Microalbuminúria - Detectando os primeiros sinais de
alteração da função renal.
Fisiologia
O ser humano possui dois rins de cor vermelho-escuro em forma semelhante ao grão
de feijão. Nos adultos os rins medem em média 12 cm e pesam de 130 a 170g cada
um. Localizam-se nas costas um de cada lado da coluna e são protegidos pelas
últimas costelas.
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MICROALBUMINÚRIA
Diariamente passam pelo rim aproximadamente 1.200 a 2.000 litros de sangue que
chegam através das artérias renais. No interior dos rins, as artérias dividem-se em
vasos, cada vez menores, até formarem um enovelado de vasos muito finos que
constituem o glomérulo. O glomérulo é a unidade filtradora do rim, que vai eliminar as
substâncias indesejáveis ao organismo através da urina. Existe aproximadamente
um milhão de glomérulos em cada rim.
Quando um paciente é portador de Diabete Mellitus seus rins estão mais susceptíveis
a sofrer algum dano (nefropatia diabética). Portanto é necessário que se faça um
monitoramento regular da função renal saber se há evidências de alguma falha no
processo de filtração executado pelos rins.
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O teste mais utilizado para realizar esse monitoramento é a dosagem da albumina na
urina através de método com alta sensibilidade comumente chamado de
MICROALBUMINÚRIA.
O que o teste avalia
A albumina é uma proteína que normalmente está presente em grande quantidade na
circulação sangüínea. Em condições fisiológicas, devido a seu peso molecular
(68KD) e ponto isoelétrico a albumina não é livremente filtrada pela rede de capilares
dos glomérulos. Além disso, a albumina sofre reabsorção tubular o que a faz estar
presente na urina em quantidades muito pequenas, ainda que seja a principal
proteína urinária devido à sua elevada concentração no plasma.
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MICROALBUMINÚRIA
Em pacientes com diabetes mellitus existe um período de latência entre o início da
lesão glomerular e a doença renal instalada.
Durante essa fase, a lesão é evidenciada pela excreção aumentada da albumina na
urina. Essa quantidade, no entanto, é muito pequena para ser detectada pelos testes
laboratoriais convencionais, mesmo nas investigações de proteinúria nas 24 horas.
Por isso a turbidimetria ou outro método mais sensível é preferível para proceder à
investigação, visto que os testes de bioquímica tradicionais só conseguem dosar
albumina na urina em concentrações acima de 150 a 200 mg/L.
A microalbuminúria pode então ser definida como uma persistente elevação da
albumina urinária que ocorre antes da manifestação clínica da proteinúria, detectável
pelos métodos tradicionais. Estudos relatam a manifestação da microalbuminúria 5
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Sobre o método
O método mais adequado para da dosagem da microalbuminúria é a coleta da urina
num período de 24h. Pode-se também fazer a dosagem em coleta ocasional (amostra
isolada de urina), nesse caso o resultado deve ser expresso em função da creatinina
dosada nessa mesma urina.
Como os níveis de albumina podem variar diariamente, idealmente deve-se dosar
pelo menos 3 amostras em datas variadas no período de 1 mês, e pelo menos 2
dessas amostras devem ser positivas para a confirmação do diagnóstico de
microalbuminúria.
Valores de Referência
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MICROALBUMINÚRIA
A presença de microalbuminúria identifica os pacientes com maior risco de
desenvolvimento de nefropatia diabética. A incidência de nefropatia diabética é de
aproximadamente 30% para pacientes com diabetes mellitus insulino-dependente
(DMID) e varia entre 25% e 60% entre pacientes com diabetes mellitus Tipo II nãoinsulino-dependente (DMNID).
Entre pacientes com DMID, a microalbuminúria prediz o desenvolvimento de
proteinúria persistente em 80% e grave lesão renal subseqüente. Em contraste, a
maioria dos pacientes com excreção de albumina urinária menor do que 30 mg/dia
permanece saudável.
O risco de progressão para doença renal em pacientes com microalbuminúria é 20
vezes mais alto do que nos pacientes com excreção normal.
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Interferentes
A excreção de albumina é mais alta em fumantes do que em não-fumantes e diminui
30-50% durante a noite, possivelmente devido à pressão sangüínea e a taxas de
filtração glomerular mais baixas à noite.
Exercícios físicos intensos, infecção urinária, doenças agudas são fatores que podem
levar a resultados falso-positivos de proteína na urina.
A hipertensão é o principal fator preditivo para o desenvolvimento de
microalbuminúria. Recentes estudos acompanharam pacientes que cursavam com
microalbuminúria, hipertensão, resistência periférica à insulina e hipertrofia renal e
cardíaca. O risco de macroalbuminúria (>300 mg/24 h) e de declínio da taxa de
filtração glomerular é de 80% em 10 anos, em comparação aos 5% de risco desse tipo
de evolução verificados nos pacientes que cursam com normoalbuminúria. Já nos
pacientes diabéticos com microalbuminúria, normotensos ou em tratamento precoce
com anti-hipertensivos com inibidores da enzima angiotensina convertase, observase um retardo no início da macroalbuminúria e na diminuição da taxa de filtração
glomerular.
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MICROALBUMINÚRIA
É recomendado que os pacientes diabéticos pesquisem a microalbuminúria
pelo menos uma vez ao ano.
Referências
- BOTTINI, Paula Virgínia et al. Utilização da relação albumina/creatinina no diagnóstico de
microalbuminúria. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 41, n. 2, Apr. 2005 .
- Gisberg JM et al. Chang BS, Matarese RA, Garella S. Use of single voided urine samples to estimate
quantitative proteinuria. N Engl J Med. 1983; 309:1543-6.
- www.diabetes.org.br/index.php
- www.sbn.org.br
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