Especial 20/09/2005 Em seminário no Senado, Matilde Ribeiro afirma ser cedo para verificar resultados de política de igualdade racial O seminário internacional "Ações Afirmativas nas Políticas Educacionais" foi aberto na manhã desta terça-feira (20), no auditório Petrônio Portela, com a participação da ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Ela afirmou, em entrevista durante intervalo do seminário, que as coisas estão mudando, mas que não há ainda grande impacto nos índices de qualidade de vida como resultado dessa política. O objetivo principal do seminário é avaliar os quatro anos da aplicação da proposta do governo brasileiro para a promoção da igualdade racial, apresentada em setembro de 2001, na III Conferência Mundial contra o Racismo, realizada pelas Nações Unidas em Durban, na África do Sul. Matilde Ribeiro disse que quatro anos é muito pouco se comparado com o tempo em que a postura racista imperou no país, mas destacou que o Estado brasileiro está formulando os instrumentos legais para reparar essas injustiças. - Estamos trabalhando na implementação da Lei 10.639, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas de níveis médio e fundamental, e na tentativa de ver aprovado o projeto de lei que prevê reservas de vagas nas universidades para alunos oriundos das escolas públicas, garantindo vagas para negros e indígenas declarou Matilde Ribeiro. O seminário, que se estenderá até quinta-feira (22), é uma promoção do Ministério da Educação, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara. O presidente dessa comissão, deputado Paulo Delgado (PT-MG), coordenou a abertura do evento, ao lado da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Política para Mulheres. Também participaram representantes do Ministério da Educação, Ronaldo Teixeira da Silva, e da Unesco, Catherine Grigsby.