SEGURO RURAL NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SOCORRO PÚBLICO - ASPECTOS NEGATIVOS • Elevado custo político • Baixa eficiência econômica • Elevado custo econômico/financeiro • Incentivo à cultura do inadimplemento • Não resolve o problema: •apenas prorroga a dívida •não cria mecanismos que viabilizem o bom equacionamento do fluxo CICLO VICIOSO DO SOCORRO PÚBLICO •Perda da Produção •Incapacidade de pagar o financiamento contraído •Dificuldade na obtenção de crédito para o plantio da nova safra •Sem produzir, não tem como pagar a dívida •Comprometimento do patrimônio e do investimento ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DO SEGURO RURAL •Contribui para a estabilização da renda rural estimula investimentos minimiza o êxodo rural maior coesão e estabilidade na área rural •Facilita o acesso a instrumentos financeiros Colateral para acessar o crédito a taxas mais compatíveis Acesso ao mercado de capitais •Induz ao uso de tecnologias adequadas •Elimina ou minimiza a necessidade de socorro público RISCOS AGRÍCOLAS E INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO Riscos Agrícolas Instrumentos de Proteção Oscilação de Preço Variação da Taxa de Juros Variação da Taxa de Câmbio Riscos Climáticos Mercado Futuro e de Opções Agrícola Seguro Pecuário Aquícola Florestal Riscos Ambientais Seguro de Responsabilidade Civil RISCOS CLIMÁTICOS • SECA • CHUVAS EXCESSIVAS • Granizo • Ventos fortes • Variação excessiva de temperatura • Geadas • Incêndio • Raios SEGURO RURAL – MODALIDADES • Agrícola • Pecuário • Florestas • Aqüícola • Penhor rural • Benfeitorias e produtos agropecuários • CPR • Vida do Produtor TIPOS DE SEGUROS AGRÍCOLAS • Danos: oferece garantias contra riscos específicos: geadas, granizo, etc. • Produtividade: indeniza a diferença entre a produção garantida e a obtida, tomando-se como base um preço fixo. • Renda: garante a renda (produtividade x preço), na qual o preço é determinado pelo comportamento do mercado. • Índice ou Paramétrico: as indenizações são pagas em função do comportamento de uma variável prédeterminada: chuva, falta de chuva, temperatura, etc. SEGURO DE DANOS Vantagens Cobre apenas os riscos com maior probabilidade de ocorrência em cada região. Desvantagens Não indeniza eventuais perdas de produtividade. SEGURO DE PRODUTIVIDADE Vantagens Garante a cada segurado uma produtividade personalizada, estabelecida a partir de informações obtidas na exploração do próprio segurado. Desvantagens Não cobre oscilação de preços dos produtos. Elevado custo administrativo, pois requer conhecimento da produtividade individual de cada produtor. Necessita de histórico do agricultor nem sempre disponível. SEGURO DE RENDA Vantagens Cobre tanto os riscos climáticos como os de oscilação de preço e produtividade. Desvantagens Elevado custo. SEGURO DE ÍNDICE OU PARAMÉTRICOS • Permite gerenciar os riscos correlacionados com fenômenos climáticos, como seca e chuva, em determinada região • A avaliação do risco se realiza regionalmente (ou micro regiões) e não de maneira individual • O sinistro ocorre (por faixas) quando se atinge um nível da variável climática: Seca: quando as chuvas se situam abaixo de um certo nível (por cultura) Excesso de chuva: quando o índice pluviométrico ultrapassa um certo nível. SEGURO DE ÍNDICE OU PARAMÉTRICOS • Diminui os problemas relacionados com a seleção adversa e o risco moral • Tem custo operacional significativamente menor que os demais modelos, uma vez que não há a necessidade: Inspeção in loco Conhecimento da produtividade individual dos produtores FLUXO DO SEGURO / RESSEGURO ... Transferência do prêmio e do risco Ressegurador Ressegurador Ressegurador Ressegurador Produtor Rural Seguradora Ressegurador Ressegurador Ressegurador Ressegurador Recuperação dos recursos Ressegurador ... DIFERENTES FORMAS DE TRANSFERIR RISCO Stop loss Proteção Sinistro Proteção = R$ 100 30 % Seguradora • 1ª Faixa = 30% (risco seguradora) 70 % Resseguradora A seguradora contrata proteção tipo stop loss junto à resseguradora 70% do prêmio = R$ 7 • 2ª Faixa = resseguradora) 70% (risco 30% do prêmio = R$ 3 Prêmio = R$ 10 10% da proteção Faixa com alta frequência DIFERENTES FORMAS DE TRANSFERIR RISCO Proporcional Sinistro Proteção Proteção = R$ 100 A seguradora contrata proteção tipo proporcional junto à resseguradora 30% 70% 30% 70% • Seguradora fica com 30% do risco Recebe R$ 3 de prêmio • Resseguradora fica com 70% do risco Recebe R$ 7 do prêmio Prêmio = R$ 10 10% da proteção Seguradora Resseguradora Seguro Rural no Brasil PRINCIPAIS ATORES • Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) • IRB Brasil Resseguros S.A. (IRB Brasil- Re) • Comitê Gestor do Seguro Rural (MAPA) • Sociedades Seguradoras • Resseguradoras estrangeiras • Corretores de Seguros BREVE HISTÓRICO Lei nº 2.168/1954 • instituiu o seguro agrário – destinado à preservação das colheitas e dos rebanhos contra os riscos que lhe são peculiares; • instituiu o FESA - com a finalidade de garantir a estabilidade do seguro agrário e atender a cobertura suplementar dos riscos de catástrofe; • autorizou a criação da Companhia Nacional de Seguro Agrícola – CNSA; BREVE HISTÓRICO • DL 73/1966: extingue o FESA e cria o FESR – com as mesmas finalidades; • 1969 Criação da COSESP; • Lei nº 5.969/73: institui o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO; • RESTRIÇÕES DO FESR fundo de natureza orçamentária; indisponibilidade de seus recursos tempestivamente; baixa adesão das seguradoras e resseguradoras. SEGURO AGRÍCOLA – PRÊMIOS & SINISTROS R$ milhões 150 100 Prêmios 50 Sinistros 0 -50 -100 -150 -200 1995 1997 Seguradoras 1999 2001 2003 Ressegurador as 2005 2007 LEI Nº 10.823/03 E DECRETO Nº 5.121/04 • O poder executivo foi autorizado a conceder subvenção econômica ao prêmio do seguro rural • Instituído o programa de subvenção ao prêmio do seguro rural • Criado o comitê gestor interministerial do seguro rural – CGSR EXPECTATIVAS COM O PROGRAMA • Massificar as contratações do seguro rural • Reduzir o valor do prêmio • Estabilizar a renda dos produtores • Facilitar o acesso ao crédito rural • Diminuir a demanda por renegociação e prorrogação de dívidas • Induzir o uso de tecnologias adequadas PERCENTUAIS SOBRE O PRÊMIO % de Subvenção Limite Financeiro Agrí cola Grupo I Agrí cola Grupo II m ilho segunda safra e trigo 60 aveia, canola, cevada, centeio, sorgo e triticale 50 Feijão 60 Algodão, Arroz, Milho e Soja Abacaxi, alface, alho, am endoim , batata, berinjela, 50 beterraba, cana-de-açucar, cebola, cenoura, couveflor, girassol, m orango, pepino, pim então, repolho, R$ 32.000,00 R$ 32.000,00 40 tom ate e vagem Agrí cola Grupo Maçã e Uva 50 Am eixa, café, caqui, figo, goiaba, Kiw i, Laranja, 40 III R$ 32.000,00 Limão e Dem ais cítricos, nectarina, pêra e pêssego Pecuário 30 R$ 32.000,00 Florestas 30 R$ 32.000,00 Aqüícola 30 R$ 32.000,00 RESULTADOS DO PROGRAMA EM 2006/2007 ATIVIDADE BRASIL AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL SUL AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL CENTROOESTE AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL SUDESTE AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL NORDESTE AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL NORTE AGRÍCOLA PECUÁRIA FLORESTA TOTAL Nº OPERAÇÕES SUBVENÇÃO PRÊMIO IS ÁREA mil unidades R$ milhões R$ milhões R$ milhões R$ milhões 2006 21,67 0,09 0,02 21,78 16,54 0,06 0,00 16,61 1,62 0,01 0,00 1,63 3,48 0,03 0,01 3,52 0,02 0,02 0,00 0,00 0,00 - 2007 31,28 0,25 0,10 31,64 21,48 0,12 0,02 21,63 4,21 0,02 0,01 4,24 5,47 0,10 0,07 5,64 0,12 0,01 0,00 0,13 0,00 0,00 0,00 0,00 2006 30,9 0,1 0,1 31,1 2007 59,9 0,5 0,5 61,0 2006 68,3 0,4 2,4 71,1 2007 123,2 1,8 2,8 127,7 2006 1.469,0 12,6 1.387,7 2.869,3 2007 2.472,8 56,2 177,0 2.706,0 2006 1,4 0,1 1,6 2007 2,2 0,1 2,3 20,7 0,0 0,1 20,8 37,8 0,1 0,2 38,1 46,0 0,1 2,0 48,2 77,4 0,5 0,8 78,7 958,3 5,9 1.335,5 2.299,8 1.407,7 17,2 48,4 1.473,3 0,9 0,1 1,0 1,1 0,0 1,2 5,5 0,0 0,0 5,6 11,7 0,0 0,1 11,8 11,2 0,1 0,3 11,6 23,7 0,1 0,3 24,1 323,5 2,3 8,0 333,8 608,9 5,1 12,9 626,9 0,4 0,0 0,4 0,7 0,0 0,7 4,5 0,0 0,0 4,6 9,9 0,3 0,3 10,5 10,8 0,2 0,1 11,1 21,0 1,1 1,4 23,5 182,9 4,5 24,2 211,5 430,2 32,4 98,3 560,9 0,1 0,0 0,1 0,3 0,0 0,3 0,1 0,1 0,6 0,0 0,0 0,6 0,2 0,2 1,1 0,0 0,2 1,3 4,3 4,3 26,0 1,1 17,5 44,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - 0,0 0,0 - 0,0 0,0 - - - 0,4 0,4 SUBVENÇÃO POR PRODUTO (em R$ mil) OUTROS: 5.388 TRIGO: 3.753 UVA: 4.758 SOJA: 27.922 MILHO: 8.299 MAÇÃ: 10.841 PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO ANOS Recursos (milhões) Número de produtores (mil) Número de apólices (mil) Capital Garantido (bilhões) Área coberta Ha (milhões) 2008 160 72 82 7 5,9 2009 270 121 138 12 10 ENTRAVES AO DESENVOLVIMENTO DO SEGURO RURAL • • • Ausência de cultura do produtor em contratar essa modalidade de garantia; Inexistência de oferta de produtos de seguro em todas as regiões produtoras; Concorrência do Proagro: Custeio pecuário: adicional de 1,2% Culturas permanentes: cana-de-açúcar 2,3%; frutas 3,5% e café 4,7%; Lavouras irrigadas: cevada e trigo 2% e demais lavouras 1,7%; Lavouras de sequeiro: Amendoim, algodão, mamona, mandioca, milho e soja 3,9%; Arroz e feijão 6,7%; Girassol e sorgo 5,5%; Cevada e trigo 5%; Cobertura: a partir de 70%. MEDIDAS PARA A EXPANSÃO DO SEGURO RURAL • Pelo lado da Demanda: Alteração no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural Financiamento da parcela do prêmio não contemplada com a subvenção Aumento no limite de crédito rural para a cultura segurada Disponibilização de recursos pelo Congresso Melhoria na divulgação dos índices de produtividade Parcerias com governos estaduais MEDIDAS PARA A EXPANSÃO DO SEGURO RURAL • Pelo lado da Oferta: Abertura do mercado de Complementar nº 126/07) resseguros (Lei Criação do Fundo de Catástrofe em substituição ao FESR Qualificação de profissionais para atuar na regulação de sinistros Criação e manutenção de banco de dados PROTEÇÃO CONTRA EVENTOS CATASTRÓFICOS Fundo de Estabilidade do Seguro Rural Fundo de Catástrofe FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL - FESR • • • Gestão: IRB Brasil Resseguros S.A. (IRB-Re) Participantes: IRB-Re e companhias seguradoras Finalidade: garantir o equilíbrio das operações do seguro rural e atender à cobertura suplementar de catástrofe • Fontes de Recursos: resultado positivo das seguradoras e do IRB-Re nas operações dos ramos agrícola, florestas, penhor rural, aqüícola e pecuário crédito especial da União em caso de insuficiência FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL - FESR • Apuração dos Lucros: resultado positivo das modalidades agrícola, pecuário, aqüícola e florestas (30%) e penhor rural (50%) • Recuperação dos Prejuízos: 1ª faixa: sinistros retidos que exceder a 100% dos prêmios ganhos, limitados a 50% 2ª faixa: sinistros retidos que exceder a 250% dos prêmios ganhos penhor rural: sem limite para os sinistros que exceder a 100% dos prêmios ganhos FUNCIONAMENTO DO FESR ... ... FESR Índice de Sinistralidade 2,5 Inibe a participação de resseguradora Resseguro 1,5 Indenização a ser Paga (seguradora) FESR 1,0 Seguradora A seguradora limita a sua perda à sua receita FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL Deficiências Tópico Hoje Problema Gestão IRB Inibe a participação de outros resseguradores Princípio Estabilidade da carteira das seguradoras Incentivos “erráticos” à subscrição Forma de Cobertura Indenização à seguradora mesmo com sinistralidade < 1 • Incentivos “erráticos” à subscrição • Inibe o resseguro FUNDO DE ESTABILIDADE DO SEGURO RURAL Deficiências Tópico Hoje Problema Imprevisibilidade na tempestividade do pagamento da indenização Disponibilidade Financeira Dotação Orçamentária Contribuições Percentual sobre o lucro • Subsídio cruzado • Ineficiência econômica Apoio Público Isenção de tributos nas operações de seguro rural • Subsídio implícito e pouco eficiente • Ausência de transparência FUNDO DE CATÁSTRAFE • Projeto de Lei Complementar nº 374/08 Respaldo legal mínimo necessário Risco de incluir a regulamentação no PLP Entraves à operacionalidade do instrumento • Regulamentação Decreto Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Composição: MF, MJ, MPS, Susep, CVM, e BCB. Participação ativa do Ministério da Agricultura FUNDO DE CATÁSTROFE Tópico Gestão do Fundo Princípio Forma de Cobertura Novo Modelo Vantagem Privado, sob a forma de consórcio de seguradoras • Elimina restrições existentes para soc. De economia mista Proteção contra catástrofe • Melhora subscrição • Incentiva a participação de resseguradoras Stop Loss • Incentiva a participação de resseguradoras • Incentiva à boa subscrição • Incentiva a participação de resseguradoras FUNDO DE CATÁSTROFE Tópico Novo Modelo Disponibilidades Reservas constituídas, disponíveis para pgmt. Financeiras de indenizações Contribuições Apoio Público Percentual sobre o prêmio, baseado no risco Subvenção eventual Garantia suplementar Isenção dos tributos federais ao consórcio Vantagem • Tempestividade no pgmt. de indenização • Incentiva participação de seguradoras • Eficiência e transparência na contribuição • Fim do subsídio cruzado • Subsídio transparente e eficiente FUNCIONAMENTO DO FUNDO DE CATÁSTROFE 3,2 Índice de Sinistralidade 3,0 Aumentar o prêmio para a média de longo prazo ficar abaixo de 1,00 o que torna o seguro muito caro, afastando o interesse do produtor x O fundo de catástrofe elimina o efeito catastrófico, viabilizando a operação Média 10 anos > 1,00 1,0 0,5 Período de 10 anos Média 10 ano < 1,00 FLUXO COMPLETO DA OPERAÇÃO Proteção Produtor Rural Ressegurador Responsabilidade do Fundo de Catástrofe R$ 1000 Seguradora Fundo de catástrofe R$ 800 Responsabilidade da Resseguradora Responsabilidade da Seguradora R$ 170 R$ 30 OBRIGADO WELINGTON SOARES DE ALMEIDA Diretor Departamento de Gestão de Risco Rural – DEGER Secretaria de Política Agrícola - SPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA E-mail: [email protected] Fone: 0xx-61 3218-2266