490 DES FNVCLVIf'lEI-.J'fC DF lm HEA'I' Cf-\ PA Hi\ t·:LE'l'H() L[ ~) E ÍGNEA DE ~JETA IS DE TEI\ HMci HA H,\ S T . A . C . llestLvo 1 ; 1:: . j . . Pcss 1nc 2 Foi desenvolvido um r e a ta r elctrolitico q ue p ermi t e a co n duç~o da el e trblis e man t en do um grad i en te de te mp e ratura e ntr e a s r egi~es de r eduç~o eletro l i tic a e de co l e t a do meta l n o estado sb lido. C~rio me t~ li co c om baixo teo r de impur e za s f oi pre p nr a d~ em eletrbli lo fund ido de CeCl 3 - NaCl + KCI ( 1: 1 molar). Com ali m ent a c~o co n tin u a , h~ um a um ent o satisfatb ri o do r end im e n to met ~lic o do p roc es so. ELFCTRCLYT IC HEACTC'R DEVELOPMEN'I' FCH RARE EAH TH FUSED S/\LT 1-:LECTfWLY S IS A e l ec tr o lyt lc reactor vessel ha s be e n devcloped to operate wit h a ~ e mper a turc gra di ent between t h c elect r o lytic r e duc t i on r e g i on and a so li d sta t e met al [roz c n col l ecli n g reRion . Me tallic ce rium has b ce n p rep a re d wit h low im pu r ity con t en t in a CcCl 3 - NaCl + KC l (1 :1 mol a r) moltc n c lectrolyte. Th c me tallic y icl d of th e pr oc c ss was in c re as ed u s ing continou s sa l t mix tu r e feed . 1 2 • c oord e nador i a d e Eng en ha ria e Ci~nci a d os Mate r ia is /I n sti tut o de Pcsq t1i sas Energ~t i cas e Nu c l eare s, Travessa R , n ~ 400, S ~o Pau lo - SP , Brasil; CEP 05 50 8 . 491 INT RO DUÇÃO Os m~ta l s de ler·ras r·a r'GtS , ou lnntan i de:Js , Lt"' m encont rad o estas , destacar1J -t;e os im~s pe r·mart e ntes Nd-F~-s e S rn -C~o , as li gas de Al, Mg e o refin o do aço (dcss ulfuraç ~o) . 1\s consid<'t;,v, ;i r·cscrva.s bro.:3i.lci t'<•:.-; do rnincr•;Jl rnona3ila (33f3 mil t) senvo lvi mentc •.'c pt'ocessos cie obte nção elos metais. O presen[0 tr~b a l ho apre s e nt a , de fo~~H concisa , o dese n - volvirn cnto .::·; u m proces so de obtC> rll;ã.o dos mct<"is r.!P. ras por elc t:·bli.se de saj.s ter' r· a s-ra p a r é< f'ur1didos , berr1 corr1o o r eato r· conduzi - lo. Os com p ost os de terras raras, como bxiclo s G h a l etos , estao e n tre os mats est irveis t e rmodinarn icamente . f'or e x emp l o ,' CeO, CeCl , aprese n r_am en e r· gias l .iv r es padrÕes cl<e f or·mação de -1 0 1 9 kJ /mo l 0 1 e - ':>56 kJ í mol Cl,, r es pe ctivament e , a ll OOK ( 1). tes valon's s~'o e m.H i c; nega t iv os q u e os corr·esp ondent e s Es campo_::;_ tos de Al e Mg , que, por sua v ez , sao de d l fÍ.c i l redução para o meta l, so obtido em processos de a lta energi a , como ele - a trblise . PortA nLo, os compo stos de terras rar as são ai nda mais est~v eis que a~ue l es d e Al e Mg , e e nt~o de r edução mais difi c i l. A r ed u ç~o ca r·bot~rmica d os compo stos de terras ra ras e pr~ blem~ t i ca , dev i do ~ m a io r estabi l idade termodin;m i ca destes compostos e m re l aç;o ao g~s CO , e ~ tend~ncia de for maçio de carbetos na reaç;o (2). Ass im, os rn~todos de obtenção de metais de terras mais impo rtantes s~o lim itados a: 1 . Eletrblis e de sa i s fundido s raras 492 2. Reduç~o metalo crnica com Ca ou outro Jn('té-Jl rnuit-_o eletroposi tivo. A eletcéd i ~-·rn sistcrnE1::=; aquoso~:; par·ct de ,k·posic~ao metaL;::_; de terras raras e dificultada pela deposiç~o preferencial do hi drog~nio. Quanto a eletrblise em sais fundidos, do1s sistemas sao mais tJtillzatios: misturas de cloretos de terr·as rétr~is tos de metais alcalinos e alcalinos t:erTosos e, mistura dé' fluo r·etos de ter·r~as rarus e de rnetais alcalinos t' e clore Lcrr·o- ~lcalinos com adic~o do bxido de terras raras. sos, Os l abocaté..Jrios cio ''Bucea.u ()f Mjnps'', vada, nos E.U.A. tradicionalmente tem pesquisaclo o sistema fluoretos e bxtdo (3, 4), enquanto que outros laboratbrios tem di1·ecionado o processo de preparaç~o de meLais de terras raras em sistemas de cloretos (5-7) o O sistema e!';colhiclo paca iniciac as pesquisas foi de cloce tos:CeCh+NaCl+KCl (1:1 molac).Cls clocetos ck séJclio e potássio adequados pois possuem potenciais de decomposiç~o mais sao nega ti- vos que CeCl,. Um estudo mais amplo deve ser desenvolvido onde novas composiçoes serao ensaiadas (LiCl, CaC 1,, FlaCl,, etc.) ainda dentro da rota de eletrblise de clocetos. Al~m disso,est~ previsto o estudo para a rota de fluoretos e bxidos fundidos. As vantagens dos cloretos sobre os fluoretos situam-se quest~o do menor custo dos primeiros, de materiais da c~lula, e de menores requisitos ja que os clocetos causam menor corrosivo que os fluoretos. na A grande desvantagem est~ ataque no alto car~cter higroscbpico dos cloretos. O metal cerio foi escolhido paca iniciar as experiencias, pois tem o menor ponto de fus~o dentre os metais de terras ra- 493 ras í8C4 ) , o nu• · propo rciona a u tilização ele t'ea tor·e s eletro l i tico s men os so fistic aclos . PARTE EXP ER IM ENTA L Desenv olvime nto do Re ator E letrolit ico O reator· elet ro li tico foi tot a lmente proJetado , cons tr·ui do e mont ado no ~r~p ~io lPE N- CNEN/SP . Fo i construi do para condu - zir e letr6l ises ta n to n o sis tema de clo retos como no de fluore tos e bxid o . A figura 1 mos tra um esque ma do r eator· e do s eq u! p amento s a ele acop l a do s . As caract er isticas especia is, a guir· , est i"io ,.st-r-itamenLe r· e lac io n ad a s com as propr iedades se dos metais e h alelos ele terr as raras: 1 . Caclinh o de Grafite : bom d esempen t1 o q uan to ao ataq ue corrosi s ivo dos clo retos fundidos e se u s vo l ~teis . 2 . De posição elo metal no e stado liqu ido : requ erido para formar produto de b a ixa sup erf icie es pec ifica, ou seja , metal massivo , de ba ixa contaminação e p o u ca reativi dade com o o xi g~ n io . 3 . C~t odo de t ungst~nio e ~no do de graf ite: s istem ao ata que do me ta l mater iai s qu e re- liqui do e dos cloret os. 4 . Co l eta do metal em forma de nÓdulos no fun do do cad inh o , so bre uma camada de sal solidificada (refriger ação no fundo do cadinh o) : esta técnica permi te a solidif icação das gotas metál i cas proven ient es do cátodo, sem que o metal entre em co ntat o com o g rafit e , resu l tando e m prod u to de alta pure - za . S. Fusão a arco e létri co: e ntre doi s elet rod os de graf it e, te é sais . o método ma is f ác il e rápido d e inici ar a fusão es dos I I n FONTE OE COR RENTE JOO AC I _I~ v '~ <-----1~1 I .JY I ,J, FONTE +DC ~ DE TENSÃO Q TR A P AC DE CALOR (COBREI FIGURA I. ESQUEMA DO EQUIPAMENTO E2] TIJOLOS ISOLANTES [{J LÃ MINERAL A ...'-" 495 6 . Aq u ecime nto po r d i ssipar aç~o de pot~ ncia por Ffeito Jo u l e ncc t:s sar i o pa ra estabel ece r· um gradi ente ele temp e r· at ur as rre o to po e o fun do el o banh o ; n~o necess i ta da en i.nsta l aç~o de um f o rno na CEAC, cujas r es ist~n cias n~o sup o rt ar i a m co rro sao por HCl; diminu i tarnb~m a contamina ç~o do a banh o pois o ca l o r ~ gerado dentro ela me sma . Este pro cedime nto tam b~m ~ uma fo rma de geraç~o de ca l o r u t iliz ada e m c~lu l as in dus t r .i. a is . 7 . S i stema d e 3 elet r·odos ( f i g u ról. 2) : t~c nic a u sada para apl~ ca r corre nte co n tin u a e a l ternada , de duas f ontes d i sti nt a s . 8 . Alim e nt a dor de pbs: pos sibilita o ca rregament o de durante a e letrblise, mais sa l d e form a a manter a compo s i çao do ba nh o apro ximadamente c o n stan te (fig ura 3). 9 . câmat'a de Eletrb lis e sob Atmosf er·a Controlad a (CEAC) : Con s - tr u ida e m a ço i nox i d ável , poss ui v e daçÕes para v ác u o na tam pa, nas partes mÓveis e n as peças acop l a d as . As pared es l a t e rais s~o r e frigeradas a ág u a . O in t e rior e com posto de um trocador de calor de cobr e , sobre o qual e posici o n ado o ca di nh o de g r a fite, que por s u a v e z e envolto e m tijo l os iso - lantes . A tampa do cadinh o ~con f e ccionada em mulit a . Os e le trodos podem ser movim e n tados v e rtic almenté a t r a v ~s de sistema de ac ionament o ma nu al . O a limentador vibr atÓrio pÓs ~ aco plado ~ tamp a da c~mara , permitind o q u e o sa l um de ad i - cio n ado caia diretamente sob r e o ban h o a t rav ~s d e u m t ubo de mo n e l. Dois termopares são utilizados : um dentro do banho outro no fundo do cadinho. A câmara ainda possu e e ntr ada e p~ r a argo nio e saida para a b o mba de vácuo. As fontes de energia utili zadas sao : maquina de so lda TIG AC 300A/7 5 V e uma fbnt e DC 50 A/1 2V. Estas s~o l igadas ao reatar atrav~s de 3 "l ead throu g h" s i t u ados na tampa da câm ara 4 96 ~ADINHD_ ~ -·· --·- ·- ---- · - ,--- TUBO CC FIGURA DE - - - --- - ---~ ALIMENTAÇÃO _______ ________ 2 _ ESQUEMA - _ __j DE LIGACOES ELÉTRICAS ELEMENTO VIBRATÓRIO +PÓ FIGURA 3_ ALIMENTADOR OE SOLUTO EM PÓ ÇA 497 Operação Ti p ica de E letrodeposição O eletrÓl i to utilizado é u ma mistura d e Ce Cl, + NaCl + KCl (1: 1 mol<-1r) . O clo r' eto de cer io CeCl 3 e obtido no IPEN (8) a parti r do h id rÓ xi do d e c 6rio fo rn e ci do pel a Nucl emon. As ma io res im pu r e z as d o Ce C l 3 s 8o ou t ra s terras rar as ( 1 %), Fe(0,025%),Ca(0,05 %) e Mg ( 0 , 0 04 5%1 . Os cl oreto s d e sÓd i o e pot~ssio utilizado s ap r~ s en tav a m gr a u PA . A mistura de s ai s e carre~ ad a no cadi nho e deixada em f a & 55°C, por pe l o men o s 1 d ia . O cadinho ~ então estu pos ici on ado na camare , o_u e é f ec had a e fei to v~cuo . A fusão inici a -s e, se·) a tm os fe ra d e ar g 6ni o , a brindo um arco elétrico entre os eletrodos. ApÓê a fo rmaç ~o d e um a poça de s al fundido, mergulham- s e os el e trodos , e o a quecimen t o pross e gu e em corrente a l tern ada p or dissip aç ;o de pot~ncia no banh o por Efeito Joule. PrÓximo a t emp e r at ur a r e que ri da (850 °C ) a co rr en te co nt in ua é acion a da e n t re o cátodo de tungs tên io e um dos eletrodos de g rafite (ân od o) , i n i c ia n do a c le trÓ l ise . ApÓ s a e l etrÓl i se , o r eatar e a be rto e os nÓdulos de cer io met ~ lico s ~o r ec up e rad os n o fu nd o do cadinho. RESULTA DO S Os r e sul t ados , e m funç ão da e fic i ~nc i a de corrente , sao mo s t r ado s n a tabela T, banho, par a 4 corridas de diversas composiçÕ es se n do um a com alimentação intermitente de CeC 1, . As ciências d e corrente são calculadas pela razão entre a e fi m2.ssa dos nÓdulos e a mas s a teÓrica sendo esta calculada pela Lei Faraday. de de ii 49 8 TABELA I - Efic iê nc i a d~ c:o r-ren t-= x teor· de CeC 1 3 CORRIDA % CeC I, CEC- 06 CEC-09 CEC-11 CEC -1 6* 30 40 50 40 n o e l e trÓ l i to . Ef l Ci fNCl A DE CO RRENT E (% ) 25 , 5 42, 8 60 , 7 '16' 8 O produto me t á l ico foi anali sado po r té cn i c as vol u métrica s , para a determi naç~o do teor de cér io. As im pur e z a s fo ram d et er minadas por espectrografia d e em i ss~o s e miquan t it a t iv a (imp ur e z as gerai s ) , cromatogr afia gasosa (teor d e C ) e , e m a l gumas r i das, o pro dut o fo i tamb é m an alisa do por a tlv aç~o de c o~ n~u tro ns ( t eor de Na , K, ou t ra s ter ras r a r a s ) . Os r e s ul ta dos d a s análi - ses s~o most rados na tab ela II, par a u ma c or r id a re pr es e nt ati va. TABELA II - Análi se do Cério produz ido. E l emen t o Ce % 98 ,9 Nd 0 ,8 Sm Fe Mg Al 0,14 0 , 09 0 , 05 0, 0 1 c Na 0, 01 0 ,04 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES A e l e t rodeposiç~o de cer io met á li co e m me i o d e sais fundi dos , con d u z ida no reatar e letrol iti co dese nvolv ~ do ,pr oduz iu um metal e m teor super ior ao g r au meta lÚrg i co (98 , 5% ).Em espec i al, a técnic a de col e ta dos nÓd ulo s de céri o so bre uma cam ada de elet rÓlit o ref rigera da mostrou-se e fi caz e m evi tar c ontamina ç~es. As pr inci pais f o nt es de im pu rezas s~ o a p r Ópria carga * CEC-16 com alim e ntaç~o intermitente de 130g de CeC1 3 • de 499 el et rbli s e, o c adin h o de gra fit e e o s refrat~rios e mat eri ai s est r utur a i s da célul a . A efi ci~ncia d e co rrente , e mbora b ai xa, a~ teve s ubstanc ia l mente pel a imp l antação da alimentação de soluto (CeC l, ) durant e a e letr b lis e (T abe la T) . Os o bje ti vo s de tr abalhos futuros ser ao aument ar o rendimen to d o r ea t ar el et ro li t ico e expandi r a produção para outros ~e t ais d e terr a s rar as (Nd, Sm, e tc ... ). REFERÊNCIAS 1. Kubasch evski, O., Me ta llurg ical Thermo chemistry, 1 979. 2. Hampel, C .A., Rare Met a ls Handb oo k, 1961. 3. 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