cruzando e
que, em apenas um dia, lhe
facultam a sua própria construção, a construção da mulher na sua plenitude.
Professora Isabel Páscoa
A funcionária da Biblioteca, Elisa Silva
Ramalho, é uma jovem de vinte e cinco
anos, e disse-nos que sempre gostou de
ler, principalmente romances. Aqui ficam
as suas preferências.
Escritor que mais aprecia:
Sveva Casati Madignani
Escritor que não aprecia:
Nicholas Sparks
O livro da sua vida:
As Brumas de Avalon de Marion Zimmer
Bradley
Livro que anda a ler:
Lição de Tango de Sveva Casati Madignani
Livro que aconselha:
Qualquer coisa de bom de Sveva Casati
Madignani
Joana Dinis, Cláudia Morais e Lea Fonseca, 11ºE
ARTE E CULTURA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
COMO SURGE UMA JOVEM AUTORA
A RAPOSA AMARELA – Um conto infantil
A 13 de Dezembro último, no
Salão Nobre da Junta de Freguesia da Benedita, decorreu a cerimónia de entrega de certificados
e diplomas a um conjunto de adultos que terminaram o processo
de Reconhecimento, Validação
e Certificação de Competências
(RVCC) ao nível do 9º ano de escolaridade, promovido pelo Centro Novas Oportunidades da Barafunda.
Antes da entrega dos certificados e diplomas, decorreu uma
palestra intitulada Educação e
Formação – da infância à fase
Um novo livro de Vanda Marques
A PADEIRA DE ALJUBARROTA
Em Alcobaça, no dia
29 de Novembro, no Armazém das Artes, foi
apresentado mais um livro da professora Vanda
Marques, destinado ao
público infantil, desta vez
contando a história da
Padeira de Aljubarrota.
As ilustrações deste
conto são da autoria da
designer Susanne Estêvão da Silva, que utilizou
a pasta de açúcar, também usada para decoração de bolos.
As autoras apresentaram o conto através de uma dramatização, vestidas a rigor, de acordo com a época e, no final,
a Susanne facultou pasta de açúcar às crianças presentes e
demonstrou como se podiam criar figuras com essa massa.
Professor Samuel Branco
ARTE E CULTURA
adulta, sendo a mesa constituída
pela Doutora Isabel Rufino, directora da Barafunda e moderadora
da mesa; pela Dr.ª Bianca Silva,
coordenadora do projecto Percursos Alternativos do Programa
Escolhas; pelo Dr. Almiro Lopes,
avaliador externo do processo
RVCC; pelo Doutor Amílcar Coelho, director do Centro de Formação de Alcobaça e Nazaré; e pela
Dona Maria de Lurdes Silva (assim apresentada) – que terminou
o processo de RVCC em Setembro passado.
Neste mesmo dia, foi divulgado
o conto infanto-juvenil “A Raposa
Amarela”, cuja história e ilustração são de autoria da Dona Maria
de Lurdes. Quando lhe foi dada a
palavra, referiu a importância que
o processo de RVCC teve no desenvolvimento deste seu projecto.
Explicou ela que de outro modo
não teria tido a possibilidade de
aprender a utilizar o computador
nem de conhecer as oportunidades oferecidas pela Internet. Para
além disso, o processo RVCC
permitiu-lhe desenvolver competências ao nível da Língua Portuguesa e da Matemática, além de
a levar a recuperar memórias da
sua juventude.
Reunidas as condições, a Dona
Maria de Lurdes passou à acção,
escolhendo uma das histórias de
que se recordava, daquelas que
eram contadas em torno da lareira, e transcreveu-a, utilizando um
processador de texto. Incentivada
pelos formadores, resolveu pesquisar na Internet algumas editoras e enviar-lhes a história. Uma
dessas editoras revelou-se interessada em publicá-la e a autora
elaborou também as ilustrações –
que parecem extraídas dos manuais escolares de há alguns anos
atrás.
A autora resume a sua história
da seguinte forma:
“Era uma vez … um menino
chamado Rafael. Rafael também
é um nome de anjo, mas de anjo
este menino tinha pouco, pois
praticava muitas maldades. Desrespeitava as pessoas crescidas
e fazia sempre o contrário do que
lhe tentavam ensinar. Como se
não bastasse, divertia-se a troçar
de todos os meninos que tinham
boas maneiras e que procuravam
ser bons.”
Professor Samuel Branco
A Viagem do Elefante
A Viagem do Elefante, o último romance de José Saramago é, segundo o autor, o livro que poderia não
ter sido escrito, devido aos graves
problemas de saúde que o afectaram quando este ainda estava inacabado. Talvez, por isso, esta obra
tenha sido aguardada com grande
expectativa pelos leitores. O escritor
diz que este livro é “uma metáfora
da vida humana” e, efectivamente,
conseguimos descortiná-la quando
nos apercebemos que a nossa vida
se assemelha a um percurso que depois de efectuado nos conduz ao fim,
a morte, que nos espera a todos, daí
que a citação do Livro dos Itinerários
na contracapa seja disso um indício:
“Sempre chegamos ao sítio aonde
nos esperam”.
É com muito agrado que percorremos as 258 páginas do romance que
nos conta a viagem de Lisboa até
Viena do elefante Salomão, oferecido pelo rei D. João III ao seu primo
Maximiliano II, o Arquiduque de Áustria, no século XVI.
Com um ritmo narrativo extraordinário e um humor cativante,
esta narrativa surpreenderá aqueles
que resistem ao estilo inconfundível
de Saramago.
Joana Santos, 11º E
11
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
O que há em comum entre o HC Turquel e o EC Benedita?
O Hóquei Clube de Turquel
(HCT) tem andado nas “bocas do
mundo”. Para isso muito tem contribuído a excelente prestação da
equipa turquelense no Campeonato Nacional da 2ª Divisão Norte
de hóquei em patins. No entanto,
outros factos têm puxado o nome
Turquel para as páginas dos jornais nacionais e regionais. Senão
veja-se. No último mês, o jornal
desportivo “A Bola” dedicou, por
duas vezes, uma página ao HCT
e à designada aldeia do hóquei
em patins. Primeiro despertoulhes a atenção o elevado número
de espectadores que acorrem ao
pavilhão de Turquel sempre que
a equipa joga em casa, ao invés
do que acontece na generalidade dos pavilhões do país, mesmo
nas competições mais importantes do hóquei em patins nacional.
Nos últimos jogos, foram consecutivamente batidos recordes de
espectadores tendo sido atingido
o impressionante número de 1600
no jogo do passado dia 7 de Fevereiro de 2009, frente ao Riba D’
Ave. Mais recentemente, Turquel
voltou às páginas de “A Bola”,
pois a equipa, treinada pelo professor do Externato Cooperativo
da Benedita (ECB), João Simões,
não perde em casa há dois anos,
somando 32 jogos sem derrotas.
Evidentemente que estes e outros destaques da imprensa enchem o ego dos turquelenses e
até de alguns dos seus vizinhos.
No entanto, aquilo de que os turquelenses mais se orgulham é do
facto de a equipa sénior ser constituída exclusivamente por jovens
formados no clube. É a formação
humana e desportiva que merece
os mais rasgados elogios dos habitantes desta região, e não só.
Os pais sabem que ao inscreverem os seus filhos nas escolas do
HCT podem contar com uma sólida
12
formação técnica na prática desta
modalidade baseada na experiência de muitos ex-praticantes que
se dedicam de corpo e alma ao
clube do coração. Refira-se que
o Turquel já formou e continua a
formar jogadores de reconhecida
categoria, alguns dos quais representaram no passado e outros representam actualmente selecções
nacionais dos mais diversos escalões, masculinos e femininos.
Muitos destes jovens desportistas foram ou são ainda alunos
da nossa escola. Como já se disse, o actual treinador principal do
Turquel é professor de Educação
Física no Externato e o clube conta ainda com a colaboração de
outros professores que aqui leccionam. Mas as afinidades entre
o HCT e o ECB não se ficam por
aqui. De facto, não deixa de ser
curioso notar as semelhanças entre o percurso evolutivo de cada
uma destas instituições. Vejam-se
só alguns exemplos.
Ambas as instituições foram
fundadas em meados da década
de 60 – o HCT em 25 de Julho de
1964 e o ECB em 1964. Ambas
têm na sua génese alguns carolas e duas ilustres personalidades
que deixaram bem vincada a sua
marca: em Turquel, o Dr. Joaquim
Guerra, e na Benedita, o Dr. Gonçalves Sapinho.
A dedicação, o empenho e a
sabedoria dos fundadores, bem
como a colaboração de novos e
entusiastas apoiantes permitiram
a cada uma delas impor-se e crescer. Ambas se colocaram sempre
ao serviço das respectivas comunidades, formando gerações de
jovens que contribuíram (talvez de
formas distintas, mas certamente
decisivas) para o desenvolvimento desta região.
Na década de 90, ambas atingiram o seu ponto mais alto. O
HCT, permanecendo durante vários anos no escalão principal do
hóquei em patins, tendo atingido a sua melhor classificação de
sempre na época de 92/93 ao terminar em 4º lugar no Nacional 1ª
Divisão. Além disso, representou
por duas vezes Portugal nas competições europeias, tendo sempre
dignificado as cores nacionais.
Mais ou menos por essa altura,
o ECB atingiu também o número
máximo de alunos da sua história,
aumentou o seu quadro de pessoal docente e não docente, alargou
e melhorou significativamente as
suas instalações. Este crescimento fulgurante trouxe a ambas as
organizações novos desafios e
novas exigências. Para corresponder a estas solicitações, o
HCT, por exemplo, teve de recorrer a jogadores e treinadores não
formados em Turquel. Por sua
vez, o ECB teve de contratar muitos professores oriundos das mais
diversas regiões do país. Ambas
se envolveram em obras e outros
projectos que ajudaram a dispersar atenções e consumiram muitos recursos. Entretanto, e devido
às mais variadas razões, os recursos começaram a escassear. Apesar de ninguém duvidar das maisvalias resultantes das obras e da
contribuição de muitos elementos
de inegável mérito, a certa altura tornou-se imperativo proceder
aos necessários ajustes. Assim, e
depois de um período áureo, estas organizações passaram por
uma fase de adaptação na qual se
reestruturaram e acabaram por se
focar mais na missão para a qual
estão vocacionadas: a formação
das novas gerações da nossa região.
Muitos outros pontos em comum poderiam ser encontrados,
contudo, destaca-se apenas mais
um: a aposta nos seus ex-atletas
ou ex-alunos, consoante o caso.
Trata-se de uma estratégia que
permite manter e consolidar os
objectivos e valores originais, os
quais foram fundamentais para
alcançar os sucessos do passado. Contudo, permite também renovar e dar novo alento a estas
organizações, modernizando-as,
dinamizando-as e preparando-as
para enfrentarem e vencerem os
desafios do futuro.
É assim que se constrói a mística que tem marcado e há-de
continuar a marcar o progresso
destas duas importantes institui-
ções da nossa região, as quais
parecem, afinal, ter mais coisas a
uni-las do que a separá-las.
Professor Nuno Rosa
Palmarés do
HCT
A equipa sénior é composta
por 100 % de jogadores formados no próprio clube, condição
que se verifica há cerca de 2
anos. E talvez a principal razão
para as enchentes verificadas
nos últimos tempos, onde familiares e amigos dos jogadores
procuram assistir às suas prestações.
O clube possui equipas
em todos os escalões de formação desde a iniciação (até
aos 5 anos) até aos juniores
(17/18/19 anos), contando com
perto de 150 jogadores, no total, em formação.
Quanto ao palmarés do HCT,
este conta com:
- 2 títulos de campeão nacional, um no Nacional da II Divisão (1986/87), e outro em Infantis B.
- 11 presenças no Nacional da
I divisão.
- Finalista da Taça de Portugal
em 1990/91.
- 2 presenças nas competições europeias (1992/93 e
1993/94).
- Mais de 40 títulos distritais
nos diversos escalões.
- 5º lugar no Nacional da I divisão, em 1991/1992.
- 4º lugar no Nacional da I divisão, em 1992/93.
Professor Samuel Branco
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
ENTREVISTA A JOÃO PEDRO SIMÕES
“um desporto colectivo desenvolve muitas competências relacionais,
como a tolerância, o respeito e as regras de convivência”
João Pedro Jorge Simões nasceu na Benedita, a 7 de Maio de 1979. Casado com Vera Lopes e pai da Leonor, é actualmente
professor de Educação Física no Externato Cooperativo da Benedita, onde estudou. Fez estudos universitários na Escola Superior
de Viseu e na Universidade Lusófona. Possui uma pós-graduação em Treino Desportivo e encontra-se a frequentar Mestrado na
mesma área. Entre os 10 e os 18 anos, foi atleta do Hóquei Clube de Turquel. Iniciou-se como jogador de futebol n’Os Vouzelenses,
em 1999-2000, depois no Ginásio de Alcobaça, até chegar ao ABCD. Agora joga Futsal na equipa de ECB e é treinador de sucesso na
equipa do Hóquei Clube de Turquel.
Como encaraste o desafio de seres treinador da
equipa sénior do Hóquei Clube de Turquel?
Eu já fazia parte do quadro de treinadores do
clube, pois estava ligado aos escalões mais
jovens. Na Páscoa de 2006/07, a Direcção
pediu-me para substituir o então treinador
Nuno Maurício (que agora faz
parte do plantel sénior). Confesso
que no início fui tentado a recusar,
pois as exigências do trabalho com
uma equipa sénior são diferentes,
e talvez maiores, do que com os
mais pequenos. Mas o sentimento
de que tinha de servir o Clube, a
confiança na minha competência
para fazer um trabalho de qualidade
e o apoio da minha mulher fizeram
com que aceitasse o desafio.
por parte dos turquelenses que sentem que o
Clube também é deles. Depois, não podemos
esquecer que todos os atletas da equipa são
da terra e, para além disso, muitos acumulam
funções de treinador nos quadros do Clube,
o que faz com que familiares e atletas mais
jovens façam questão de marcar presença.
Quais os benefícios do desporto na
formação dos nossos jovens?
Sabemos que a tua vida profissional
te exige bastante tempo. Como
consegues geri-lo?
Em termos profissionais, considerome um privilegiado, pois adoro
tudo o que faço na vida e ainda
me pagam para isso (risos). Como
se costuma dizer, “Quem corre por
gosto não cansa”. Desde muito novo
que me habituei a gerir bem o tempo. Sempre
pratiquei desporto e estive ocupado após as
aulas. Trabalho com prioridades e objectivos
bem definidos e considero-me metódico e
organizado na gestão do tempo e nas tarefas
que desempenho. Aliás, atrevo-me a dizer que
o facto de ser treinador faz de mim melhor
professor e vice-versa, mas precisávamos de
mais tempo para debater esta afirmação. Todos
ocupamos o tempo livre a fazer coisas de que
gostamos, eu faço-o no mundo do desporto.
Agora tenho um novo desafio, que é a minha
filha, o que naturalmente me vai “obrigar” a
passar mais tempo em casa e a repensar o
meu futuro.
Quando te deparas com um Pavilhão
com cerca de 1400 espectadores, o que
sentes exactamente? Como explicas esse
fenómeno?
É claro que é extremamente gratificante e
motivador para toda a equipa e tem contribuído
bastante para os nossos resultados, mas
confesso que durante o jogo abstraio-me um
pouco do ambiente. Julgo que esse facto se
deve a um grande sentido de pertença ao Clube
OLHAR CIRCUNDANTE
país onde mais gente sabe patinar! Sempre me
habituei a conviver com as mesmas pessoas
(alunos ou não) em contextos diferentes
e confesso que acho que isso traz mais
vantagens do que inconvenientes, pois temos
um maior conhecimento.
Por último, mas não menos importante, a nova
política de divulgação dos jogos que aposta
em muitos cartazes pela rua e em entradas
gratuitas tem certamente trazido mais gente
ao pavilhão.
Um dos objectivos principais para este ano é
alcançar a 1ª Divisão, com certeza. Quais são
as principais dificuldades?
Essa era uma grande alegria que toda a equipa
gostaria de proporcionar ao povo turquelense
e ninguém o quer mais do que nós. No entanto,
confesso que neste momento ainda estamos
centrados em cimentar a nossa posição no
grupo da frente da classificação. Daqui a mais
algumas jornadas vamos olhar para a tabela e,
de forma racional, traçar os nossos objectivos.
As dificuldades sentidas passam pelo equilíbrio
e exigência do campeonato e pela qualidade
de alguns dos nossos adversários.
Sabemos que muitos alunos do ECB são
jogadores no HCT. Como é encontrar alunos
que conheces como atletas?
Aproximadamente 60 atletas do HCT estudam
no Externato. Se calhar somos das escolas do
Esta é daquelas perguntas que dava
para muitas páginas… O desporto,
desde que bem dirigido e orientado,
assume um papel fundamental
na formação dos jovens. Embora
existam diferenças, muitas são as
semelhanças da Educação Física
Escolar com o Treino Desportivo
desenvolvido nos clubes, que vão
muito para além dos benefícios que
todos conhecemos do ponto de vista
da componente física e de saúde /
qualidade de vida e assumem, cada
vez mais, o papel de desenvolvimento
emocional e social.
Hoje em dia, enquanto estão
“agarrados” aos jogos virtuais, as
crianças e jovens desenvolvem uma
capacidade de “desligar” quando
estão a perder, desistindo facilmente,
não revelando capacidade para lidar com o
fracasso. No desporto, não podemos “desligar”
e começar de novo, mas tentar superar as
dificuldades, fazendo com que o fracasso de
hoje seja o sucesso de amanhã.
Outro aspecto fundamental está relacionado
com o isolamento que a nova ocupação dos
tempos livres potência. Fico triste quando vejo
crianças ou jovens nos intervalos e tempos
livres com os auscultadores no ouvido e com
o capuz na cabeça como que a dizer que não
precisam de ver e ouvir ninguém. A prática
de um desporto colectivo desenvolve muitas
competências relacionais como a tolerância,
o respeito e as regras de convivência entre
muitas outras.
Estamos muito agradecidos, João, pela tua
serena e afável colaboração. O Toque de Saída
deseja-te a continuação do sucesso e que te
seja permitido atingir todos os objectivos que
traçaste para ti, individualmente, e para as
equipas com quem trabalhas.
Professores Clara Peralta e Valter Boita
13
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
Festa dos Padroeiros
Santa Maria e São Brás
Celebrou-se, nos dias 7 e 8 de
Fevereiro, a festa em honra dos
Santos Padroeiros: Santa Maria e
S. Brás. Durante os primeiros séculos, a mais importante festa da
Benedita terá sido a da Santíssima Trindade (segundo a Carta de
D. Afonso). Porém, há já alguns
séculos, a principal e mais importante festa da terra passou a ser
em honra da sua Padroeira, Nossa Senhora da Encarnação – ou
de Santa Maria, como também é
conhecida. Até há poucos anos. a
sua data era fixa, 2 de Fevereiro,
e a ela se juntavam a festa e a
feira de S. Brás, no dia três.
Estas festas atraíram, durante
muitos anos, grandes multidões
de devotos que não eram apenas
da Freguesia da Benedita, mas
também das freguesias e concelhos vizinhos.
Carregadas de tradição, es-
tas festividades iniciavam-se com
uma novena ou tríduo preparatório e, no próprio dia, uma missa
solene com sermão (muitas vezes
feito pelo próprio Bispo que aqui
se deslocava) seguida de uma imponente procissão com manifestações públicas de fé e devoção
à Padroeira. A Benedita engalanava-se para estas festas. As janelas das casas, ao longo de todo o
percurso da procissão, mostravam
as mais belas colchas (muitas vezes compradas de propósito para
o efeito) e as vizinhas rivalizavam
entre si para apresentarem a janela mais ornamentada. O mesmo se passava com as promessas, que eram pagas nesta altura.
Também as meninas, vestidas de
anjo, abrilhantavam a procissão
com a sua beleza e ingenuidade.
Terminada a parte sacra, passava-se ao profano, e aí começavam a romaria e a feira. Também
aqui havia toda uma tradição que
os beneditenses nunca quiseram
mudar: sempre no mesmo dia do
ano (2 e 3), as pinhoeiras montavam as suas bancas junto ao Sr.
António do Carmo, e era obrigatório estrear, pelo menos, uma peça
de roupa nova; a festa desenrolava-se ao ar livre, independentemente do bom ou mau tempo e,
para os solteiros, era de tradição
iniciar nesse dia o seu namoro.
Muitas outras coisas poderiam
aqui ser lembradas destes dias
que, actualmente, não passam de
recordações porque, a partir de
1971, as festividades da Padroeira e de S. Brás deixaram de se
realizar a 2 e 3 de Fevereiro, e a
data é marcada de ano a ano, perdendo assim muito do seu esplendor. Nas janelas já quase se não
vêem as célebres colchas, os anjinhos desapareceram da procissão, e a festa passou para recinto
fechado, o que muito desagrada à
maioria dos beneditenses.
Apenas num aspecto a tradição ainda é o que era: as pinhoeiras recusam-se a mudar de lugar
e continuam, apesar de sozinhas,
junto ao Sr. António do Carmo.
Professora Maria José Jorge
Será racionalmente correcto abolir a pena
de morte para todos os casos?
A pena de morte é o castigo máximo que
pode ser aplicado em alguns países, apesar
de na Europa não ser utilizado há bastante
tempo. Portugal foi um dos primeiros países
a abolir esta forma de castigo mantendo-se
firme nesta posição. Este assunto suscita reflexões, sobretudo de ordem ética e moral. Até
que ponto somos nós, sociedade, detentores
do poder de tirar vidas? Será a morte a única
forma de punir exemplarmente os responsáveis pelos crimes mais hediondos?
A meu ver, não existe nenhuma posição
– a favor ou contra – que esteja devidamente
sustentada. Porém, parece-me que ao reflectir
sobre os argumentos apresentados por ambas
as partes, podemos chegar à conclusão de que
nada justifica a aplicação da pena capital.
Num primeiro momento, ao questionar-me
sobre o efeito preventivo que a morte poderia
ter, deparei-me com uma situação duvidosa:
existem múltiplos estudos sobre o tema, cada
um com a sua conclusão que tanto apoia os
abolicionistas, caso sirva quem está contra
esta punição, como dá razão àqueles que afirmam que a pena de morte tem um forte efeito
dissuasor. Assim, temos de aceitar a ideia de
que os argumentos baseados nestes estudos
14
são pouco fiáveis.
Imaginemos então a abolição da pena de
morte independentemente da situação: conseguiríamos aceitar um assassino ou um violador
de novo na sociedade? Seríamos nós capazes
de viver lado a lado com alguém que já matou
e ainda assim não condicionar essa pessoa e
ter preconceitos acerca dela? A resposta seria
a aplicação da pena perpétua. Todavia, não
será esta uma morte lenta e ainda mais devastadora? Ao condenar alguém a ficar fechado
numa prisão para o resto da vida, sem qualquer hipótese de redenção, estamos a tirarlhe a vida de uma forma ainda mais torturante.
Desta forma, e considerando que tanto a pena
capital como a pena perpétua são ambas formas de acabar com a vida de um ser humano,
deparamo-nos então com o problema da reintegração dos criminosos na sociedade.
Penso que o argumento mais forte que
podemos apresentar é o de que o Estado,
enquanto autoridade que tem como missão
promover uma vida pacífica e o progresso da
sociedade, tem de servir como modelo, não
podendo aceitar a morte em circunstância alguma. A aplicação da pena de morte não permite sequer que as pessoas aprendam com os
seus erros. É certo que algumas pessoas são
desequilibradas e não conseguem deixar de
cometer atrocidades. É com esta questão que
se prende a minha maior dúvida: não podemos pôr em risco toda uma sociedade ao libertar uma pessoa perigosa, contudo, como já
constatámos, a pena perpétua é também uma
forma indirecta de matar.
Assim, parece-me que temos de concluir
que, não ter a possibilidade de viver em sociedade, mas ainda assim estar vivo biologicamente, é preferível a tirar a vida a um ser
humano. Os ganhos serão muito maiores se
abolirmos a pena capital por princípio, visto
que podemos sempre contar com a hipótese
de redenção por parte do criminoso. Temos de
nos aceitar e tornar a vida em comum o melhor
possível e a maneira mais correcta de o fazer
não será com certeza matando quem erra. Por
conseguinte, devido também e sobretudo à
minha conduta ética, educação e convicções,
apesar de me debater com algumas dúvidas,
concluo que a abolição racional da pena de
morte é a opção certa a tomar.
Beatriz Serrazina, 11º F
O LUGAR DA MEMÓRIA
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
A SOPA
LÁGRIMA
Hoje tive de chorar ao almoço.
É desagradável, bem sei, mas era o que havia para
fazer:
soluçar em frente da sopa de abóbora
enquanto os feijões me olhavam seriamente.
«Come».
«Não chores».
eram as palavras que sussurravam nas suas vozinhas
de leguminosa.
Foi aí que reparei num facto, num indiscutível facto.
Os meus óculos estão sujos.
Sujos como tudo.
De pó, de água
das lágrimas que chorei ao almoço.
E riscados, também riscados,
das vezes, de todas as vezes
em que os limpei à camisola azul.
E pronto.
Não há remédio.
Estão tão sujos que tenho de comprar outros
porque já não há nada que os limpe, nem nada que
lhes tire os riscos.
Depois de limpar os olhos e ponderar neste assunto,
voltei à minha sopa.
Quando levei a colher hesitante à boca,
cheia dos meus amigos feijões,
apercebi-me de um outro facto,
um outro indiscutível facto:
estava fria
Marta Santos, 12º A
http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
Que tens a força do mar,
Em cada gota vertida.
Nos silêncios do teu estar,
No fechar de minha vida.
Do sofrimento e da dor,
Da tua terna partida.
Rolas, rebolas…
Por fim revelas,
- em vitrais e aguarelas –
De beleza colorida,
Saudades…
… da despedida.
Lágrima
… que quebras em teu bailar,
Silêncios emudecidos,
Por medos de eu suspeitar,
Da tua dor, teus sentidos…
Queda água ou gota de alma,
Cristal do sal e luar,
Que desdiz no seu brilhar,
A farsa da tua calma.
Antes luz, com mais fulgor
Que os painéis dos tempos idos,
A força do nosso amor,
O estar de nossos sentidos.
Prisioneiros do mesmo mar,
Na morte, jazem unidos !
SEM TÍTULO
Olhares desviados sofrem
Um defunto a olhar
Fim da terra
Além do mar
O barco parte
A vida retorna
O barulho contorna
A faia da alma
A palavra é ouro
Dom do real
A água é morna
No regaço divinal
O sorriso entreaberto
Na proa da glória
Um abraço coberto
de amor e vitória.
Um outro obstáculo
Surge na estreita relação
O barco que se afunda
em plena comunhão.
No fundo do mar
Há a mancha vermelha
de tanto terror e lisonjeiro amor
que ofegante ficou.
Almas desvanecidas
Pensamento divino
Relação entreaberta
No confim do caminho.
António Sales, EE
E depois é assim, meu amor,
que tudo acontece.
Os dias vão passando devagar,
fundindo-se uns nos outros,
e nós, que não podemos fazer nada contra,
aguentamos calados o peso das memórias que
subsistem
persistem
insistem
aguentamos calados, e sorrimos quando é preciso.
Aguentamos as mãos frias e o medo
de que não tornem a aquecer,
porque sabemos que pouco há já que as aqueça
porque não sabemos o que há ainda que as
aqueça.
Fingimo-nos esquecidos, fingimo-nos doentes,
como se uma abelha tivesse deixado em nós o
suave ferrão da indiferença
sim, um pequeno ferrãozinho, uma pequena
farpazinha
que, cravada na nossa carne,
fosse a pouco e pouco envenenando o nosso
sangue
a pouco e pouco empalidecendo os nossos
rostos
dando-nos aquele ar que faz com que os outros
tenham pena de nós
embora não saibam porquê.
Marta Santos, 12º A
http://www.improvisacoesemdomenor.blogspot.com/
RECRIAR O MUNDO
Almas Desvanecidas
Desejo de mim
Quero-me.
Quero-me como te quero.
Quero-me como me queria querer.
Ser alguém por entre alguém.
No fundo, não desistir.
Ser o que não sou,
Mas talvez pudesse ser
Se fosse o que quero de me querer.
Adriana Policarpo, 12º A
http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/
Liberdade!
Palavra simples
mas de grande significado!
Eu, que sempre vivi com ela,
nem sequer sei avaliar
como é que seria
pensar sem poder falar,
querer agir e não poder reagir,
ver castigar e não poder mandar parar.
Por isso,
eu, que sempre vivi com ela,
vou sair à rua e gritar:
Liberdade!
A vida começa
O amor acaba
Nada cessa
A não ser a palavra!
Joana do Mar, 11º C
O sol entra por
mim adentro
O sol entra por mim adentro
Como um barco pela maré.
Sei de cor o cheiro
De um botão de rosa.
Trespassa-me a alma um arrepio quente
Da solidão perfeita,
Que não é dor, mas prazer.
Sinto a chuva molhar-me o rosto
Apesar de limpo, o céu dourado,
Que tarde o dia esconde.
Do outro lado, sobre o monte,
Aparece já o céu estrelado.
A brisa morna torna leve
Cada passo do caminho
De cor livre em cada flor,
Que reflecte calma vida
Que pula
Ao som do calor.
Adriana Policarpo, 12º A
http://www.adrianapolicarpo.blogspot.com/
Rita Henriques, 10.º H
15
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
Barack Obama
solução ou ilusão?
A atenção dispensada às eleições americanas é normal, principalmente por se tratar da
eleição do Presidente da maior potência global. Nestas eleições, estando em causa a mudança certa do “habitante” da Casa Branca, foi
maior a informação sobre o processo eleitoral,
houve mais comentários, mais anedotas, em
suma, um maior envolvimento dos media e
dos cidadãos.
No final, o mundo rejubilou com a eleição
de Barack Obama. Não admira, já antes da
sua eleição Obama conseguira entusiasmar,
pela campanha eleitoral, amplos sectores da
população, particularmente a juventude, de-
sencantada com a política de Bush. Talvez
aqui esteja uma nota digna de registo: a esperança e o entusiasmo que Obama simboliza
fazem falta aos regimes políticos cujos eleitores estão cada vez mais desinteressados em
votar, mesmo sabendo da importância desse
direito e dever cívico.
O novo Presidente dos EUA, Barack Obama, chega assim ao poder com expectativas
elevadas, dignas de um novo “messias”. Os
Estados Unidos da América, bem como o Mundo em geral, atravessam uma crise económica
global, e o novo presidente representa um sopro de esperança, não apenas para os americanos, mas também para o mundo.
No entanto, o excesso de entusiasmo pode
causar grandes problemas. Obama não é um
homem só. Defende políticas e interesses que
têm de ir ao encontro de quem domina. Tem
equipas e colaboradores com opiniões próprias, algumas diversas das que ele defende,
e daí a questão: quais as opções que a Administração americana vai tomar?
O que mais me preocupa é que esta onda
de esperança coloca, sobre os frágeis ombros
de Obama, o nosso futuro, como se ele dependesse única e exclusivamente das decisões
adoptadas pelo novo governo norte-americano que agora tomou posse.
O facto de o conservador povo americano
ter eleito um negro para seu presidente também é uma inovação elogiável, mas isso não
quer dizer que Barack Obama consiga romper
com a histórica e tradicional postura norteamericana em defesa dos seus interesses,
acima de qualquer outra ideologia.
Não descurando as consequências da governação americana para a escala global,
será expectável que as primeiras orientações,
medidas e consequências se reflictam primeiro no continente americano, e só mais tarde
cheguem ao resto do mundo, numa altura em
que poderá ser tarde para as elevadas expectativas.
Os olhos estão postos em Obama. O que
irá ele fazer para evitar problemas com o complexo industrial-militar, a indústria petrolífera,
a burocracia do partido e o lobby israelita?
Durante o seu mandato, chegará ao fim o embargo económico a Cuba? Sem mexer directamente com os interesses de Israel, irá mediar
soluções visando a paz no Médio Oriente? Retirará os soldados americanos do Iraque? Fechará a base militar em Cuba, ou conseguirá
que os presos lá instalados não sejam sujeitos
a tortura? Assinará alguns itens referentes à
protecção do ambiente, antes negados?
Perante a administração desastrosa e ultra
conservadora de George W. Bush, será com
certeza favorecido por uma melhoria da imagem do país. Em relação a grandes mudanças
globais e à salvação económica, isso não me
parece viável. Como diz o provérbio popular:
uma andorinha não faz a Primavera.
Professor Ricardo Miguel
Artistas da nossa terra
António Manuel Patrício de
Aboim Sales, pai da nossa aluna
Maria Luísa Sales, que frequenta
o Externato Cooperativo da Benedita na turma F do 10º Ano, nasceu em Lisboa, a 11 de Janeiro de
1950. Iniciou os seus estudos no
Liceu Camões, frequentando posteriormente o Colégio Valsassina
e o Liceu Gil Vicente. Chefiou o
Departamento de Divulgação do
Instituto da Vinha e do Vinho. Há
16
cerca de dez anos, a pensar nos
filhos e na facilidade de acesso à
rede escolar, fixou-se no Ardido.
Desde então que os seus dias são
passados entre o Alentejo, onde
dirige várias propriedades, e o Ardido.
António Sales é pintor e poeta autodidacta. Deve o gosto pela
pintura à mãe e o da escrita ao
pai, que era um leitor compulsivo.
Ainda sob a influência da mãe,
começa a ler as revistas francesas que ela comprava, bebendo
desde muito cedo da cultura francesa. O pai, médico de profissão,
inicia-o na leitura dos clássicos.
Outras referências se reúnem a
estas: o perfil psicológico da avó
materna, cuja imagem projecta na
arte; o círculo de amigos que lhe
deram uma visão poética da vida;
e um professor de Português, no
primeiro ano de liceu, que lhe deu
o tom certo para começar a escrever.
A sua pintura contém evoca-
ções dos trópicos, imagens e tonalidades quentes que nos transportam para um pôr-do-sol no
Alentejo, ou para uma baía, em
Moçambique. A luz, o sol, o mar
e a mulher são temas frequentes
nas suas telas, e a sua obra tem
sido exposta em várias galerias
de arte.
Aos projectos de narrativas,
relatos de viagens, contos infantis, soma-se a poesia. Reconhece, porém, que se iniciou tarde
na escrita poética, aos cinquenta
anos, adiantando que “se trata de
uma forma interessante de depurar as palavras e de brincar com
elas”. Por estas razões, entende
a poesia como um extremo “apuramento da língua e um trabalho
mental” cuja proficiência exige
maturidade. Detentor de um espólio considerável, António Sales
está agora a ponderar a ideia de
divulgar mais os seus trabalhos,
porque produzir sem dar a conhecer não é a função da arte.
Como pai, António Sales pressente os perigos que resultam do
modo como os pais desinvestem
na transmissão de princípios básicos para a formação dos filhos.
Ao considerar que “os pais não
apoiam os professores e até se
rebelam contra eles, interferindo
de uma forma negativa no ensino”, confessou-nos que os “pais
devem interagir mais com os professores, pois sem este espírito
de cooperação o ensino não funciona”.
A equipa do Toque de Saída
agradece a hospitalidade com
que foi recebida por António Sales, e convida-o a participar em
edições posteriores, apresentando os seus trabalhos junto da comunidade escolar e, quem sabe,
incentivando outros Encarregados
de Educação a colaborar com o
jornal da escola.
Professores Clara Peralta e
Valter Boita
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
A inelutabilidade do conflito israelo-palestiniano
Quando ouço os recentes desenvolvimentos do conflito israelo-palestiniano, com o recrudescimento da violência na faixa de Gaza,
e os 1334 mortos, 5 mil feridos, 30 mil desalojados após 22 dias de intensos
bombardeamentos israelitas, não
posso deixar de recordar um livro
já aqui apresentado como sugestão
de leitura (Toque de Saída, edição
nº 3). O livro, À Procura de Sana,
do autor norte-americano Richard
Zimler, narra a história da amizade (impossível) entre uma israelita
(Helena) e uma palestiniana (Sana)
que, ao longo de décadas, vão
mantendo a difícil relação num país
dividido e dilacerado por ódios.
Como professora de História, o
conflito israelo-árabe é dos conteúdos mais difíceis de abordar.
Porque é matéria sempre actual,
sempre presente; porque é quase
impossível não deixar de perpassar uma certa
(com)paixão; porque é uma guerra à qual não
se pode imprimir a tradicional visão maniqueísta (porque não há, neste conflito, o lado dos
bons e o lado dos maus); porque é uma guerra onde todos perdem. Perde Israel o respeito
granjeado após 6 milhões de vítimas contabilizadas em 1945, após Munique 1972; perde a
Palestina, além dos territórios, o direito a lutar
por uma causa justa; perde o povo muçulmano
a hipótese de se livrar do estigma de terrorista
que, desde há cerca de 8 anos, fustiga e assola o Ocidente; perde o Mundo a oportunidade
de construir um futuro de paz e concórdia.
A criação do Estado de Israel em território
palestiniano, em 1948, sob os auspícios da
ONU, significou acima de tudo a expiação do
Ocidente cristão face à culpa mal assumida
pela cumplicidade com que assistiu ao holocausto nazi. Como já antes tinha assistido às
investidas da Inquisição, ao Édito de expulsão
de D. Manuel I, aos Pogroms russos…
Choca-nos a impunidade com que o Presidente Ahmadi Nejad declara que o Irão irá
erradicar Israel do Mundo. Mas também nos
choca o terrorismo de Estado perpetrado por
Israel ao reivindicar a posse de um território
que lhe não pertence (e que nem sequer soube partilhar). Ao perseguir populações inocentes, culpabilizando-as das acções terroristas
(e condenáveis) do Hamas, Israel continua
a fazer valer a Lei de Talião, “Olho por olho,
dente por dente”, o que continua a ter como
resposta os desejos de vingança dos palestinianos.
Até quando assistirá o Mundo à (relativa)
inoperância da ONU e do seu Conselho de Segurança, manietado pelo direito de veto dos
Estados Unidos?
Vivemos num tempo em que impera esta-
AVELINO HONÓRIO DA SILVA
A homenagem merecida
Foi a máxima rotárica “Dar de Si Antes de Pensar em Si” que levou esta
associação a homenagear um homem
a quem a Benedita muito deve. O reconhecimento profissional de Avelino Honório da Silva foi, para todos os que o
conhecem e admiram a sua obra, uma
homenagem merecida.
Durante longos anos, para além da
sua vida profissional, dedicou-se a inúmeras causas públicas e sociais. Pertenceu aos órgãos sociais do Centro
Social Paroquial da Benedita, da Santa
Casa da Misericórdia e do Instituto Nossa Senhora da Encarnação, entre outros. De 1983 a 1989, exerceu o cargo
de presidente da Junta de Freguesia da
Benedita, e é nessa função, que exerceu de forma exemplar, que a maioria
dos beneditenses o recordam.
Durante os seus mandatos, a Benedita fez a tentativa de tomar um percurso mais urbano: a elevação da Benedita
OLHAR CIRCUNDANTE
a vila, em 16 de Maio de 1984, e a compra do edifício da Fapocal, onde foram
instaladas a Sede da Junta, o Mercado
e várias associações, foram momentos
marcantes para a nossa terra. Outra iniciativa que não podemos esquecer foi a
criação da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias), em Maio de 1987,
e cuja sede nacional foi inaugurada, na
Benedita, pelo então Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Muitos outros momentos da sua vida
de autarca poderiam aqui ser lembrados, mas, acima de tudo, devemos recordar o homem digno e honesto que
dedicou longos anos da sua vida à terra
que, embora não o tenha visto nascer,
o adoptou de alma e coração e que foi
recompensada pela obra que deixou a
todos os beneditenses. Bem-haja Sr.
Avelino.
belecer pontes entre as nações (de concórdia,
de reconciliação, de diálogo) e não construir
muros. 70 anos após os guetos de Varsóvia,
48 anos após o infame muro de Berlim, como
assistir ao isolamento da população de Gaza?
Por isso apetece ler de novo
a obra de Richard Zimler e acreditar que, um dia, será possível
que israelitas e palestinianos se
reconciliem e aprendam a viver
e a conviver na diferença e no
respeito mútuo.
Exemplo disto é a experiência vivida pela West Eastern Divan Orchestra, fundada em 1999
pelo maestro Daniel Barenboim.
Nascido em 1942 em Buenos
Aires, filho de judeus russos
emigrados na Argentina, Barenboim fundou esta orquestra que
reúne músicos judeus e árabes,
não com propósitos políticos, não para “fazer
a paz”, mas para lutar contra a ignorância,
porque as pessoas têm de se conhecer mutuamente, têm de compreender o que os outros
sentem e pensam. Nomeado Embaixador da
ONU para a Paz, Daniel Barenboim recebeu
em 2008 a cidadania honorária palestiniana,
em reconhecimento pela promoção do diálogo
entre músicos árabes e judeus, o que ainda
hoje causa algum desconforto e repúdio entre
a comunidade israelita mais ortodoxa.
E como afirmava num Concerto realizado
em 2005 em Ramallah (Cisjordânia), “ou nos
matamos uns aos outros, ou aprendemos a
partilhar o que há para partilhar”.
Professora Teresa Agostinho
HONRA?
Conhecem o conceito de “Honra”? Já devem ter
ouvido falar, suponho. A honra atinge-se através de
actos valorosos e justos, através da luta pelo que se
acredita estar certo. Antigamente era algo que se prezava bastante – tornava um homem digno de respeito
entre todos, mesmo entre os inimigos. O Japão é um
bom exemplo disso: os guerreiros samurais regiamse por um código restrito, a que chamavam Bushido,
e se falhassem esse código, preferiam perder a vida
a perder a honra.
Mas, como diria Camões, “mudam-se os tempos,
mudam-se as vontades”, e parece-me que a honra
deixou de ser um dos nossos valores, daí que haja
hipocrisia e corrupção entre tudo e todos. Bem sei
que andar a cortar a barriga, como faziam os japoneses, é um bocado exagerado, mas e se tivéssemos
mais um bocadinho de vergonha na cara?
Ricardo Radamanto, 12º A
Professora Maria José Jorge
17
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
“O homem dos dinossáurios”
A POLUIÇÃO
Galopim de Carvalho
Alentejano de Évora, onde nasceu em 1931, Galopim de Carvalho é
licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959)
e doutorado em Geologia pela mesma Universidade (1969).
Conhecido pelo grande público como “o homem dos dinossáurios”,
é actualmente director do Museu Nacional de História Natural, sendo
um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e
científico, nomeadamente da riquíssima evolução da história natural.
Na sua vasta carreira académica dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que são exemplo a “Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal” e “Icnofósseis de
dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português”.
Como autor, publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação. Também é responsável
pela publicação de vários livros didácticos e de divulgação científica e ainda por alguns livros
na área da literatura de ficção: O Cheiro da Madeira (1994) e Os Homens não Tapam as Orelhas
(1997).
Professor Sérgio Teixeira
ALCOOLISMO E OS JOVENS
Nos dias de hoje, existem
três grandes problemas que
preocupam os pais de todos os
jovens: a droga, o tabaco e o
álcool. É sobre este último que
vou falar, visto que é neste que
os jovens mais depressa se integram como forma de diversão
e de bem-estar (pensam eles!).
O que talvez não imaginem é
que isso os pode levar à degradação total.
Em Portugal, tal como nos
restantes países da União Europeia, o álcool continua a ser
um problema, não só dos jovens, mas também das pessoas
adultas. Ele conduz a problemas para a pessoa que o ingere, mas também para os que
com eles convivem, visto que
aumenta o insucesso escolar, a
violência interpares, a violência
doméstica, a práticas de condução desadequadas e outros
comportamentos problemáticos,
não causando apenas problemas a nível físico, mas também
a nível psicológico, provocando
atitudes agressivas, que conduzem a um mal-estar familiar e
social.
O álcool, contrariamente ao
que às vezes se julga, “não mata
a sede” nem conduz à inserção
social e, quando ingerido conjuntamente com medicamentos
ou drogas, pode ter consequências desastrosas.
Relativamente aos jovens,
este é um problema preocupante porque é cada vez mais
comum, e surge cada vez mais
precocemente. A maior parte
dos jovens que consomem bebidas alcoólicas, não se limitam
a ingerir bebidas com baixo teor
alcoólico, pelo contrário, as bebidas com maior teor de álcool
são hoje as mais consumidas,
frequentemente em misturas,
os chamados “shots”. Estas bebidas, quando consumidas, em
exagero, podem levar ao alcoolismo e a graves problemas de
saúde, tais como doenças do
fígado, como a cirrose.
Assim, devemos encarar as
bebidas alcoólicas com precaução, pois podem provocar dependência e graves problemas
de saúde.
Mário Leopoldino, 12ºB
OLIMPÍADA DE QUÍMICA JÚNIOR E QUÍMICA +
Todos os anos decorrem
as provas de pré-selecção
de alunos/equipas que irão
representar o Externato Cooperativo da Benedita nas
Olimpíadas Regionais de Física e de Química. No dia 28
de Janeiro, as de Química;
as de Física, escalão A, no dia 3 de Março, e
escalão B, no dia 4.
Na Química Mais, participa uma equipa de
alunos do 11º ano, e na Química Júnior cinco
equipas de três alunos, do 9ºano. Assim, para
participar nestas actividades em representação
do ECB, foram seleccionados os seguintes alunos:
18
Química Mais: Ana Luísa Pereira (11º B), Fábio Cruz (11º B) e Liane Canas (11º B);
Química Júnior, por ordem de classificação
na eliminatória: Ana Luís, Maria Faustino e Sara
Isabel, do 9º G; Rita Jorge, Soraia Marques e
Tiago Marques, do 9º H; Andreia Carreira, Daniela Ribeiro e Marisa Machado do 9º D; Cátia
Marques, Sofia Ramalho e Sofia Ramos, do 9º H;
Luís Mendes, Óscar Nogueira e Ruben Cardoso,
do 9º G.
As semifinais de Química Júnior decorrem no
dia 18 de Abril e as de Química Mais no dia 14
de Março.
Olá, eu sou o Duarte e, já que se
fala tanto sobre poluição, gostaria
de partilhar convosco o que sinto
sobre isto.
A poluição é um enorme problema. Existem vários tipos de poluição, sonora e aquática, entre muitas
outras, e todas têm consequências,
como por exemplo o efeito de estufa, as chuvas ácidas, as florestas
despidas, os depósitos de produtos
químicos perigosos, os campos envenenados, as lixeiras oceânicas, e
muitos outros problemas. Mas estes
de que eu falei já nos dão bastantes
preocupações e dores de cabeça.
É horrível o que o ser humano faz
a si-próprio. Já pensaram em todos
estes problemas?!
Por exemplo, em relação às lixeira oceânicas, as cidades costeiras
descarregam os esgotos não tratados no mar. As tartarugas marinhas
e as baleias ingerem sacos de plástico que tomam por medusas, morrendo por asfixia. As chuvas ácidas
são provocadas pelos fumos e gases libertados pelas fábricas e automóveis. As florestas despidas têm
a ver com as árvores afectadas pela
poluição, que perdem as folhas, ficam atrofiadas no seu crescimento
e com a casca danificada, tornandose vulneráveis aos ataques de insectos, ao mau tempo e às doenças.
Por outro lado, temos ainda os produtos químicos perigosos que são
lançados ao mar. Nos últimos anos,
tem havido muita poluição através
dos produtos químicos altamente
perigosos chamados dioxinas (compostos orgânicos). Para não falar
nos campos envenenados, nos químicos venenosos que são usados
pelos agricultores para conseguirem
maiores e melhores colheitas. Contudo, destroem não só os insectos
nocivos, mas outras formas de vida
selvagem.
E é o que eu tenho para vos dizer
sobre a poluição, (por agora!)
Ah, e não deitem lixo para o chão
porque eu também não.
Duarte Belo, 7ºB
Professora Isabel Carreira
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
UM ESPECTÁCULO POR CIMA DE NÓS
No passeio sossegado, caminho para casa,
são dez horas da noite quando, vindo de uma
direcção inesperada, oiço um chilreio agudo. Viro o olhar, tarde demais, já só consigo
vislumbrar a silhueta de um branco fantasma
desaparecendo por detrás do CCB, num voo
misteriosamente silencioso e perfeitamente
nivelado, como se fosse dono do ar – assim
nos surpreende a Coruja-das-Torres.
Foi com fascínio e surpresa que descobri,
anos atrás, que o espaço aéreo do ECB, no
coração da vila da Benedita, é visitado com
regularidade pela espécie de coruja mais vastamente distribuída pelo mundo inteiro, a Tyto
Alba. Da ordem Strigidae, família Tytonidea,
nome científico Tyto Alba e nome vulgar Coruja-das-Torres, esta ave de rapina apresenta
uma face achatada, com um anel escuro em
redor do disco facial, desenhando um coração.
No seu todo, a plumagem é clara, possuindo a
fêmea pontos negros no peito que servem de
estímulo ao parceiro macho. Variam em altura
(em Portugal, entre os 25 aos 35 cm, enquanto na América do Norte, algumas chegam aos
45cm de altura) e pesam entre 200 a 400 gramas. Alimentam-se de pequenos mamíferos,
essencialmente ratos, insectos e até mesmo
morcegos e aves.
É de notar, especialmente para quem está
a estudar física, a característica que permite a
esta ave captar os ruídos dos ratos, e, no caso
das espécies presentes na Lapónia, detectar
presas que se encontram a mais de um metro
debaixo de neve. A forma de disco côncavo
que envolve cada olho, como acontece com as
antenas parabólicas, concentra as emissões
de ruído para as aberturas dos ouvidos (próximas dos olhos), aumentando consideravelmente a capacidade auditiva.
Os olhos são grandes e apontam para a
frente. Por esta razão, ao contrário da maioria das aves, a coruja consegue ver um objecto com os dois olhos e ao mesmo tempo.
Como nós, elas têm visão binocular, mas, ao
contrário de nós, as corujas não podem mover
os olhos dentro das órbitas, têm, portanto, de
apontar a cabeça para ver um objecto, conjugando assim os sensores auditivos. É de tal
ordem a capacidade auditiva que não há animal neste mundo que a consiga igualar.
Como a visão binocular confere a aparência
de um ser inteligente, para os gregos da Antiguidade, a coruja era dedicada a Atena, deusa
da sabedoria. Sabe-se hoje, no entanto, que o
corvo, e outras aves são, provavelmente, mais
inteligentes do que a coruja.
Por todo o Portugal, com excepção dos
Açores, é possível observar a Coruja-das-Torres, cuja densidade populacional na Península Ibérica varia de 1 a 50 casais por cada 50
km2.
Esta espécie tem sofrido um declínio moderado na maior parte dos países europeus, o
qual parece estar associado à intensificação
da agricultura, à utilização de pesticidas, ao
armazenamento dos cereais em silos e, subsequente redução de roedores, ao desaparecimento de cavidades naturais e artificiais para
nidificação, ao desenvolvimento das redes viárias e ao aumento do tráfego e da mortalidade que lhe está associado. Por esta razão, a
Coruja-das-Torres está classificada na Europa
como uma SPEC 3, ou seja, espécie cuja população global não está concentrada na Europa, mas que tem um estatuto de conservação
desfavorável nesse continente.
Os seus habitats favoráveis são zonas de
campos agrícolas com sebes, taludes e matos. Também fazem ninhos em construções
abandonadas, chaminés, armazéns e torres
de igrejas e mesmo em cidades de grande dimensão.
A Coruja-das-Torres é geralmente monogâmica, competindo às fêmeas a incubação dos
ovos e aos machos a procura de alimento. A
postura, que pode variar entre os 2 e os 14
ovos, inicia-se em Março e dura 30 ou 31 dias.
As crias permanecem no ninho entre 50 a 55
dias, e tornam-se independentes 3 a 5 semanas mais tarde. Reproduzir-se-ão pela primeira vez com 1 ou 2 anos de idade.
Podemos ter, portanto, muito orgulho em
albergar na nossa região uma espécie, que,
embora discreta, brilha como uma estrela, ao
desvendarmos todas as suas capacidades.
Nota de precaução: se encontrar uma Coruja-das-Torres aleijada, deve entregá-la ao
Instituto da Conservação da Natureza, mais
especificamente, na nossa área, em RioMaior, na sede do Parque Natural da Serra de
Aire e Candeeiros. Uma coruja debilitada não
consegue sobreviver sozinha e necessita de
intervenção especializada.
Miguel Madruga, ex-aluno do ECB
Professor Paulo Coelho
UM PERCURSO DE EXCELÊNCIA
No passado dia 18 de Dezembro, Paulo Coelho, professor de
Matemática no Externato Cooperativo da Benedita, prestou provas de mestrado com uma dissertação intitulada “Templates e Elos
de Órbitas Periódicas em Fluxos
de Dimensão 3”.
Assente em Sistemas Dinâmicos e Teoria dos Nós, este é um
tema actualíssimo, estimando-se
que apenas cerca de 20 pessoas,
em todo o mundo, se dediquem à
sua investigação. «Muito além de
meros objectos decorativos e de
utilidade prática – escreve Paulo
Coelho no número II dos Cadernos do ECB – nós e tranças são
objectos matemáticos que encontram aplicações significativas na
ciência contemporânea, nomeadamente na Biologia Molecular,
na Física e na Química».
A dissertação de mestrado,
classificada com a nota máxima
de 20 valores, foi largamente elogiada pelos membros do júri, tendo um deles afirmado tratar-se da
melhor apresentação de mestrado a que algum dia assistira.
Refira-se ainda que o professor Paulo Coelho demonstrou um
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
teorema matemático original, facto que levou o júri a aconselhar
a publicação desse resultado em
revistas da especialidade e a incentivá-lo a prosseguir a sua investigação, com vista ao doutoramento.
Congratulamo-nos pelo sucesso do professor Paulo Coelho
e expressamos o nosso orgulho
pelos padrões de qualidade que a
si mesmo impôs – e alcançou.
A equipa do Toque de Saída
19
TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
EXTINÇÕES EM MASSA DO PERÍODO PÉRMICO
U m a
extinção
em massa é um
acontecimento
rápido,
relativam e n t e
ao tempo geológico durante o qual uma significativa
parte de toda a vida na Terra é extinta.
A extinção em massa dos finais do período Pérmico, há aproximadamente 250 M.a.
no limite Pérmico/Triásico, foi a mais severa e devastadora de toda a história da Terra,
com a extinção de cerca de 95% das espécies
marinhas e cerca de 70% das espécies vertebradas terrestres. Esta extinção terá ocorrido
num período de 3 a 8 M.a., havendo possivel-
mente dois episódios de maiores extinções.
Dados recentes de idades radiométricas
em cinzas vulcânicas, no Sul da China, indicam que possivelmente houve uma fase de
maior extinção no último milhão de anos do
Pérmico. A investigação detalhada das causas
desta extinção é prejudicada pelo facto de ter
ocorrido há muito tempo, pelo que muitas das
suas evidências foram apagadas devido aos
fenómenos dinâmicos característicos da Terra.
Estudos recentes referem como responsáveis pela extinção a combinação de factores
inter-relacionados tais como a formação do
super continente de Pangea, a glaciação e a
regressão marinha e ainda o vulcanismo na
Sibéria com as emissões gasosas associadas.
Outra hipótese para a extinção seria o impacto
na Terra de um corpo extraterrestre como um
meteorito ou um cometa.
Jovens Repórteres para
o Ambiente
Nos dias 14 e 15 de Novembro decorreu mais uma edição do Seminário
Nacional Jovens Repórteres para o
Ambiente (JRA), na Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM).
O Seminário foi organizado pela
Dra. Margarida Gomes, coordenadora nacional da Associação Bandeira
Azul da Europa (ABAE) e teve como
objectivo reunir os professores coordenadores do Projecto e os alunos
envolvidos em cada escola, de modo
a possibilitar o debate das estratégias e metodologias do Programa,
bem como incentivar a comunicação
e a partilha de ideias e projectos entre os elementos do JRA.
O Externato Cooperativo da Benedita foi representado por 5 alunas,
do 11º e 12º ano, e uma professora
de Biologia, Paula Castelhano. As
alunas do 12º ano, Catarina Carmo e
Cristiana Santos, foram as porta-vozes de um grupo que esteve anteriormente ligado ao projecto e que, graças ao trabalho desenvolvido no ano
lectivo de 2007/2008, recebeu vários
prémios, incluindo o de ‘Melhor Fotografia em Inglês’.
No primeiro dia, assistimos a várias
20
palestras sobre diversos
assuntos
relacionados
com o ambiente e em
particular sobre a região,
por exemplo, uma palestra sobre o novo aeroporto de Lisboa (impacto ambiental na região),
pelo Presidente da C. M.
de Benavente, Dr. António José Ganhão. Nesse
mesmo dia visitámos vários locais com interesse
ambiental, alguns deles com sérios
problemas de poluição. Elaborámos
uma foto-reportagem e um pequeno
artigo sobre o local visitado.
No segundo e último dia, de manhã, participámos em workshops
sobre fotografia e vídeo. Durante a
tarde, foram apresentadas as várias
missões organizadas durante o último
ano pelo JRA e um painel sobre Jornalismo e Ambiente, com a presença
do jornalista João Eduardo (Kiss FM
Lisboa), de Maria Flor Pedroso (RTP)
e de Paulo Agostinho (Agência Lusa).
O seminário terminou com a apresentação dos trabalhos elaborados pelos
grupos no primeiro dia, dos quais surgiram projectos muito interessantes e
educativos.
Como Jovens Repórteres do Ambiente, desenvolvemos o nosso espírito crítico e aumentámos o nosso
desejo de ajudar a preservar ou até
mesmo recuperar o ambiente que nos
rodeia.
Lídia Ferreira, Juliana Costa,
Rita Bernardino, 11ºA
A maioria das extinções ocorreram em regiões equatoriais a baixas latitudes, sendo as
espécies marinhas particularmente afectadas
– estas eram na sua maioria bentónicas, vivendo nas águas quentes pouco profundas
das plataformas continentais.
Refira-se que muitas das espécies já estavam em declínio ao longo do Período Pérmico,
antes da extinção final. Este facto sugere que
deve ter havido um mecanismo climático prolongado de extinção ou uma combinação de
vários factores, em vez de um acontecimento
catastrófico.
Muitas são as interrogações que a ciência
coloca na tentativa de explicar esta importante
extinção em massa, aqui vos deixamos algumas das hipóteses que têm originado maior
discussão no seio da comunidade científica.
Professor Francisco Franco
NOTÍCIAS DO XADREZ
A Academia Xadrez da
Benedita participou com 12
jogadores no Campeonato
Nacional de Jovens de semirápidas onde tivemos duas
Vice-Campeãs Nacionais Femininas (Inês Costa – Sub08
- e Lídia Ferreira – Sub18) e
um terceiro lugar nos Sub18
Feminino – Mariana Silva.
O Externato Cooperativo
Benedita realizou, nos dias
18 Fevereiro e 5 de Março, os
IX Encontros Nacionais Escolares, Individual e de Equipas.
Estes Campeonatos, que se
realizam no Centro Cultural
Gonçalves Sapinho, têm a
particularidade de juntar várias escolas do país.
A Federação Portuguesa
de Xadrez, com o apoio do
IDP, levou a efeito o 1º Curso
de Treinadores de Xadrez de
nível 1. José Cavadas foi o 4º
melhor do grupo de Lisboa. O
Curso foi ministrado pelo MI
Sérgio Rocha.
Sete jogadores da Academia Xadrez da Benedita participaram no V Open Ozone
– Torres Novas, onde estiveram 50 jogadores.
Entre 19 a 21 de Dezembro
de 2008, participámos com
quatro jogadores no I Torneio
FIDE do Externato Cooperativo da Benedita, um torneio de
ritmo clássico a contar para
o ranking internacional integrado no I Circuito FIDE de
Leiria.
O Externato Cooperativo
da Benedita participou também no Torneio Escolar de S.
Martinho do Porto, 3º Ciclo/
Secundário. O melhor do Externato foi Rui Lopes do 8ºI,
ficando em 6º lugar entre 59
jogadores inscritos.
Mariana Silva, aluna do 11º
A do Externato Cooperativo
da Benedita, é a jogadora da
Academia Xadrez da Benedita que, após a contabilização
das provas (Torneio Fechado
Selecção Distrital de Leiria e
I Torneio FIDE Externato Cooperativo da Benedita) sobe
mais no Elo até ao momento,
ou seja 16,95 pontos.
Lídia Ferreira
Mariana Silva
Professor José Cavadas
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
ONDE ESTÁ ESCRITA A HISTÓRIA?
A paleontologia é a ciência que
se dedica ao estudo dos fósseis,
isto é, ao estudo de restos de seres vivos, ou a vestígios da sua
actividade que ficaram preservados nas rochas. Assim, as rochas
constituem o “livro” onde se escreve a história da Terra, e os fósseis são as “palavras” desse livro
que formam as “frases” que nos
ajudam a descobrir o passado do
nosso planeta.
Os fósseis encontram-se essencialmente nas rochas sedi-
mentares. Estas formam-se a
partir de grãos (sedimentos) provenientes de outras rochas que se
depositaram no fundo de um lago,
rio ou do mar, formando várias camadas ou estratos. Juntamente
com estes sedimentos, podem ser
depositados organismos, ou parte
deles, que, após um processo de
substituição da matéria orgânica
por minerais que se encontram
dissolvidos na água, poderá originar um fóssil.
Alguns
fósseis
formam-se
quando um organismo constituído
por partes duras –conchas, dentes
ou ossos por exemplo – deixa gravado nas rochas um molde dessas
estruturas. Contudo, os fósseis
mais interessantes formam-se
por um processo de mumificação
ou conservação que ocorre quan-
O MEU GOSTO POR
COMPUTADORES
Olá! Eu chamome Duarte, tenho
12 anos e gosto
de computadores.
Vou-vos falar sobre
a minha “paixão”
por computadores.
Eu gosto do
computador por várias razões, a primeira de todas é que não temos de escrever
à mão e, se nos enganarmo-nos a escrever, o
computador, como é “inteligente”, pode corrigir
automaticamente ou avisa-nos que a palavra
esta mal escrita e dá-nos várias sugestões de
outras palavras parecidas com aquela que escrevemos mal. Outra razão é que podemos ir
à Internet fazer várias coisas, como por exemplo aprender, jogar e fazer trabalhos da escola.
Mais outra razão é que podemos divertir-nos,
principalmente nas horas vagas (ouviram?, nas
horas vagas!), jogando copas, xadrez, solitário,
etc. E finalmente, a última razão de todas é a
música, música clássica, rock, pop, alternativa,
e outros tipos de música, todos eles podem ouvir-se quando a gente está a fazer trabalhos, a
jogar, etc., e a música ajuda a relaxar.
Mas o melhor de tudo é que o computador é
uma ferramenta que abarca um número infindável de soluções básicas em todas as áreas e
profissões, é uma ferramenta indispensável nos
tempos de hoje. Adoro… Adoro… Adoro.
Duarte Belo, 7ºB
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
do um organismo, ou parte dele,
fica envolvido numa substância
impermeável, como por exemplo
uma resina. Esta, quando fossiliza, conserva no seu interior o organismo intacto (as partes duras
e as partes moles, como os músculos e órgãos internos). Outro
processo de mumificação bastante conhecido ocorreu quando os
mamutes da Sibéria ficaram completamente preservados dentro de
grandes massas de gelo.
Os fósseis, depois de serem
descobertos e devidamente estudados, podem fornecer pistas muito interessantes sobre o passado
do nosso planeta, em geral, e da
nossa região, em particular. Por
exemplo, a existência de fósseis
de animais marinhos nas rochas
calcárias da Serra dos Candeei-
ros permite deduzir que se formaram no mar e que, por acção de
forças no interior da terra durante
milhões de anos, formaram uma
montanha.
Por outro lado, os fósseis também nos ajudam a fazer uma reconstituição de um animal, fazer
deduções sobre o seu modo de
vida, tipo de reprodução e até alimentação.
Os processos de fossilização
são raros na natureza, pois o número de seres que já habitaram
o Planeta é muito superior ao
número de fósseis que se formaram, contudo, cada fóssil que se
encontra contribui para descobrirmos mais factos sobre a história
da nossa Terra.
Professor Sérgio Teixeira
ESCOLA DE TRIATLO ECB
Este Projecto foi implementado no Externato no dia 5 de Janeiro de 2009 e é
coordenado pelo Professor de Educação
Física, Joel Machado. A aluna Marília
Francisco de Sousa, do 12ºE, é a autora do criativo logotipo que ilustra, de uma
forma simples, mas muito original, as três
provas que constituem o Triatlo.
Criado numa sólida base, o principal
objectivo é permitir a prática de actividade física aos alunos nascidos entre 1994
e 1997, independentemente da situação
económica das suas famílias. A Escola de
Triatlo do ECB é uma secção desportiva
que pretende divulgar e desenvolver a
modalidade na Benedita, num suporte formativo, mas vocacionado também para a
vertente competitiva.
Os treinos dos 15 alunos inscritos são
orientados pela Professora Liliana Gens,
na secção de corrida; por Mafalda Morei-
ra, na natação; e, no ciclismo, pelo Professor Tobias Marquês. O Professor Joel
Machado é responsável, entre outros procedimentos, pela explicação das transições entre os diferentes segmentos.
Actualmente, o Triatlo é uma das modalidades mais mediáticas e em franca expansão no nosso país, modalidade essa
em que cada atleta efectua três segmentos consecutivos, sem que haja paragem
no cronómetro, e pela seguinte ordem:
Natação, Ciclismo e Corrida. Além disso,
existem duas variantes: o Aquatlo (Natação e Corrida) e o Duatlo (Ciclismo e Corrida).
Convidam-se todos os alunos que pertençam à faixa etária acima referida a experimentarem esta modalidade!
Professora Estela Santana
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TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
A Uva
TONIFICA O CORAÇÃO E FLUIDIFICA O SANGUE
A uva é, a seguir à laranja, o
fruto mais cultivado em todo o
mundo. A uva constitui um componente essencial da dieta mediterrânica, e até da sua cultura.
Recentes descobertas científicas
atribuem a boa saúde cardíaca
dos habitantes do Mediterrâneo
precisamente a algumas das propriedades das uvas.
Propriedades e indicações
Existem dois tipos de nutrien-
tes que se destacam na composição da uva: os açúcares e as
vitaminas do complexo B. A uva
contém poucas proteínas e gorduras, no entanto, apesar da pequena quantidade de proteínas
(0,67%), estas contêm todos os
aminoácidos essenciais.
Os dois açúcares mais abundantes na uva são a glucose e a
frutose. Do ponto de vista químico, trata-se de monossacáridos,
ou açúcares simples, cuja característica é passarem directamente
ao sangue sem precisarem de ser
digeridos. Nisto se diferenciam de
outros tipos de açúcares, como a
sacarose (presente na cana-deaçúcar, beterraba ou na banana),
ou a lactose do leite, que precisam de ser decompostos no intestino antes de poderem passar ao
sangue.
A uva é uma das frutas mais ri-
cas em vitamina B6, com os seus
0,11mg/100g, excedida apenas
por frutas tropicais como o abacate, a banana, a anona, a goiaba ou a manga. As vitaminas B1,
B2 e B3 ou niacina também se
encontram presentes em quantidades superiores às da maioria
das frutas frescas. Todas estas
vitaminas têm como função, entre outras, metabolizar os açúcares, para que as células possam
com mais facilidade “queimá-los”
quimicamente e aproveitar a sua
energia.
A natureza dá assim mais uma
indicação da existência de um desígnio inteligente, proporcionando
uma grande quantidade de açúcares na uva, juntamente com as
vitaminas necessárias para o seu
aproveitamento energético.
As Receitas da Isabel
PUDIM DE ABÓBORA COM PASSAS
Ingredientes:
500 g de abóbora limpa
400 g de açúcar
150 g de passas
50 g de coco ralado
Preparação:
Deite a aguardente e as passas numa
tigela e deixe macerar de um dia para o
outro. Corte a abóbora em pedaços pequenos e leve-os a cozer com uma pitada de sal, escorra bem e reserve. Ligue o
forno a 180 graus. Leve 160 g do açúcar
ao lume numa frigideira até obter caramelo, verta para uma forma e rode para
caramelizar o fundo e os lados. Numa
tigela, misture o restante açúcar com a
farinha Maisena, junte o coco ralado, a
abóbora e os ovos, e bata bem. Junte,
então, as passas com a aguardente e
misture bem. Verta o preparado anterior
para a forma caramelizada e leve ao forno em banho-maria durante aproximadamente 40 minutos. Espete um palito para
verificar se está totalmente cozido, retire
do forno e deixe arrefecer. Desenforme
e sirva.
5
4
1
1
ovos
colheres (sopa) de aguardente
colher (sopa ) de farinha Maisena
pitada de sal
que são pretas e sultanas às brancas ou
douradas. Tal como a maioria dos frutos
secos, são altamente calóricas, embora sejam boas para a saúde devido às
gorduras vegetais que possuem. A sua
utilização na culinária é tão ampla que
pode ir desde a doçaria, como os pudins,
bolos e tartes, até aos salgados, como
as saladas, pratos de arroz e recheios
de carne.
Indicação terapêutica principal
A uva é muito recomendável
em todas as afecções cardíacas,
pelos seguintes motivos:
- oferece energia sob a forma
de açúcar simples que o músculo
cardíaco utiliza para se contrair;
embora a principal fonte de energia para o coração sejam os ácidos gordos, este órgão também
utiliza a glucose;
- a uva é rica em potássio e
contém também cálcio e magnésio, minerais que intervêm nas
contracções cardíacas;
- além disso, a uva não contém
quase nenhum sódio nem gordura
saturada, os dois principais inimigos do sistema cardiovascular.
Professor Miguel Fonseca
Adaptado da Enciclopédia de
Educação para a Saúde
TORNEIO DISTRITAL DE JUDO
DA MARINHA GRANDE
Realizou-se no dia 22 de Fevereiro, no Clube de
Judo da Marinha Grande, o 1º Torneio Distrital de
Judo, prova aberta a todas as categorias etárias e de
peso, para atletas masculinos e femininos.
Participaram nesta prova cerca de 70 atletas em
representação dos diversos clubes do distrito. O
INSE/Externato da Benedita foi representado por 12
atletas, dos quais 7, das categorias infantis/juvenis,
e 5 seniores.
Os diversos combates foram bastante disputados,
tendo os nossos atletas alcançado boas classificações, pois praticamente todos se classificaram nos
lugares cimeiros, com relevo para Pedro Cruz e Sérgio Serralheiro que alcançaram o 1º lugar nas respectivas categorias de peso.
O quadro classificativo foi o seguinte:
Infantis: Pedro Cruz (10 anos) – 1º lugar; Abel Gutierrez lugar (11 anos) – 2º lugar; Leonel Santos (11
anos) – 3º lugar; Luís Vicente (10 anos) – 3º lugar
Seniores: Sérgio Serralheiro –1º lugar; Valter Inácio – 2º lugar; Vladimir Horodovoy – 3º lugar; Edgar
Ramalho – 3º lugar.
Faustino da Silva,
Chefe dos Serviços
Administrativos
Professora Isabel Neto
Passas: é o nome dado a todas as
uvas secas através da desidratação, embora genericamente se chame passas às
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MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 4 - Nº 10
TOQUE DE SAÍDA
Enigmas
Paradoxos
Curiosidade
Enigma 1
Um grupo de 3 homens e 3 mulheres pretende atravessar um rio num barco que apenas pode levar duas pessoas de cada vez.
Como fazer a travessia de modo a que, em
cada margem, as mulheres nunca estejam
em maioria em relação aos homens?
Barbeiro:
Um barbeiro de uma pequena aldeia tinha,
na sua barbearia, um panfleto que dizia o seguinte:
“Eu barbeio todos os homens da aldeia
que não se barbeiam a si próprios”.
Quem barbeia o barbeiro?
Nota: O barbeiro não se pode barbear a si
próprio porque diz que barbeia os que não se
barbeiam a si próprios.
Se ele não se barbeia a si próprio, o cartaz
está errado porque há uma pessoa que não
se barbeia a si própria, o barbeiro.
Outra forma de efectuar multiplicações:
Por exemplo efectuar a seguinte multiplicação: 35 x 17
1º - Construir uma grelha como a que está
em baixo.
Enigma 2
Um grupo de 4 pessoas pretende atravessar uma densa floresta durante a noite dispondo para isso de uma lanterna cujas pilhas
durarão 60 minutos.
O estreito carreiro apenas permite a passagem de duas pessoas de cada vez.
O tempo que cada um demora a atravessar a floresta varia de pessoa para pessoa:
um demora 5 minutos, outro 10 minutos, outro 20 minutos e o outro demora 25 minutos.
Como conseguirão atravessar a floresta antes que as pilhas da lanterna se esgotem?
Enigma 3
Existem 3 músicos, Paul, Peter e Perry,
que tocam guitarra, orgão e piano, mas não
por esta ordem. O Paul ensaia com o organista aos sábados, enquanto que o pianista ensaia sozinho ao somingo. O Peter não
pode tocar piano. Quem toca o quê?
Anedotas
Teste surpresa:
Um professor avisa os seus alunos de que
na semana seguinte irão ter um teste surpresa. Um aluno deduz que esse teste não
pode ser na sexta-feira porque, se o professor deixasse para o último dia, deixaria de
ser surpresa (no final da aula de quinta-feira
já saberiam que o teste seria na sexta-feira).
Deste modo, os alunos eliminaram a sextafeira, mas então o exame também não se poderia realizar na quinta-feira porque na quarta-feira saberiam que seria no dia seguinte,
uma vez que a sexta-feira já estava eliminada. Raciocinando de forma análoga, os alunos eliminaram todos os dias da semana e
concluíram que não poderia haver teste surpresa. Deram-se mal, o professor apresentou-lhes o teste na quinta-feira. Onde está o
erro de raciocínio dos alunos?
- Onde é que as cobras normalmente vão
tomar um copo?
- Ao snake-bar.
- Sabem quando é que os Americanos
descobriram a carne?
- Quando chegou o Cristóvão Co-lombo!
Já conhecem a piada do iogurte? Não?
Pois... é natural!
- Por que é que as ovelhas não têm wi-fi?
- Porque têm LAN.
- Qual a diferença entre uma lagoa e uma
padaria?
- Na lagoa há sapinho, a padaria assa
pão!
Havia um jogador tão fraco, tão fraco, tão
fraco, que quando marcou o seu primeiro
golo, falhou no replay.
- Qual a semelhança entre um cardeal e a
farinha?
- Ambos podem vir a ser papa!
Estavam dois dinossauros na rua a comer
semáforos e diz um para o outro:
- Não comas esse que está verde!
*Enviadas por DJ Vira-Caxolas, 10º C
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES
2º- Preencher a grelha da seguinte forma:
Por exemplo: o quadrado superior esquerdo (03) resulta da multiplicação de 3 por 1.
3º- Efectuar as somas:
4º - Soma = 0595 = 595
Experimente.
O que diz o Tarot
O segundo Período começa logo a seguir à
passagem de ano. Como num carrossel, nova
viagem, novo ciclo, novas oportunidades para
enfrentar desafios: os mesmos? Outros?
A resposta depende da atitude com que os
enfrentares.
Lembra-te: se os desafios te aparecem, é
porque tens algo a aprender com eles. Estás
vivo! E a vida é adaptação constante, mesmo
para aqueles que já somam muitas décadas
no calendário…
o reconhecimento do cidadão, o exercício do
direito de voto, e a candidatura à presidência
da república, aos 35 anos.
Teríamos, então: A Força, O Eremita, A
Roda, O Dependurado, A Morte e a Temperança.
05-01-2009=2015=2+1+5=8
27-03-2009=2039=2+3+9=14
O segundo Período decorre portanto entre
a carta 8 – FORÇA – e a 14 – Temperança.
Curioso. Se alinharmos os arcanos maiores
do Tarot por ordem numérica em três linhas
paralelas, estas cartas correspondem exactamente ao percurso da linha do meio, que se
diz representar a idade entre a adolescência e
a maturidade a qual, nas sociedades actuais,
corresponde ao período entre a maioridade,
ACEITAM-SE PERGUNTAS PARA O TAROT: SE TEM ALGUMA, COLOQUE-A NO
FÓRUM DO JORNAL, NO MOODLE.
Professora Ana Luísa Quitério
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TOQUE DE SAÍDA
ANO 4 - Nº 10
FONTE DA SENHORA
“Está Mal”
Muitos de nós desconhecemos
a história da nossa terra e a origem do seu nome, Benedita. Pois
bem, reza a lenda que Nossa Senhora apareceu a uma menina
chamada Benedita, no sítio onde
hoje se situa a fonte justamente
conhecida por Fonte da Senhora.
Actualmente, a Fonte da Senhora, um dos maiores ícones da
Benedita, encontra-se degradada e cheia de lixo, proveniente
sabe-se lá de onde. Apesar das
promessas de arranjo que temos
ouvido ao longo dos anos, continuamos com a estrada cheia de
buracos e lama, e a fonte encon-
tra-se desprezada e esquecida no
tempo. Contudo, é um espaço que
se deveria melhorar, um local maravilhoso, agradável, muito verde
e maravilhoso para se estar com a
família, relaxar e passar uma bela
tarde.
É de lamentar o estado em que
se encontra a Fonte da Senhora,
porque é um espaço que devia ser
preservado e do qual todos poderíamos usufruir, proporcionandonos um agradável contacto com a
natureza.
Sílvia Lopes, ex-aluna do ECB
ENERGIAS RENOVÁVEIS
No âmbito do projecto EcoEscolas, a disciplina de Educação Tecnológica promoveu uma
exposição, no final do primeiro
período, sob o tema “Energias
renováveis são o presente e o
futuro”. Assim, todas as turmas
do oitavo ano criaram diferentes tipos de protótipos relativos às mais variadas fontes de
energia, como a solar, eólica,
biomassa, hidroeléctrica.
Foi escolhido o melhor trabalho, embora todos evidenciassem muita criatividade e,
sobretudo, muito empenho. O
trabalho irá ao Concurso Nacional 2008 de Eco-Escolas.
É um trabalho do 8º Ano, da
Turma G, uma Turbina Eólica,
cujo mecanismo foi todo manufacturado pelos alunos, com a
ajuda de um técnico em electricidade, como não poderia
deixar de ser, mas o mérito é
dos próprios alunos que levaram os trabalhos muito a sério,
dedicando-lhes muito esforço
e contando com alguma paciência por parte dos pais, necessária para controlar o entusiasmo dos filhos. Esperamos
agora que o protótipo dê a conhecer o nome da nossa escola a tantas outras.
A Escola é fixe
Professora Ana Duarte
Beatriz Serrazina, 11ºF
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protocolo de colaboração a semana das línguas no ecb