Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados Federais, Registro que houve sensibilidade do governo de estabelecer critérios e vantagens para algumas carreiras da administração pública. Ocorre que parte significativa dela ainda não foi devidamente reconhecida. Se o Brasil mudou, cresceu e se desenvolveu, foi graças aos esforços da iniciativa privada que contou com a firme colaboração do serviço público. Mas nossas instituições públicas estão totalmente defasadas pelo arrocho salarial. Quando a sociedade aceita que esse processo de desmantelamento do serviço público esteja se repetindo a cada ano, com certeza é um indicativo para a implantação do caos institucional e para o aumento dos índices de atos criminosos entre nós. Desta nobre Tribuna, venho defendendo o reajuste salarial linear para todos os funcionários, da ativa e para os inativos, para que façamos justiça a essa valorosa classe que se desdobra ou que se desdobrou em passado recente em atender aos interesses do público. Urge que haja prontidão do governo federal em atender aos anseios de seus funcionários públicos a fim de que não ocorra um incêndio que venha contaminá-los com a desesperança, descrédito, angústia e, sobretudo, com o estresse. Tenho conhecimento de que o governo da União pretende enviar para este Parlamento, nos próximos dias, Projeto de Lei propondo reajustes de 16,5% a 45,98%, que irão incidir na folha salarial a partir do mês de fevereiro, garantindo recomposição de parte dos salários dos 327 mil servidores públicos integrantes do Plano de Classificação de Cargos, o conhecido PCC. Eu questiono: e os demais, não merecem consideração e respeito? Observo que esse projeto de reajuste, ainda que tardio, demonstra a sensibilidade das autoridades do governo federal, embora necessite da alocação e da aprovação de recursos suplementares no Orçamento Geral da União deste ano. Por enquanto, existe apenas R$ 460 milhões garantidos para o investimento em todo o PCC de 2006. Que todos nós, parlamentares de diferentes partidos, estejamos presentes e optemos pelo SIM em favor dos servidores públicos federais civis, pois isso servirá de balizamento para os demais funcionários do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, assegurando-lhes a recomposição do seu poder de compra. Defendo a manutenção do poder aquisitivo dos trabalhadores governamentais, cujos salários devem ser revistos a cada ano mediante aplicação de índice superior à inflação anual e igual para todas as carreiras, tanto para os ativos quanto para os inativos, segundo ordena a Constituição Federal de 1988. Senhor Presidente, solicito a Vossa Excelência que meu pronunciamento seja divulgado pelosórgãos de comunicação desta Casa Legislativa. Muito obrigado! DEPUTADO FEDERAL JEFFERSON CAMPOS – PTB/SP