Pesquisa: Diagnóstico de Dificuldades na Abertura de Capital Para detectar as necessidades do mercado, a Gerência de Desenvolvimento de Empresas da BM&FBOVESPA saiu a campo durante os meses de maio e junho de 2008 com o objetivo de identificar as atividades a serem desenvolvidas pela Bolsa para o aperfeiçoamento do processo de abertura de capital. A pesquisa, qualitativa, reuniu 76 perguntas sobre as diversas etapas do processo de IPO, numa amostra de 25 companhias, todas com ofertas iniciais realizadas nos anos de 2006 e 2007, sendo 12 de São Paulo, 5 do Paraná, 4 do Rio de Janeiro, 3 de Minas Gerais e 1 do Rio Grande do Sul. Confira alguns resultados: 1. De quem partiu a idéia de abrir o capital? - para 22 companhias (88%), a idéia partiu dos próprios acionistas; - em 2 delas, a diretoria tomou essa decisão; - para 1 companhia, a iniciativa partiu do Conselho de Administração. Atividades criadas pela Bolsa: - Transição de sócios de empresas familiares para acionistas; - Imersão em abertura de capital; - Mentoria. 2. Por que a empresa não considerou a abertura de capital antes? - 48% responderam que não consideraram por conta de condições relacionadas à própria empresa (não tinha o porte necessário para ir a mercado; estava confortável com a situação; não se sentia preparada); - para 26%, a razão foi a falta de condições relacionadas ao mercado de capitais (falta de dinamismo do mercado; espera de uma “janela” de oportunidade); - em 13% das respostas, a empresa não considerou o assunto antes por causa de condições relacionadas ao setor de atuação (era desconhecido pelo mercado); - outras respostas representaram 13%. Pesquisa: Diagnóstico de Dificuldades na Abertura de Capital 1 Atividades criadas pela Bolsa: - III Encontro BM&FBOVESPA Mais; - Imersão em abertura de capital; - Café da manhã com executivos de companhias abertas; - Mentoria: Aconselhamento sobre Abertura de Capital. 3. Foi necessária uma mudança societária para o processo de IPO? - Quase metade (48%) das empresas ouvidas (12 companhias) precisaram fazer alguma modificação na estrutura societária visando à abertura de capital: 6 disseram que houve uma agregação de empresas, com a conseqüente formação de uma holding ou a incorporação de outras empresas do mesmo grupo de acionistas e 6 afirmaram ter sido necessária a desagregação de empresas ou negócios não relacionados ao core business ou não valorizados pelo mercado. Atividade criada pela Bolsa: - Criação da atividade Aperfeiçoamento em Legislação sobre Reorganização Societária. 4. A empresa montou o Conselho de Administração com antecedência? - 48% das empresas não possuíam Conselho de Administração antes da abertura de capital; e 28% precisaram realizar modificações como alteração da quantidade de conselheiros, substituição de conselheiros ou eleição de conselheiro independente. 5. Quais foram os principais critérios na escolha dos conselheiros? (respostas múltiplas) - 24 responderam que prevaleceram o conhecimento e a experiência em alguma área específica (finanças, IPO, gestão/estratégia, governança corporativa, operações etc.); - 8 delas priorizaram o conhecimento do conselheiro no setor de atuação de seu negócio; - 4 delas também apontaram como relevante a disponibilidade de tempo do conselheiro, reputação, relacionamento com o acionista controlador etc. Atividades criadas pela Bolsa (baseada nas respostas das questões 4 e 5): - Criação do Café da Manhã com Conselheiros de Empresa de Capital Fechado; - Criação da atividade Acionistas Controladores e Administradores: Deveres e Responsabilidades. Pesquisa: Diagnóstico de Dificuldades na Abertura de Capital 2 6. Você aconselharia uma empresa que está pensando em abrir o capital a fazer treinamento em alguma área específica? Qual? - Duas em cada três empresas (68%) responderam que sentiram necessidade de terem mais treinamento específico durante o processo de IPO. Considerando a respostas dessas 17 companhias, o resultado apontou que a área de relações com investidores (53%) era a mais carente de treinamentos, seguido pelos temas relacionados a governança corporativa (35%), mudança de cultura (29%) e obrigações da companhia aberta/Lei das S.A. (23%). Atividades criadas pela Bolsa: - Manter os cursos (RI, IFRS e Governança) e organizar uma nova atividade; - Visão Geral sobre a Legislação Aplicável ao Mercado de Capitais. 7. A empresa já era auditada antes da abertura de capital? - 19 companhias (76%) já eram auditadas antes da abertura de capital, contra 5 que não eram auditadas e 1, que não respondeu. Atividades criadas pela Bolsa: - Atualização sobre convergência de padrão contábil (IFRS); - Workshop Empresas: Divulgação de Informações. 8. A empresa já utilizava um banco de investimentos antes da abertura de capital? - Para 44% (11 respostas), não utilizavam, contra 40% (10 respostas) que já utilizavam. Outras respostas somaram 16%. Atividades criadas pela Bolsa: - III Encontro BM&FBOVESPA Mais; - Seminário Conheça o Investidor. 9. Houve mudanças no relacionamento com os stakeholders? - Acionistas: 40% das empresas entrevistadas afirmaram que houve mudança no relacionamento com os acionistas, 32% disseram que não houve qualquer mudança e 28% não souberam responder; - Bancos: 56% disseram que houve mudanças no relacionamento com os bancos ou que as condições de crédito/financiamento melhoraram e apenas 12% não notaram mudanças; Pesquisa: Diagnóstico de Dificuldades na Abertura de Capital 3 - Clientes: 44% não notaram mudanças no relacionamento com clientes; 28% disseram que sentiram mudanças (a abertura ajudou a ganhar clientes ou melhorou o relacionamento com os clientes existentes) e os outros 28% não souberam responder. 10. A companhia considerou válido fazer a reunião com a BM&FBOVESPA? - A maior parte dos entrevistados considerou válida e positiva a reunião, por esclarecer dúvidas, estabelecer contato com a Bolsa ou definir o cronograma. Atividade criada pela Bolsa: - Conheça a BM&FBOVESPA Pesquisa: Diagnóstico de Dificuldades na Abertura de Capital 4